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sexta-feira, 30 de outubro de 2020

Desemprego no Brasil atinge recorde de 14,4% no trimestre encerrado em agosto, diz IBGE

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Número de desempregados no país aumenta 1,1 milhão em 3 meses e chega a 13,8 milhões. Em 1 ano, Brasil perdeu 12 milhões de postos de trabalho e viu população ocupada encolher para o menor contingente já registrado pela pesquisa, iniciada em 2012.  
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Por Darlan Alvarenga e Daniel Silveira, G1  
30/10/2020 09h00 Atualizado há 47 minutos
Postado em 30 de outubro de 2020 às 11h00m


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Desemprego no Brasil bate recorde e chega a 14,4% da população
Desemprego no Brasil bate recorde e chega a 14,4% da população

O desemprego no Brasil saltou para uma taxa recorde de 14,4% no trimestre encerrado em agosto. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Mensal (PNAD Contínua), divulgada nesta sexta-feira (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É a maior taxa já registrada na série histórica da pesquisa, iniciada em 2012.

Esse aumento da taxa está relacionado ao crescimento do número de pessoas que estavam procurando trabalho. No meio do ano, havia um isolamento maior, com maiores restrições no comércio, e muitas pessoas tinham parado de procurar trabalho por causa desse contexto. Agora, a gente percebe um maior movimento no mercado de trabalho em relação ao trimestre móvel encerrado em maio, afirmou a analista da pesquisa, Adriana Beringuy.

O índice de 14,4% corresponde a um aumento de 1,6 ponto percentual em relação ao trimestre encerrado em maio (12,9%), e de 2,6 pontos percentuais frente ao mesmo intervalo do ano passado. O resultado ficou acima da mediana das expectativas de 28 consultorias e instituições financeiras ouvidas pelo Valor Data, que apontava para uma alta da taxa para 14,2%.

Os dados mostram que foram fechados 4,3 milhões de postos de trabalho em apenas 3 meses, levando o total de desempregados a 13,8 milhões de pessoas, um aumento de 8,5% frente ao trimestre anterior.

"São cerca de 1,1 milhão de pessoas a mais à procura de emprego frente ao trimestre encerrado em maio", destacou o IBGE. No mesmo trimestre de 2019, o país tinha 12,6 milhões de desempregados.

Desemprego em agosto/2020 — Foto: Economia G1
Desemprego em agosto/2020 — Foto: Economia G1

Apesar o salto do número de desempregados no país, o recorde da série foi registrado no trimestre encerrado em março de 2017, quando o número de desocupados em busca de um trabalho chegou a 14,1 milhões.

Além do desemprego recorde, a pesquisa do IBGE mostra que:

  • O país atingiu o menor número histórico de trabalhadores ocupados
  • O nível de ocupação no mercado de trabalho atingiu o menor patamar histórico
  • Em 12 meses, o país perdeu 12 milhões de postos de trabalho, considerando todas as formas de atuação no mercado de trabalho
  • Das 4,3 milhões de vagas perdidas em 3 meses, metade era de carteira assinada
  • Segmentos de comércio, alojamento e alimentação foram os que mais perderam vagas
  • O número de trabalhadores informais é o menor de toda a série histórica da pesquisa
  • Contingente de trabalhadores domésticos (4,6 milhões de pessoas) também é o menor da série
Pnad Covid

Na semana passada, o IBGE mostrou que o desemprego diante da pandemia do novo coronavírus bateu recorde em setembro, chegando a uma taxa de 14%, mas trata-se de uma pesquisa com uma outra metodologia e que não é comparável aos dados da Pnad Contínua, que é usada como indicador oficial do desemprego no país.

População ocupada cai para nova mínima histórica

A população ocupada no Brasil encolheu 5% em 3 meses, recuando para 81,7 milhões, nova mínima histórica da série. O número representa uma redução de 4,3 milhões pessoas em relação ao trimestre encerrado. Já em 12 meses, o país perdeu 12 milhões de postos de trabalho, considerando todas as formas de atuação no mercado de trabalho.

Aumentou também a fatia de brasileiros que não está trabalhando. O nível de ocupação (46,8%) atingiu o patamar mais baixo da série histórica, com queda de 2,7 pontos percentuais ante o trimestre anterior (49,5%), quando, pela primeira vez na história da pesquisa menos da metade da população em idade de trabalhar estava ocupada.

O cenário que temos agora é da queda da ocupação em paralelo com o aumento da desocupação. As pessoas continuam sendo dispensadas, mas essa perda da ocupação está sendo acompanhada por uma maior pressão no mercado, afirma a pesquisadora.

Ou seja, o aumento da procura por um emprego acontece em meio a um cenário em que o país continuou eliminando postos de trabalho.

A população fora da força de trabalho (79,1 milhões de pessoas) também bateu recorde, com altas de 5,6% (mais 4,2 milhões de pessoas) em relação ao trimestre anterior e de 21,9% (mais 14,2 milhões de pessoas) frente ao mesmo trimestre de 2019.

Já a população subutilizada foi estimada em 33,3 milhões de pessoas, também foi recorde, subindo 9,7% (mais 3 milhões de pessoas) frente ao trimestre móvel anterior e 20% (mais 5,6 milhões de pessoas) contra o mesmo trimestre de 2019. A taxa composta de subutilização saltou para 30,6%, ante 27,5% no trimestre encerrado em maio.

Desalento também é recorde

Apesar do maior número pessoas que passaram a buscar um trabalho, a população desalentada (que desistiu de procurar emprego) somou 5,9 milhões e também renovou recorde, com alta de 8,1% (mais 440 mil pessoas) em relação ao trimestre anterior e de 24,2% (mais 1,1 milhão de pessoas) frente ao mesmo trimestre de 2019. 

O percentual de desalentados em relação à população na força de trabalho ou desalentada (5,8%) também foi recorde, chegando a 5,8%, contra 5,2% no trimestre anterior e 4,3% 1 ano atrás.

Só agropecuária amplia número de postos no trimestre

Variação trimestral de vagas, por setor — Foto: Economia/G1
Variação trimestral de vagas, por setor — Foto: Economia/G1

Dos 10 grupos de atividade analisados, apenas que reúne agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura teve aumento na população ocupada. A alta foi 2,9% no trimestre, o que representa 228 mil pessoas a mais trabalhando no setor.

No mesmo período, a população ocupada da indústria caiu 3,9%, perdendo 427 mil trabalhadores, enquanto comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas teve retração de 4,7%, ou menos 754 mil pessoas. Já na Construção, o cenário foi de estabilidade.

Perda de postos entre formais e informais

Desde o início da pandemia, a redução de emprego foi generalizada e atingiu praticamente todos os setores da economia, mas os números do IBGE mostram que os trabalhadores informais (sem carteira assinada e por conta própria) foram mais impactados. No trimestre encerrado em agosto, porém, houve uma desaceleração na intensidade da queda do emprego informal.

País perdeu 12 milhões de postos de trabalho em um ano, segundo o IBGE — Foto: Economia/G1
País perdeu 12 milhões de postos de trabalho em um ano, segundo o IBGE — Foto: Economia/G1

A categoria dos empregados no setor privado com carteira de trabalho foi estimada em 29,1 milhões de pessoas, menor nível da série histórica, o que representa uma queda de 6,5% (menos 2 milhões) na comparação com o trimestre encerrado em maio e de 12% (menos 4 milhões de pessoas) ante o mesmo trimestre de 2019.

Já o número de empregados sem carteira assinada (8,8 milhões de pessoas) caiu 5% (menos 463 mil pessoas) em relação ao trimestre móvel anterior, mas saltou 25,8% (menos 3 milhões) em 12 meses.

Na mesma direção, o número de trabalhadores por conta própria somou 21,5 milhões de pessoas, o que representa uma queda de 4% (menos 894 mil) frente ao trimestre anterior e um avanço de 11,4% (menos 2,8 milhões) ante o mesmo período de 2019.

A taxa de informalidade no trimestre encerrado em agosto foi de 38%, ante 37,6% no trimestre anterior, o que equivale a 31 milhões de trabalhadores que trabalham por conta própria ou que não têm carteira assinada.

Massa salarial cai 5,7% em 12 meses

O rendimento médio real habitual ficou em R$ 2.542 no trimestre terminado em agosto, alta de 3,1% frente ao trimestre anterior e de 8,1% em relação ao mesmo trimestre de 2019, influenciada principalmente pela maior redução do contingente de trabalhadores informais no país.

Já a massa de rendimento real do trabalho teve redução de 2,2% (menos R$ 4,6 bilhões) em 3 meses e de 5,7% (menos R$ 12,3 bilhões) na comparação anual.

País atinge o menor número de contribuintes do INSS

O levantamento do IBGE mostrou, também, que o país atingiu o menor número de contribuintes do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

No trimestre terminado em agosto, havia 53,3 milhões de contribuintes no país, cerca de 3 milhões a menos que o registrado no trimestre terminado em maio.

Antes, o menor número de contribuintes havia sido registrado no trimestre terminado em maio de 2012, com 54,6 milhões.

Perspectivas

Integrantes do governo têm afirmado que a pior parte da crise provocada pela pandemia da Covid-19 ficou para trás e que a economia tem dado sinais de recuperação. O mercado de trabalho, no entanto, deve continuar pressionado, e analistas avaliam que a taxa de desemprego deve continuar em trajetória de alta considerando o fim dos programas de auxílio emergencial.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que a taxa de desemprego no país feche o ano em 13,4%, e suba ainda mais em 2021, para 14,1%.

Na quinta-feira (29), o Ministério da Economia divulgou que a economia brasileira criou 313.564 empregos com carteira assinada em setembro. No acumulado nos 9 primeiros meses do ano, no entanto, foram fechados 558.597 postos formais no país.

Desemprego no Brasil vai saltar para 14,1% em 2021, prevê FMI
Desemprego no Brasil vai saltar para 14,1% em 2021, prevê FMI

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quinta-feira, 29 de outubro de 2020

Cientistas afirmam ter identificado nova variante do coronavírus na Europa

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Pesquisa, que ainda não foi publicada em revista científica, aponta que a mutação do Sars-CoV-2 surgiu no início do verão europeu, provavelmente na Espanha, e se espalhou por vários países.  
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Por G1  
29/10/2020 14h46 Atualizado há 3 horas
Postado em 29 de outubro de 2020 às 17h50m


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Reprodução em 3D do modelo do novo coronavírus (Sars-CoV-2) criada pela Visual Science. — Foto: Reprodução/Visual Science
Reprodução em 3D do modelo do novo coronavírus (Sars-CoV-2) criada pela Visual Science. — Foto: Reprodução/Visual Science

Cientistas de vários institutos e universidades na Suíça e na Espanha afirmam ter identificado uma nova variante do novo coronavírus (Sars-CoV-2) na Europa. Ela foi batizada de 20A.EU1.

O estudo aponta que a nova "versão" do Sars-CoV-2 surgiu em junho, no início do verão europeu, provavelmente na Espanha, e se espalhou por vários países.

Os cientistas não souberam dizer se o aumento de casos no continente está relacionado com a nova variante.

A pesquisa com o resultado do estudo foi divulgada em uma plataforma de pré-print, ou seja, o texto ainda não foi revisado por outros especialistas, etapa na qual as revistas científicas avaliam a qualidade do trabalho e decidem se ele será publicado.

As mutações ocorrem normalmente em vírus, incluindo o Sars CoV-2, e não necessariamente refletem em uma versão "mais forte" ou mais transmissível. Os pesquisadores ainda precisarão estudar o impacto das mudanças no código genético para confirmar qualquer diferença na infecção em seres humanos.

Frequência

De acordo com a pesquisa, a nova variante do vírus tem aparecido com frequência acima de 40% entre os infectados em território espanhol desde julho. Fora da Espanha, ele se manteve em níveis mais baixos até 15 de julho, mas depois chegou a ficar com percentuais entre 40% e 70% em setembro na Suíça, Irlanda e Reino Unido. A mutação também é prevalente na Noruega, Letônia, Holanda e França.

A pesquisa foi feita por cientistas das universidades de Basel, na Suíça; do Instituto Suíço de Bioinformática; do ETH Zürich em Basel; do Instituto de Biomedicina e da Universidade de Valência, na Espanha; e do Centro de Pesquisa Biomédica em Epidemiologia e Rede de Saúde Pública (Ciberesp, na sigla em espanhol), em Madri.

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quarta-feira, 28 de outubro de 2020

Copom decide manter juros básicos em 2% ao ano

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Taxa Selic está em 2% desde agosto, após série de baixas históricas. Economistas ouvidos pelo BC estimam que patamar será mantido até setembro de 2021.  
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Por Laís Lis e Alexandro Martello, G1 — Brasília  
28/10/2020 18h11 Atualizado há 3 horas
Postado em 28 de outubro de 2020 às 21h15m



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Copom decide manter taxa básica de juros da economia brasileira em 2% ao ano
Copom decide manter taxa básica de juros da economia brasileira em 2% ao ano

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira (28) manter a taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic, em 2% ao ano.

A Selic foi fixada em 2% ao ano na reunião de agosto – no menor patamar da série histórica – e, depois, mantida no mesmo patamar em 16 de setembro.

A alta nos preços dos alimentos em setembro fez a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), disparar. No mês passado, a inflação somou 0,64%, o maior patamar para o mês desde 2003. No começo de outubro, o IPCA avançou para 0,94%, a maior taxa para o período em 25 anos.

No comunicado da reunião, o Copom afirmou que, apesar dessa pressão inflacionária, foi mantido o diagnóstico de que o choque é temporário. A alta dos preços, segundo o comitê, segue compatível com o cumprimento da meta no "horizonte relevante para a política monetária".

O comunicado afirma que indicadores recentes sugerem uma recuperação econômica desigual entre setores, e que a conjuntura econômica ainda pede estímulos monetários.

O Copom entende que a conjuntura econômica continua a prescrever estímulo monetário extraordinariamente elevado, mas reconhece que, devido a questões prudenciais e de estabilidade financeira, o espaço remanescente para utilização da política monetária, se houver, deve ser pequeno.

O Copom voltou a defender a manutenção do processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira e alertou que questionamentos sobre a continuidade das reformas, assim como alterações no caráter permanente no processo de ajuste das contas públicas, podem elevar a taxa de juros estrutural da economia.

A evolução da taxa Selic
Desde 2017, em % ao ano
131312,2512,2511,2511,2510,2510,259,259,258,258,257,57,5776,756,756,56,56,56,56,56,56,56,56,56,56,56,56,56,56,56,56,56,56,56,5665,55,5554,54,54,254,25332,252,25222222jan/17abr/17jul/17out/17fev/18mai/18ago/18out/18fev/19mai/19jul/19out/19fev/20mai/20ago/20out/2002,557,51012,515
Fonte: Banco Central

O Copom e a Selic

O Copom fixa a taxa básica de juros com base no sistema de metas de inflação. Para 2021, ano no qual o BC passou a mirar as decisões, a meta central de inflação é de 3,75% e será oficialmente cumprida se o índice oscilar de 2,25% a 5,25%.

As decisões sobre juros levam de seis a nove meses para ter impacto pleno na economia.

Sardenberg: ‘BC diz que taxa Selic vai permanecer em 2% por muito tempo’
Sardenberg: ‘BC diz que taxa Selic vai permanecer em 2% por muito tempo’

No entanto, embora a inflação esteja crescendo nos últimos meses, a previsão mais recente dos economistas dos bancos é de que somará 2,99% neste ano e 3,10% em 2021. Com isso, a previsão é de que a inflação ficará abaixo da meta central de 4% de 2020 e em linha com os objetivos fixados para o ano que vem.

A meta de inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia (Selic).

"Continua válida a visão de que a estabilidade da taxa básica de juros é justificada por expectativas [de inflação] ancoradas [às metas] e projeções de inflação abaixo da meta no horizonte relevante para a política monetária [próximos 18 meses]", avaliou o Itaú, em comunicado assinado pelo seu economista-chefe, Mario Mesquita.

A instituição estima, em cenário base, a permanência do juro baixo "por um bom tempo".

Aumento do juro em 2021

Na visão dos economistas dos bancos, a alta da inflação e a falta de clareza sobre o controle dos gastos públicos, deverão levar ao aumento da taxa de juros em 2021.

De acordo com pesquisa realizada pelo BC na semana passada, o mercado financeiro prevê manutenção da taxa Selic no atual patamar de 2% ao ano até setembro de 2021.

A partir de outubro do ano que vem, entretanto, os economistas estimam início do processo de alta. Pelas estimativas, a taxa avançaria para 2,5% ao ano em outubro de 2021, para 2,75% em dezembro, para 3% ao ano em janeiro de 2022 e para 3,25% ao ano em março daquele ano.

Para o fim de 2022 e 2023, respectivamente, ainda de acordo com pesquisa realizada pelo BC, a previsão do mercado é de que a taxa Selic suba para 4,5% ao ano e 6% ao ano.

Segundo o economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Pedro Paulo Silveira, o Banco Central deve sinalizar, no comunicado da reunião do Copom, alguma mudança ou decisão diferente para um segundo momento.

"Talvez subir a taxa de juros num futuro próximo ou indicar alguma iniciativa mais tranquila em relaç ão aos riscos de desaceleração da economia. Isso é o que eu espero por ora, mas não vejo nada de diferente em relação à taxa básica de juros [nesta quarta]", explicou ele.

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terça-feira, 27 de outubro de 2020

Por que alguns pensadores acreditam que vivemos 'momento decisivo' da história humana

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De um lado, domínio surpreendente da tecnologia e do conhecimento, do outro, ameaças sem precedentes para futuro do planeta e da espécie; combinação forma um momento ímpar na história. 
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TOPO
Por Richard Fisher, BBC  
27/10/2020 16h49 Atualizado há 42 minutos
Postado em 27 de outubro de 2020 às 17h35m



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Parabéns! Você possivelmente faz parte de um momento essencial para a história da humanidade e do planeta — Foto: Getty Images via BBC
Parabéns! Você possivelmente faz parte de um momento essencial para a história da humanidade e do planeta — Foto: Getty Images via BBC

Se você está lendo estas palavras, saiba: você possivelmente está vivendo a época mais influente e decisiva para a humanidade de todos os tempos.

E a importância desse período já havia sido anunciada, acredite, antes da pandemia de coronavírus e de toda a crise política que se vê em vários cantos do mundo.

Quem diz isso são alguns filósofos e pesquisadores que têm se unido em torno da ideia de que vivemos o período da "dobradiça da história".

O termo vem do livro "On what matters" ("Sobre o que importa", em tradução livre) do filósofo britânico Derek Parfit.

"Dadas as descobertas científicas e tecnológicas dos últimos dois séculos, o mundo nunca se transformou tão rapidamente. Pode ser que logo tenhamos maiores poderes para transformar não apenas nosso entorno, mas a nós mesmos e a nossos sucessores", escreveu o pensador, em 2011.

"Vivemos o momento 'dobradiça' da história."

A essa ideia se somou, no ano passado, uma publicação do filósofo escocês Will MacAskill, da Universidade de Oxford, defendendo o chamado altruísmo eficaz, um movimento com o propósito de aplicar a razão e as evidências em prol do bem comum.

Sua publicação em um fórum gerou mais de 100 comentários de outros especialistas, sem contar os podcasts e outros artigos repercutindo-a.

Como escreveu Kelsey Piper, editora no site Vox, o debate sobre este momento decisivo na história é mais do que uma discussão filosófica abstrata: trata-se de identificar o que nossa sociedade deve priorizar para garantir o futuro da nossa espécie a longo prazo.

Para entender por que, vamos começar examinando os argumentos que sustentam a ideia de que o nosso momento é assim crucial.

Acredite: o momento 'dobradiça' já havia sido anunciado antes da pandemia do coronavírus — Foto: Getty Images via BBC
Acredite: o momento 'dobradiça' já havia sido anunciado antes da pandemia do coronavírus — Foto: Getty Images via BBC

Somos os mais influentes da história?

Nos últimos anos, cresceu a sustentação à ideia de que vivemos em um período de alto e incomum risco de autoaniquilação.

Como afirmou o astrônomo britânico Martin Rees: "Nossa Terra existe há 45 milhões de anos, mas este século é especial. É a primeira vez que uma espécie, a nossa, tem o futuro do planeta em suas mãos."

Pela primeira vez, temos nas mãos ações que podem destruir de forma irreversível a biosfera, ou também tecnologias cujo uso equivocado podem causar um revés catastrófico à civilização, acrescenta Rees, cofundador do Centro para o Estudo de Riscos Existenciais da Universidade de Cambridge.

Esses poderes destrutivos estão além de nossa sabedoria, de acordo com o filósofo autraliano Toby Ord, também de Oxford.

Ord escreveu um livro chamado "The Precipice" ("O Precipício") como uma alegoria de onde estamos: a um passo de um desastre.

Para ele, as chances de o mundo terminar este século são muito altas. Em sua opinião, o que torna nosso tempo particularmente decisivo é que criamos ameaças que nossos ancestrais nunca tiveram que enfrentar, como guerras nucleares e biológicas. E, além disso, não estamos fazendo o suficiente para conter essas ameaças.

A Convenção das Nações Unidas de Armas Biológicas, um compromisso global para conter o desenvolvimento de armas biológicas como um super coronavírus, tem um orçamento menor do que uma lanchonete corriqueira da rede McDonald's.

Superinteligência

A ideia de que estamos em um ponto de inflexão perigoso também dá munição ao segundo argumento daqueles que apoiam a hipótese da dobradiça.

De acordo com diversos pesquisadores renomados, existe a possibilidade de que no século 21 a inteligência artificial logo se transforme em superinteligência. E mais: a forma como lidamos com essa transição pode determinar todo o futuro da civilização.

Por si só, uma inteligência todo-poderosa pode marcar o destino da humanidade com base nos objetivos e necessidades que possui.

Assim, o futuro da civilização poderia ser moldado pelo primeiro a controlar a inteligência artificial. E isso pode fazer com que uma única força busque o bem de todos, ou que o poder seja usado de forma repressora.

Não há unanimidade sobre os efeitos a longo prazo da inteligência artificial (IA).

Mas mesmo entre aqueles que consideram pequenas as chances de um cenário catastrófico com IA, muitos reconhecem o enorme potencial de sua influência pode tornar as próximas décadas mais importantes do que qualquer outra da história da humanidade.

Por isso, muitos pesquisadores e organizações têm se dedicado a estudar a ética e a segurança envolvidas na inteligência artificial.

Clima

O astrônomo Martin Rees alerta que neste século 21 temos o futuro do planeta em nossas mãos — Foto: Getty Images via BBC
O astrônomo Martin Rees alerta que neste século 21 temos o futuro do planeta em nossas mãos — Foto: Getty Images via BBC

Luke Kemp, professor da Universidade de Cambridge, aponta que as mudanças climáticas causadas pela ação humana e pela degradação ambiental neste século podem ter implicações significativas no futuro.

"A transformação mais fundamental até agora na história humana foi a chegada do Holoceno, que permitiu a revolução agrícola."

Kemp aponta que as sociedades humanas parecem ter se adaptado para viver em um subconjunto surpreendentemente restrito de climas disponíveis na Terra — com temperaturas médias anuais em torno de 13 graus.

"Este é o século em que faremos um experimento geológico perigoso e sem precedentes e talvez nos empurremos para fora do nicho climático ou, pelo contrário, nos afastemos do abismo."

Também poderia ser argumentado que a relativa pouca idade da civilização nos torna particularmente influentes.

Temos apenas cerca de 10 mil anos de história humana, e pode-se dizer que as primeiras gerações têm a capacidade de mobilizar mudanças e valores que persistirão nas gerações futuras.

Podemos pensar na civilização de hoje como uma criança que carregará cicatrizes e traços formativos pelo resto da vida.

Mas nossa relativa juventude também poderia ser usada para argumentar o oposto, o que leva a uma pergunta óbvia: os primeiros humanos não viveram na época mais influente?

Afinal, bastavam alguns erros no Paleoceno ou o fim da revolução agrícola e nossa civilização nunca teria existido.

No entanto, MacAskill diz que, embora muitos momentos da história tenham sido cruciais, isso não significa necessariamente que tenham sido influentes.

Os caçadores-coletores, por exemplo, não estavam em posição de participar de um momento decisivo porque não tinham o conhecimento para saber que podiam mudar o futuro ou os recursos para seguir um curso diferente.

Ser influente, na definição de MacAskill, envolve a consciência e a possibilidade de seguir um caminho ou outro.

Por que isso importa

A definição de influência nos leva aos motivos pelos quais MacAskill e outros estão tão interessados neste estudo dos nossos tempos.

Encontrar respostas indicará a quantidade de recursos e tempo que a civilização deve dedicar aos problemas de curto prazo versus problemas de longo prazo.

Fazendo uma comparação a nível pessoal, se você acreditar que amanhã será o dia mais influente de sua vida — por exemplo, a data de um exame muito importante ou do seu casamento —, então você colocará muito tempo e esforço nisso imediatamente.

Mas se você acha que o dia mais influente de sua vida está a décadas de distância, ou você não sabe que dia será, você se concentrará em outras prioridades primeiro.

Onde investir

MacAskill é um dos fundadores do altruísmo eficaz e passou sua carreira buscando maneiras de alcançar o bem maior a longo prazo.

Se esta filosofia pressupõe que estamos agora em um ponto de inflexão, é preciso gastar bastante tempo e recursos para reduzir urgentemente os riscos existenciais de longo prazo.

Se, ao contrário, as pessoas acreditam que o momento dobradiça aconteceu há séculos, então elas se empenharão em outros problemas imediatos, como investir dinheiro em seus descendentes.

Alguns podem questionar os benefícios a longo prazo de se investir dinheiro, uma vez que vários colapsos sociais na história destruíram poupanças e fundos. Outros provavelmente sugerirão que o dinheiro deve ser investido na erradicação dos grandes problemas atuais, como a pobreza.

O principal objetivo dos altruístas eficazes é determinar o verdadeiro ponto de inflexão na história a fim de maximizar o bem-estar da espécie e garantir o florescimento futuro.

Outras visões

Um passo em falso na revolução agrícola e o futuro de nossa civilização teria sido muito diferente — Foto: Getty Images via BBC
Um passo em falso na revolução agrícola e o futuro de nossa civilização teria sido muito diferente — Foto: Getty Images via BBC

O argumento mais simples contra a hipótese do momento dobradiça é uma questão de probabilidade.

Se conseguirmos sobreviver a este século e atingir a média de vida de um mamífero, estaremos falando de uma humanidade que durará cerca de um milhão de anos. Um período em que poderíamos potencialmente nos expandir para outras estrelas e nos estabelecer em outros planetas.

Além disso, ainda há, em teoria, um grande número de pessoas que nascerão no futuro. Mesmo se olharmos apenas 50 mil anos à frente, a escala das gerações futuras pode ser enorme.

Dado o número astronômico de pessoas que ainda deverão existir, diz MacAskill, seria surpreendente se nossa pequena fração de população atual fosse justamente a mais influente.

É provável que essas pessoas do futuro, com sorte, venham a ser também mais moral e cientificamente iluminadas do que nós. Assim, elas poderiam fazer ainda mais para influenciar o futuro de maneiras que ainda não conseguimos conceber.

Aqueles que acreditam que estamos vivendo um momento dobradiça também poderiam estar desenvolvendo raciocínios incompletos e falhos.

Talvez aspectos cognitivos estejam fazendo com que os eventos visíveis e contemporâneos pareçam mais importantes do que realmente são.

Vivendo na década de 1980, por exemplo, poderia se pensar que o maior risco para a humanidade seria a nanotecnologia.

Além disso, existe a possibilidade do viés de confirmação. Em outras palavras, se você realmente acha que os riscos existenciais merecem mais atenção, é provável que desenvolva inconscientemente os argumentos que sustentam essa conclusão.

Por essas e outras razões, MacAskill acha que provavelmente não estamos vivendo na época mais influente.

Pode haver argumentos convincentes para pensar que estamos vivendo em uma época especialmente complicada em comparação com outros períodos, mas dado o futuro potencialmente longo que aguarda nossa civilização, esse tempo provavelmente ainda está por vir.

Vantagens se o momento dobradiça não existir

Embora possa parecer decepcionante concluir que não somos as pessoas mais importantes de todos os tempos, na verdade, isso pode ser positivo.

Se você acredita que existe uma "época de perigos", então o próximo século será especialmente arriscado para se viver, possivelmente exigindo sacrifícios significativos para garantir a sobrevivência da nossa espécie. E como Kemp aponta, a história ensina que quando há muitos medo de que uma utopia futura esteja em jogo, coisas desagradáveis são feitas em nome dela.

"Os estados têm uma longa história de medidas draconianas para responder às ameaças percebidas, e quanto maiores as ameaças, mais severo é o uso desse poder emergencial", diz Kemp.

Por exemplo, alguns pesquisadores que buscam formas de prevenir cenários desastrosos decorrentes da inteligência artificial acreditam que possamos precisar de um sistema de vigilância global onipresente que monitore cada pessoa viva o tempo todo.

Mas se a vida em um momento decisivo exige sacrifícios, isso não significa que uma época que não tenha essa característica possa ser vivida com total desleixo.

Neste século, podemos infligir danos significativos a nós mesmos, e não necessariamente catastróficos ou aniquiladores de espécies.

No século passado, descobrimos inúmeras maneiras de deixar heranças malignas para nossos descendentes, desde o carbono na atmosfera até o plástico no oceano e o lixo nuclear no subsolo.

Portanto, embora não saibamos se o nosso tempo será o mais influente ou não, podemos dizer com mais certeza que temos um poder crescente para moldar a vida e o bem-estar de bilhões de pessoas que viverão amanhã, para melhor ou para pior.

Caberá aos historiadores do futuro julgar se usamos bem essa influência.

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