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terça-feira, 14 de maio de 2024

Porto Alegre tem dia sem chuva, mas com frio recorde; Guaíba sobe, avança sobre ruas e tira mais pessoas de casa

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Lago Guaíba chegou a 5,23 metros, mas há tendência de estabilidade para os próximos dias, afirma a UFRGS. Termômetros marcaram 10°C na capital, com previsão de mais frio na semana.
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Por Gustavo Chagas, g1 RS e RBS TV

Postado em 14 de maio de 2024 às 18h45m

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Vista da Orla do Guaíba, em Porto Alegre, na tarde de 14 de maio de 2024 — Foto: Reprodução/RBS TV
Vista da Orla do Guaíba, em Porto Alegre, na tarde de 14 de maio de 2024 — Foto: Reprodução/RBS TV

Mesmo sem chuva, Porto Alegre viu o Lago Guaíba aumentar seu nível em 21 centímetros nas últimas 24 horas, alcançando 5,23 metros no final da tarde desta terça-feira (14). A capital ainda registrou seu dia mais frio no ano, com 10°C, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

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Pela manhã, o avanço das águas provocou a evacuação de mais um bairro na Zona Sul da cidade, atingido pela alta do Guaíba - cuja cota de inundação é de 3 metros. Rios como o Caí e o Taquari - que desaguam no Guaíba - apresentaram baixa ao longo do dia. No Sul do estado, o nível da Lagoa dos Patos ainda preocupa (veja mais abaixo a situação em cada região).

Conforme o último boletim da Defesa Civil, divulgado às 18h, o estado registrava 149 mortes em razão dos temporais e cheias. São 124 pessoas desaparecidas e 806 feridas. Além disso, o RS soma 617 mil pessoas fora de casa – número maior do que a população de oito capitais brasileiras.

De acordo com a Climatempo, também não previsão de chuva para esta quarta (15), mas o frio vai continuar: em Porto Alegre a temperatura mínima será de 8°C, e a máxima de 16ºC, podendo ser registrado um novo recorde de menor temperatura do ano.

Evacuação do Lami durante enchente em Porto Alegre — Foto: RBS TV/Reprodução
Evacuação do Lami durante enchente em Porto Alegre — Foto: RBS TV/Reprodução

Porto Alegre: frio e Guaíba subindo

O Lago Guaíba segue alternando momentos de elevação e de estabilidade nesta terça-feira. O nível chegou a 5,23 metros durante a tarde, 14 centímetros a menos que a marca histórica (5,35 metros), registrada na última semana.

Nível do Guaíba a cada dia
Maior nível a cada dia

Fonte: Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA)

Com isso, as águas voltaram a avançar sobre ruas em Porto Alegre. Uma das áreas atingidas foi a do bairro Lami, na Zona Sul da cidade. Logo cedo, os moradores da região precisaram deixar para trás as suas casas, com água gelada já na canela.

No total, já são mais de 14 mil pessoas em abrigos em toda a capital, e o frio deixa essa população ainda mais vulnerável.

"Está frio demais, tu sem nada nos pés porque tu está aqui, é ser humano, né, gente? Corre atrás e luta porque, se a gente não fizer alguma coisa… Não tem o que fazer, vamos embora, é o povo ajudando o povo. Então, vamos correr atrás", conta a empresária Simone de Lorena, que ajudava vizinhos a sair de casa no Lami.

Foi no bairro Lami, que o motoboy Geovane de Oliveira, de 31 anos, atendeu ao pedido de socorro de um amigo para resgatar nove gatos e um cachorro que ficaram dentro de uma casa alagada pela cheia do Guaíba. Imagens gravadas pelo amigo mostram Geovane enfrentando ondas, formadas pela enchente no lago, para conseguir retirar os animais em segurança (veja o vídeo abaixo).

Morador enfrenta ondas da enchente do Guaíba para salvar gatos em Porto Alegre

O Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) chegou a estimar que o Guaíba alcançasse 5,5 metros. Mas a atualização mais recente das projeções afastou, por enquanto, essa possibilidade.

"Os cenários de previsão indicam estabilização em nível elevado acima dos 5 metros após o repique. Indicam recessão lenta nos próximos dias ficando acima de 4 metros durante esta semana", dizem os pesquisadores.

O professor Fernando Dornelles, do IPH, afirma que a situação do Guaíba "depende das condições [meteorológicas e de infraestrutura]: vento, chuva, se as estações [de bombeamento de água] estiverem em funcionamento".

"São variáveis que prejudicam a modelagem", comenta.

Imagem desta terça (14) mostra alagamento no bairro de Serraria, na zona sul de Porto Alegre — Foto: Diego Vara/Reuters
Imagem desta terça (14) mostra alagamento no bairro de Serraria, na zona sul de Porto Alegre — Foto: Diego Vara/Reuters

O corredor humanitário, construído de forma emergencial para acesso alternativo à capital, está sendo ampliado em 300 metros do outro lado da pista, na região da rodoviária da cidade. A ampliação vai permitir com que veículos de emergência circulem tanto para ingressar quanto para sair do Centro Histórico com maior facilidade. Atualmente, os dois sentidos funcionam na mesma pista.

Desde que começou a operar, na sexta-feira (10), o trecho registra tráfego médio de 100 veículos por hora. O caminho foi estruturado para agilizar o abastecimento dos serviços essenciais da cidade, como oxigênio, água, alimentos e equipamentos de emergência. O trajeto liga a área central de Porto Alegre, pelo Túnel da Conceição, à Avenida Castelo Branco e à BR-290 (Freeway).

Abertura de nova pista no 'corredor humanitário' em Porto Alegre — Foto: Julio Ferreira/PMPA
Abertura de nova pista no 'corredor humanitário' em Porto Alegre — Foto: Julio Ferreira/PMPA

Em São Leopoldo, na região metropolitana de Porto Alegre, o Sinos atingiu a marca de 6,76 metros (a maior marca dos últimos 15 dias foi de 8,09 em 4 de maio).

Foi no mesmo município que bombeiros encontraram um cavalo no terceiro andar de um prédio residencial. O animal estaria no local há 10 dias, e bombeiros tentam resgatá-lo.

A cena lembrou o caso do cavalo Caramelo, que comoveu o Brasil. O animal ficou ilhado por 4 dias em um telhado na cidade de Canoas, também devido às fortes chuvas, e foi resgatado na última quinta-feira (9). Caramelo teve quadro de desidratação e ainda precisa recuperar o peso que perdeu durante o período em que ficou ilhado.

Cavalo em apartamento no terceiro andar de prédio em São Leopoldo — Foto: Pietro Oliveira/RBS TV
Cavalo em apartamento no terceiro andar de prédio em São Leopoldo — Foto: Pietro Oliveira/RBS TV

O Rio Gravataí, também na região metropolitana de Porto Alegre, chegou a 5,83 metros na cidade batizada com o mesmo nome nesta terça-feira. O máximo registrado pelas autoridades foi de 6,23 metros em 6 de maio.

Nível dos rios no RS
Situação nos últimos quatro dias


Fonte: Sema/RS

Interior do estado: Caí, Taquari e Jacuí

O monitoramento do governo do RS mostra que os rios Caí, Taquari e Jacuí, que encheram nos temporais do final de abril e no último final de semana, voltaram a recuar. Esses rios seguem do interior do RS, em localidades da Região Central e dos Vales, até desaguarem no Guaíba.

Nível dos rios no RS
Situação nos últimos quatro dias



Fonte: Sema/RS

Na cidade de Cruzeiro do Sul, a prefeitura afirma que 95% do comércio foi destruído.

Em Estrela, no Vale do Taquari, cerca de um terço da população de 32,1 mil pessoas está fora de casa. A baixa do rio permitiu ver os estragos da nova enchente. A ponte da BR-386, entre o município e Lajeado, registra longas filas de veículos que transitam pela região.

Arte mostra rios que desembocam no Guaíba — Foto: Reprodução
Arte mostra rios que desembocam no Guaíba — Foto: Reprodução

Cidades do Vale do Taquari estão contabilizando prejuízos com a enchente histórica

Parte do bairro Hidráulica, em Lajeado, voltou a ficar alagada com as águas do Rio Taquari na madrugada de domingo (12) para segunda-feira (13). Com a baixa da água, o vendedor Diego Brizola, de 33 anos, usou uma mangueira para limpar a calçada da rua enquanto sua mãe, Maria, varria a lama para o mais longe que podia do seu sobrado laranja.

"Aqui a água está baixando. Uma hora ela abaixa um pouco, 15, 20 centímetros. É isso aí, não tem o que fazer, é baixar a cabeça e trabalhar", lamenta Brizola, ao dizer que teve ao menos R$ 50 mil de prejuízo com as enchentes.

'Não tem o que fazer, é baixar a cabeça e trabalhar', diz homem atingido pelo Rio Taquari

Sul do RS: Lagoa dos Patos

O nível da Lagoa dos Patos em Rio Grande é de 2,39 metros, 49 centímetros acima do cais. O vento deve dificultar que a água escoe em direção ao oceano.

"A tendência é que, nos próximos dias, o nível da lagoa volte a aumentar um pouco. Esses níveis de inundação estão oscilando bastante", diz Eduardo Secchi, oceanógrafo da FURG.

Cheia da Lagoa dos Patos alaga ruas em Rio Grande — Foto: Reprodução/RBS TV
Cheia da Lagoa dos Patos alaga ruas em Rio Grande — Foto: Reprodução/RBS TV

A Prefeitura de Pelotas decretou situação de calamidade em razão da cheia na Lagoa dos Patos e no Canal São Gonçalo. A Praia do Laranjal é uma das áreas mais afetadas do município. O avanço das águas atinge as comunidades do Pontal da Barra, da Colônia de Pescadores Z3 e os balneários Santo Antônio e Valverde.

"Precisamos ter também a declaração municipal para que isso nos dê acesso a recursos públicos e também para que favoreça as pessoas atingidas, enfim, pelo evento climático, pessoas que estão em abrigo, que tiveram que sair de casa, para que possam acessar, por exemplo, o fundo de garantia", diz a prefeita Paula Mascarenhas (PSDB).

Cheias no RS: Pelotas decreta calamidade pública

Resgatados

A Defesa Civil do RS já registra 76.483 pessoas e 11.002 animais resgatados desde o início dos temporais e cheias.

Das mais de 2,1 milhões de pessoas afetadas, cerca de 35 mil são refugiados que vieram recomeçar a vida no Brasil. A estimativa é da Agência da Organização das Nações Unidas para Refugiados (Acnur). Segundo a agência, esse é o contingente de pessoas que foram atingidas direta ou indiretamente pela tragédia."Estas pessoas informam que perderam casas, pertences e documentos, com negócios e outras atividades de geração de renda destruídos pelas águas", informa a Acnur.

Na cidade de Bento Gonçalves, na Serra, socorristas atuam em uma espécie de quartel-general montado na paróquia Nossa Senhora do Rosário, em Faria Lemos. Por lá, o espaço que antes servia para comemorações de casamentos, de batizados ou da tradicional desta de Santo Isidoro, agora recebe voluntários e profissionais que tentam encontrar vítimas das chuvas.

Segundo o padre Adelar Zanetti, o espaço que foi construído pela comunidade tem funcionado como um porto seguro para as vítimas e para os socorristas.

"Temos reunidos aqui os bombeiros do Rio Grande do Sul, tem bombeiro do Tocantins, da Bahia, do Rio de Janeiro, Distrito Federal. Temos também geólogo que vieram do Rio de Janeiro", fala.

Veja como é o quartel general montado em igreja de Bento Gonçalves

Ação federal

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comandou na manhã desta terça-feira uma reunião com ministros no Palácio do Planalto para definir outro pacote de medidas de socorro ao Rio Grande do Sul. Inicialmente, havia a previsão de anúncio de novas medidas na tarde desta terça-feira. Entretanto, a divulgação foi adiada para esta quarta-feira (15).

Segundo o Palácio do Planalto, o adiamento foi necessário porque Lula pretende fazer os anúncios juntamente com os presidentes dos outros Poderes da República. Existe a possibilidade de os anúncios serem feitos durante visita de autoridades ao Rio Grande do Sul.

A ex-presidente Dilma Rousseff afirmou que o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB, ou Banco do Brics+), hoje presidido por ela, vai ajudar, com R$ 5,75 bilhões, no financiamento de obras de reconstrução do Rio Grande do Sul.

"O Novo Banco de Desenvolvimento vai destinar R$ 5,750 bilhões para o estado do Rio Grande do Sul, com o objetivo de reconstruir a infraestrutura urbana e rural nos municípios atingidos pelas fortes enchentes ocorridas desde o final de abril e ajudar na retomada da vida gaúcha", diz Dilma.

Banco do Brics vai destinar R$ 5,7 bi à reconstrução do RS, diz Dilma Bento Gonçalves

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segunda-feira, 13 de maio de 2024

Temporais no RS: entenda como o relevo de Porto Alegre e as 'marés de tempestade' travam escoamento

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447 municípios foram atingidos pelo desastre climático que causa chuvas intensas e alagamentos no Rio Grande do Sul. Tragédia causou 147 mortes e deixou 127 feridos até a manhã desta segunda-feira.
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Por Emily Santos, g1
13/05/2024 10h19 
Postado em 13 de maio de 2024 às 13h50m

#.*Post. - N.\ 11.201*.#

Depósito de cilindros de gás alagado em Porto Alegre neste domingo, 12 de maio — Foto: Adriano Machado/Reuters
Depósito de cilindros de gás alagado em Porto Alegre neste domingo, 12 de maio — Foto: Adriano Machado/Reuters

O relevo de Porto Alegre é um ponto-chave para entender o acúmulo de água que causa enchentes na região metropolitana da capital do Rio Grande do Sul. Em um cenário de chuvas intensas e constantes há cerca de duas semanas, o lago Guaíba bateu a máxima histórica de 5,33 metros, no último dia 4.

Após o nível do Guaíba e as inundações por Porto Alegre diminuírem, a previsão é que as águas voltem a subir devido às chuvas que caíram no Vale do Taquari no fim de semana. De lá, do rio Taquari, as águas escorrem para o Guaíba, que deverá sofrer com os impactos dos últimos temporais e atingir novo nível recorde até terça-feira (14). Projeções da UFRGS esperam que o nível suba para 5,5 m.

Em todo o estado, 447 de 497 municípios foram atingidos pelo desastre climático. A tragédia causou 147 mortos e deixou 127 desaparecidos até a manhã desta segunda-feira (13).

Juntamente com o relevo da capital, também contribuíram para a gravidade do cenário da Grande Porto Alegre causado pelas chuvas extremas:

  1. a formação topográfica das regiões no entorno da região metropolitana;
  2. a bacia hidrográfica da área;
  3. o efeito das tempestades no Oceano Atlântico.

Abaixo, entenda o papel que cada um desses elementos teve na maior enchente da história no Rio Grande do Sul.

Características geográficas dificultam escoamento da água no RS; entenda

Arte mostra rios que desembocam no Guaíba — Foto: Reprodução
Arte mostra rios que desembocam no Guaíba — Foto: Reprodução

1 - Topografia e relevo

Porto Alegre está localizada em uma planície, ou seja, em um território plano. Esse tipo de relevo é comum em áreas que ficam a poucos metros do nível do mar, que é exatamente o que acontece ali, já que a cidade tem uma altitude média de 10 metros.

Gramado, por exemplo, fica 850 metros acima metros do nível do mar, e São José dos Ausentes, município mais alto do RS, está a quase 1,2 mil metros de altitude.

Segundo Rualdo Menegat, coordenador-geral do Atlas Ambiental de Porto Alegre e professor titular do Instituto de Geociências da UFRGS, alguns pontos da cidade são ainda mais baixos e ficam no nível do Delta do Jacuí (entenda mais abaixo).

É o caso da zona norte do município, onde fica o Aeroporto Internacional Salgado Filho, que alagou e ficará fechado por tempo indeterminado, com todas as operações suspensas.

Infográfico mostra geografia de Porto Alegre — Foto: Arte/g1
Infográfico mostra geografia de Porto Alegre — Foto: Arte/g1

Além de ter um território baixo, a capital do estado é circundada de um lado por 40 morros, e limitada de outro lado pela orla fluvial do lago Guaíba.

O lago Guaíba, na altura da capital, é local de confluência de cinco rios principais — Taquari-Antas, Gravataí, Sinos, Caí e Jacuí — que descem de pontos mais altos do estado. As águas dos rios chegam ao lago Guaíba, vão para a Lagoa dos Patos e de lá para o Oceano Atlântico
— Rualdo Menegat, professor titular do Instituto de Geociências da UFRGS.

Em resumo, o lago que passa por Porto Alegre recebe a água dos rios e da chuva que cai na região central do estado antes de desaguar no oceano.

O especialista explica que os rios que formam o Delta do Jacuí e originam o Guaíba fluem em alta velocidade por causa da altitude de seus cursos. Normalmente, isso ajuda o Guaíba a desaguar na lagoa e seguir fluxo para o mar.

No entanto, com as fortes chuvas e as cheias dos rios da região, o lago está recebendo mais água do que o normal. Isso fez com que ele ultrapassasse sua cota de inundação — que é de 3 metros — e atingisse um nível de 5,26 metros na segunda (6).

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3 - Nível do oceano

Assim como os rios do Delta do Jacuí, o Oceano Atlântico também está sendo afetado pelas fortes chuvas e tempestades de ventos que atingem o Rio Grande do Sul, o que dificulta o escoamento da água.

Os ventos fortes formam marés de tempestade. Isso faz o mar 'crescer', subindo o nível em até 2 metros a depender da configuração da praia. No caso do que acontece aqui no Rio Grande do Sul, o mar fica mais alto do que o nível de escoamento da Lagoa dos Patos, impedindo que o excesso de água seja despejado no mar.
— Rualdo Menegat, professor titular do Instituto de Geociências da UFRGS.

Como resultado, a água do lago Guaíba e dos rios que o alimentam continua empossada em Porto Alegre e nas cidades vizinhas de baixa altitude. Com as chuvas constantes e a velocidade do fluxo da água, o nível sobe em minutos e deixa cidades submersas em questão de horas.

Temporais no RS: três fatores explicam colapso em Porto Alegre