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domingo, 26 de janeiro de 2025

O que esperar das missões espaciais em 2025

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Novas pesquisas terão como objetivo medir a biomassa da Terra a partir do espaço, devolver astronautas ao planeta e preparar o pouso de humanos na Lua.
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TOPO
Por Matthew Ward Agius, Fred Schwaller

Postado em 26 de Janeiro de 2.025 às 07h00m

#.* Post. - Nº.\  11.483*.#

Entre os destaques espaciais de 2025 está a missão da Agência Espacial Europeia (ESA) para medir a saúde da biomassa vegetal da Terra a partir da órbita. — Foto: ESA/ATG
Entre os destaques espaciais de 2025 está a missão da Agência Espacial Europeia (ESA) para medir a saúde da biomassa vegetal da Terra a partir da órbita. — Foto: ESA/ATG

A ciência e a exploração espacial atingiram novos patamares no último ano. Entre as descobertas, cientistas identificaram que as galáxias são muito maiores do que se acreditava e o que acontece com o corpo de um astronauta quando ele fica preso no espaço. Nos últimos dias do ano, a sonda espacial Parker Solar Probe, da Nasa, conseguiu chegar mais próximo do Sol do que qualquer objeto já fabricado por humanos.

Agora, 2025 deve trazer novidades e acontecimentos inéditos para a pesquisa espacial em todo o mundo.

Astronautas "presos" da NASA retornarão à Terra na primavera

Suni Williams e Butch Wilmore retornarão à Terra em março de 2025. Os dois astronautas foram deixados na Estação Espacial Internacional (ISS) em junho de 2024, depois que problemas de propulsão com sua nave espacial, a Starliner, fizeram com que a missão de oito dias tivesse que ser estendida.

Embora não estejam tecnicamente presos, uma vez que existem viagens regulares de tripulação e suprimentos que poderiam trazê-los de volta em uma data posterior, a dupla foi forçada permanecer mais tempo na estação. Eles devem retornar à terra em março, a bordo de uma missão da SpaceX.

Medindo a vida na Terra do espaço

Em 2025, a agência Espacial Europeia (ESA) começará a analisar os ecossistemas da Terra a partir do espaço. A missão FLuorescence EXplorer (Flex) fornecerá mapas globais de saúde e estresse das plantas. A Flex tem uma duração de projeto de três anos e meio a partir do lançamento.

Butch Wilmore e Suni Williams permanecem na ISS desde junho e não retornarão à Terra até março de 2025. — Foto: NASA/Divulgação
Butch Wilmore e Suni Williams permanecem na ISS desde junho e não retornarão à Terra até março de 2025. — Foto: NASA/Divulgação

O satélite incluirá novos instrumentos capazes de medir a atividade fotossintética do espaço pela primeira vez. O instrumento conseguirá registrar a fotossíntese de plantas em larga escala, proporcionando uma melhor compreensão de como os ecossistemas vegetais afetam o ciclo global de carbono.

Uma missão separada da ESA, também prevista para 2025, analisará as florestas da Terra. A missão Biomass medirá informações sobre o estado dos biomas e como eles estão mudando. Os resultados de ambas as missões podem ajudar a orientar políticas relacionadas à proteção contra mudanças climáticas, gestão agrícola e segurança alimentar.

Próximos passos para a Artemis, mas sem ação em 2025

2025 será um ano crucial para os planos da Nasa de devolver os humanos à Lua como parte do programa Artemis.

Entusiastas do espaço acompanharão o progresso da agência americana na realização de marcos-chave para a missão Artemis 2.

Em 2022, o Artemis 1 testou com sucesso um voo não tripulado da Orion em órbita lunar. A Artemis 2 é a missão de acompanhamento, com o objetivo de enviar uma tripulação humana a bordo em 2026. A missão Artemis 3 colocará humanos de volta na superfície lunar pela primeira vez desde 1972.

Evento de divulgação dos nomes da tripulação da Artemis II, em Houston, no Texas. — Foto: NASA
Evento de divulgação dos nomes da tripulação da Artemis II, em Houston, no Texas. — Foto: NASA

A Artemis 2 estava prevista para ser lançada no final de 2025, mas foi adiada para abril de 2026, no mínimo, para dar mais tempo para resolver problemas detectados com a nave Orion em sua primeira missão.

O atraso também dá tempo para que os parceiros comerciais SpaceX e Axiom Space cumpram seus marcos-chave no desenvolvimento do módulo lunar Starship e dos novos trajes espaciais, respectivamente.

Os astronautas usarão a instalação Luna, na Alemanha, para treinar para futuras viagens à superfície da Lua.

Eclipses lunares e chuvas de meteoros

Também haverá muitos eventos próximos à Terra que poderão ser vistos a olho nu ou com telescópios.

A chuva de meteoros Quadrantídeos ocorre em meados de novembro a meados de janeiro de cada ano. O pico aconteceu no dia 3 de janeiro.

Já a chuva de meteoros Eta Aquáridas também será visível de 20 de abril a 21 de maio. O fenômeno pode ser melhor observado dos trópicos do sul, mas também pode ser visto ao norte do equador. O pico ocorre de 3 a 4 de maio.

Outra data importante no calendário espacial é 14 de março, quando um eclipse total da Lua será visível no Pacífico, nas Américas, na Europa Ocidental e na África Ocidental.

Haverá uma segunda chance em 2025, em 7 de setembro, quando um eclipse lunar será visível na Europa, África, Ásia e Austrália.

Ciência registra processo de ovulação em vídeo

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Estudos indicam redução de massa cerebral por uso excessivo de tela

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Consumo compulsivo de conteúdos de baixa qualidade está associado a redução no volume de massa cinzenta em regiões do cérebro responsáveis por tomada de decisões, apontam estudos.
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TOPO
Por Felipe Espinosa Wang

Postado em 26 de Janeiro de 2.025 às 05h45m

#.* Post. - Nº.\  11.482*.#


O que é brain rot?

Embora possa parecer exagerado à primeira vista, o termo "cérebro podre" ou "podridão cerebral", da expressão em inglês "brain rot", pode ser mais literal do que pensamos. Eleita a palavra do ano de 2024 pelo Dicionário Oxford por mais de 37 mil pessoas, o termo descreve, de acordo com a Oxford University Press, a deterioração mental causada pelo consumo excessivo de conteúdo superficial, especialmente na internet. As citações ao termo em inglês aumentaram 230% entre 2023 e 2024, refletindo uma preocupação social crescente com esse fenômeno.

Assim, o que começou como uma expressão coloquial encontrou apoio na ciência. Pesquisas citadas pelo jornal britânico The Guardian indicam que o uso excessivo de mídias sociais e o consumo compulsivo de conteúdo de baixa qualidade – como notícias sensacionalistas, teorias da conspiração e entretenimento vazio – podem literalmente encolher a massa cinzenta, diminuir a capacidade de atenção e enfraquecer a memória. Uma combinação de efeitos que faz com que o termo "podridão" não pareça exagerado.

Do e-mail à rolagem infinita

Os primeiros sinais de alarme soaram no início do século com algo que hoje nos parece inofensivo: o e-mail. Como o jornal El País noticiou recentemente, citando um artigo do Guardian de 2005, uma equipe da Universidade de Londres, após 80 testes clínicos, descobriu que o uso diário de e-mail e telefone celular causava uma queda média de dez pontos no QI dos participantes, um impacto que eles descreveram como mais prejudicial do que o uso de maconha.

Imagine então o que acontece agora com a constante enxurrada de tweets, stories, reels, notificações, pushes e fluxos intermináveis de conteúdo.

Os aplicativos modernos são projetados especificamente para nos manter viciados, aproveitando o que Michoel Moshel, pesquisador da Universidade Macquarie, descreveu ao El País como "a tendência natural do nosso cérebro de buscar novidades, especialmente quando se trata de informações potencialmente prejudiciais ou alarmantes, uma característica que já nos ajudou a sobreviver".

Mudanças cerebrais preocupantes

Em geral, o quadro atual é preocupante. Uma meta-análise de 27 estudos de neuroimagem revelou que o uso excessivo de internet está associado a uma redução no volume de massa cinzenta em regiões críticas do cérebro responsáveis pelo processamento de recompensas, controle de impulsos e tomada de decisões. De acordo com Moshel, essas alterações são semelhantes às observadas em casos de dependência de substâncias como metanfetaminas e álcool.

Além do ambiente clínico, o "uso desordenado de tela" tem sido estudado em ambientes educacionais. Uma meta-análise citada em um artigo do The Conversation, do qual Moshel é um dos autores, lista 34 estudos que vinculam o uso compulsivo a um desempenho cognitivo significativamente inferior, especialmente no que diz respeito a atenção sustentada e controle de impulsos. O problema, de acordo com o relatório, não se limita aos mais jovens; ele também afeta adultos que passam muitas horas na frente de celulares e computadores.

Adolescentes passaram mais de 8 horas por dia em frente às telas em 2021, segundo ONG americana — Foto: Pexels
Adolescentes passaram mais de 8 horas por dia em frente às telas em 2021, segundo ONG americana — Foto: Pexels

Ainda assim, o problema é particularmente grave entre os jovens. De acordo com dados de 2021 da ONG americana Common Sense Media citados no The Conversation, pré-adolescentes passam 5 horas e 33 minutos por dia em frente às telas, enquanto esse tempo é de 8 horas e 39 minutos para adolescentes.

Na Austrália, por exemplo, uma pesquisa realizada em 2020 pelo Instituto Gonski da UNSW revelou que 84% dos educadores consideram tecnologias digitais uma distração na sala de aula. De acordo com uma pesquisa da organização australiana especializada em saúde mental Beyond Blue, citada pela emissora americana ABC, o tempo excessivo de tela está entre os principais desafios para os jovens, perdendo apenas para problemas de saúde mental.

Círculo vicioso da era digital

Eduardo Fernández Jiménez, psicólogo clínico do Hospital La Paz, em Madri, explicou ao El País que o cérebro ativa diferentes redes neurais para gerenciar diferentes tipos de atenção. O bombardeio constante de estímulos variáveis afeta particularmente nossa capacidade de atenção sustentada, que é fundamental para o aprendizado acadêmico.

O problema é agravado por um círculo vicioso difícil de romper: de acordo com um estudo publicado na revista Nature, pessoas com saúde mental debilitada têm maior probabilidade de consumir conteúdo de baixa qualidade, o que, por sua vez, piora seus sintomas. E quanto mais tempo se passa em frente à tela, mais difícil é reconhecer e limitar o problema.

Existe uma solução?

Pesquisadores apontam que uso excessivo de internet reduz a massa cinzenta em regiões do cérebro — Foto: Pexels
Pesquisadores apontam que uso excessivo de internet reduz a massa cinzenta em regiões do cérebro — Foto: Pexels

Especialistas recomendam uma abordagem em duas frentes: qualidade e quantidade. É fundamental estabelecer limites claros para o tempo de tela e fazer um esforço consciente para se desligar. Atividades que exigem presença física, como esportes ou reuniões com amigos, são essenciais para neutralizar os efeitos negativos do uso prolongado da tela, recomendou o psicólogo Carlos Losada em dezembro ao El País.

Também é importante dar prioridade a conteúdos educativos que evitem características viciantes e estabelecer intervalos regulares. Porque, como sugere a pesquisa, o "cérebro podre" pode ser mais do que uma metáfora, mas um processo real de deterioração cognitiva causada por nossos hábitos digitais.

Com as empresas de tecnologia projetando algoritmos para maximizar nosso tempo de tela e um público cada vez mais digitalizado, o desafio vai além do indivíduo. É preciso políticas públicas que incentivem a transparência e a educação digital crítica.

A ironia é que essa "podridão cerebral" pode estar alterando a forma como percebemos e respondemos ao mundo justamente quando mais precisamos de nossas capacidades cognitivas. Talvez seja hora de lembrar que existe um mundo além da tela, um mundo que nossos cérebros foram realmente projetados para explorar.

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