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segunda-feira, 14 de junho de 2021

Entenda por que está chovendo menos no Brasil e se há risco de nova crise hídrica em SP

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Além da falta de água nas torneiras de casa, da conta de luz mais cara e do risco de apagão, a seca pode ter impactos significativos na economia brasileira, de acordo com pesquisador. Três fenômenos explicam a redução de chuvas em todo o Brasil; entenda. Sabesp diz que demanda por água na região metropolitana é menor do que em 2014.
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Por Bárbara Muniz Vieira, G1 SP — São Paulo

Postado em 14 de junho de 2021 às 12h00m


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Sistema Cantareira: Vista da Represa do Jaguari, em Jacareí, em foto de 2 de junho de 2021. — Foto: LUIS LIMA JR/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
Sistema Cantareira: Vista da Represa do Jaguari, em Jacareí, em foto de 2 de junho de 2021. — Foto: LUIS LIMA JR/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO

Cinco estados brasileiros, entre eles São Paulo, enfrentam o que já é considerada a pior seca em 91 anos, de acordo com um comitê de órgãos do governo federal, que emitiu pela primeira vez na história um alerta de emergência hídrica para o período de junho a setembro. Mas por que tem chovido menos?

De acordo com especialistas, três fenômenos explicam a falta de chuvas no Brasil:

  • O desmatamento da Amazônia;
  • O aquecimento global causado por queima de combustíveis fósseis;
  • O fenômeno natural La Niña

Além da falta de água nas torneiras de casa, da conta de luz mais cara e do risco de apagão, a seca pode ter impactos significativos na economia brasileira, de acordo com o cientista Paulo Artaxo, doutor em física atmosférica pela Universidade de São Paulo (USP) e estudioso da Amazônia há 37 anos.

Estamos em uma trajetória que está colocando em xeque a economia brasileira. A economia quase que exclusivamente baseada em carne e soja pode não ser mais viável em 10 anos. Qual é o futuro do Brasil que queremos? O futuro como exportadores de carne e soja está comprometido. Queremos um país com riscos de vulnerabilidade tão fortes, que pode quebrar com uma seca? Além disso, se os países não pararem de queimar combustível fóssil, o Brasil está perdido, afirma.

O déficit de chuvas atual já é considerado severo, segundo Sistema Nacional de Meteorologia (SNM), que representa o comitê de órgãos do governo federal. O alerta emitido vale para os estados que se localizam na bacia do Rio Paraná: São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul e Paraná.

No caso de São Paulo, o paulistano ainda tem fresco na memória o que foi o desabastecimento de água na capital de 2014 a 2015. No final de maio de 2014, quando houve crise hídrica, o volume do Sistema Cantareira atingiu 3,6% de sua capacidade, e a Sabesp passou a operar bombeando água do chamado volume morto.

No vídeo abaixo, veja quando o governo emitiu alerta de crise hídrica para cinco estados:
Governo emite alerta para crise hídrica em cinco estados
Governo emite alerta para crise hídrica em cinco estados

Trata-se de uma reserva com 480 bilhões de litros de água situada abaixo das comportas das represas do Cantareira. Até então, essa água nunca tinha sido usada para atender a população.

Só o Cantareira abastece, por dia, cerca de 7,5 milhões de pessoas, ou 46% da população da Região Metropolitana de São Paulo, segundo a Agência Nacional de Águas (ANA), órgão que regulamenta o setor.

Começo de ano seco

No primeiro trimestre deste ano, o volume de chuva na região que abastece o Sistema Cantareira foi o mais baixo desde o final da crise hídrica, em 2016, e ficou abaixo do registrado no primeiro trimestre de 2013.

As chuvas de verão são importantes para garantir a recarga dos mananciais e, assim, haver água suficiente para atravessar os meses mais secos do ano.

Por isso é preocupante que tenha chovido pouco nos primeiros meses de 2021, de acordo com análise de Pedro Luiz Côrtes, professor do Programa de Pós-Graduação em Ciência Ambiental do Instituto de Energia e Ambiente (IEE) da Universidade de São Paulo (USP).

Há risco de haver nova seca e crise de abastecimento em 2022, já que teremos uma redução das chuvas com o início do período de estiagem. A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) nega haver possibilidade de desabastecimento.

Neste domingo (13), o Cantareira operava com 46,6% de sua capacidade, menos de dez pontos percentuais do que foi registrado no mesmo dia de junho de 2013, pré-crise hídrica.

Entenda os fenômenos que afetam o volume de chuvas:

Desmatamento na Amazônia

Sim, o desmatamento da Amazônia é uma das causas para chover menos na região central do Brasil, inclusive no estado de São Paulo. Uma das provas disso aconteceu em agosto de 2019, quando uma chuva preta caiu na capital paulista e o dia "virou noite".

Na época, o Climatempo disse que a fumaça proveniente de queimadas na região amazônica, dos estados do Acre e Rondônia e da Bolívia, chegou a São Paulo pela ação dos ventos, o que causou a chuva preta e a escuridão na capital.

Esses ventos que muitas vezes trazem chuva para São Paulo vêm da região equatorial do Oceano Atlântico e são chamados de ventos alísios.

Eles trazem a umidade do oceano no sentido leste a oeste e, chegando na Amazônia, essa umidade se precipita em forma de chuva. Essa chuva hidrata o solo e é absorvida pelas raízes mais profundas das grandes árvores, que são essenciais nesse processo.

As árvores drenam a umidade e por meio da transpiração, devolvem a umidade para o ar, de forma que o ciclo de umidade e chuva vai se repetindo levada pelos ventos, de acordo com Cortês, da USP.

A soja ou a pastagem, por exemplo, não têm raízes profundas e não conseguem desempenhar o mesmo papel. Com a intensificação do desmatamento, a floresta corre o risco de entrar em um ciclo em que perde a capacidade de manutenção da umidade atmosférica e esse processo pode tornar-se irreversível, explica.

Depois de passarem pela Amazônia e se recarregarem com a umidade da floresta, os ventos seguem o caminho em direção à Cordilheira dos Andes. Ao se encontrarem com a formação rochosa do local, fazem a curvaem direção à região central do Brasil, chegando ao Sudeste e Sul.

Por onde passam, esses ventos, se forem úmidos, trazem chuva – daí o nome popular de rios voadores para o que os cientistas chamam de Ventos de Zona de Convergência do Atlântico Sul.

Porém, com cada vez menos árvores na Amazônia, há cada vez menos umidade para os ventos transportarem e cada vez menos chuva no Centro-Oeste, Sudeste e Sul.

Mesmo que a floresta seja restaurada, demora-se anos para que as árvores criem raízes profundas para desempenhar o mesmo papel das que vem sendo devastadas. Uma plantação de soja não desempenha o mesmo papel da floresta nativa.
Infográfico simplificado mostra importância de floresta amazônica para chuvas no Brasil central — Foto: G1
Infográfico simplificado mostra importância de floresta amazônica para chuvas no Brasil central — Foto: G1

A situação é preocupante. A taxa anual de desmatamento da Amazônia, calculada via monitoramento de satélite pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (taxa Prodes), voltou a crescer a partir de 2015, saltando para mais de 11 mil quilômetros quadrados em 2020.

O que tem acontecido é que os ventos continuam soprando, mas geram menor quantidade de chuvas na região central e isso tem afetado reservatórios como Serra da Mesa, Furnas, Emborcação e Itumbiara. São reservatórios que estão com níveis baixos e isso não é uma situação sazonal ou eventual, isso já vem acontecendo nos últimos 8 a 10 anos, afirma Côrtes.

Prejuízo

Um estudo publicado em maio deste ano na prestigiada revista científica Nature Communications por pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e outras fez um cálculo usando as áreas desmatadas no sul da Amazônia para saber o quanto isso reduziu a precipitação de chuvas e quanto trouxe de prejuízo.

Trata-se da região que mais sofreu com a expansão agrícola e madeireira no país e que concentra a maior parte das terras cultiváveis e de pastagens da região.

O estudo demonstrou que o avanço do desmatamento da Amazônia é economicamente prejudicial para a agricultura da região, já que a prática reduz o volume anual de chuvas, essencial para as plantações. O prejuízo chega a U$ 1 bilhão por ano.

Segundo os pesquisadores, essa redução avança de tal modo que, em breve, se nada for feito, poderá inviabilizar o lucrativo sistema de dupla safra hoje praticado na região.
Desmatamento na Amazônia atingiu em 2020 o maior índice dos últimos 12 anos — Foto: Getty Images via BBC
Desmatamento na Amazônia atingiu em 2020 o maior índice dos últimos 12 anos — Foto: Getty Images via BBC

Aquecimento global

O aumento global da temperatura e a alteração global no ciclo hidrológico está impactando o Brasil fortemente, reduzindo as chuvas principalmente no Nordeste brasileiro e na região central, segundo Artaxo.

Essas não são projeções para o futuro, é o que já está acontecendo hoje. Todos os modelos climáticos mostram que o aumento da temperatura reduz a precipitação no Brasil central. E o que estamos observando é que essa seca na maior parte do país é uma combinação de todos esses impactos juntos, afirma o professor.

Uma das previsões mais óbvias do aquecimento global é que em algumas áreas continentais, em particular o Nordeste brasileiro e a região central, vão se tornar mais secas, de acordo com Artaxo.

A própria vazão do rio São Francisco diminuiu significativamente. Regiões do Nordeste brasileiro que eram áreas semiáridas já estão se tornando áridas. Não é previsão para o futuro, isso já está acontecendo agora, afirma.

Atualmente o aquecimento global é causado principalmente por emissões da queima de combustíveis fósseis, como carvão, petróleo e gás natural.

Calcula-se que 83% de todos os gases de efeito estufa lançados na atmosfera vêm da queima de combustível fóssil e 17% das emissões globais vêm de desmatamento de florestas tropicais. O Brasil é de longe o maior emissor de gases de efeito estufa por causa do desmatamento, de acordo com o pesquisador.

Os gases de efeito estufa já aumentaram em 1,4 grau a temperatura no Brasil central e estamos indo na trajetória de ter um aumento de temperatura de 3 a 4 graus. Isso vai reduzir significativamente a chuva e vai dificultar a produtividade agrícola.

Para frear esse processo, segundo o professor, é preciso fazer muito mais do que economizar água.

O que tem de fazer são duas coisas: parar o desmatamento da Amazônia e fazer pressão nos países desenvolvidos para que eles reduzam a emissão de gases de efeito estufa com a queima de combustíveis fósseis. Sem isso a gente vai ficar enxugando gelo", afirma Artaxo.

"É perigoso entrar nesse argumento de economizar água. Nós vamos ter de economizar água nos próximos 50 anos? Mesmo que pararmos de desmatar a Amazônia hoje, se os países desenvolvidos não pararem de queimar combustíveis fósseis, o Brasil vai continuar a se tornar cada vez mais seco."

La Niña

Um fenômeno natural responsável por chover menos na Região Sul do Brasil é o La Niña. A última vez que ele chegou ao país foi no segundo semestre de 2020 e durou até o começo de maio de 2021, provocando uma estiagem severa no Sul, que atingiu também o estado de São Paulo.

O La Niña é um fenômeno que, ao contrário do El Niño, diminui a temperatura da superfície das águas do Oceano Pacífico tropical central e oriental. Mas, assim como o El Niño, gera uma série de mudanças significativas nos padrões de precipitação e temperatura no planeta.

O que acontece é que o La Niña muda o padrão de ventos na região equatorial, que se tornam mais ou menos intensos, e isso muda a chegada das frentes frias da região sul em direção a São Paulo.

Assim, o fenômeno reduz as chuvas na porção Sul do Brasil, e isso pode ter repercussão em São Paulo dependendo de sua intensidade. Ao mesmo tempo, o La Niña leva mais chuva ao Norte e ao Nordeste. Em 2021, especificamente, isso já vem ocorrendo com intensidade maior no Norte, de acordo com Côrtes.
Infográfico simplificado mostra os efeitos no clima causados pelo La Niña  — Foto: G1
Infográfico simplificado mostra os efeitos no clima causados pelo La Niña — Foto: G1

Chuva em São Paulo

O G1 tem mostrado que tem chovido menos do que a série histórica na região metropolitana de São Paulo. Em abril, seis dos sete mananciais que abastecem a região metropolitana de São Paulo tiveram déficit de chuvas. No Sistema Cantareira só choveu 10,8% do esperado no mês, um déficit de 89,2%.

Em maio, a situação se repetiu em seis dos sete mananciais que abastecem a região metropolitana de São Paulo. A queda de chuvas chegou a 48% no Sistema Cantareira.

O déficit de chuvas na região metropolitana de São Paulo deve continuar nos próximos meses, que são tradicionalmente mais secos, e avançar inclusive para o verão, quando normalmente chove mais, de acordo com Côrtes.

"O prognóstico é ruim. Estamos em um período de estiagem que está ainda mais seco que o usual. Quando voltar o período de chuvas em outubro, o prognóstico é que haverá um novo La Niña, então novamente a região sul vai ser comprometida com menos chuvas. Tudo indica que teremos primavera e verão tão secos quanto no ano passado e começo deste ano, e novamente teremos dificuldade de recarga nos reservatórios, diz Côrtes.

Esse cenário de estiagem permanece a até o segundo semestre do ano que vem, de acordo com o especialista. Na região central, em Goiás e Minas, o prognóstico é de redução da estiagem com a chegada do verão.

Alguns reservatórios vão conseguir acumular água, mas não a ponto de reverter a situação. Se tivermos a entrada de um El Niño no ano que vem, logo após o término do La Niña, ele só vai fazer efeito no segundo semestre de 2022, trazendo chuvas, afirma Côrtes.

Em nota, a Sabesp afirmou que modelos de previsão climáticas têm limitações e vêm apontando chuvas inferiores às médias. Por isso, a Companhia reforça a importância sobre uso consciente da água não só na estiagem, mas em qualquer época do ano, tema de campanhas permanentes da empresa.

De acordo com a Sabesp, "não há risco de desabastecimento neste momento na Região Metropolitana de São Paulo, mas a Companhia reforça a necessidade do uso consciente da água."

"É importante destacar ainda que a demanda atualmente na RMSP é inferior à registrada antes da crise de 2014 (como resultado da mudança de hábitos pela população e das campanhas permanentes de uso consciente): 70 mil L/s no primeiro trimestre de 2013, ante 63 mil L/s no primeiro trimestre de 2021."

"A Sabesp vem realizando nos últimos anos ações que estão ampliando a segurança hídrica e tornando o sistema de abastecimento da Região Metropolitana de São Paulo mais resiliente, com destaque para:

• Integração do sistema, envolvendo 155 reservatórios e 10 áreas de interligações, o que permite transferências rotineiras entre regiões, conforme a necessidade operacional. A capacidade de transferência de água tratada foi ampliada em 300% desde 2014;

• Interligação Jaguari-Atibainha, que traz água da bacia do rio Paraíba do Sul para o sistema Cantareira;

• Novo Sistema Produtor São Lourenço;

• Centro de Controle dos Mananciais (CCM), com sistemas automatizados para acompanhamento de níveis dos reservatórios e pluviometria e tomada de decisões."

"Estão em andamento atualmente:

• A interligação do rio Itapanhaú, principal obra para reforçar a segurança hídrica na RMSP, inicia operação no fim de 2021 transferindo 400 L/s desse rio para o Sistema Alto Tietê. Até julho de 2022, serão em média 2,0 mil L/s;

• As interligações Rio Grande-Taiaçupeba e a Guaió-Taiaçupeba serão reativadas em 2021 após terem suas estruturas modernizadas;

• Está ativa a campanha Cuide Bem da Água, Cuide Bem de Você, sobre uso consciente."

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Tudo sobre foguete gigante da Nasa que vai levar astronautas à Lua e a Marte

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Os foguetes de nova geração da agência espacial são enormes — maiores do que a Estátua da Liberdade — e estão sendo submetidos a testes antes de seu voo inaugural ainda em 2021.
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TOPO
Por Paul Rincon, BBC

Postado em 14 de junho de 2021 às 11h30m


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Primeiro estágio do foguete SLS sendo transportado de Nova Orleans para o Mississippi para testes — Foto: Nasa via BBC
Primeiro estágio do foguete SLS sendo transportado de Nova Orleans para o Mississippi para testes — Foto: Nasa via BBC

A Nasa está desenvolvendo um enorme foguete chamado Sistema de Lançamento Espacial (SLS, na sigla em inglês) para levar astronautas à Lua — e futuramente a Marte. O SLS é o veículo de lançamento mais poderoso construído desde 1960 e tem a sua estreia programada para o final de 2021.

A Nasa tem planos de enviar um homem e uma mulher à superfície lunar ainda nesta década — será o primeiro pouso com humanos na superfície do satélite natural desde a ida de Apollo 17, em 1972.

Nos últimos 20 anos, os astronautas têm feito viagens de rotina para a Estação Espacial Internacional (ISS), mas a Lua está quase mil vezes mais longe do que a ISS. Levar astronautas para lá requer um foguete muito mais poderoso.

O SLS é o equivalente moderno do Saturno V, o grande lançador construído durante a era das naves Apollo. Como o Saturno, ele é dividido em segmentos, ou estágios, empilhados uns sobre os outros. Mas o novo foguete também incorpora tecnologia do ônibus espacial.

A primeira versão do SLS será chamada de Bloco 1. Ele passará por uma série de atualizações nos próximos anos para que possa lançar cargas úteis mais pesadas para destinos além da órbita próxima da Terra.

O SLS Bloco 1 terá 23 andares acima da plataforma de lançamento — o que o torna mais alto do que a Estátua da Liberdade (93 m).

"É um foguete realmente imenso. É simplesmente enorme", disse John Shannon, vice-presidente e gerente de programa do SLS da Boeing, a principal empresa contratada pela Nasa para a produção do foguete. "Simplesmente não se vê nada parecido desde o Saturno V", afirmou Shannon à BBC em 2019.

O foguete lançará astronautas na próxima geração de veículos tripulados da Nasa — os veículos Orion. O SLS vai impulsinar o Orion às velocidades necessárias para sair da órbita próxima da Terra e viajar para a Lua.

Como funciona o foguete

Trabalhadores dentro do tanque de hidrogênio dos SLS fazem manutenção nas paredes — Foto: Nasa via BBC
Trabalhadores dentro do tanque de hidrogênio dos SLS fazem manutenção nas paredes — Foto: Nasa via BBC

O SLS consiste em um estágio central gigante flanqueado por dois impulsionadores de foguetes sólidos (SRBs). O núcleo abriga dois grandes tanques de armazenamento: um para o hidrogênio líquido, o combustível, e outro para o oxigênio líquido, que permite que o combustível queime. Juntos, eles são conhecidos como propelentes.

Na base do estágio central estão quatro motores RS-25, os mesmos que moviam o antigo lançador de ônibus espacial, aposentado em 2011.

Quando as câmaras do motor são alimentadas com hidrogênio líquido e oxigênio e é dada a ignição, começa uma reação química que produz enormes quantidades de energia e vapor. O vapor sai de bocais do motor a velocidades de 16 mil km/h e gera propulsão — a força que empurra o foguete para cima.

Além da força gerada pelo motor, os impulsionadores de foguete laterais SRBs dão uma ajuda extra para escapar da enorme força de gravidade da Terra. Esses propulsores gêmeos têm altura equivalente a mais de 17 andares e queimam 6 toneladas de propelentes sólidos por segundo. Eles são responsáveis por 75% da propulsão total durante os dois primeiros minutos de voo.

O foguete mais poderoso de todos os tempos?

Ilustração do SLS durante lançamento — Foto: Nasa via BBC
Ilustração do SLS durante lançamento — Foto: Nasa via BBC

Se usarmos a propulsão como medida, o SLS será o foguete mais poderoso de todos os tempos quando voar para o espaço em 2021. O Bloco 1 SLS gerará 39,1 meganewtons de empuxo (propulsão) no lançamento, 15% a mais do que o Saturno V.

Na década de 1960, a hoje extinta União Soviética (URSS) construiu um foguete chamado N1. Seu primeiro estágio produziria 45,4 meganewtons de empuxo. Mas todos os quatro voos de teste falharam.

Uma versão futura do SLS — chamada Bloco 2 — deve se aproximar dos níveis de propulsão do N1. Mas um veículo chamado Starship, que está sendo desenvolvido pela empresa SpaceX de Elon Musk, pode exceder ambos — produzindo 66,7 meganewtons de empuxo. Essa nave espacial está atualmente em desenvolvimento e não há uma data definida para seu primeiro voo.

Como a tecnologia do ônibus espacial foi reutilizada

O estágio central do SLS é baseado no tanque externo coberto de espuma do ônibus espacial. Este tanque fornecia propelentes para três motores RS-25 na parte traseira do orbitador do ônibus espacial. Os impulsionadores de foguetes sólidos desempenham praticamente a mesma função em ambas as naves.

Mas o SLS é muito diferente. Uma série de componentes e estruturas derivados do ônibus espacial passaram por mudanças significativas devido aos diferentes níveis de tensão atingidos no novo foguete.

Um exemplo é que nos ônibus espaciais os motores RS-25 ficavam longe dos SRBs e inclinados para cima. Já no SLS, os motores estão ao lado dos SRBs, expostos a muito mais tremores. Por isso, cada sistema na complexa seção do motor SLS teve que ser rigorosamente testado para garantir que pudesse suportar as vibrações.

Por que o SLS foi construído

Nasa terá gasto mais de US$ 17 bilhões (R$ 87 bilhões) no SLS até fim do ano fiscal de 2020 — Foto: Nasa via BBC
Nasa terá gasto mais de US$ 17 bilhões (R$ 87 bilhões) no SLS até fim do ano fiscal de 2020 — Foto: Nasa via BBC

Em fevereiro de 2010, o governo Obama cancelou o conturbado plano de George W. Bush de retornar à Lua em 2020, chamado Constellation.

A notícia foi mal recebida pelos trabalhadores de cinco estados do sul — Alabama, Flórida, Louisiana, Mississippi e Texas — onde o programa de voos espaciais tripulados da Nasa gerava dezenas de milhares de empregos.

Alguns legisladores ficaram furiosos. Na época, Richard Shelby, um senador republicano do Alabama, disse que o Congresso não iria "sentar e assistir ao abandono imprudente do programa de voo espacial tripulado".

Os legisladores dos estados afetados então insistiram na criação de um único foguete poderosos para substituir os lançadores Constellation cancelados pela Casa Branca.

O projeto do SLS, baseado em estudos técnicos da Nasa, foi revelado em 2011. Após o início do desenvolvimento do foguete, atrasos e estouros no orçamento deram munição aos críticos, que achavam que a Nasa deveria trabalhar com foguetes operados por fornecedores comerciais.

Mas sem modificações significativas, nenhum propulsor existente tem energia suficiente para enviar a nave Orion, astronautas e grandes cargas para a Lua em um voo — como o SLS faria.

Um relatório recente afirma que a Nasa terá gasto mais de US$ 17 bilhões (R$ 87 bilhões) no SLS até o fim do ano fiscal de 2020.

Mas com a fase de desenvolvimento do foguete agora terminada e um programa de avaliação conhecido como Green Run concluído com sucesso, o primeiro foguete SLS está agora no Kennedy Space Center da Flórida, sendo preparado para seu voo inaugural no final de 2021.

John Shannon, que está no comando do SLS na Boeing desde 2015, afirmou: "Acredito que, uma vez que o SLS esteja em plena capacidade, não haverá necessidade de outro veículo de carga pesada como este por muitos anos. É realmente algo que não acontece mais de uma vez na mesma geração."

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Illuminati: 12 curiosidades sobre uma das sociedades secretas mais fascinantes da história

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Ordem dos Illuminati ou dos Illuminati da Baviera? Veja o que se sabe sobre a famosa organização clandestina.
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TOPO
Por Emma Slattery Williams, BBC

Postado em 14 de junho de 2021 às 09h45m


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Emblema dos Illuminati da Baviera — Foto: BBC
Emblema dos Illuminati da Baviera — Foto: BBC

Illuminati é o nome dado tanto a uma sociedade real formada há 245 anos, quanto a uma sociedade fictícia.

A versão fictícia até hoje alimenta teorias de conspiração, incluindo alegações de que se trataria de uma organização global secreta e misteriosa cuja intenção seria dominar o mundo.

Supostamente, eles estariam por trás de algumas das maiores revoluções e assassinatos da história.

Mas quem realmente eram os Illuminati? É verdade que eles controlam o planeta?

Veja o que se sabe sobre esta que se tornou uma das sociedades secretas mais fascinantes da história.

1. Quem eram os Illuminati originais?

A Ordem dos Iluminados, ou Illuminati, foi uma sociedade secreta formada na Baviera (hoje parte da Alemanha contemporânea) que existiu de 1776 a 1785. Seus membros originalmente se referiam a si próprios como perfetibilistas.

O grupo foi inspirado pelos ideais do Iluminismo e fundado pelo professor de direito canônico Adam Weishaupt (1748-1830). Ele queria promover a educação da razão e da filantropia e se opor à superstição e à influência religiosa na sociedade.

Weishaupt buscava mudar a forma como os Estados eram governados na Europa, removendo a influência da religião no governo e dando ao povo uma nova fonte de "iluminação", ou esclarecimento.

Acredita-se que a primeira reunião dos Illuminati da Baviera ocorreu em uma floresta perto de Ingolstadt em 1º de maio de 1776. Lá, cinco homens estabeleceram as regras que orientariam a ordem secreta.

Com o tempo, os objetivos do grupo se concentraram em influenciar decisões políticas e mudar instituições como a monarquia e a Igreja.

Alguns membros dos Illuminati se juntaram aos maçons para recrutar novos membros.

Um pássaro conhecido como a 'coruja de Minerva' (Minerva é a antiga deusa romana da sabedoria) acabou se tornando seu símbolo principal.
Coruja europeia era animal sagrado da deusa Atenas na mitologia grega; na cultura romana, era o pássaro de Minerva — Foto: Getty Images via BBC
Coruja europeia era animal sagrado da deusa Atenas na mitologia grega; na cultura romana, era o pássaro de Minerva — Foto: Getty Images via BBC

2. Qual é a relação entre os Illuminati e os maçons?

Os maçons são uma ordem que se desenvolveu a partir de agremiações de construtores de catedrais da Idade Média.

Em alguns países, especialmente nos Estados Unidos, existe uma certa paranoia histórica sobre os maçons. Em 1828, um movimento político conhecido como Partido Antimaçônico foi estabelecido com o único objetivo de combater a ordem.

Como os Illuminati recrutaram originalmente os maçons, os dois grupos costumam ser confundidos um com o outro.

3. Como era possível se unir aos Illuminati?

Representação do século 19 de um ritual de iniciação Illuminati. Na verdade, poucos detalhes sobre verdadeira natureza da cerimônia são conhecidos — Foto: Getty Images via BBC
Representação do século 19 de um ritual de iniciação Illuminati. Na verdade, poucos detalhes sobre verdadeira natureza da cerimônia são conhecidos — Foto: Getty Images via BBC

Para se juntar aos Illuminati, você precisava ter o consentimento total dos outros membros, possuir riqueza e ter uma boa reputação dentro de uma família considerada adequada.

Além disso, havia um sistema hierárquico para os membros dos Illuminati.

Depois de entrar como "novato", você se graduaria como "minerval" e depois para um "iluminado minerval". Mais tarde, essa estrutura se tornou mais complicada, exigindo 13 graus de iniciação para se tornar um membro.

4. Os Illuminati tinham rituais?

Eles faziam rituais – embora a maioria permaneça desconhecida – e usavam pseudônimos para manter as identidades dos membros em segredo.

No entanto, graças a documentos secretos apreendidos, sabe-se como os novatos conseguiam passar para um nível superior na hierarquia dos Illuminati:

  • Produzir um relatório sobre todos os livros que possuíam
  • Escrever uma lista de seus próprios pontos fracos
  • Revelar os nomes de seus próprios inimigos.

O novato então prometia sacrificar interesses pessoais pelo bem da sociedade.

5. O que é o olho que tudo vê?

Pirâmide e "olho que tudo vê", símbolos usados ​​no Grande Selo dos Estados Unidos (usado para autenticações) e impressos em papel-moeda no país. — Foto: Getty Images via BBC
Pirâmide e "olho que tudo vê", símbolos usados ​​no Grande Selo dos Estados Unidos (usado para autenticações) e impressos em papel-moeda no país. — Foto: Getty Images via BBC

O "Olho da Providência", um símbolo que lembra um olho dentro de um triângulo, aparece em igrejas ao redor do mundo, bem como em edifícios maçônicos e na nota de um dólar americano.

Além de ser associado à Maçonaria, também foi associado aos Illuminati como um símbolo do controle e vigilância do mundo pelo grupo.

Originalmente um emblema cristão, "o olho que tudo vê" tem sido usado em pinturas para representar a vigilância de Deus sobre a humanidade.

No século 18, começou a ser usado de novas maneiras, por exemplo, na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de Jean-Jacques-François Le Barbier (1738-1826), uma versão ilustrada do documento de direitos humanos aprovado pela Assembleia Nacional Constituinte de França em 1789.

Nesse caso, indicava um instrumento que representava o policiamento de uma nação que há pouco tempo havia se tornado democrática.

Não há uma ligação oficial entre o olho que tudo vê e os Illuminati; a conexão atribuída a eles provavelmente se deve ao fato de que o grupo original compartilhava semelhanças com os maçons, que usavam a imagem como símbolo de Deus

6. Os Illuminati conseguiram dominar o mundo?

Algumas pessoas acreditam que os Illuminati controlam o mundo hoje. Segundo essa tese, eles seriam tão discretos que conseguiriam ter todo esse poder sem que a sociedade tivesse clareza sobre isso.

Como muitos membros da Ordem dos Illuminati se misturaram aos maçons e vice-versa, é difícil julgar o sucesso dos Illuminati, mas a maioria dos historiadores acredita que o grupo original só conseguiu ter uma influência moderada.

7. Houve algum membro famoso entre os Illuminati?

Em 1782, os Illuminati haviam crescido para cerca de 600 membros, incluindo nobres alemães como o Barão Adolph von Knigge, que, como ex-maçom, ajudou a moldar a organização e a expansão do grupo.

Inicialmente, os alunos de Weishaupt eram os únicos membros, mas médicos, advogados e intelectuais logo passaram a fazer parte.

Em 1784, estima-se que havia entre 2 mil e 3 mil membros Illuminati. Algumas fontes dizem que o renomado escritor Johann Wolfgang von Goethe (1749-1832) também aderiu ao grupo, mas isso é contestado.

8. Os Illuminati desapareceram?

Em 1784, Karl Theodor, duque da Baviera, proibiu a criação de qualquer tipo de sociedade que não fosse previamente autorizada por lei. No ano seguinte, ele aprovou uma segunda regra, proibindo expressamente a existência dos Illuminati.

Durante a prisão de membros suspeitos dos Illuminati, documentos comprometedores (defendendo ideias como ateísmo e suicídio) foram encontrados em sua posse, bem como instruções para a realização de abortos.

Isso cimentou a crença de que o grupo era uma ameaça tanto para o Estado quanto para a Igreja.

Depois disso, a Ordem dos Illuminati parece ter desaparecido, embora alguns acreditem que ela continue ativa.

9. O que aconteceu com Adam Weishaupt?

Johann Adam Weishaupt (1748-1830), filósofo alemão, fundador da Ordem da Sociedade Secreta dos Illuminati. — Foto: Getty Images via BBC
Johann Adam Weishaupt (1748-1830), filósofo alemão, fundador da Ordem da Sociedade Secreta dos Illuminati. — Foto: Getty Images via BBC

Adam Weishaupt acabou sendo destituído de seu posto na Universidade de Ingolstadt.

Depois de ser exilado da Baviera, ele passou o resto de sua vida em Gotha, na Turíngia (Alemanha), e morreu em 1830.

10. Por que o mito dos Illuminati continuou vivo?

A partir do momento em que foram dissolvidos, as teorias da conspiração sobre os Illuminati começaram a se estabelecer.

Em 1797, o padre jesuíta Augustin Barruel sugeriu que sociedades secretas como a Ordem dos Illuminati haviam liderado a Revolução Francesa. Barruel é considerado o pai da Antimaçonaria.

O primeiro presidente dos EUA, George Washington (1732-1799), escreveu uma carta no ano seguinte dizendo acreditar que a ameaça dos Illuminati havia sido evitada, acrescentando mais combustível à ideia de que a ordem ainda existia.

Livros e sermões condenando o grupo continuaram aparecendo, e o terceiro presidente dos Estados Unidos, Thomas Jefferson (1743-1826), foi falsamente acusado de ser um de seus membros.

11. Por que tanta gente ainda acredita nos Illuminati hoje em dia?

A ideia da existência de Illuminatis dominando o mundo nunca desapareceu totalmente e ainda se insinua na cultura popular.

Em 1963, um texto chamado "Principia Discordia" foi publicado, promovendo um sistema de crenças alternativo conhecido como 'Discordianismo'. O conteúdo apelava à anarquia e à desobediência civil perpetrando informações falsas, e entre seus seguidores estava o escritor Robert Anton Wilson (1932-2007).

Alguns seguidores do discordianismo enviaram cartas falsas a revistas afirmando que eventos como o assassinato do presidente dos Estados Unidos, John F. Kennedy (1917-1963), havia sido obra dos Illuminati.

Wilson posteriormente publicou um livro com Robert Shea, "The Illuminatus! Trilogy", que se tornou um sucesso e inspirou um novo gênero de ficção de conspiração, incluindo o romance do americano Dan Brown (e filme subsequente) "Anjos e Demônios".

Nestas obras, os Illuminati também estavam ligados ao satanismo e a outros ideais que estavam muito distantes daqueles associados ao grupo bávaro original do século 18.

12. O que é a nova Ordem Mundial e como ela se conecta aos Illuminati?

Aqueles que acreditam na teoria de uma Nova Ordem Mundial defendem a ideia de que um grupo de pessoas da elite global estaria tentando governar o mundo.

Além dos presidentes dos Estados Unidos, várias estrelas pop foram acusadas de serem membros, incluindo até Beyoncé e Jay-Z. Ambos negam as acusações.

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