Objetivo:
“Projetando o futuro e o desenvolvimento autossustentável da sua empresa, preparando-a para uma competitividade e lucratividade dinâmica em logística e visão de mercado, visando sempre e em primeiro lugar, a satisfação e o bem estar do consumidor-cliente."
Nenhuma escola, nenhuma criança Os hoje populares resorts à beira de lagos em Locarno e Lucano, conhecidos como a "Riviera suíça", antigamente eram evitados por causa do alto risco de malária.
Mas, com a doença erradicada, chegaram os turistas. Ao mesmo tempo, o tradicional cultivo agrícola nas montanhas se tornou cada vez menos viável economicamente. Assim, o estilo de vida da vila começou a morrer.
Corippo não tem mercado, escola ou crianças. Fica a apenas 30 minutos de carro da movimentada Locarno, mas a estrada estreita e cheia de curvas não é um caminho escolhido por muita gente.
'Autenticidade' O diretor de turismo do cantão de Ticino, Elia Frapolli, talvez otimista, vê esse estado das coisas como uma oportunidade.
"A vida em Corippo e em vilas similares é especial", insiste. "É como se transportar para outro século. O tempo desacelera, todo mundo se conhece e você sente a autenticidade da vida em uma vila que existe há séculos." Assim, com o apoio de uma fundação dedicada a preservar Corippo, um plano foi desenvolvido: transformar algumas das casas vazias em quartos de hotel.
O conceito, conhecido como albergo diffuso (ou "hotel difuso"), já foi testado em algumas vilas em montanhas na Itália, mas nunca na Suíça.
Toda a vila de Corippo está protegida como um monumento histórico, o que significa que o arquiteto Fabio Giacomazzi enfrenta um desafio gigantesco: como modernizar o interior das casas sem afetar o exterior.
Casas abandonadas Uma espiada dentro de algumas casas revela a escala dessa tarefa: muitas delas estão intocadas desde a década de 1950 - alguns moradores emigraram para os Estados Unidos e outros simplesmente morreram, não restando ninguém para limpar a propriedade.
Roupas velhas, cartões postais e garrafas de vinho se espalham pelo chão. As paredes estão úmidas e empoeiradas. Não há sinal de água corrente nem de vaso sanitário.
"Claro que nós vamos pintar, claro que vamos colocar banheiros", diz Giacomazzi. "Mas as portas originais serão mantidas, as madeiras e pedras originais também devem ficar. A experiência dos hóspedes deverá ser similar à vida no século 19 em Corippo." Será relativamente espartano, admite o arquiteto.
Mesmo assim, os 16 habitantes de Corippo, entre eles o prefeito Scettrini, estão depositando suas esperanças nessa ideia. Mas eles estão determinados que sua vila não se transforme em um parque temático - os hóspedes vão conviver lado a lado com os moradores, o bar local será transformado em uma recepção de hotel informal, com a praça funcionando como um saguão ao ar livre.
"É bom para a vila, para o futuro, porque a maioria de nós está velho", afirma Silvana, a mais antiga moradora. "Com esse projeto, as pessoas virão até aqui."
Os poucos turistas que vagam pelas vias vazias de Corippo também parecem apoiar a ideia. "Eu acho que mais e mais pessoas vão apreciar esse tipo de acomodação", disse um homem jovem.
Detox digital Para o diretor turístico Elia Frapolli, o atrativo de Corippo é justamente ser um lugar para desligar completamente, para escapar da vida do século 21. "Esse é o lugar perfeito para o que chamamos de detox digital", diz ele.
"É uma nova tendência. No século 21, a autenticidade será considerada a nova luxúria. Ter um lugar onde você possa sentir a história do local, onde você possa deixar seu celular de lado. Isso é real, não é falso, há séculos de história aqui."
Usina de Ashalim ficará pronta no primeiro trimestre de 2018 (Foto: Divulgação)
Na paisagem das areias do deserto do Negev, no sul de Israel, uma torre de 250 metros de altura - o equivalente a um prédio de 50 andares - se destaca. Trata-se da torre da usina solar de Ashalim, parte do esforço das autoridades israelenses para produzir, até 2020, 10% de sua energia através de fontes renováveis; hoje, este porcentual é de 2,5%.
A mais alta do mundo em um projeto de energia solar térmica concentrada (Concentrating Solar Power - CSP, em inglês), a torre de Ashalim é circundada por 50.600 espelhos controlados por computador (heliostatos), distribuídos por uma área de 3 km². Esses espelhos acompanharão a movimentação do sol de modo a refletir luz sobre uma caldeira localizada no alto da torre, durante o maior tempo possível ao longo do dia.
A radiação solar infravermelha capturada pelos espelhos e refletida sobre a caldeira criará um processo térmico de vapor que moverá enormes turbinas, gerando energia elétrica "limpa". Quando pronta, no primeiro trimestre de 2018, a usina de Ashalim produzirá 121 megawatts de energia solar, suficientes para iluminar 125 mil casas, evitando a emissão anual de 110 mil toneladas de dióxido de carbono.
"A eletricidade será gerada a partir do vapor da mesma forma que geraria uma usina de gás ou de carvão, mas a energia não vem de combustíveis fósseis e sim do sol. É uma obra de porte para quem quer investir em energia limpa", diz o engenheiro uruguaio Jacinto Durán-Sanchez, diretor-geral da usina solar.
Espelhos podem ser controlados remotamente e ficam próximos a torres de wi-fi, para garantir conexão sem interrupção (Foto: Felipe Wolokita/BBC)
Conexão 24h
Os espelhos serão controlados remotamente até mesmo por telefones celulares dos engenheiros e diretores. Diariamente, a areia do deserto acumulada sobre eles terá de ser retirada.
"Os heliostatos vão estar inclinados, levando os raios de sol e o calor até a caldeira para levar a água a um vapor de 600 graus. Cada heliostato tem seu comando individual e remoto. Entre os espelhos há torres de wi-fi para assegurar que estejam conectados 24h por dia", explica o engenheiro argentino Claudio Nutkiewicz, outro latino-americano envolvido no projeto.
No mundo, existem atualmente apenas 10 usinas heliotérmicas com capacidade superior a 121 MW. A maior é a de Ivanpah, no deserto do Mojave (EUA), inaugurada em 2014, com capacidade projetada de 392 MW. Mas ela conta com três torres de 190 metros de altura cada uma (40 andares), que recebem luz de 173.500 heliostatos.
Usina de Ashalim tem custo estimado de US$ 570 milhões (Foto: Daniela Kresch/BBC)
O projeto de Israel é mais humilde no número de espelhos (um terço), mas inova ao contar com apenas uma torre dez andares mais alta - que teria potencial maior na produção energética com custo menor do que o de erguer diversas torres. Novos megaprojetos com torres altíssimas (ao invés de várias mais baixas) estão em andamento. Uma delas, na Austrália, chegará perto da de Ashalim. A Aurora Solar Energy terá uma torre de 227 metros de altura (48 andares).
A usina solar (ou heliotérmica) de Ashalim tem custo estimado de US$ 570 milhões e, faz parte de um projeto mais amplo, o Megalim, uma joint-venture entre a General Electric (GE), a BrightSource (empresa americana de energia solar que também construiu a usina de Ivanpah) e o fundo israelense Noy (que investe em infraestrutura, com participação do Banco Hapoalim, o maior do país).
No total, o projeto é estimado, em US$ 820 milhões, incluindo mais duas obras complementares: uma para armazenamento de energia solar de noite e outra de uma usina com tecnologia fotovoltaica para produzir ainda mais energia. Juntos, os três projetos solares gerarão cerca de 310 MW - cerca de 2% das necessidades de Israel.
Mas as usinas heliotérmicas também têm críticos. Nos Estados Unidos, ambientalistas apontam para o fenômeno de aves mortas encontradas nas proximidades dessas centrais elétricas. Eles afirmam os pássaros são incinerados pela luz refletida pelos espelhos, que pode alcançar 600° centígrados.