Objetivo:
“Projetando o futuro e o desenvolvimento autossustentável da sua empresa, preparando-a para uma competitividade e lucratividade dinâmica em logística e visão de mercado, visando sempre e em primeiro lugar, a satisfação e o bem estar do consumidor-cliente."
Robson Jesus visitou os 193 países reconhecidos pela ONU em dois anos e 42 dias. Descubra quais países chamaram mais sua atenção e por quê. <<<===+===.=.=.= =---____-------- ----------____---------____::____ ____= =..= = =..= =..= = =____ ____::____-----------_ ___---------- ----------____---.=.=.=.= +====>>> Por Lara Castelo Postado em 23 de dezembro de 2024 às 09h00m
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Robson Jesus na Noruega, no Afegasnistão e no Egito. — Foto: Acervo pessoal
O paulista Robson Jesus, de 35 anos, conquistou o posto do homem que
visitou em menos tempo todos os países do mundo, segundo o Guinness
World Records, guia de recordes internacionais.
🌍 Ele viajou durante dois anos e 42 dias, passando pelos 193 países reconhecidos pela ONU, e foi incluído no Guinness em meados de outubro.
A viagem começou em 28 de fevereiro de 2022 na Tailândia, no Sudeste Asiático, e terminou em São Paulo, no Brasil, no dia 10 de abril de 2024.
Robson ficou cerca de 3 dias em cada local e passou por 35 países na América; 49 na Europa; 54 na África; 44 na Ásia e 14 na Oceania.
No mapa abaixo, os países selecionados aparecem na ordem que foram visitados pelo viajante.
✈️De onde surgiu a ideia da viagem
Robson cresceu na periferia de Osasco, na Região Metropolitana de São Paulo, e há 10 anos não tinha nem passaporte. Ele trabalhava como gestor hospitalar e saiu do Brasil pela primeira vez em 2014 rumo a Buenos Aires, na Argentina, apenas com o RG.
A ideia da viagem surgiu durante a pandemia, em 2021, momento em que
Robson começou a refletir mais sobre os seus planos e decidiu tirar da
"baú" o sonho de conhecer o mundo.
O primeiro passo foi buscar informações
de outros viajantes on-line. Foi aí que ele percebeu a falta criadores
de conteúdo de viagens negros, com quem ele se identificasse.
Mas isso não o abalou, pelo contrário, deu gás para ele fazer uma viagem ainda mais relevante.
"Eu
decidi mudar esse cenário e, como homem negro, conquistar o posto do
homem que viajou por todos os países do mundo mais rápido", conta.
💸Quanto custou a viagem?Ele começouo percursocom R$ 100 mil que tinha guardados e acabou gastanto R$ 700 mil no total.
Robson conta que conseguiu os recursos como influenciador digital,
produzido conteúdos - vídeo e fotos - pagos para diferentes empresas.
🌍Vale destacar que a pessoa (de qualquer gênero) que visitou em menos tempo todos os países do mundo é a canadense Taylor Demonbreun, que fez o percurso em um ano e 189 dias. Robson conquistou o título do homem que realizou o feito mais rápido.
Atuns-rabilho são sensíveis ao aumento das temperaturas dos oceanos; países criaram quotas de pesca mais sustentáveis e passaram a combater a pesca ilegal para driblar impacto. <<<===+===.=.=.= =---____-------- ----------____---------____::____ ____= =..= = =..= =..= = =____ ____::____-----------_ ___---------- ----------____---.=.=.=.= +====>>> Por BBC 22/12/2024 16h25 Atualizado há 16 horas Postado em 23 de dezembro de 2024 às 08h25m
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O atum-rabilho é altamente sensível às mudanças de temperatura dos oceanos. — Foto: Getty Images via BBC
US$ 3,1 milhões (cerca de R$ 18,7 milhões).
O magnata do sushi Kiyoshi Kimura pagou este valor extraordinário por
um atum-rabilho (bluefin) em 2019, durante um leilão em Tóquio, no
Japão. O atum de 278 kg (o mesmo peso de um urso-cinzento) foi o peixe
mais caro da história.
O atum é a família de peixes com maior valor comercial do mundo. E o
atum-rabilho, tipicamente utilizado em sushis e sashimis, é o mais caro
deles, segundo Sarah Glaser, diretora da equipe de futuro dos oceanos da
ONG ambientalWWF nosEstados Unidos.
Um único atum-rabilho atinge o preço de mais de uma tonelada de
atum-bonito, a menor e mais abundante espécie de atum. O alto preço
levou à pesca excessiva e a enorme demanda globalpor sushi reduziu gravemente a população da espécie, que chegou à beira da extinção em 2010.
Existem três espécies de atum-rabilho, ou bluefin: o do Atlântico, do Pacífico e do Sul.
O atum-rabilho-do-atlântico se alimenta em águas do litoral da América do Norte, da Europa e da África. Eles desovam no Golfo do México e no mar Mediterrâneo.
O atum-rabilho-do-pacífico desova no oeste do Oceano Pacífico e migra
por mais de 8 mil quilômetros para se alimentar no litoral da
Califórnia. E o atum-rabilho-do-sul se alimenta nas águas temperadas em
volta da Austrália e migra para o sudeste de Java para desovar.
Em 2021, a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na
sigla em inglês) reduziu a classificação do atum-rabilho-do-atlântico
de "ameaçado" para "menor preocupação". Paralelamente, o
atum-rabilho-do-pacífico se recuperou, atingindo níveis superiores aos
objetivos internacionais com uma década de antecedência.
Já o atum-rabilho-do-sul continua ameaçado, mas não está mais "criticamente ameaçado" na lista vermelha da IUCN.
"É uma grande história de sucesso", comemora o gerente do projeto de pesca da WWF, Alessandro Buzzi, especialista na pesca do atum.
"Conseguimos
reverter esta tendência de pesca excessiva e colapso iminente das
populações em menos de 20 anos. Estamos agora em uma situação em que a
pesca excessiva deixou de ser uma ameaça."
Os cientistas alertam que estas alterações causar impactos a outros animais marinhos e às comunidades de pescadores.
Medindo entre 1,8 e 3 metros, o bluefin é o maior atum do mundo. Ele pode viver até 40 anos.
Estes peixes são superpredadores. Eles caçam visualmente diversas espécies de peixe, como arenques e cavalinhas.
Eles são peixes de sangue quente e estão entre os nadadores mais
rápidos do planeta. Os atuns-rabilho migram por milhares de quilômetros
todos os anos para desovar e caçar, mas seus padrões de migração, agora,
começam a se alterar.
Mudanças climáticas provocaram deslocamento de 22 milhões de pessoas no mundo nos últimos 10 anos
Um estudo recente do Serviço Nacional de Pesca Marinha dos Estados Unidos
concluiu que os atuns-rabilho-do-atlântico, grandes e pequenos, estão
se mudando mais para o norte, até o litoral do Estado americano de
Massachusetts, à velocidade de 4 a 10 km por ano.
Cientistas irlandeses descobriram, em 2019, seis
atuns-rabilho-do-atlântico gigantes que se afastaram das suas rotas de
migração, estabelecidas entre a Irlanda e o golfo de Biscaia, entre a
Espanha e a França, ou o Dorsal do Atlântico Norte, e se moveram mais
para o norte, em direção à Islândia. Acredita-se que esta nova rota se
deva a uma onda de calor marinho.
"Estamos observando atuns-rabilho se alimentando em regiões incomuns,
como o mar do Norte [entre a Escandinávia e o Reino Unido], em torno da
Escandinávia e na Islândia", explica Buzzi. "Já estamos observando
mudanças dos padrões de migração."
Existem também preocupações com o impacto do aumento das temperaturas
sobre os campos de desova, segundo Buzzi. Em junho e julho, os
atuns-rabilho-do-atlântico migram para o Mediterrâneo para desovar, o
que faz do mar Mediterrâneo o mais importante local de pesca de
atum-rabilho do mundo.
Mas o Mediterrâneo também é um foco da crise climática. As projeções
indicam que, até o final do século, as temperaturas médias da superfície
do Mediterrâneo irão aumentar em 1 a 3 °C.
"Com
restrições tão estreitas e sem muita circulação e renovação, em
comparação com as grandes bacias oceânicas, o mar Mediterrâneo irá
[sofrer] impactos muito maiores e mais rápidos com as mudanças
climáticas", afirma Glaser.
O aumento das temperaturas pode afastar os jovens atuns do Mediterrâneo
nos próximos 50 anos, segundo um estudo da Universidade de Southampton,
no Reino Unido. O estudo concluiu que temperaturas do mar acima de 28
°C prejudicam o metabolismo e o crescimento dos jovens atuns-rabilho.
Para descobrir este limite crítico de temperatura, o professor de
ecologia geoquímica Clive Trueman, da Universidade de Southampton,
desenvolveu um método pioneiro, que analisa o metabolismo do
atum-rabilho pelos seus ouvidos.
Especificamente, Trueman e sua equipe procuraram uma característica
chamada otólito – uma estrutura de carbonato de cálcio encontrada no
ouvido interno dos peixes, responsável pelo seu equilíbrio e pela
percepção de ruídos e vibrações.
Da mesma forma que os anéis das árvores, os otólitos revelam a idade
dos peixes e contêm isótopos que descrevem suas condições ambientais no
passado, segundo Trueman.
O professor explica que os isótopos de oxigênio revelam a temperatura
da água onde os peixes viveram e os isótopos de carbono indicam a
rapidez com que o peixe transformava alimento em energia – ou seja, seu
metabolismo.
"Estas duas informações em conjunto nos fornecem a temperatura à qual
vivia o peixe e sua velocidade metabólica", explica Trueman.
O nível de detalhes revelados pelos ossos sobre as condições de vida
dos peixes não tem precedentes. "É surpreendente. Basicamente, é como
ter um smart watch", diz o professor.
Os atuns-rabilho precisam de água quente para desovar. Seus ovos se
desenvolvem quando as temperaturas atingem 20 °C. Mas, se a água se
aquecer acima de um certo limite, seu metabolismo começa a cair. "Este
limite é de 28 °C", segundo Trueman.
A temperatura do mar Mediterrâneo ultrapassou este limite crítico em
agosto de 2024, quando a temperatura média diária da superfície chegou
ao nível recorde de 28,45 °C.
Segundo Trueman, estudos demonstram que a espécie passa a maior parte
do tempo nos 20 metros superiores da coluna de água. "Por isso, é
provável que as temperaturas da água da superfície no Mediterrâneo sejam
realmente críticas para os atuns jovens (com menos de um ano de
idade)", explica ele.
O atum-rabilho, ou bluefin, é o peixe mais caro do mundo. — Foto: Getty Images via BBC
À medida que aumentam as temperaturas dos oceanos, espera-se que o
atum-rabilho mude suas áreas de criação para longe do Mediterrâneo até
águas mais frias, como o golfo de Biscaia, segundo Trueman. "Se o
habitat dos jovens realmente começar a mudar, eles serão forçados a
[migrar para] locais com outros tipos de pesca tradicionais."
A preocupação é que os jovens atuns acabem sendo pescados em locais de
desova de anchovas e sardinhas no golfo de Biscaia. "É preciso pensar em
como alterar o monitoramento ou as regulamentações de pesca para se
adaptar a essa mudança de distribuição", explica o professor.
Como salvar o atum
A mudança dos padrões de migração também irá afetar as comunidades
pesqueiras que dependem da pesca do atum para sua sobrevivência, segundo
Alessandro Buzzi.
"No Mediterrâneo, muitas comunidades pesqueiras dependem historicamente
da passagem do atum pela sua região do litoral em determinada época do
ano", explica ele.
"O atum traz trabalho com base nessas migrações. Se as mudanças
climáticas alterarem os padrões migratórios, este sistema pode deixar de
ser confiável."
"[Estas comunidades] não observam a mudança das temperaturas dos
oceanos e os modelos ecológicos. O que eles veem é que precisam ir mais
longe para pescar", segundo Sarah Glaser. "Eles veem que os peixes estão
se mudando, que eles estão alterando seus hábitos migratórios."
Buzzi destaca que comunidades pesqueiras menores já estão sofrendo os
impactos das medidas rigorosas introduzidas para evitar a pesca
excessiva do atum-rabilho nas últimas duas décadas.
No início dos anos 2000, "costumava haver centenas de barcos de pesca
de atum-rabilho na Itália... não havia regras", relembra ele. "Era
possível pescar bluefin sem restrições, de qualquer idade, mesmo antes
que eles atingissem a maturidade sexual."
A livre pesca beneficiou barcos de pesca grandes e pequenos, mas também
fez com que a população da espécie chegasse perto do colapso em 2007.
As novas quotas de pesca rigorosas levaram ao colapso de grande parte
do setor de pesca de atum-rabilho. "Agora, apenas 12 [barcos] estão
autorizados a pescar bluefin", segundo Buzzi.
Este sistema de quotas fortemente regulamentado favorece os barcos
maiores, com observadores a bordo, em detrimento dos menores, explica
ele. Em outras palavras, as restrições ajudaram a restabelecer a
população de peixes, mas nem sempre priorizaram as necessidades das
comunidades pesqueiras menores.
Para Buzzi, "este é o próximo desafio que precisa ser enfrentado".
O aumento das temperaturas dos oceanos faz com que o atum-rabilho se mude para águas mais frias. — Foto: Getty Images via BBC
Mesmo com a recuperação da população da espécie nos últimos anos, "o
risco de extinção, infelizmente, nunca desaparece", segundo Glaser. "Se
conseguirmos mudar nossas políticas e regulamentações e tornar a pesca
muito mais sustentável, muitos peixes conseguirão se adaptar às mudanças
climáticas."
Mas isso é mais difícil para espécies de vida longa como o atum-rabilho
– que não desova antes de cerca de oito anos de idade – do que para
pequenos peixes pelágicos, como as sardinhas e as anchovas. Estes peixes
menores se reproduzem com muita rapidez, de forma que suas populações
têm maior capacidade de reação às mudanças de temperatura, segundo
Glaser.
Para Clive Trueman, "estamos a caminho da recuperação. Precisamos
simplesmente garantir que não iremos afundar com o próximo problema à
nossa frente. Outras questões estão surgindo."
Por fim, Glaser destaca que os esforços globais para salvar a espécie não estão perdidos.
"Eu diria cautelosamente que estamos observando avanços científicos
importantes na população de atuns-rabilho em todo o mundo", afirma ela.
"E isso me dá esperança."
Leia a versão original desta reportagem (em inglês) no site BBC Earth.