Objetivo:
“Projetando o futuro e o desenvolvimento autossustentável da sua empresa, preparando-a para uma competitividade e lucratividade dinâmica em logística e visão de mercado, visando sempre e em primeiro lugar, a satisfação e o bem estar do consumidor-cliente."
Você já imaginou como era o pedaço de terra onde hoje fica o Brasil antes dos continentes se separarem? E onde ficava sua cidade? ===+===.=.=.= =---____--------- ---------____------------____::_____ _____= =..= = =..= =..= = =____ _____::____-------------______--------- ----------____---.=.=.=.= +====
Por BBC 31/08/2020 18h25 Atualizado há 4 horas Postado em 31 de agosto de 2020 às 22h30m
Um mapa feito por paleontólogos que perceberam que essa curiosidade é bem comum foi disponibilizado online e permite ver o desenvolvimento do planeta ao longo de diversas eras geológicas.
Então se você mora em, digamos, Teixeira de Freitas, no interior da
Bahia, é possível colocar o nome da cidade na barra de busca e
acompanhar o desenvolvimento geológico da região onde hoje fica a cidade
ao longo de milhares e milhares de anos, conforme os continentes foram
se separando.
Uma barra de opções permite que você veja como era a Terra em diversos
momentos do seu desenvolvimento geológico a partir de 750 milhões de
anos atrás até os dias de hoje. E, ao colocar o nome de sua cidade, você
consegue ver o ponto onde ela se encontrava ao longo dessas enormes
mudanças do planeta.
A configuração dos continentes nem sempre foi como é hoje — Foto: Nasa/AFP
O mapa mostra, por exemplo, que há 260 milhões de anos os continentes
já haviam começado a se separar, mas o local onde hoje fica a cidade do
Rio de Janeiro ficava no meio de uma grande massa de terra, longe do
mar.
Nessa época — o fim do período permiano — a Terra estava perto da maior
extinção em massa da história, que varreu do planeta cerca de 90% das
espécies.
Informações como essa estão disponíveis no mapa para cada uma das eras geológicas mostradas.
Terra em Transe
A ferramenta interativa foi criada por Ian Webster, um engenheiro que é
ex-funcionário do Google, usando os mapas paleontológicos
desenvolvimentos pelo geólogo Christopher Scotese.
Webster criou a ferramenta, que você encontra no site Dinosaur Database
como uma forma de ajudar as pessoas a aprenderem mais sobre o planeta
em que vivemos e entenderem conceitos como o movimento das placas
tectônicas (grandes massas de rocha que flutuam sobre o magma e onde os
continentes estão localizados).
Os dados científicos são disponibilizados de uma forma que é simples de
usar tanto para professores e alunos quanto para qualquer pessoa
curiosa pela história do planeta.
"O mapa mostra que o nosso ambiente é dinâmico e pode mudar", disse Webster ao canal de notícias americano CNN.
"A história da Terra é mais longa do que podemos conceber, e o arranjo
atual das placas tectônicas e dos continentes é um acidente do tempo.
Será muito diferente no futuro, e a Terra pode durar mais que todos
nós", afirmou.
Comércio de até R$ 100 mil por pedra causa polêmica na cidade de Santa Filomena. Pedra de 40 kg é disputada entre Museu Nacional e colecionadores de meteoritos. ===+===.=.=.= =---____--------- ---------____------------____::_____ _____= =..= = =..= =..= = =____ _____::____-------------______--------- ----------____---.=.=.=.= +==== Por Laís Modelli e Rodrigo Ortega, G1 30/08/2020 16h28 Atualizado há uma hora Postado em 30 de agosto de 2020 às 17h35m
Junto dos moradores, eles vasculham terrenos e mata em busca das
pedras. A única pousada da cidade, que funciona junto de posto de
gasolina, virou "centro comercial", onde meteoritos maiores podem valer
mais de R$ 100 mil.
Os primeiros cientistas a chegarem a Santa Filomena,
a 719 km do Recife, foram quatro pesquisadoras da Universidade Federal
do Rio de Janeiro (UFRJ), lideradas pela curadora do Setor de Meteoritos
do Museu Nacional da UFRJ, Maria Elizabeth Zucolotto.
"Chegamos no dia seguinte à chuva de meteoritos e já não tinha lugar
para ficar na pousada da cidade. Estamos hospedadas na casa de uma
moradora", conta Zucolotto. O foco é achar as pedras de mais de 4, 6 bilhões de anos, formadas antes de o planeta Terra existir.
Na pousada estão "caçadores" estrangeiros com objetivos particulares.
Os cientistas brasileiros buscam as pedras para pesquisa e para museus.
Pesquisadores locais também tentam manter na cidade pelo menos parte do
valor científico e turístico da chuva de meteoros.
Apesar de saírem todos os dias às 6 horas da manhã, munidas com foice e
facão para vasculhar os terrenos, as mulheres do Rio ainda não
encontraram nenhuma pedra.
"Tentamos comprar algumas com os moradores, mas eles não querem negociar porque somos mulheres", conta Zucolotto.
Além de buscar pedras para a pesquisa científica, a curadora pretende
levar algumas para a coleção de meteoritos do Museu Nacional, uma das
maiores do Brasil, mas que sofreu danos após o incêndio de grandes proporções que destruiu o local, em 2018.
Até o momento, o grupo, que se intitula "as meteoríticas", conseguiu adquirir uma "pequenininha" de 14 gramas por R$300.
Uma segunda, com 2,8 kg, está sendo negociada com um caçador de
meteorito americano por R$18 mil. Se realizada a compra, o meteorito
será levado para o Museu Nacional.
O meteorito mais cobiçado pesa quase 40 kg.
Por causa do seu valor estimado, de ao menos $120 mil, a pessoa que
encontrou-o não se identificou para a cidade e não foi informado o local
onde o objeto caiu.
Segundo as fontes ouvidas pela reportagem, a pedra está sob a proteção da polícia. O G1não conseguiu contato com o órgão para confirmar a informação.
Morador de Santa Filomena mostra meteorito de quase 40kg - Arquivo Pessoal - Flávio Filó
Em volta da igreja
O estudante de administração Edimar da Costa Rodrigues, de 20 anos,
estava em casa quando viu o céu se encher de fumaça e o WhatsApp lotar
de mensagens dizendo que tinha chovido pedra.
Ele saiu para a rua e achou no meio da praça em frente à Igreja Matriz,
exatamente no centro da cidade, uma pedrinha de 7 cm e 164 gramas.
Ela estava perto de onde caiu a pedra de 2,8 kg cobiçada pelas
"meteoríticas". O fato de os fragmentos que acreditava-se serem os
maiores caírem em volta da Igreja deixou os moradores ainda mais
espantados. O"milagre"ficou maior quando viram seu valor.
"O preço está chegando a R$40 por grama", explicou Edimar, que não quis
revelar o valor da venda. Ele aponta um viés de alta: dias atrás, o
grama custava metade do preço. Edimar vendeu a sua pedra a outro
"caçador", também americano.
Localizada no sertão nordestino, Santa Filomena tem 14.172 habitantes,
segundo o IBGE. Cerca de 3 mil moram no centro, mas a maior parte está
na zona rural, onde predominam plantações de feijão e mandioca.
"A cidade aqui é 90% de agricultores. Tem pouco comércio, nada que gere
muito emprego. É bem humilde, de gente de baixa renda. A maioria das
pessoas está achando muito bom. Eu tenho noção de que talvez essas
pedras valham bem mais, mas as pessoas precisam de uma renda", diz
Edimar.
'Dinheiro caiu do céu'
Meteorito com 40 kg que caiu no sertão pernambucano custa mais de R$100
mil. É o maior meteorito inteiro que já caiu no Brasil, segundo
pesquisadora do Museu Nacional. — Foto: Flávio Filo
Se as pedras grandes que caíram perto da igreja causaram assombro, a de
38,2 kg teve até cerimônia própria. "Na sexta-feira (28), um
representante do dono levou a pedra para o posto de gasolina onde
fazemos o comércio para mostrar ao público", conta Zucolotto.
Na ocasião, segundo o caçador americano que está negociando com o Museu
Nacional (ele não quis se identificar), algumas pessoas fizeram ofertas
para a compra da pedra. O americano foi um deles.
"Sei o que aconteceu no Museu Nacional, do incêndio, e claro que
preferiria que o meteorito ficasse no Brasil, mas se o Museu não tiver
dinheiro para compra-lo, eu comprarei", disse o caçador americano, que
já havia comprado 10 meteoritos até o sábado (29).
Ele não revelou o valor ofertado com medo de atrair "criminosos".
"Só posso falar que é muito dinheiro. O fato é que os moradores estão
querendo um valor muito caro pelas pedras. É uma área muito pobre, onde o
dinheiro caiu do céu. Está sendo muito bom para a cidade", disse o
americano.
Morador de Santa Filomena divulgou imagem da venda de meteoritos para 'caçadores' americanos — Foto: Reprodução
Valor científico
"Este meteorito é do tipo condrito. É um dos primeiros minerais que se
formou no Sistema Solar, antes da Terra. É como se fosse um 'resto de
construção' do sistema. Ele pode contar para a gente um pouco da
pré-história desta formação", explica o pesquisador do Instituto de
Química da Universidade de São Paulo (USP), Gabriel Gonçalves Silva.
A importância do estudo destas pedras está no passado remoto, mas
também no futuro: elas permitem entender melhor quando e como as
próximas podem aparecer.
"Além disso, estudá-los permite saber informação sobre a dinâmica dos
meteoros: quando eles caem na Terra, as possibilidades de novos
impactos, a dinâmica de queda, o que influencia na queda", acrescenta
Silva.
Uma luz para a cidade
Além de um valor inestimável para a ciência, esse tipo de pedra,
segundo o professor da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE),
Antônio Carlos Miranda, tem alto valor de mercado.
"Meteorito é uma coisa rara, é uma joia, um diamante da ciência. Vale dinheiro", explica Miranda.
“Para mim, meteorito é como uma jazida. O proprietário dele é o dono do
terreno. Do ponto de vista ético, não sei do jurídico, eu não faria
isso, dar dinheiro [para quem encontrou o meteorito] e levar embora”,
diz o professor.
Após explosão, meteoritos atingem cidades do sertão de Pernambuco
Comparando o comércio dos meteoritos com “um português que dá um
espelho para o índio para levar o minério do Brasil”, Miranda e mais um
grupo de pesquisadores tentam movimentar pessoas e governo em Pernambuco
para deixar o meteorito na cidade.
”Nada mais justo do que o governo de Pernambuco e a prefeitura de Santa
Filomena dizer que qualquer pedra que caiu é da cidade. Fazer uma
guarda do material e fazer um projeto para capacitar os professores da
região”, afirma Miranda.
O pesquisador cita como exemplo a cidade pernambucana de Alagoinha,
onde meteorito caiu em 1923. "Fizemos um projeto de lei criando o dia do
meteorito. Criamos um clube de astronomia. A gente leva ciência para
cidade", conta Miranda.
"A gente brinca que o meteorito é a sonda espacial do homem pobre,
porque a gente não precisa ir para o espaço, a pedra cai do céu", diz
Zucolotto.
O comércio de meteoritos
O caçador americano que negocia o meteorito de 40 kg mora em Arizona,
nos Estados Unidos, e ficou sabendo da chuva de meteoritos em Pernambuco
"duas horas após o evento ocorrer", diz, por meio de uma notícia que
circulava nas redes sociais. No mesmo dia, ele comprou passagens de
avião e embarcou para o Brasil.
Além de colecionar meteoritos do mundo todo - ele conta que sua casa
parece um museu e que chegou a viajar de duas em duas semanas para
comprar meteoritos na África - o americano também vende os artefatos.
"Vendo para museus e para outros colecionadores, mas não é um negócio grande, gosto de colecionar", diz.
A pesquisadora da UFRJ Amanda Tosi, que faz parte da equipe de
Zucolotto e também está na cidade buscando os fragmentos, explica que
caçadores costumam ser chamados de "traficantes de meteoritos" por
aqueles que são contra o comércio das pedras.
As pesquisadoras da UFRJ que estão caçando os meteoritos no sertão de
Pernambuco, as "meteoríticas": Maria Elizabeth Zucolotto, Amanda Tosi,
Diana Andrade e Sara Nunes. — Foto: Reprodução/redes sociais
"Eu não vejo assim. Aqui tem caçador dos EUA, Porto Rico, Uruguai e
outros estados do Brasil. Estamos trabalhando em cooperação.
Tem o
interesse econômico, mas se não estivéssemos aqui e se a população não
estivesse buscando os meteoritos para vender, eles ficariam perdidos no
mato", diz Tosi.
A pesquisadora estima que, até este sábado, entre 100 a 200 fragmentos do meteorito foram encontrados em Santa Filomena.
A regra não é clara
Não há uma legislação específica no Brasil que determine a posse de um meteorito ou que regulamente o seu comércio.
Em Santa Filomena, os meteoritos que caíram em locais públicos, como a
Praça da Matriz, ficaram com quem achou primeiro. Os que foram achados
perto de casas ficaram com seus proprietários.
Ao contrário de países como Argentina e Austrália, onde há uma regra e
os meteoros são bens públicos, o Brasil não tem uma legislação sobre a
posse e o comércio de meteoritos.
"Na prática, o Brasil acaba seguindo o padrão da lei americana, que é o
seguinte: o meteorito é de posse do dono do local onde ele caiu",
explica o pesquisador da USP Gabriel Gonçalves Silva, que é membro da
Bramon, rede brasileira de observação de meteoros.
Boliviano barrado
Mesmo sem uma regra clara, é possível que, ao tentar saírem do Brasil
com os meteoritos sem avisar às autoridades, estes estrangeiros tenham
problemas.
O G1entrou em contato com a Agência Nacional de Mineração, mas não teve retorno até a publicação da reportagem.
A Convenção de Propriedade Cultural da Organização das Nações Unidas
para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), assinada por mais de
cem países, inclusive o Brasil, estabelece que um “bem de interesse
científico” só pode ser levado de um país com autorização do governo
local.
Venda de meteoros pela internet — Foto: Reprodução
Ainda assim, há um comércio internacional aberto de meteoritos na
internet. Em um site americano, há anúncios de diversos meteoritos por
mais de R$ 300 mil, e um deles é oferecido por R$ 1,38 milhão.
"O preço de meteoritos não segue um padrão, é um caso extremo de oferta e de procura", conta Silva.
A queda em Pernambuco "fez muito barulho entre os colecionadores e
pesquisadores. Tem uma procura muito grande e de repente os preços
aumentaram. Se saturar o mercado, o preço pode despencar", ele afirma.
"Tem poucas pessoas com dinheiro e capacidade para comprar uma pedra de
40 kg", diz Silva sobre a pedra maior, de destino ainda incerto.
Um pesquisador que esteve no local, e não quis se identificar, diz que
tenta conscientizar a população de Santa Filomena para não vender os
fragmentos.
"Os gringos milionários compram esses fragmentos para levar ou vender
no exterior, sendo que poderíamos construir um museu na cidade. Isso
atrairia turistas e seria bom para a pesquisa", diz o pesquisador.