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sexta-feira, 8 de maio de 2020

Máscaras e mingau: como o mundo tentou conter a pandemia da gripe espanhola em 1918

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Algumas recomendações eram semelhantes às que temos para combater a covid-19, enquanto outras eram fruto de pura especulação.
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 Por BBC  

 Postado em 08 de maio de 2020 às 19h20m  
      Post.N.\9.262  
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Mulher usa máscara de gripe durante a epidemia de gripe espanhola — Foto: Getty Images via BBCMulher usa máscara de gripe durante a epidemia de gripe espanhola — Foto: Getty Images via BBC

É perigoso traçar muitos paralelos entre o coronavírus e a pandemia de gripe espanhola de 1918, que matou pelo menos 50 milhões de pessoas em todo o mundo.

A Covid-19 é uma doença totalmente nova, que afeta desproporcionalmente as pessoas mais velhas. A gripe que varreu o mundo em 1918 tendia a atingir aqueles com idades entre 20 e 30 anos, com fortes sistemas imunológicos.
Mas as ações tomadas por governos e indivíduos para impedir a propagação da infecção têm similaridades.

A agência de saúde pública da Inglaterra (Public Health England) estudou o surto de gripe espanhola para elaborar seu plano inicial de contingência para o novo coronavírus. A lição principal é que a segunda onda da doença, no outono de 1918, foi muito mais mortífera que a primeira.

Evitar aglomerações
O país ainda estava em guerra quando o vírus fez sua primeira vítima registrada, em maio de 1918. O governo do Reino Unido, como muitos outros, parece ter decidido que o esforço de guerra viria antes da prevenção de mortes por gripe.
A doença se espalhou rapidamente nas tropas e nas fábricas de munições, além de ônibus e trens, de acordo com um relatório de 1919 de Arthur Newsholme para a Royal Society of Medicine.
Mas um "memorando para uso público" que ele escreveu em julho de 1918, que aconselhava as pessoas a ficar em casa se estivessem doentes e a evitar grandes reuniões, foi ignorado pelo governo.

Newsholme argumentou que muitas vidas poderiam ter sido salvas se essas regras fossem seguidas, mas acrescentou:
"Existem circunstâncias nacionais em que o principal dever é 'continuar', mesmo quando há risco à saúde e à vida".
Em 1918, não havia tratamentos para a gripe e nem antibióticos para tratar complicações como pneumonia. Os hospitais ficaram rapidamente sobrecarregados.

Não havia um bloqueio imposto centralmente para conter a propagação da infecção, embora muitos teatros, casas noturnas, cinemas e igrejas estivessem fechados, em alguns casos por meses.

Os pubs, que já estavam sujeitos a restrições de horário de guerra no funcionamento, geralmente ficavam abertos. As competições de futebol Football League e FA Cup foram canceladas devido à guerra, mas não houve esforço para cancelar outras partidas ou limitar as multidões, com equipes masculinas jogando em competições regionais e o futebol feminino, que atraiu grandes multidões, continuou durante toda a pandemia.

Fake news já em ação
Ruas em algumas vilas e cidades foram borrifadas com desinfetante e algumas pessoas usavam máscaras, enquanto seguiam suas rotinas.

As mensagens de saúde pública eram confusas — e, como hoje, as notícias falsas e as teorias da conspiração eram abundantes, embora o nível geral de ignorância sobre como levar uma vida saudável não tenha ajudado.

Em algumas fábricas, as regras para não fumar eram relaxadas, na crença de que os cigarros ajudariam a prevenir a infecção.
Durante um debate parlamentar sobre a pandemia, o deputado conservador Claude Lowther perguntou: "É verdade que uma forma de prevenção contra a gripe é ingerir cacau três vezes ao dia?".
Campanhas publicitárias e folhetos alertaram contra a propagação de doenças através de tosses e espirros.

Em novembro de 1918, o News of the World, jornal britânico em formato tabloide, aconselhava seus leitores a "lavar o nariz com água e sabão todas as noites e manhãs; forçar-se a espirrar de noite e de manhã, depois respirar profundamente."
Recomendava, ainda, voltar caminhando do trabalho para casa e comer bastante mingau.
Nenhum país ficou intocado pela pandemia de 1918, embora a escala de seu impacto e os esforços do governo para proteger suas populações tenham variado muito.

No Brasil, não há uma contabilização exata das vítimas, mas a estimativa é que cerca de 35 mil pessoas morreram no país devido à gripe espanhola. Os relatos são de que o Rio de Janeiro, então capital do país, parou completamente.

Quarentenas nos EUA
Nos Estados Unidos, alguns estados impuseram quarentenas a seus cidadãos, com resultados variados, enquanto outros tentaram tornar obrigatório o uso de máscaras faciais. Cinemas, teatros e outros locais de entretenimento foram fechados em todo o país.
Nova York estava mais preparada do que a maioria das cidades dos EUA, já tendo passado por uma campanha de 20 anos contra a tuberculose. Como resultado, teve uma menor taxa de mortalidade.
No entanto, o comissário de Saúde da cidade ficou sob pressão das empresas para manter tudo aberto, principalmente os cinemas e outros locais de entretenimento.
Estar ao ar livre era visto como algo benéfico contra a propagação de infecções, levando a algumas soluções engenhosas para manter a sociedade em movimento.
Mas foi impossível impedir reuniões em massa em muitas cidades dos EUA, principalmente em locais de culto.

Ao fim da pandemia, o número de mortos na Grã-Bretanha era de 228 mil, e acredita-se que um quarto da população tenha sido infectada.

Os esforços para deter o vírus continuaram por algum tempo, e a população ficou mais consciente do que nunca da natureza potencialmente mortal da gripe sazonal.

CORONAVÍRUS


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Produção de veículos no Brasil despenca 99% em abril, diz Anfavea

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Queda é a maior da história desta indústria, desde 1957, e representa forte impacto da pandemia do coronavírus. 
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 Por Guilherme Fontana, G1  
 08/05/2020 10h34 - Atualizado há uma hora  
 Postado em08 de maio de 2020 às 11h40m  

      Post.N.\9.261  
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Produção de automóveis da Renault em São José dos Pinhais (PR) — Foto: Renault/DivulgaçãoProdução de automóveis da Renault em São José dos Pinhais (PR) — Foto: Renault/Divulgação
Com praticamente todas as fábricas fechadas, a produção nacional de veículos caiu 99,3 % no último mês de abril, na comparação com o mesmo período de 2019.

O número divulgado nesta sexta-feira (8) pela associação das fabricantes, a Anfavea, é o pior da história e mostra o impacto da pandemia do coronavírus na indústria, que começou a retomar as atividades com a reabertura de algumas unidades, de forma gradual (leia mais ao fim da reportagem).
No último mês foram produzidos 1.847 automóveis, comerciais leves (picapes e furgões), caminhões e ônibus, contra 267.561 no mesmo período no ano passado.
"É o pior resultado da série histórica da indústria automobilística desde 1957", disse o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes.
A queda também foi de 99% em comparação com março: o fechamento das fábricas, como medida preventiva contra a pandemia, começou no fim daquele mês.

No acumulado do ano, a queda foi menor, de 39,1%.

Exportação
A exportação de veículos em abril teve seu pior resultado em 23 anos, segundo o presidente da Anfavea. A queda foi de 79,3% em relação ao mesmo mês de 2019 - com 7.212 unidades, contra 34.905.

Quando comparadas com o mês anterior, março, as exportações caíram 76,7%. Já no acumulado, a redução foi de 31%.

Para a entidade, os números já eram esperados não apenas pelo impacto da Covid-19 no Brasil, mas também nos principais mercados importadores de veículos brasileiros. A Argentina, além da crise econômica enfrentada há algum tempo, tem as maiores medidas restritivas da região no combate ao coronavírus.

Empregos
Luiz Carlos Moraes elogiou as medidas tomadas pelo governo federal através da MP 936, da qual a Anfavea participou com sugestões, que permitiu flexibilizar os contratos de trabalho com suspensões e reduções de jornadas durante a pandemia.

Ele também agradeceu aos sindicatos pelas negociações com as fabricantes. Segundo levantamento do G1, 79,2 mil funcionários (74% dos empregados da indústria) foram envolvidos em algum tipo de medida anunciada por 13 fabricantes de carros, caminhões e ônibus até 27 de abril.
"Estamos segurando os empregos por enquanto, utilizando todas as ferramentas disponíveis", disse o presidente da entidade.
Em relação a abril de 2019, o número de trabalhadores empregados na indústria caiu 3,7% em 2020. Em comparação a março, a queda foi de 0,3%, mantendo-se praticamente estável. Atualmente são 125.348 pessoas empregadas no setor.

Vendas
O coronavírus também causou uma queda de 76% nos licenciamentos de veículos, que foram de 231.936 unidades em abril de 2019 para 55.735 em 2020. Em comparação a março, com 163.625, a redução foi de 65,9%.

De acordo com a entidade, o Brasil é o 6º país com maior queda no número de licenciamentos no mundo comparando os meses de abril - desconsiderando a China, que não divulgou números.

Em primeiro lugar está a Índia, com 100% de queda, seguida da Itália, com 98%, e Espanha, com 96%. Em quarto lugar está a França, com redução de 89% e, em quinto, a Argentina, com 88%.

Em entrevista ao G1, na última quarta-feira (6), o presidente da federação dos concessionários, a Fenabrave, defendeu a reabertura de lojas com medidas que evitem aglomerações.

Segundo Alarico Assumpção, presidente da federação, 30% das concessionárias podem "quebrar" em 15 dias, se não puderem voltar a funcionar. O setor emprega 315 mil pessoas em 7.300 lojas.

Produção retomada
Algumas fabricantes já retomaram as atividades, mesmo que ainda de forma gradual. Segundo a Anfavea, desde 13 de abril, 8 fábricas e 30 mil funcionários já voltaram ao trabalho. A partir de 1º de maio, 55 fábricas e 95 mil funcionários permanecem parados.

No último dia 27 de abril, Scania, em São Bernardo do Campo (SP), e a divisão de caminhões e ônibus da Volkswagen, em Resende (RJ), retomaram suas produções.

Em Curitiba (PR), a divisão de caminhões da Volvo também já voltou a produzir no último dia 4, mas ainda com parte dos funcionários com contratos suspensos e parte com jornada reduzida. No mesmo dia, Renault e BMW reabriram suas linhas de produção em São José dos Pinhais (PR) e Araquari (SC), respectivamente.

A Mercedes-Benz caminhões, em São Bernardo do Campo, retomará as atividades na próxima segunda (11).

Indústria essencial não para
A indústria de bens e serviços sofre com o isolamento social, necessário para a contenção da pandemia do coronavírus. No entanto, setores de itens essenciais, como alimentos, da área de saúde e o agronegócio, bem como a cadeia de suprimentos e logística, estão funcionando e registrando bons números. Veja na reportagem abaixo.

Indústria sente efeitos da queda na demanda por causa do isolamento
Indústria sente efeitos da queda na demanda por causa do isolamento

CORONAVÍRUS


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