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sexta-feira, 13 de agosto de 2021

'Prévia' do PIB do Banco Central indica ligeira alta de 0,12% no 2º trimestre de 2021

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Em junho, foi registrada expansão de 1,14% no nível de atividade. Divulgação oficial do PIB será feita pelo IBGE em 1º de setembro.
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Por Alexandro Martello, G1 — Brasília

Postado em 13 de agosto de 2021 às 16h15m


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O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) do Banco Central, considerado uma "prévia" do Produto Interno Bruto (PIB), registrou aumento de 0,12% no segundo trimestre, em comparação aos três primeiros meses de 2021. Ou seja, relativa estabilidade.

O IBC-BR do Banco Central é um indicador criado para tentar antecipar o resultado do PIB, mas os números oficiais do Produto Interno Bruto do primeiro trimestre serão divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) somente em 1º de setembro. O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia.

O resultado, divulgado nesta sexta-feira (13), foi calculado após ajuste sazonal — uma espécie de "compensação" para comparar períodos diferentes.

No primeiro trimestre deste ano, o aumento foi de 1,63%. Quando a comparação é feita com o resultado do segundo trimestre de 2020, o IBC-Br indica uma alta de 13,17% (sem ajuste sazonal).

EVOLUÇÃO DO IBC-BR (EM %)
CONTRA O TRIMESTRE ANTERIOR, COM AJUSTE SAZONAL
-9,6-9,67,937,932,952,951,631,630,120,122º trimestre de 20203º trimestre de 20204º trimestre de 20201º trimestre de 20212º trimestre de 2021-15-10-50510
4º trimestre de 2020
2,95
Fonte: BANCO CENTRAL 

  • Em 2020, por conta da pandemia do coronavírus, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil tombou 4,1%, registrando a maior contração desde o início da série histórica atual do IBGE, iniciada em 1996.
  • Os economistas das instituições financeiras projetaram, na semana passada, uma alta de 5,3% para o resultado do PIB e 2021;
  • Em julho, o governo brasileiro elevou sua expectativa de crescimento do PIB para 5,3% em 2021. Para o Banco Central, a economia crescerá 4,6% neste ano.
Alta em junho

Apesar da relativa estabilidade no PIB no segundo trimestre, o resultado de junho foi positivo. Segundo o Banco Central, o nível de atividade, medido pelo IBC-Br, registrou crescimento de 1,14% em junho.

De acordo com André Perfeito, economista da Necton Investimentos, o resultado de junho veio acima das expectativas, pois as projeções medianas giravam em torno de 0,55% de alta.

"O resultado melhor tem a ver com a reabertura da economia em parte, o que fez Serviços performar melhor com a maior circulação de pessoas e abertura do comércio", avaliou, em comunicado.

EVOLUÇÃO DO IBC-Br
Em %, na comparação com o mês anterior (após ajuste sazonal)
0,880,88-4,84-4,84-9,5-9,51,651,655,545,542,122,121,391,391,531,530,840,840,670,670,460,460,660,661,671,67-1,98-1,980,90,9-0,55-0,551,141,14FEV/20MAR/20ABR/20MAI/20JUN/20JUL/20AGO/20SET/20OUT/20NOV/20DEZ/20JAN/21FEV/21MAR/21ABR/21MAI/21JUN/21-12,5-10-7,5-5-2,502,557,5
Fonte: Banco Central

Na comparação com junho de 2020, o IBC-Br registrou uma expansão de 9,07%, segundo o Banco Central. No acumulado dos 12 meses até junho de 2021, houve crescimento de 2,33% – sem ajuste sazonal.

Com o resultado registrado em junho, o IBC-Br atingiu 140,58 pontos. Com isso, permaneceu acima do patamar registrado antes da pandemia (139,42 pontos em fevereiro de 2020).

Pandemia

O resultado do nível de atividade acontece em meio à pandemia da Covid-19, que começou a atingir a economia de forma mais intensa em março do ano passado.

A partir de maio de 2020, os indicadores começaram a mostram uma retomada da produção e das vendas, e os números oficiais confirmaram a saída do cenário recessivo.

Para tentar evitar um impacto maior da pandemia do PIB e auxiliar os desassistidos, o governo Bolsonaro anunciou, no ano passado, uma série de medidas - com impacto de R$ 524 bilhões nos gastos públicos.

Neste ano, com o avanço da vacinação e queda do distanciamento social, a economia vem registrando um patamar mais alto de expansão.

PIB X IBC-Br

Os resultados do IBC-Br são considerados uma "prévia do PIB". Porém, nem sempre mostraram proximidade com os dados oficiais do Produto Interno Bruto.

O cálculo dos dois é um pouco diferente – o indicador do BC incorpora estimativas para a agropecuária, a indústria e o setor de serviços, além dos impostos, mas não considera o lado da demanda (incorporado no cálculo do PIB do IBGE).

O IBC-Br é uma das ferramentas usadas pelo BC para definir a taxa básica de juros do país. Com um maior crescimento da economia, por exemplo, teoricamente haveria mais pressão inflacionária.

Com a alta recente da inflação, o Banco Central promoveu, em março, o primeiro aumento da taxa básica de juros em quase seis anos, de 2% para 2,75% ao ano.

Os analistas das instituições financeiras estimam que a taxa subirá mais nos próximos meses, atingindo 7,25% no fim de 2021 e de 2022.

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Há 60 anos era erguido o Muro de Berlim, símbolo da Guerra Fria

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Após a 2ª Guerra, a atual capital alemã fora dividida politicamente, mas a circulação era livre. Até que, em 13 de agosto de 1961, uma construção literalmente cimentou a divisão entre o mundo comunista e o capitalista.
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TOPO
Por Marcel Fürstenau, Deutsche Welle

Postado em 13 de agosto de 2021 às 15h10m


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Muro de Berlim — Foto: Sem Fronteiras
Muro de Berlim — Foto: Sem Fronteiras

"Portão de Brandemburgo fechado". Com essa manchete, nas primeiras horas de 13 de agosto de 1961 a agência de notícias Associated Press (AP) anunciava um acontecimento decisivo para a história mundial: a construção do Muro de Berlim.

Nesse dia foi bloqueada a marca registrada da metrópole alemã, situada diretamente na junção entre o Leste e o Oeste. Simultaneamente, soldados do Exército Nacional do Povo (NVA) e tropas de operários da comunista República Democrata Alemã (RDA) obstruíam todos os demais caminhos para Berlim Ocidental, de início com arame farpado.

A operação "Salvaguarda das Fronteiras", comandada pelo futuro chefe de Estado alemão-oriental Erich Honecker, era o último passo para literalmente cimentar a divisão de Berlim. Pois em breve se começaria a erguer um quase intransponível muro de pedra e concreto, de 3,60 metros de altura.

Desse modo, selava-se a última e maior brecha por onde, desde a divisão estatal da Alemanha, em 1949, escapara grande parte dos cerca de 2,6 milhões de refugiados da RDA – na esperança de uma vida melhor, dos pontos de vista material, cultural e político, na República Federal da Alemanha (RFA), no oeste.

Queda do Muro de Berlim completou 30 anos em 2019, relembre
Queda do Muro de Berlim completou 30 anos em 2019, relembre

Símbolo concreto da Guerra Fria

O êxodo em massa empurrara o Estado alemão-oriental cada vez mais à beira da ruína econômica. Faltavam urgentemente sobretudo operários especializados e médicos. Para evitar a continuação da sangria demográfica e, desse modo, colocar uma tranca diante da RDA, os dirigentes em Berlim Oriental só viam uma saída: o Muro.

Na propaganda oficial, contudo, o fechamento da fronteira é justificado de modo bem diferente: "A manutenção da paz exige exige que se dê um fim às atividades dos revanchistas alemães-ocidentais." Essa retórica agressiva era típica de uma época em que a superpotência comunista União Soviética (URSS) e seu rival capitalista Estados Unidos travavam um duelo implacável pelo modelo social supostamente melhor.
Muro de Berlim — Foto: Sem Fronteiras
Muro de Berlim — Foto: Sem Fronteiras

Na disputa, a RDA estava do lado e sob a influência da URSS, enquanto a RFA integrava a facção dos EUA. O perigo de uma terceira guerra mundial, desta vez atômica, era muito real. Ambos os lados expandiam constantemente seus arsenais militares. Fala-se de um "equilíbrio do terror". Essa era, que só terminaria com a queda do Muro de Berlim, em 1989, entraria para a história como Guerra Fria.

Os quatro setores do pós-guerra

Em todas essas décadas, a Berlim dividida foi foco da disputa dos sistemas. Símbolo político da dominação dos nacional-socialistas, de 1933 a 1945, ela fora seccionada em quatro setores pelas potências vencedoras da Segunda Guerra Mundial.

Na parte leste, os soviéticos é que mandavam; no oeste, os americanos, britânicos e franceses. Todas as tentativas dos comunistas de colocarem a metrópole inteiramente sob seu controle fracassaram diante da resistência dos Aliados ocidentais.

O então presidente americano John F. Kennedy definiu Berlim Ocidental democrática como uma "ilha de liberdade no mar comunista". No entanto, foi forçado a aceitar a construção do Muro, da mesma forma que os diretamente atingidos: os mais de 3 milhões de residentes de ambos os lados da "muralha anti-imperialista", como o regime da RDA denominava a proteção de fronteira de cerca de 155 quilômetros de extensão.
Presidente dos EUA à época, John Kennedy observa o lado oriental de Berlim por cima do muro, de uma plataforma, em foto de junho de 1963 — Foto: AP/Arquivo
Presidente dos EUA à época, John Kennedy observa o lado oriental de Berlim por cima do muro, de uma plataforma, em foto de junho de 1963 — Foto: AP/Arquivo

Nos 28 anos de sua existência, mais de 140 cidadãos morreram por causa do Muro de Berlim. Hoje, para recordar esses destinos há o memorial central da rua Bernauer Strasse, onde ainda se manteve um trecho de mais de 200 metros do Muro. Curiosos de todo mundo vão até lá para ter uma ideia do que significou a divisão da atual capital alemã.

O homem que cavou um túnel para os outros

Testemunhas da época relatam suas experiências, entre as quais histórias mirabolantes. Como a de Joachim Rudolph, que, após conseguir escapar, cavou um túnel de 140 metros do Oeste para o Leste, a fim de abrir para outros o caminho da liberdade.

Passados 60 anos da construção do Muro, o ex-cúmplice de evasão é um homem extremamente solicitado. Numa roda de debates da fundação federal para avaliação da ditadura comunista da RDA (Bundesstiftung Aufarbeitung), ele conta sobre uma vivência decisiva, quando inspecionava a área com um amigo, pouco após o bloqueio da fronteira.

"Nós vimos uma cerca de arame farpado atravessada sobre a Bernauer Strasse. Na frente, estavam cinco ou seis soldados de fronteira, de kalashnikov pendurada no pescoço e capacete de aço na cabeça." De repente, os amigos ouviram os brados: "O que é que estão pensando, não sabem ler? Aqui é zona de fronteira! Proibido entrar!"

Nesse momento, Rudolph sentiu que a situação era séria, pois os soldados não deixaram a menor dúvida: se ele e o amigo não dessem meio volta imediatamente, eles iam fazer uso das armas.

O Muro e os muros para os jovens

Testemunhas da época e locais autênticos como a Bernauer Strasse são um ponto de atração em especial para os jovens interessados na história do Muro de Berlim. Lennart Siebels, de 26 anos, cresceu nos limites de Berlim, onde hoje corre o Mauerweg, a "trilha do Muro".

"Morando tão perto do bosque, com essa trilha e essa faixa de areia do lado, naturalmente você se pergunta, desde cedo: 'Por que ela está aí?' Acho que assim o interesse nasceu muito mais cedo do que se eu morasse na cidade."

A relação é bem diferente para Lena Quincke, de 22 anos, nascida no Camarões, filha de pai alemão, e crescida na Etiópia. Apesar de só ter vindo para a Alemanha em 2017, estudava na África numa escola alemã, e o Muro de Berlim fazia parte do currículo.

Desde que está no país, contudo, conseguiu ter uma noção melhor de como er a da Berlim antes dividida tornou-se muito mais diferenciada: "Quando se vê estes restos de construção e sabe que antes aqui havia um muro, e que a gente não podia simplesmente passar, isso desencadeia muitos sentimentos." E questões, como "com que parte da Alemanha você se associa".

Apesar de suas biografias tão diversas, ambos partilham uma característica típica de sua geração: ao escutar a palavra "muro", não pensam imediatamente no que cortou Berlim de 1961 a 1989, mas naquele planejado pelo ex-presidente americano Donald Trump, entre os EUA e o México. O de Berlim, afinal, "eu nem vivenciei", explica Siebels.

Quincke vê paralelos entre os velhos e os novos muros. Sobretudo os perigos são iguais: onde está um, há sempre alguma brecha, os seres humanos sempre encontram um jeito de ultrapassar, "e isso termina para muitos de modo muito sangrento ou perigoso".

Como exemplo, ela cita a divisão entre Israel e os territórios palestinos, especificamente o muro de Jerusalém. Lá se vê o impacto sobretudo sobre a população civil. Não importa de que muro se fale, a reação de Quincke é de repulsa: "Com certeza, para mim é sempre uma 'bandeira vermelha'."

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