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quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

Brasil fica fora de evento da ONU que reúne países que anunciaram metas ambiciosas para redução de gases de efeito estufa

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Negativa sinaliza que novas metas de Ricardo Salles para o Acordo de Paris ficaram abaixo das expectativas. Ambição anunciada esta semana indica que país poderá poluir 400 milhões de toneladas a mais do que o que estava previsto para até 2030.  
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Por Laís Modelli, G1  
10/12/2020 14h59 Atualizado há 36 minutos
Postado em 10 de dezembro de 2020 às 15h45m


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Garimpo na terra indígena Munduruku, no Pará, em maio de 2020. — Foto: Greenpeace
Garimpo na terra indígena Munduruku, no Pará, em maio de 2020. — Foto: Greenpeace

Chefes de estado que apresentaram metas ambiciosas a para cumprirem o compromisso de zerar as emissões de carbono até a metade do século 21, previsto no Acordo de Paris, foram convidados pela Organização das Nações Unidas (ONU) para discursarem em um evento sobre mudanças climáticas nesta quinta-feira (10). O Brasil ficou de fora.

O evento em questão é o Climate Ambition Summit, uma reunião preparatória para a próxima Conferência das Partes da Convenção da ONU sobre Mudança do Clima, marcada para o ano que vem.

Nas Américas, Uruguai Argentina, Colômbia, Peru, Belize, Cuba, Costa Rica, Equador, Jamaica, Guatemala, Honduras, Panamá e Canadá ganharam uma cadeira no palco virtual do evento. Os países da União Europeia e os grandes poluidores asiáticos, como a China, também estão entre os convidados do Climate Ambition Summit.

Já entre os grandes poluidores mundiais que ficaram de fora aparecem, além do Brasil, México e os Estados Unidos.

O secretário-executivo do Observatório do Clima, Marcio Astrini, aponta que a rejeição ao governo brasileiro em um dos mais importantes eventos internacionais sobre mudanças climáticas acontece logo após o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, anunciar as novas metas do país no Acordo de Paris.

Nos tornamos indesejados em uma agenda que deveríamos ser líderes. O governo Bolsonaro tanto fez contra o meio ambiente e contra o clima do planeta, que se tornou uma espécie de presença tóxica nessas reuniões internacionais, diz Astrini.

Brasil poluirá mais até 2030

Gases como o carbono poluem o meio ambiente e provocam o efeito estufa, acelerando as mudanças climáticas. — Foto: Jornal Nacional/ Reprodução
Gases como o carbono poluem o meio ambiente e provocam o efeito estufa, acelerando as mudanças climáticas. — Foto: Jornal Nacional/ Reprodução

A nova meta climática apresentada pelo Brasil ao Acordo de Paris na terça-feira (8) permitirá ao país chegar a 2030 emitindo 400 milhões de toneladas de gases do efeito estufa a mais do que o previsto na meta original, de acordo com uma análise do Observatório do Clima, rede de 56 organizações da sociedade civil.

A meta, agora atualizada pelo Ministério do Meio Ambiente, foi definida em dezembro de 2015, quando o Acordo de Paris reuniu países que aceitaram se comprometer com o esforço de limitar o aquecimento global a 1,5ºC. Cinco anos depois, o Brasil cumpre a entrega da renovação das metas por ele mesmo estipuladas, mas especialistas fazem alertas.

Astrini explica que o ministério manteve na meta o mesmo percentual de redução definido cinco anos atrás: reduzir em 43% as emissões até 2030. Entretanto, não considerou que a base de cálculo utilizada mudou e ficou ainda maior.

"A meta de redução de 2015 era baseada no Segundo Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa. Já a meta atual tem como base o Terceiro Inventário, que atualizou o valor absoluto dos gases emitidos em 2005 de 2,1 bilhões de toneladas para 2,8 bilhões de toneladas de gases emitidos" - Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima

A meta climática do Brasil no Acordo de Paris utiliza como referência o valor total de gases emitidos no ano de 2005. De acordo com Tasso Azevedo, coordenador do MapBiomas e especialista do Observatório do Clima, tal valor é calculado pelo relatório chamado "Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa", que é editado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia. O documento revisa periodicamente o valor absoluto de emissões de gases usado no cálculo.

"O Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa de 2005 costuma ser revisado a cada 4 anos, quando é publicado um novo inventário", explica Azevedo.

Com a revisão mais recente, o valor absoluto de gases emitidos em 2005 foi ajustado de 2,1 bilhões de toneladas para mais de 2,8 bilhões de toneladas.

Na prática, se em 2015 a meta de redução dos 43% significava emitir 1,2 bilhões de toneladas de gases até 2030, a nova meta apresentada pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, com a mesma taxa de redução, permitirá agora o Brasil emitir 1,6 bilhões de toneladas no mesmo período.

"Sem o reajuste na base de cálculo, a nova meta da proposta climática está cerca de 400 milhões de toneladas de carbono maior do que era em 2015" - Marcio Astrini, Observatório do Clima

Por isso, segundo os especialistas, para apenas manter a meta climática já assumida anteriormente pelo Brasil no Acordo de Paris, o ministro do Meio Ambiente deveria ter se comprometido a diminuir 57% das emissões até 2030, e não apenas 43%.

"Uma coisa é diminuirmos 43% de um valor x, outra coisa é cortarmos a mesma porcentagem de um valor y. O número final será diferente", afirma Astrini.

Renovação após 5 anos

Neste mês, quando o Acordo de Paris completa cinco anos, todos os países signatários estão apresentando novas versões dos compromissos já assumidos em 2015.

Além da meta que estipula um percentual de redução nas emissões até 2030, o Brasil ainda tem outra intermediária: a de chegar em 2025 com redução de 37% em relação aos níveis de 2005.

Para atingir tanto a meta de 2030 quanto a de 2025, o governo anunciou compromissos como o de zerar o desmatamento ilegal até 2030, reflorestar 12 milhões de hectares e assegurar 45% de fontes renováveis na matriz energética nacional, mas não informou um plano detalhado de como executará tais ambições.

Estudo diz que Brasil não conseguirá cumprir Acordo de Paris
Estudo diz que Brasil não conseguirá cumprir Acordo de Paris

Em nota publicada nesta quarta-feira (9), o Ministério das Relações Exteriores afirmou que a Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC, em inglês), nome técnico para as metas do Brasil no Acordo de Paris, é uma das mais ambiciosas do mundo.

"A NDC brasileira é uma das mais ambiciosas do mundo em razão de quatro características principais. Primeiro, por se referir a emissões absolutas, e não fatores relativos como intensidade de carbono ou tendências históricas de crescimento, como a maioria das NDCs de países em desenvolvimento. Segundo, por se referir a toda a economia, e não a setores específicos. Terceiro, pela magnitude das metas (37% e 43%), que supera inclusive a de muitos países desenvolvidos. Quarto, por incluir uma meta intermediária para 2025, obrigando a trajetória de reduções em toda a década e não apenas em 2030", afirmou o Ministério das Relações Exteriores.

'Imoral e insuficiente'

Outra ambição apresentada por Salles na terça foi a de neutralizar as emissões de gases causadores do efeito estufa até 2060. Esta não é uma meta, mas um indicativo feito pelo governo brasileiro.

O Observatório do Clima destacou que a ambição é dez anos mais longa que a meta da maioria dos países do Acordo, que devem zerar o saldo de emissões de gás carbônico em 2050. Além disso, a entidade lembrou que somente a China apresentou meta igual à brasileira.

"A NDC [meta] anunciada é insuficiente e imoral. A redução de 43% nas emissões em 2030 não está em linha com nenhuma das metas do Acordo de Paris de limitar o aquecimento global a menos de 2º C ou a 1,5º C. Ela nos levaria a um mundo cerca de 3º C mais quente se todos os países tivessem a mesma ambição" - Observatório do Clima, nota em 8/12.

No mesmo documento, a entidade classificou como chantagem a afirmação do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, de que o prazo para alcançar a neutralidade de carbono nos próximos 40 anos poderá ser antecipado caso os países desenvolvidos transfiram US$ 10 bilhões anuais para projetos brasileiros a partir de 2021.

Esta não é a primeira vez que Salles fala em pedir US$ 10 bilhões anuais aos países ricos para investir em ações de conservação no Brasil. Ainda em 2019, nas reuniões preparativas para a Conferência Internacional do Clima (COP 25) em Madri, o ministro citou a cifra – que corresponderia a 10% do total previsto no Acordo de Paris de repasses de países desenvolvidos para países subdesenvolvidos.

Apesar dessas declarações, mesmo o dinheiro que o Brasil já recebe de países europeus está paralisado. O Fundo Amazônia, um dos principais instrumentos para essas remessas, está interditado há mais de um ano.

Veja as recentes polêmicas sobre o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles
Veja as recentes polêmicas sobre o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles

Proposta de redução de 81% em emissões

Na segunda-feira (7), o Observatório do Clima sugeriu que a nova Contribuição Nacional Determinada (NDC, na sigla em inglês) do Brasil para o Acordo do Clima de Paris deveria se comprometer a reduzir as emissões líquidas em 81% até 2030 em relação aos níveis de 2005.

Segundo a rede, essa redução significaria chegar ao fim da próxima década emitindo, no máximo, 400 milhões de toneladas de gases de efeito estufa. Atualmente, a emissão líquida do Brasil é de cerca de 1,6 bilhão de toneladas de gases – o país é o sexto maior emissor de gases do planeta.

Entenda como é o Acordo de Paris
Entenda como é o Acordo de Paris

Além da meta de redução de emissões, o Observatório do Clima também propõe que o Brasil adote uma série de políticas públicas que facilitam o cumprimento do compromisso, entre elas:

  • Eliminar o desmatamento em todos os seus biomas até 2030;
  • Restaurar 14 milhões de hectares em áreas de reserva legal e áreas de preservação permanente entre 2021 e 2030;
  • Restaurar e recuperar 27 mil hectares em áreas de apicuns e manguezais entre 2021 e 2030;
  • Recuperar 23 milhões de hectares de pastagens degradadas entre 2021 e 2030;
  • Aumentar em 2 milhões de hectares a área de florestas plantadas no período entre 2021 e 2030;
  • Ampliar a pelo menos 20% a mistura de biodiesel no diesel de petróleo (B20) até 2030;
  • Eliminar os subsídios a combustíveis fósseis até 2030;
  • Eliminar a entrada em circulação de novos veículos de transporte urbano de passageiros movidos por motor a diesel até 2030;
  • Recuperar ou queimar pelo menos 50% de todo o biogás gerado nos aterros sanitários;
  • Erradicar todos os lixões do país até 2024.
Principais pontos do acordo do Acordo de Paris

O Acordo de Paris foi assinado em 2015, durante a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climática. O texto fala em manter a temperatura do planeta com uma elevação "muito abaixo de 2°C" mas "perseguindo esforços para limitar o aumento de temperatura a 1,5°C".

São os principais pontos do Acordo de Paris:

  • Países devem trabalhar para que aquecimento fique muito abaixo de 2ºC, buscando limitá-lo a 1,5ºC;
  • Países ricos devem garantir financiamento de US$ 100 bilhões por ano;
  • Não há menção à porcentagem de corte de emissão de gases-estufa necessária;
  • Texto não determina quando emissões precisam parar de subir;
  • Acordo deve ser revisto a cada 5 anos.


Avanços no acordo

A última conferência do clima da Organização das Nações Unidas (ONU), a COP 25, terminou com os quase 200 países participantes concordando em apresentar "compromissos mais ambiciosos" para reduzir as emissões de gases poluentes.

Mas os detalhes sobre como isso será feito serão acertados somente na COP 26, marcada para novembro de 2021 em Glasgow, na Escócia.

Ricardo Salles sobre a COP 25: ‘Querem disfarçar a discussão sobre os combustíveis fósseis
Ricardo Salles sobre a COP 25: ‘Querem disfarçar a discussão sobre os combustíveis fósseis

A regulamentação do mercado de carbono previsto no texto do acordo, uma das decisões mais esperadas da reunião, também ficou para o ano que vem.

Ricardo Salles defende que o mercado seja regulado, o que segundo ele, traria mais recursos para investimentos na área do meio ambiente no Brasil. Após a COP 25, o ministro do Meio Ambiente disse que "a COP 25 não deu em nada".

"Países ricos não querem abrir seus mercados de créditos de carbono. Exigem medidas e apontam o dedo para o resto do mundo, sem cerimônia, mas na hora de colocar a mão no bolso, eles não querem", afirma Salles em uma rede social.

A atuação do Brasil na COP 25 se concentrou em pedir recursos dos países ricos para preservação no Brasil. Mas, nos últimos dias do evento, o país também protagonizou um impasse sobre artigos que tratavam da participação dos oceanos e o uso da terra nas mudanças climáticas.

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Vendas do comércio crescem 0,9% em outubro e setor registra 6ª alta seguida

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Na comparação com outubro de 2019, avanço foi de 8,3%. Patamar de vendas bateu novo recorde e agora se encontra 8% acima do nível de fevereiro, pré-pandemia. IBGE destaca, porém, que crescimento ainda é desigual.  
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Por Darlan Alvarenga e Daniel Silveira, G1  
10/12/2020 09h00 Atualizado há 3 horas
Postado em 10 de dezembro de 2020 às 12h00m


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As vendas do comércio varejista cresceram 0,9% em outubro, na comparação com setembro, com o setor cravando a 6ª alta consecutiva, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em relação a outubro de 2019, o avanço foi de 8,3%, a quinta taxa positiva consecutiva e a maior para um mês de outubro desde 2012 (9,2%).

"O patamar do varejo bateu recorde pela terceira vez seguida, ficando 0,9% acima de setembro e 8% superior a fevereiro, nível pré-pandemia", destacou o IBGE. "O crescimento, porém, foi desigual", acrescentou.

Vendas do comércio mês a mês — Foto: Economia G1
Vendas do comércio mês a mês — Foto: Economia G1

O resultado surpreendeu, superando com folga as expectativas em pesquisa da Reuters de recuo de 0,2% no mês e de alta na comparação anual de 6,7%.

De acordo com o gerente da pesquisa, Cristiano Santos, o patamar atual de vendas supera em 2,8% o pico mais alto do setor na série histórica, que havia sido alcançado em outubro de 2014.

O IBGE revisou os dados do comércio dos últimos quatro meses, que tiveram alta menos intensa que a divulgada anteriormente. O crescimento de junho foi de 8,6%, e não de 8,7%. Já o de julho foi revisado de 4,7% para 4,6%, enquanto o de agosto de 3,1% para 2,9%. Em setembro, a alta foi de 0,5%, e não de 0,6%.

Veja o desempenho de cada uma das atividades em outubro

  • Combustíveis e lubrificantes: 1,1%
  • Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo: 0,6%
  • Tecidos, vestuário e calçados: 6,6%
  • Móveis e eletrodomésticos: -1,1%
  • Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria: 2,3%
  • Livros, jornais, revistas e papelaria: 6,6%
  • Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação: 3,7%
  • Outros artigos de uso pessoal e doméstico: 1,9%
  • Veículos, motos, partes e peças: 4,8% (varejo ampliado)
  • Material de construção: 0,2% (varejo ampliado)
Avanço de 1,3% em 12 meses

No acumulado no ano, o varejo passou a registrar alta de 0,9%. Já o acumulado em 12 meses ficou em 1,3%, ante alta acumulada de 0,9% em setembro, indicando um ganho de fôlego.

Esse resultado de outubro mostra um repique para cima, que precisamos ter cuidado para avaliar como uma retomada da aceleração. No mínimo, mostra um folego da economia num patamar que já estava alto, afirmou o gerente da pesquisa.

Segundo Santos, os principais fatores de influência no atual desempenho do comércio são a oferta maior de crédito, juros mais baixos, e a renda extra do Auxílio Emergencial.

No acumulado no ano até outubro, 4 das 8 atividades pesquisadas ainda registram perdas. Veja gráfico abaixo:

Metade das atividades do comércio ainda operavam no campo negativo em outubro — Foto: Economia/G1
Metade das atividades do comércio ainda operavam no campo negativo em outubro — Foto: Economia/G1

A receita nominal do varejo subiu 2% em outubro. Na comparação anual, subiu 2,5%. No acumulado no ano, tem elevação de 4,9%. E em 12 meses, passou a acumular alta de 5,1%.

Só móveis e eletrodomésticos tiveram queda no mês

Entre as 8 atividades pesquisadas, 7 tiveram taxas positivas na comparação com setembro, com destaque para tecidos, vestuário e calçados (6,6%), livros, jornais, revistas e papelaria (6,6%) e equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (3,7%). O setor de supermercados, que possui o maior peso no índice, avançou 0,6%.

O único segmento que teve queda no mês foi o de móveis e eletrodomésticos (-1,1%), mas ainda é o que acumula o melhor desempenho no ano e desde o início da pandemia.

Pelo conceito varejo ampliado, que inclui "Veículos, motos, partes e peças" e de "Material de construção", o volume de vendas cresceu 2,1% em relação a setembro e 6% na comparação com outubro de 2019. No acumulado no ano e nos últimos 12 meses, ainda há queda, de 2,6% e de 1,4%, respectivamente.

Na comparação com setembro, o volume de vendas cresceu em 22 das 27 unidades da federação, com destaque para Bahia (3,5%), Piauí (3,1%) e Mato Grosso do Sul (2,9%). Entre as maiores quedas, as que mais pressionaram o índice foram as de Tocantins (-5,4%), Roraima (-2,2%) e Pará (-0,7%).

Crescimento desigual

Embora o patamar de vendas do setor esteja 8% acima do período pré-pandemia, o crescimento se mostra desigual, segundo o IBGE.

Metade das atividades do comércio varejista ainda não haviam recuperado, até outubro, as perdas provocadas pela pandemia — Foto: Economia/G1
Metade das atividades do comércio varejista ainda não haviam recuperado, até outubro, as perdas provocadas pela pandemia — Foto: Economia/G1

Os principais destaques foram são os segmentos de móveis e eletrodomésticos (19% acima do nível de fevereiro), outros artigos de uso pessoal e doméstico (13,3%), artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (9,6%) e hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (6,1%).

Outras 4 atividades, porém, tiveram quedas, sendo elas livros, jornais, revistas e papelaria (-33,7%), combustíveis e lubrificantes (-4,7%), tecidos, vestuário e calçados (-4,6%) e equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-2,1%).

O varejo ampliado mostra o mesmo comportamento, 4,9% acima de fevereiro, com cinco taxas positivas e cinco negativas. Material de construção teve o maior crescimento (21,5%) e veículos, motos, partes e peças, o menor (-5,2%), depois de livros, destacou o pesquisador.

Perspectivas

Após o forte tombo no 1º semestre, o comércio é um dos destaque de recuperação da economia, tendo retomado já em agosto o patamar pré-pandemia.

A dúvida agora é como será o desempenho do setor daqui pra frente com o término dos auxílios governamentais, inflação em aceleração e desemprego ainda elevado. A avaliação dos economistas é que o ritmo de recuperação da economia tende desacelerar no 4º trimestre e no começo de 2021.

O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) da Fundação Getulio Vargas caiu em novembro pelo segundo mês seguido, da mesma forma que a confiança dos empresários do comércio.

Na semana passada, o IBGE mostrou que a produção industrial brasileira cresceu 1,1% em outubro, desacelerando ante a alta de 2,8% em setembro. No acumulado no ano, o setor ainda acumula perda de 6,3%.

O mercado financeiro passou a estimar uma retração de 4,4% para a economia brasileira neste ano e de 3,5% em 2021, segundo pesquisa Focus do Banco Central. Já a projeção para inflação foi elevada para 4,21% em 2020.

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