Objetivo:
“Projetando o futuro e o desenvolvimento autossustentável da sua empresa, preparando-a para uma competitividade e lucratividade dinâmica em logística e visão de mercado, visando sempre e em primeiro lugar, a satisfação e o bem estar do consumidor-cliente."
Conheça o interior do submersível que leva turistas e especialistas para conhecer o Titanic Modelo Titan da empresa OceanGate deixou de responder a comunicações da Guarda Costeira neste domingo. Passageiros ainda estão desaparecidos. <<<===+===.=.=.= =---____-------- ----------____---------____::____ ____= =..= = =..= =..= = =____ ____::____-----------_ ___---------- ----------____---.=.=.=.= +====>>> Por g1 Postado em 20 de junho de 2023 às 13h00m #.*Post. - N.\ 10.835*.#
Veja como funciona o submarino que levava turistas para ver destroços do Titanic
Com mais de 10 toneladas e um joystick para guiar a embarcação, o
submersível Titan da empresa OceanGate leva turistas e especialistas
para conhecer os destroços do Titanic, um dos naufrágios mais famosos do
mundo.
A embarcação pode levar até 5 pessoas, contando com o piloto, e faz parte de uma excursão que pode durar até 8 dias.
Dentro da cápsula principal do Titan, essas 5 pessoas têm que dividir
espaço com um visor, que tem uma visão de quase 180° para o lado de
fora, e 3 monitores que vão checando status do equipamento e dos
tripulantes.
Pessoas se organizam dentro da cápsula central do Titan, modelo de
submersível da empresa OceanGate — Foto: Reprodução/OceanGate
Em média, o submersível feito de fibra de carbono e titânio demora cerca de 2 horas para descer até o naufrágio.
A empresa não deixa claro quanto tempo a embarcação fica pairando sobre
o que restou do Titanic, o que se sabe é que a quantidade de oxigênio
utilizada para a viagem é segura o suficiente para 5 pessoas viajarem
por até 4 dias.
O veículo se move a uma velocidade de 3 nós (5,5 km/h) e é impulsionado por quatro propulsores Innerspace 1002.
Segundo a OceanGate, o projeto ousado e inovador consegue mergulhar até uma profundidade 4.000 metros com segurança.
Submarino que leva turistas para ver o Titanic desaparece no Atlântico
Uma expedição turística para ver os destroços do Titanic a bordo de um
submersível como esse desapareceu no Oceano Atlântico neste domingo
(18).
A OceanGate, empresa responsável pela viagem, confirmou a falta de
comunicação com as pessoas dentro do submersível. A programação para a
submersão estava programada para às 6h10 do domingo no horário local.
Funcionários da Guarda Costeira dos EUA e do Canadá estão trabalhando em conjunto nas buscas pelos viajantes.
Até a última atualização desta reportagem a embarcação não havia sido encontrada.
Poço de 2 mil metros é perfurado no município acreano de Rodrigues Alves, no interior do Acre. Projeto internacional, com participação da USP, quer extrair amostras geológicas com até 65 milhões de anos do subsolo para entender melhor a história evolutiva da floresta. <<<===+===.=.=.= =---____-------- ----------____---------____::____ ____= =..= = =..= =..= = =____ ____::____-----------_ ___---------- ----------____---.=.=.=.= +====>>> Por g1 AC — Rio Branco 20/06/2023 05h03 Atualizado há 03 horas Postado em 20 de junho de 2023 às 08h15m #.*Post. - N.\ 10.834*.#
Cientistas abrem ‘túnel do tempo’ em cidade do AC para estudar passado remoto da Amazônia
Uma equipe internacional de pesquisadores iniciou, na sexta-feira (16),
a perfuração de um poço de dois quilômetros de profundidade na cidade
de Rodrigues Alves,
no interior do Acre. Se tudo der certo, o poço vai ser uma espécie de
“túnel do tempo” e revelar como era a vida na Amazônia até 65 milhões de
anos atrás, logo após a extinção dos dinossauros.
A iniciativa envolve cerca de 60 pesquisadores, de 12 países, de acordo
com a Universidade de São Paulo (USP), uma das instituições brasileiras
envolvidas na pesquisa. Segundo os cientistas, trata-se do “mais amplo
programa de pesquisa já organizado para estudar a origem e a evolução da
Amazônia.”
O objetivo é entender como a floresta se formou, como ela se modificou
ao longo do tempo e o que pode acontecer com ela daqui para frente, caso
as condições ambientais e climáticas às quais ela foi exposta no
passado venham a se repetir no futuro — algo muito provável de acontecer
já nas próximas décadas, segundo as previsões climáticas do presente.
Leia mais:
Local onde o túnel é escavado na cidade de Rodrigues Alves, às margens do Rio Juruá — Foto: Rayza Lima/Rede Amazônica
Para contar esse trecho da pré-histórica os cientistas vão coletar
fragmentos do subsolo da floresta, extraídos de duas localidades, nas
bordas leste e oeste da Amazônia brasileira. Começando por esse poço de 2
mil metros no município de Rodrigues Alves, às margens do Rio Juruá, no
norte do Acre.
“O
projeto de perfuração prevê estudar a origem e evolução de clima,
relevo e hidrologia da região Amazônica e sua importância para o clima
global. Desde que a máquina foi instalada, iniciou-se a atividade e é
previsto o mínimo de 90 dias. Todo esse material está sendo armazenado
aqui em Rodrigues Alves, a partir do final da atividade, nós vamos levar
para a USP e de lá e será enviado para a universidade nos Estados
Unidos, onde será preservado e analisado pelos pesquisadores
participantes do projeto. Como é um projeto de perfuração
Transamazônica, nós estamos aqui no Acre, como se fosse a nascente do
rio”, explicou Isaac Bezerra, gerente do projeto que está no interior do
Acre.
Segundo poço
Em seguida, segundo a USP, será perfurado um poço de 1,2 mil metro de
profundidade numa ilha fluvial do município de Bagre, no Pará, ao sul da
Ilha do Marajó. A previsão é que cada poço leve cerca de três meses
para ser perfurado, com equipes trabalhando 24 horas por dia, sete dias
por semana.
Os fragmentos cilíndricos que vão ser retiradas têm até seis metros de
comprimento, contendo uma amostragem vertical das diversas camadas de
rocha e sedimento que compõem o subsolo da floresta. Cada uma dessas
camadas, por sua vez, contém uma série de evidências físicas, químicas e
biológicas que os cientistas podem analisar em laboratório para inferir
como era o mundo à época em que aquela camada estava na superfície.
Fazendo uma analogia, é como se você enfiasse um canudo em bolo para
tirar uma amostra das suas camadas e descobrir do que cada uma delas é
feita.
“Essas
rochas e sedimentos funcionam como um arquivo da história da Amazônia”,
disse o professor André Sawakuchi, do Instituto de Geociências (IGc) da
USP, que coordena o braço brasileiro da iniciativa.
O Projeto de Perfuração Transamazônica (TADP, na sigla em inglês) é uma
iniciativa do International Continental Scientific Drilling Program
(ICDP) — um programa internacional de apoio a projetos de perfuração
científica, com sede na Alemanha —, realizada em colaboração com a
National Science Foundation (NSF), dos Estados Unidos; o Smithsonian
Tropical Research Institute, sediado no Panamá; e a Fundação de Amparo à
Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), no Brasil.
Ainda segundo divulgado pela USP, o custo previsto da perfuração é de
aproximadamente 4 milhões de dólares. A Fapesp contribuiu com um quarto
desse valor, mais um investimento de R$ 1 milhão em bolsas de pesquisa e
recursos para logística, aquisição de materiais e outras despesas.
Poço de 2 mil metros é perfurado no município acreano de Rodrigues Alves — Foto: Rayza Lima/Rede Amazônica
Perfuração científica
O trabalho de perfuração — ou sondagem, na linguagem mais técnica — vai
usar uma combinação adaptada de equipamentos normalmente empregados
para a prospecção de minérios e de óleo e gás natural — duas coisas que
os pesquisadores esperam não encontrar de jeito nenhum, pois criaria uma
série de complicações adicionais para o trabalho, incluindo riscos de
segurança.
“Não podemos de maneira alguma permitir que haja um vazamento de gás no
poço”, explicou André Sawakuchi ao jornal da USP. O pesquisador,
segundo a universidade de São Paulo, está no Acre para coordenar o
início dos trabalhos, ao lado dos colegas estrangeiros. A empresa
contratada para fazer a sondagem é a Geosol, de Belo Horizonte.
Em vez de uma broca tradicional, que vai triturando a rocha à medida
que avança na perfuração, a sondagem, neste caso, é feita com uma coroa
vazada, que desce cortando a rocha “pelas beiradas” para preservar a
integridade das amostras no centro do tubo.
Cada testemunho terá entre cinco e nove centímetros de diâmetro,
dependendo das condições de perfuração. Logo que saem do poço, as
amostras são entregues aos pesquisadores para serem inspecionadas,
catalogadas e repartidas em pedaços menores, de 1,5 metro de
comprimento.
Só a perfuração do Acre, portanto, deverá gerar mais de 1,3 mil
'amostras. “Isso é muitas vezes mais do que qualquer coisa que foi feita
até hoje para entender essa origem da Amazônia na perspectiva
geológica”, afirmou André Sawakuchi.
Isaac Bezerra é gerente do projeto em execução no interior do estado — Foto: Rayza Lima/Rede Amazônica Acre
Outras perfurações
O pesquisador lembrou ainda que muitas perfurações já foram feitas na
Amazônia pela Petrobras e outras empresas no passado, mas nunca com
finalidades científicas, seguindo os protocolos necessários para esse
tipo de pesquisa. Como é o caso do buraco central que fica no Parque Nacional da Serra do Divisor e, atualmente, é um dos principais pontos turísticos da região.
As literaturas apontam que o buraco foi feito em meados de 1939 pelo
Conselho Nacional de Petróleo, que fazia buscas pelo produto do lado
brasileiro. Porém, o buraco, de mais ou menos 700 metros, acabou
rompendo o lençol freático e virou um olho d’água que jorra uma água com
cheiro forte de ferro.
O material de referência usado pelos cientistas no atual estudo é da
década de 1970, coletado pelo Serviço Geológico do Brasil para a
prospecção de jazidas de carvão. Pesquisadores vinculados ao projeto,
conforme a USP, terão exclusividade de acesso ao material num primeiro
momento. Depois, as amostras vão ser abertas a toda a comunidade
científica nacional e internacional.
Projeto quer extrair amostras geológicas com até 65 milhões de anos do
subsolo para entender melhor a história — Foto: Rayza Lima/Rede
Amazônica De volta às origens
O projeto original previa cinco locais de perfuração, mas o
encarecimento de vários itens e serviços nos últimos anos obrigou os
pesquisadores a reduzir o plano para dois. Ainda assim, são dois pontos
estratégicos, que já permitirão contar muita coisa sobre o passado da
Amazônia.
Como as camadas de solo se sobrepõem ao longo do tempo, elas seguem uma
ordem cronológica: quanto mais profunda a amostra, mas antiga ela é.
Tanto no caso do Acre quanto do Marajó, os cientistas calculam que a
perfuração os levará à fronteira do fim do período Cretáceo e início da
Era Cenozoica, 65,5 milhões de anos atrás, quando a Terra estava
emergindo de uma sequência cataclísmica de eventos que levou à extinção
de grande parte das espécies existentes à época — tanto da flora quanto
da fauna, incluindo quase todos os dinossauros — e reconfigurou os
ecossistemas do planeta como um todo.
Um dos itens mais importantes que ela e outros pesquisadores esperam
extrair dos testemunhos são amostras de pólen fossilizado das diferentes
plantas que compuseram a flora amazônica ao longo desses milhões de
anos, fornecendo evidências diretas de como a biodiversidade da floresta
evoluiu no decorrer do tempo, em sincronia (ou não) com fenômenos
geológicos, ambientais e climáticos.
Os novos testemunhos, porém, devem permitir reconstruir essa história com um nível de detalhamento maior.
Ibovespa, principal índice acionário do país, subiu quase 10% nas duas últimas semanas, enquanto o dólar caiu mais de 5% e está cotado no menor patamar em um ano. Analistas, porém, ainda estão cautelosos para cravar que o Brasil é 'a bola da vez' nos mercados. <<<===+===.=.=.= =---____-------- ----------____---------____::____ ____= =..= = =..= =..= = =____ ____::____-----------_ ___---------- ----------____---.=.=.=.= +====>>> Por Bruna Miato, g1 20/06/2023 04h01 Atualizado há 03 horas Postado em 20 de junho de 2023 às 07h10m #.*Post. - N.\ 10.833*.#
Neste mês, com base no fechamento do dia 19, o Ibovespa, principal índice de ações da bolsa de valores brasileira (B3), jásubiu quase 10%, e está muito próximo dos 120 mil pontos.
O dólar, por sua vez, acumula queda de mais de 5%, menor patamar em um ano e abaixo dos R$ 4,80. Na
última sexta (16), inclusive, o banco Goldman Sachs reduziu suas
projeções para a moeda americana em 2023, considerando que deve fechar o
ano a R$ 4,40.
Segundo especialistas ouvidos pelo g1, o sentimento positivo com o mercado brasileiro nas últimas semanas pode ser explicado, sobretudo, pelos seguintes motivos:
🏦 a volta do investidor local aos ativos de risco, principalmente o institucional;
🌎 a permanência dos investidores estrangeiros no mercado doméstico;
📉 a desaceleração da inflação acima do esperado;
📝 uma maior clareza sobre os rumos da política fiscal no país;
💰 a perspectiva de que a Selic, taxa básica de juros, deve começar a cair em breve;
🗽 a perspectiva de que a trajetória dos juros nos Estados Unidostambém deve desacelerar.
A volta do investidor local combinada à permanência do estrangeiro no
mercado doméstico tem sido o principal impulsionador para o bom
desempenho observado nos últimos dias. E a renovação desse interesse,
por sua vez, se deve às perspectivas envolvendo a inflação, os juros e a
política fiscal no Brasil, além dos rumos da política monetária nos
Estados Unidos.
Com a inflação mais controlada, a expectativa é que o Banco Central do Brasil(BC) comece a reduzir a taxa Selic. Se os juros ficam menores, a renda
fixa passa a entregar uma rentabilidade também menor e isso favorece a
migração de recursos para ativos que podem compensar essa redução. Entre
eles, o mercado de ações.
A definição de um novo arcabouço fiscal ainda contribui com essas
projeções, pois traz a perspectiva de que os gastos do governo estarão
mais controlados — ponto positivo para a expectativa de inflação e,
consequentemente, para os juros.
Por fim, o Federal Reserve (Fed,
o banco central norte-americano) interrompeu seu ciclo de alta nas
taxas de juros em sua última reunião e, apesar de alertar que pode
voltar a subi-las se a inflação se mostrar mais persistente, aumentou o
apetite por ativos de riscos por parte dos investidores.
Isso porque, se os juros sobem por lá, a renda fixa no país também fica
mais atrativa. Porém, como os títulos públicos americanos são
considerados os mais seguros do mundo, uma alta nas taxas dos Estados
Unidos leva a uma saída dos investidores de mercados emergentes, como o
Brasil.
Neste sentido, o otimismo com a bolsa e a moeda brasileira voltou a levantar um questionamento entre os investidores: o mercado nacional é a bola da vez, quando comparado ao exterior?Veja mais detalhes a seguir.
Relator do arcabouço fiscal no Senado diz que o Fundo Constitucional do DF está mantido
Quem está investindo no Brasil hoje?
Carla Argenta, economista-chefe da CM Capital, destaca que, no começo
do ano, quem sustentou o mercado nacional foi estrangeiro, com as
expectativas que tinham quanto ao novo governo de Luiz Inácio Lula da Silva(PT).
Em contrapartida, o que se vê agora é um retorno do investidor local,
que voltou a investir no país com a percepção de que os rumos da
economia podem ser mais positivos do que o esperado.
Os principais investidores do Brasil atualmente são os estrangeiros, com cerca de 53,9% do mercado. Os investidores institucionais locais(que são os bancos, empresas ou pessoas com grandes fortunas), têm 27,7% de participação, e os investidores pessoa física, 13,9%. Os dados são de um levantamento da XP.
Isso mostra que os estrangeiros são os grandes "donos" do Ibovespa, mas
não significa que o investidor internacional investe muito no Brasil,
explica o analista CNPI Vitor Miziara. Na verdade, o montante destinado
ao país ainda representa uma pequena fração dos investimentos globais e
esse valor pode oscilar muito com base em uma série de fatores,
inclusive externos.
Isso aconteceu no mês de maio, por exemplo: apesar do bom desempenho do
Ibovespa, o fluxo de capital estrangeiro foi negativo, com uma saída de
cerca de R$ 4,2 bilhões dos ativos domésticos. Segundo Lucas Serra,
analista da Toro, esse movimento foi puxado, sobretudo, pelos riscos
envolvendo a renegociação do teto da dívida americana, que deixou os
investidores receosos.
Guerras, crises políticas, pandemias e a própria movimentação dos juros
nos países desenvolvidos, principalmente os Estados Unidos, são motivos
externos que podem impactar a entrada de dinheiro estrangeiro no
Brasil. Momentos de instabilidade fazem com que o mercado dê preferência
para ativos seguros, minimizando as perdas.
Em contrapartida, no acumulado de 2023 até o mês passado, o fluxo
internacional continua positivo em R$ 9,5 bilhões, enquanto as projeções
para junho já indicam um retorno do estrangeiro.
Já os investidores institucionais voltaram a alocar seus recursos no
Brasil e o país registrou uma entrada de R$ 2 bilhões, com a melhora na
perspectiva para a política fiscal e as projeções de quedas nos juros (leia mais abaixo).
Conforme explica Jennie Li, estrategista de ações da XP, o que isso mostra na prática é que o
bom desempenho do Ibovespa nas últimas semanas pode ser explicado como
uma combinação entre tudo o que os investidores estrangeiros já
aplicaram neste ano, apesar da queda em maio, e a volta do investidor
nacional à bolsa de valores.
Inflação, juros e arcabouço fiscal
A inflação já começa a dar sinais melhores para o país. Na última
divulgação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) avançou 0,23% em maio, muito abaixo das expectativas de mercado e com uma forte desaceleração em relação aos meses anteriores.
A principal consequência disso é o aumento das expectativas de que o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC comece um ciclo de corte de juros já nos próximos meses. Hoje, a taxa Selic está em 13,75% ao ano.
Miziara comenta que as projeções para a taxa de juros já em 2024
apontam para 11% ao ano e essa perspectiva de queda foi uma das
principais responsáveis por trazer de volta os investidores
institucionais para a bolsa brasileira.
"Com
a queda de juros, o investidor brasileiro vai procurar formas de trazer
mais rentabilidade à carteira. A bolsa é uma saída para aproveitar a
queda de juros, e também pelo desempenho das ações. Com juros menores,
há um menor custo financeiro em dívidas, o que pode gerar mais lucros
para as empresas", explica o analista.
O outro ponto importante tanto para a volta dos investidores internos
como para a maior atração dos estrangeiros é o arcabouço fiscal.
Jennie Li, da XP, destaca que a proposta apresentada pelo governo não é
a ideal do ponto de vista dos economistas e outros especialistas do
mercado, mas que já traz uma maior visibilidade para a questão da
importância do controle dos gastos públicos. Isso já anima os
investidores, que entendem que o controle dos gastos traz uma tendência
de inflação também controlada.
Daniel
Moura, especialista em mercado de capitais, compartilha da mesma visão e
complementa: "Ao que tudo indica, a nova regra é mais permissiva, porém
permite uma continuidade da melhora fiscal que tivemos nos últimos
anos. Em resumo, se o Brasil seguir com boas reformas, principalmente
onde se trata do fiscal, tem tudo para se tornar a bola da vez".
Setor de serviços vai poder discutir alíquotas diferentes durante tramitação da reforma tributária, diz Tebet
O Brasil é a 'bola da vez'?
Segundo Moura, "dos países emergentes, sem dúvidas, o Brasil continua
como um bom investimento tanto para o investidor do mercado interno
quanto externo".
Isso acontece porque boa parte dos países semelhantes ao Brasil está
passando por algum tipo de instabilidade. Rússia e Ucrânia, por exemplo,
continuam em guerra. Argentina e Turquia vivem um momento de forte
inflação e outros problemas econômicos graves.
No entanto, a economista Carla Argenta, da CM, destaca que, em relação a
outros países emergentes que vivem uma situação melhor, o mercado
brasileiro ainda não desponta como protagonista. A maior concorrência atualmente vem do México.
No que diz respeito às moedas, por exemplo, o real é a quinta com a
maior valorização frente o dólar em um ano, segundo levantamento
realizado por Henrique Castro, professor de finanças da FGV. Já no acumulado de 2023 até aqui, a moeda brasileira só fica atrás do peso mexicano.
Confira, na tabela abaixo, as variações das principais moedas em relação ao dólar.
Já no que diz respeito ao mercado de ações, o principal índice
acionário do México, o Mexbol, também ganha vantagem frente o Ibovespa.
Em 2023, até o último dia 15, o índice mexicano subiu cerca de 12,15%,
enquanto o brasileiro teve alta um pouco menos expressiva, de 8,51%.
Carla Argenta explica que esses números refletem que o investidor
estrangeiro tem apetite por ativos de risco em países emergentes, mas os
que se destacam são aqueles que oferecem mais segurança.
Nesse sentido, um consenso entre os especialistas ouvidos pela
reportagem é que, para que o Brasil continue recebendo investimentos e
se consolide como a escolha preferida, é necessário acertar os rumos da
política fiscal, inflação e juros.
"A
visão do mercado está mais otimista com o Brasil. Já temos um arcabouço
fiscal que não permitirá descontrole nos gastos, a inflação está
arrefecendo, tornando os ativos de riscos mais atrativos e com um início
de corte de juros na Selic iminente", pontua André Fernandes, líder de
renda variável da A7 Capital. "Além disso, o PIB está surpreendendo, as
empresas ainda estão entregando bons resultados e muitas delas ainda
estão negociando a múltiplos atrativos."
O que esperar adiante?
Segundo os especialistas, apesar do momento mais positivo e de boas
perspectivas para os próximos meses, ainda há uma série de incertezas no
radar.
A principal delas é em relação ao andamento das reformas econômicas
pretendidas pelo governo, sendo o destaque o novo arcabouço fiscal, que
deve ser votado nesta semana pelo Senado. Por enquanto, não há
expectativas de que ocorra alguma grande mudança no texto. Mas alguma
surpresa que pudesse reduzir o potencial de controle das contas públicas
tende a impactar negativamente o mercado.
Frederico Nobre, líder da área de análise da Warren, comenta que outro
ponto de atenção é a reforma tributária, "que caso não for bem
orquestrada, pode reduzir as expectativas de lucro das empresas (da
bolsa brasileira)", tornando-as menos atrativas.
A última questão que pode ajudar ou prejudicar na valorização do Ibovespa e do real é a política monetária dos Estados Unidos.
Lucas Serra, da Toro, destaca que em sua última reunião, o Fed manteve
seus juros inalterados — em um patamar entre 5% e 5,25% o ano — e teve
um discurso alinhado ao que era esperado, afirmando que novas altas
podem acontecer caso a inflação volte a subir com muita força no país.
"Com
isso, o mercado pode ter uma maior percepção de que os Estados Unidos
chegaram ou estão bem próximos da sua taxa de juros terminal. Isso, por
sua vez, tende a destravar valor para investimentos em renda variável de
uma forma geral, incluindo para a bolsa brasileira", explica.
Os outros especialistas concordam e é unânime a visão de que, com um
maior controle das altas nos juros na maior economia do mundo, o mercado
brasileiro tende a se beneficiar — e vice-versa.
Assim, outro consenso é que a bolsa brasileira continua barata — ou
seja, que analisando a sua relação entre risco e retorno, as ações têm
um bom potencial para valer mais — e que as chances de que o Brasil
continue recebendo investimentos, locais ou estrangeiros, é grande, a
depender do andamento das questões apresentadas até aqui.