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Dados do novo relatório da Agência Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA) apontam uma alta de 2,1°C na região do Pacífico Equatorial Centro-Leste.<<<===+===.=.=.= =---____-------- ----------____---------____::____ ____= =..= = =..= =..= = =____ ____::____-----------_ ___---------- ----------____---.=.=.=.= +====>>>
Por Júlia Carvalho, g1
Postado em 27 de novembro de 2023 às 18h55m
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O fenômeno El Niño é caracterizado pelo aquecimento das águas do Oceano Pacífico. — Foto: NOAA
As águas do Oceano Pacífico atingiram o maior patamar de aquecimento desde 2016, de acordo com o relatório mais recente da Agência Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA), divulgado nesta segunda-feira (27). A publicação monitora semanalmente a evolução do El Niño.
O relatório aponta que o Niño 3.4 registrou alta de 2,1°C. A região é a faixa do Pacífico Equatorial Centro-Leste usada como uma das principais referências para as análises e previsões relacionadas ao El Niño.
No El Niño de 2015-2016, última vez que o fenômeno aconteceu de forma tão intensa, foi registrado um pico de 2,6°C de aquecimento.
Super El Niño
Não há um consenso entre os meteorologistas e climatologistas para a definição de um Super El Niño.
🌊 O fenômeno é caracterizado pelo aquecimento maior ou igual a 0,5°C das águas do Oceano Pacífico. O El Niño acontece com frequência a cada dois a sete anos. A duração média é de doze meses, gerando um impacto direto no aumento da temperatura global.
De acordo com Ana Lúcia Frony, meteorologista e sócia-fundadora do Climate Change Channel, esse El Niño pode ser considerado um Super El Niño. Segundo Frony, é o mais forte já registrado por medidas de satélite desde 1982 e, além das altas temperaturas do oceano, as imagens nunca mostraram uma região tão larga do atingida pelo fenômeno.
O El Niño vem se mostrando bastante intenso em 2023, em especial na
região central do Oceano Pacífico. — Foto: Climate Reanalyzer/NOAA
"É o mais intenso quando a gente fala de temperatura e em questão de extensão no mar também é maior em comparação aos demais anos da série histórica", analisa Ana Lúcia Frony.
Já para o climatologista e coordenador geral de pesquisa e desenvolvimento do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), José Marengo, o uso do termo Super El Niño não auxilia na compreensão do fenômeno e de seus impactos, apesar de sua intensidade ser bastante forte.
O meteorologista do Climatempo, Vinicius Lucyrio, afirma que, no atual patamar, é possível considerar este El Niño como muito intenso. Ele explica que, pelo contexto observado neste ano, muitos climatologistas acabam classificando o fenômeno como "super".
🔥Alguns especialistas consideram o Super El Niño quando há um aquecimento de mais de 2°C nas águas do Oceano Pacífico, enquanto outros entendem que essa categoria valeria para valores superiores a 2,5°C de alta na temperatura.
De maneira geral, a escala do fenômeno é medida de acordo com os seguintes parâmetros:
- alteração de 0,5 até 0,9°C é considerado fraco;
- entre 1,0°C e 1,4°C é moderado;
- de 1,5°C até 2°C é forte;
- acima de 2°C é classificado como muito forte.
Com a tendência de alta na temperatura do oceano, as previsões mais recentes indicam que o El Niño deve durar ao menos até abril de 2024.
Ana Lucy Frony explica que as evidências apontam que o fenômeno deve seguir intenso pelos próximos meses. "Não temos motivos para acreditar que o El Niño vai ter uma queda rápida. As correntes superficiais estão muito quentes e o transporte de águas mais quentes que o normal segue extremamente intenso", analisa.
O pico do fenômeno deve ser observado entre a segunda quinzena de dezembro e a primeira quinzena de janeiro. De acordo com Vinícius Lucyrio, depois de atingir seu ápice, o El Niño deve continuar forte até o fim de fevereiro e perder intensidade entre abril e maio.
Segundo Marengo, os relatórios mostram que a temperatura do oceano continua subindo, mas é difícil estimar em qual patamar ela deve chegar em janeiro de 2024.
Ele destaca também que o aquecimento global tem um papel fundamental na intensificação das consequências de fenômenos como o El Niño – tornando eventos climáticos extremos como ondas de calor, ondas de frio e enchentes cada vez mais comuns.
"Isso que está acontecendo agora é só uma amostra do que pode acontecer no futuro. E mostra como nós não estamos preparados para enfrentar esses eventos extremos", alerta.
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