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sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

Rover chinês detecta evidências de antigas margens oceânicas em Marte

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O rover, que operou entre maio de 2021 e maio de 2022, percorreu cerca de 1,9 km em uma área que exibe características de superfícies que sugerem uma antiga linha costeira.
TOPO
Por Will Dunham

Postado em 28 de Fevereiro de 2.025 às 07h05m

#.* Post. - Nº.\  11.530*.#

Ilustração mostra Marte há 3,6 bilhões de anos, quando um oceano pode ter coberto metade do planeta. Estrelas marcam locais dos rovers Zhurong (China) e Perseverance (EUA). — Foto: Robert Citron/Handout via REUTERS
Ilustração mostra Marte há 3,6 bilhões de anos, quando um oceano pode ter coberto metade do planeta. Estrelas marcam locais dos rovers Zhurong (China) e Perseverance (EUA). — Foto: Robert Citron/Handout via REUTERS

Dados de radar de penetração de solo obtidos pelo rover chinês Zhurong revelaram evidências enterradas sob a superfície marciana do que parecem ser praias de um grande oceano que pode ter existido há muito tempo nas planícies do norte de Marte.

As descobertas são as mais recentes evidências indicando a existência desse hipotético oceano, chamado Deuteronilus, cerca de 3,5 a 4 bilhões de anos atrás, época em que Marte -- agora um planeta frio e desolado -- possuía uma atmosfera mais espessa e um clima mais quente.

Um oceano de água líquida na superfície de Marte, segundo cientistas, pode ter abrigado organismos vivos, assim como os mares primordiais da Terra.

O rover, que operou entre maio de 2021 e maio de 2022, percorreu cerca de 1,9 km em uma área que exibe características de superfícies que sugerem uma antiga linha costeira. Seu radar de penetração de solo, que transmitiu ondas de rádio de alta frequência para o chão, que refletiram as características do subsolo, sondou até 80 metros abaixo da superfície.

As imagens de radar detectaram cerca de 10 a 35 metros de camadas subterrâneas espessas de materiais com propriedades similares às da areia, todas inclinadas na mesma direção e em um ângulo semelhante ao das praias da Terra, logo abaixo da água, onde o mar encontra a terra. Os pesquisadores mapearam essas estruturas em 1,2 km ao longo da trajetória do rover.

"A superfície de Marte mudou dramaticamente ao longo de 3,5 bilhões de anos, mas, usando o radar de penetração de solo, encontramos evidências diretas de depósitos costeiros que não eram visíveis da superfície", disse o cientista planetário da Universidade de Guangzhou, Hai Liu, membro da equipe científica da missão chinesa Tianwen-1, que incluiu o rover.

Marte tem um oceano 'escondido' de água no estado líquido, sugere novo estudo

Na Terra, depósitos de praia desse tamanho teriam precisado de milhões de anos para serem formados, segundo os pesquisadores, sugerindo que, em Marte, havia um corpo d’água grande e de vida longa, com ação de ondas que distribuíam sedimentos levados até ele por rios que fluíam das terras altas próximas.

"As praias teriam sido formadas por processos similares aos da Terra -- ondas e marés", afirmou Liu, um dos líderes do estudo publicado nesta segunda-feira na revista Proceedings of the National Academy of Sciences.

"Oceanos como esses teriam influenciado profundamente o clima de Marte, moldado sua paisagem e criado ambientes potencialmente adequados para que a vida surgisse e prosperasse."

"Costas são ótimos locais para procurar evidências de vidas passadas", disse o cientista planetário e co-autor do estudo, Michael Manga, da Universidade da Califórnia, em Berkeley.

"Acredita-se que a vida mais antiga na Terra tenha começado em locais como esse, perto da interface do ar e da água rasa."

O rover explorou a parte sul de Utopia Planitia, uma grande planície no hemisfério norte de Marte e pesquisadores descartaram outras possíveis explicações para as estruturas que o Zhurong detectou. 

A Terra, Marte e os outros planetas do sistema solar foram formados há cerca de 4,5 bilhões de anos. Isso significa que o Deuteronilus teria desaparecido em aproximadamente 1 bilhão de anos de existência de Marte, quando o clima do planeta mudou drasticamente. Segundo os cientistas,  parte da água pode ter se perdido no espaço, mas grandes quantidades podem ter ficado presas no subsolo. 

Um estudo publicado no ano passado, com base em dados sísmicos obtidos pela sonda robótica InSight, da Nasa, descobriu que um imenso reservatório de água líquida pode estar localizado nas profundezas da superfície marciana, dentro de rochas ígneas fraturadas. 

Novas imagens da Nebulosa do Anel são capturadas pelo supertelescópio James Webb

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Erupção do Vesúvio transformou cérebros em vidro, mostra estudo

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Análises revelaram que a vitrificação do tecido cerebral ocorreu devido a um processo único de exposição rápida a temperaturas extremamente altas, seguida de um resfriamento igualmente veloz.
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Por Roberto Peixoto, g1

Postado em 28 de Fevereiro de 2.025 às 06h00m

#.* Post. - Nº.\  11.529*.#

Esqueleto de uma vítima da erupção do Vesúvio, ainda deitado na cama no Collegium Augustalium, em Herculano. — Foto: Pier Paolo Petrone
Esqueleto de uma vítima da erupção do Vesúvio, ainda deitado na cama no Collegium Augustalium, em Herculano. — Foto: Pier Paolo Petrone

Uma equipe internacional de cientistas anunciou nesta semana uma descoberta surpreendente que lançou uma nova luz sobre os eventos catastróficos ocorridos durante a erupção do Vesúvio, em 79 d.C.

Fragmentos de vidro orgânico foram encontrados dentro do crânio de uma vítima da catástrofe, no que seria o primeiro caso conhecido de vitrificação do tecido cerebral humano.

O achado foi feito no Collegium Augustalium, um importante edifício da antiga cidade romana, onde o corpo de um jovem adulto do sexo masculino foi descoberto em sua cama, preservado nas cinzas vulcânicas por quase dois milênios.

As análises revelaram que a vitrificação do tecido cerebral ocorreu devido a um processo único de exposição rápida a temperaturas extremamente altas, seguida de um resfriamento igualmente veloz.

"Nossos estudos indicam que o cérebro foi exposto a temperaturas de pelo menos 510°C, antes de resfriar rapidamente, permitindo a formação deste vidro orgânico único", explica Guido Giordano, professor do Departamento de Ciências da Universidade Roma Tre, na Itália.

Pedaço de vidro orgânico encontrado dentro do crânio de uma vítima da erupção do Vesúvio em Herculano. — Foto: Pier Paolo Petrone
Pedaço de vidro orgânico encontrado dentro do crânio de uma vítima da erupção do Vesúvio em Herculano. — Foto: Pier Paolo Petrone

Extremamente raro na natureza e praticamente inédito em material orgânico, o processo de vitrificação requer condições muito específicas.

Por isso, no caso do jovem encontrado em Herculano, os pesquisadores acreditam que a erupção tenha produzido uma onda de calor intensa o suficiente para carbonizar a madeira e os móveis ao redor, atingindo temperaturas que permitiram a conversão do tecido cerebral em vidro ANTES que a área fosse rapidamente soterrada pelas cinzas.

Amostra do vidro orgânico sob luz direta, parte de uma figura publicada no estudo. — Foto: Guido Giordano et al./Scientific Reports
Amostra do vidro orgânico sob luz direta, parte de uma figura publicada no estudo. — Foto: Guido Giordano et al./Scientific Reports

O fenômeno da vitrificação de tecidos biológicos já havia sido observado em experimentos laboratoriais, mas nunca antes havia sido identificado em restos humanos arqueológicos.

"É provável que as condições particulares ocorridas no início da erupção no local da descoberta, bem como a proteção oferecida pelos ossos do crânio e da coluna vertebral do indivíduo, tenham criado as condições para que o cérebro e a medula óssea sobrevivessem ao impacto térmico, permitindo então a formação deste vidro orgânico único", acrescenta o professor Pier Paolo Petrone, da Universidade de Nápoles Federico II.

Infográfico mostra local da erupção do Monte Vesúvio, em Pompeia, no século I — Foto: Arte g1
Infográfico mostra local da erupção do Monte Vesúvio, em Pompeia, no século I — Foto: Arte g1

Por essa razão, os cientistas agora pretendem realizar mais análises químicas nos fragmentos vítreos para determinar se ainda há vestígios de proteínas e lipídios preservados neles, o que poderia fornecer informações valiosas sobre a estrutura cerebral da vítima e as condições ambientais da erupção.

O fenômeno foi uma das erupções mais devastadoras da história da humanidade e resultou na destruição das cidades romanas de Pompeia, Herculano e outras localidades vizinhas.

As temperaturas extremas e a rápida deposição das cinzas vulcânicas preservaram muitos corpos e outras estruturas, fornecendo aos arqueólogos um registro excepcional da vida na Roma Antiga e dos impactos dessa tragédia.

Vista das ruínas de Herculano com o Monte Vesúvio ao fundo, local da erupção que soterrou a cidade no ano 79 d.C. — Foto: Pier Paolo Petrone
Vista das ruínas de Herculano com o Monte Vesúvio ao fundo, local da erupção que soterrou a cidade no ano 79 d.C. — Foto: Pier Paolo Petrone

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