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sexta-feira, 1 de maio de 2020

Comércio vê queda de 39% no faturamento e estima corte de até 2,2 milhões de vagas

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Pesquisa da CNC estima que varejo brasileiro teve perda de R$ 86,4 bilhões em 5 semanas. Por Darlan Alvarenga, G1  30/04/2020 10h33  Atualizado há um dia
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 Por Darlan Alvarenga, G1    
 30/04/2020 10h33  Atualizado há um dia  
 Postado em 01 de maio de 2020 às 11h25m  

      Post.N.\9.249  
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O faturamento do comércio brasileiro encolheu 39% em relação ao período anterior à pandemia de coronavírus e setor acumulou em 5 semanas uma perda de R$ 86,4 bilhões, segundo cálculos da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Somente nas duas primeiras semanas de abril, as perdas foram estimadas em R$ 35,19 bilhões, de acordo com estudo divulgado nesta quinta-feira (30).

Com o forte tombo das vendas e do nível de atividade do setor, a CNC avalia que a crise tem potencial para eliminar 28% dos postos de trabalho formais em até 3 meses, o que pode resultar em um corte de até 2,2 milhões de vagas de emprego.

"A concretização desse cenário, no entanto, dependerá de como as empresas do setor reagirão às medidas anunciadas pelo governo e, em última instância, à própria evolução da pandemia nas próximas semanas", destacou a CNC.
Perdas semanais no varejo essencial e não essencial — Foto: Economia G1Perdas semanais no varejo essencial e não essencial — Foto: Economia G1

De acordo com o levantamento, as maiores perdas no varejo se concentraram nos segmentos de itens não essenciais (R$ 78,27 bilhões). Já as perdas nos segmentos de alimentos e medicamentos –que respondem por 37% do varejo brasileiro – totalizaram R$ 8,13 bilhões no período entre os dias 15 de março e 18 de abril.
Os estados das regiões Sul e Sudeste concentram 70% das perdas do período. Em São Paulo, as perdas chegaram a R$ 26,58 bilhões. Na sequência, aparece Minas Gerais (R$ 6,90 bilhões), seguido por Rio Grande do Sul (R$ 6,63 bilhões) e Rio de Janeiro (R$ 6,55 bilhões).

Em termos relativos, na comparação com o volume de vendas e relação ao período anterior à pandemia, destaque para as quedas nos estados do Piauí (-49,6%), Ceará (-49,3%) e Santa Catarina (-46,8%).

O estudo da CNC foi realizado a partir do cruzamento de informações históricas das pesquisas mensal e anual de comércio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), estatísticas do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), além de dados relativos à circulação de consumidores em estabelecimentos comerciais.
Estratégias para enfrentar pandemia e relaxamento de restrições
Apesar de reabertura do comércio em alguns pontos do país, a CNC afirma que em várias unidades da Federação o percentual de estabelecimentos comercias fechados nos principais estados com decretado de isolamento social chegou a 74% no final de março.

"Algumas unidades da Federação reduziram um pouco as restrições ao comércio mas esse percentual não caiu muito. O que houve foi uma menor adesão ao isolamento social nas últimas semanas", afirma o economista da CNC Fabio Bentes.

O levantamento da CNC mostra que as perdas da 2ª semana de abril (R$ 17,06 bilhões) foram um pouco menores do que as da semana anterior (R$ 18,13 bilhões).

Além da adoção de estratégias de vendas através do e-commerce e de serviços de delivery e drive thru, a confederação afirma que também contribuiu para uma redução das perdas de receitas o maior fluxo de consumidores nas ruas. "A abertura de lojas pode ter ajudado a reduzir as perdas em alguns estados mas esse efeito ainda não foi muito significativo", diz Bentes.

A CNC citou também o indicador Google Community Mobility Report, que apontou um aumento de 17% no fluxo de pessoas próximas a estabelecimentos comerciais especializados na venda de produtos essenciais no começo de abril e uma alta de 29% nas proximidades de estabelecimentos que comercializam produtos não essenciais.
Shoppings organizam drive-thru para o dia das mães
Shoppings organizam drive-thru para o dia das mães

A Federação das Associações Comerciais do Estado São Paulo (Facesp) e a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) divulgaram comunicado em que pedem a reabertura parcial do comércio a partir do dia 1° de maio, antes do Dia das Mães.

Apesar da expectativa de reabertura parcial do comércio nas próximas semanas, o avanço da pandemia de coronavírus no país tem levado especialistas e autoridades a defenderem a prorrogação das medidas de isolamento.

Em São Paulo, o governador, João Doria (PSDB), anunciou que só a partir de 11 de maio será feito o relaxamento da quarentena no Estado, mas ainda não há uma data definida nem confirmação de autorização para reabertura do comércio em geral.

A CNC diz estar trabalhado de forma coordenada e colaborativa com os governos em todos os níveis e em todo o Brasil para a superação deste difícil momento e elaboração de estratégias para a retomada das atividades.

"A entidade está acompanhando a evolução deste cenário e as recomendações das autoridades competentes em relação às medidas de distanciamento social e a forma mais adequada de volta à normalidade, para que possa orientar da melhor forma os empresários do setor. Por isso, destaca a necessidade de medidas imediatas que visem proteger as empresas e os empregos não só neste momento da pandemia, mas, principalmente em médio prazo, quando os impactos ainda serão sentidos", disse, em nota.

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Medo, reações escapistas e busca por culpados durante epidemias já ocorreram em outros momentos da história, explicam historiadores

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A gripe espanhola, no Brasil, também foi marcada pela negação da gravidade da doença, disseminação de boatos e a procura por um bode expiatório. Entenda como as pandemias ao longo da história parecem ter 'roteiros' semelhantes.
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 Por Lara Pinheiro, G1  

 Postado em 01 de maio de 2020 às 10h10m  


      Post.N.\9.248  
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Durante a Gripe Espanhola, a Escola de Medicina em Belo Horizonte foi utilizada como hospital provisório. Na foto, alunos e professores posam na entrada do prédio — Foto: Arquivo Público Mineiro
Durante a Gripe Espanhola, a Escola de Medicina em Belo Horizonte foi utilizada como hospital provisório. Na foto, alunos e professores posam na entrada do prédio — Foto: Arquivo Público Mineiro

Antes de o navio inglês Demerara atracar no Brasil, em setembro de 1918, a gripe espanhola ainda era algo longínquo. Logo, não seria mais – e o que aconteceu a seguir teve um "roteiro" bastante parecido com o de hoje, quando o país tenta combater a Covid-19.

O medo da contaminação, a negação da gravidade da doença, a disseminação de boatos e a busca por culpados também apareceram, explicam historiadores ouvidos pelo G1. E não só durante a gripe espanhola: o modo de reagir à peste, na Europa do século 14, também teve semelhanças com a pandemia atual.
"Algumas coisas são características, digamos, que acontecem em todas as épocas. Por exemplo: procurar um bode expiatório, quem é o grande culpado – com comportamentos, inclusive, de violência", explica Yara Nogueira Monteiro, historiadora em São Paulo e uma das organizadoras do livro "As Doenças e os Medos Sociais", da editora da Unifesp.
Na Atenas antiga, no século 4, os estrangeiros foram culpados por espalhar uma doença até hoje não identificada. Na Idade Média, os judeus, os pacientes com hanseníase (então conhecida como lepra), e até as bruxas foram culpadas pela disseminação da peste.
Durante a epidemia de febre amarela e malária nas cidades italianas do século 19, os responsáveis eram os espanhóis, alemães ou pessoas de outras cidades italianas (o país demorou a se unificar).
Já na época da gripe espanhola, como o Brasil tinha declarado guerra à Alemanha, começaram os rumores de que a doença era, na verdade, uma arma alemã. A afirmação chegou, inclusive, a ser veiculada na revista humorística "A Careta", do Rio de Janeiro.

De forma semelhante, nesta pandemia, houve alegações de que o novo coronavírus (Sars-CoV-2) foi criado em um laboratório chinês, mas estudos apontam que o vírus tem origem na própria natureza.

"Também tem sempre uma trama. Não é um fenômeno que tem como origem a natureza – mas sim uma trama humana, política", explica Claudio Bertolli Filho, professor aposentado da Unesp que também contribuiu com o livro "Doenças e Medos Sociais".

Na época da gripe, diz Bertolli, logo no início, a noção geral era de que ela estava longe. "Quando começa a se aproximar, começa a ter alguns discursos: aqui não chega, porque nós somos diferentes. Quando ela chega, a primeira coisa que se diz é 'é uma gripezinha'", afirma o historiador.
Recorte do jornal Correio Paulistano sobre a morte do primeiro paulistano em decorrência da gripe espanhola — Foto: Reprodução/Correio Paulistano
Recorte do jornal Correio Paulistano sobre a morte do primeiro paulistano em decorrência da gripe espanhola — Foto: Reprodução/Correio Paulistano

Quando o Demerara atracou no Rio de Janeiro (depois de passar por Recife e Salvador), as autoridades sanitárias chegaram a negar a possibilidade de que houvesse infectados pela nova gripe a bordo, explica Bertolli. Elas disseram à população que se tratava de uma gripe comum – e que o sistema de saúde estava preparado para atender os doentes.
"Há uma garantia inicial de que a doença não vai ganhar grandes proporções aqui", explica. Segundo o historiador, existia, em São Paulo, uma grande confiança na medicina como sendo capaz de resolver os principais problemas de saúde – e os serviços municipais de atendimento eram elogiados.
Já no Rio de Janeiro havia medo e preocupação das pessoas com as medidas adotadas pelas autoridades sanitárias para combater a doença e a intervenção delas na rotina. A doença, que a princípio acometia os mais idosos, ficou conhecida como "limpa-velhos", explicou a historiadora Adriana da Costa Goulart, da Universidade Federal Fluminense (UFF), em um artigo publicado na revista "História, Ciência e Saúde", da Fiocruz, em 2005.

"Historicamente, epidemias e ideologias se difundem da mesma forma, proporcionando o aparecimento de conflitos sociais e de resistência ao intervencionismo e às tentativas de medicalização da sociedade", explicou Goulart.
 Apenas em 1918, a Gripe Espanhola causou uma redução de 12 anos na expectativa média de vida nos EUA  — Foto: BBC
Apenas em 1918, a Gripe Espanhola causou uma redução de 12 anos na expectativa média de vida nos EUA — Foto: BBC

Assim como na pandemia de hoje, as pessoas foram recomendadas a evitar aglomerações e lugares fechados e manter as mãos limpas. Lugares públicos também foram fechados.

Mesmo assim, as pessoas adoeceram e morreram muito rápido. Em São Paulo, no final de outubro de 1918, cerca de 15 dias depois dos registros dos primeiros casos, os serviços de saúde – ao contrário do que tinha sido afirmado pelas autoridades – já não tinham mais condições de atender as pessoas.

"São Paulo tinha 528 mil habitantes. No dia 1º de novembro, só num dia, houve quase 8 mil novos doentes", explica Liane Maria Bertucci, professora de História da Educação na Universidade Federal do Paraná (UFPR) que estudou a gripe espanhola em São Paulo.

O medo e a negação
Desfile na Filadélfia em 1918 foi realizado apesar de alertas de que representava risco de disseminação da gripe espanhola — Foto: U.S. Naval History and Heritage Commad
Desfile na Filadélfia em 1918 foi realizado apesar de alertas de que representava risco de disseminação da gripe espanhola — Foto: U.S. Naval History and Heritage Commad

Para Bertucci, a primeira semelhança entre a epidemia da gripe e o momento de agora é o medo. Em 1918, houve casos de pessoas que cometeram suicídio quando acharam que estavam com a gripe, diz a historiadora.
"Imagina o medo que dá uma doença corriqueira virar, de repente, uma coisa super avassaladora", comenta Bertucci.
Não se sabe ao certo quantas pessoas morreram na epidemia de 1918 – os números para o mundo vão de 50 a 100 milhões. No Brasil, estima-se que 35 mil pessoas morreram, 15 mil delas só no Rio de Janeiro.

Na pandemia de Covid-19, até esta quinta-feira (30), 5.901 pessoas haviam morrido pela doença, segundo dados do Ministério da Saúde. Há um mês, no dia 31 de março, eram 201 mortes.
Manaus, 27 de abril: funcionários de funerária trabalham para atender à demanda por caixões durante pandemia de Covid-19 no país. — Foto: Michael Dantas/AFP
Manaus, 27 de abril: funcionários de funerária trabalham para atender à demanda por caixões durante pandemia de Covid-19 no país. — Foto: Michael Dantas/AFP
"Com a pandemia avançando, nós temos em todo momento o medo. Todo medo é o medo da morte. A morte pode se anunciar a qualquer um, então temos mais atitudes egoístas de nos fecharmos, de não ajudarmos ninguém", explica Claudio Bertolli.
"O medo é pensado pela historiografia como a ausência de segurança. A rotina, a repetição de atos e processos diários é que nos garante segurança. Nós estamos isolados, coisa que não é comum – isso já cria toda a base do medo", pondera o historiador.
"No caso nosso desse medo do coronavírus, a epidemia rompe laços muito fortes", completa Liane Bertucci, da UFPR.
"Nós mudamos, hoje, o nosso cotidiano de maneira brutal. Você acaba não vendo mais as pessoas, mesmo quando a gente tem esses meios de comunicação – pense quando não tinha isso. Em 1918, não tinha nem rádio ainda, então era uma coisa muito terrível. Era muito comum visitar parentes, amigos, principalmente quando estavam doentes", lembra a historiadora.

Para o psicanalista e professor da USP Christian Dunker, o medo, na pandemia de Covid-19, é visto como uma fraqueza moral por alguns. Isso levou, no cenário brasileiro, a um movimento muito forte de negação da pandemia de Covid-19.
"Em função da divisão social e da polarização, é difícil para a gente entender que possa existir um inimigo invisível que não seja um inimigo intencional. Isso gerou uma atitude de negação", afirma.
Em um segundo momento, explica Dunker, essa negação foi instrumentalizada politicamente. "Porque aí, negando juntos, a negação ganha mais força", afirma.

A terceira etapa, diz, é a sensação de invulnerabilidade, de achar que "olha, mas, no fundo, eu sou uma pessoa especial, eu sou uma pessoa protegida, não sou como os outros. Isso volta na teoria conspiratória", conclui.

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