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sexta-feira, 3 de junho de 2011

Morre Jack Kevorkian, defensor do suicídio e conhecido como "doutor morte"

130 pessoas teriam feito suicídio assistido com o "Dr.Morte"


Da AFP
 
Kevorkian criou um equipamento batizado de Thanatron, a máquina do suicídioFoto: Robyn Beck/ AFPZoom
Kevorkian criou um equipamento batizado de Thanatron, a máquina do suicídio
&««»& O principal defensor do suicídio assistido, Jack Kevorkian, morreu nos Estados Unidos nesta sexta-feira. Conhecido como "Doutor Morte", ele tinha 83 anos e sofria de problemas renais.

Kevorkian obrigou os Estados Unidos a confrontarem questões éticas em torno de qual seria a melhor forma de se tratar a dor e o sofrimento dos doentes terminais, quando, em 1990 ,inventou um equipamento batizado de Thanatron, a "máquina do suicídio" e divulgou vídeo de alguns pacientes que pediam a ele para morrer.

O médico de origem armênia, que passou mais de oito anos preso pela morte de um homem como parte de um suicídio assitido, gravado e transmitido por uma rede de TV, afirmava ter ajudado 130 pessoas a morrer.

"Não me arrependo de absolutamente nada", reiterou o Doutor Morte em uma entrevista concedida à CNN no ano passado.

Kerkovian havia sido internado no mês passado com problemas renais, informou seu advogado. "Venho confirmar a morte de Jack Kevorkian", afirmou à AFP Brian Bierley, porta-voz do Hospital Willian Beaumont, localizado na cidade de Royal Oak, em Michigan, norte dos Estados Unidos.

O desespero que levou dezenas de pacientes terminais a viajarem até Michigan para serem submetidas à "máquina da misericórdia" - que matava por inalação de monóxido de carbono, às vezes em hotéis, outras dentro do próprio carro de Kevorkian - suscitou as discussões em torno do direito à morte.

"Meu objetivo é fazer da eutanásia uma experiência positiva", justificou o Doutor Morte ao The New York Times em 1990, após realizar o seu primeiro suicídio assistido. A vítima, Janet Adkins, era uma professora de Oregon que sofria de Alzheimer.

Os desvarios de Kevorkian, no entanto, alimentaram críticas.

Em determinada ocasião, o Doutor Morte retirou corpos de alguns hospitais e os jogou em parques e prédios abandonados. Num outro episódio, mostrou os rins de um homem que ele havia ajudado a morrer em uma coletiva de imprensa em 1998, numa referência à doação de órgãos.

Ele ainda gravou o momento em que injetava medicamentos em Thomas Youk, que sofria de esclerose lateral amiotrófica (ELA), apesar de ter perdido o seu registro médico, e enviou uma cópia para o programa 60 Minutos, da rede CBS.

Seus críticos compararam o vídeo a um "snuff movie", filmes que retratam assassinatos reais, gravados com o intuito de obter lucros com a venda de um crime explícito. O juiz encarregado do caso acusou Kevorkian de arrogância e falta de respeito à sociedade.
A campanha do Doutor Morte para legalizar a eutanásia, no entanto, não conquistou muitos defensores.

Enquanto Michigan, sua terra natal, rejeitou uma proposta de lei sobre o assunto, o estado de Oregon aprovou a legislação em 1997, o mesmo ocorrendo com Washington, em 2008.

Cerca de 525 pacientes em Oregon e 135 em Washington morreram depos de ingerir doses letais de medicamentos prescritos pelos seus médicos desde que as leis foram promulgadas, de acordo com registros oficiais.

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