Região, onde o crescimento econômico já vem desacelerando nos últimos anos, deverá registrar contração econômica entre 8% a 10% em 2020.
Por Reuters
27/07/2020 16h41 Atualizado há 2 horas
Postado em 27 de julho de 2020 às 18h45m
A América Latina vai emergir da pandemia da Covid-19 com taxas mais
altas de pobreza, já que os esforços para controlar o vírus levaram a
saltos no desemprego e no endividamento, afirmou em entrevista o
presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Luis Alberto Moreno.
A América Latina, onde o crescimento econômico já vem desacelerando nos
últimos anos, deverá registrar contração econômica entre 8% a 10% em
2020, como resultado do coronavírus e das medidas de quarentena
associadas, disse Moreno.
A pandemia "vai empobrecer não apenas os latino-americanos, (mas
também) o mundo em geral, mas claramente a América Latina será mais
afetada porque somos uma região (de mercado) emergente", afirmou.
O BID, que é o maior credor regional da América Latina, aprovará neste
ano quase 20 bilhões de dólares em empréstimos. Cerca de US$ 15 bilhões
serão destinados aos governos para fortalecer os sistemas de saúde,
acrescentou.
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'Nada' para Venezuela
Embora a maior contração da região tenha ocorrido na Venezuela,
Moreno disse que o BID não pode financiar o governo do presidente
Nicolás Maduro porque seu governo está inadimplente em empréstimos de
cerca de US$ 700 milhões.
A Venezuela está em recessão há seis anos e a inflação anualizada
ultrapassa os 3.500%, segundo a Assembleia Nacional -- controlada pela
oposição e que calcula indicadores econômicos devido a atrasos na
divulgação de dados oficiais.
"Não há absolutamente nada que possamos fazer pela Venezuela", disse
Moreno. "Não há país na história da humanidade que tenha sofrido uma
contração tão profunda quanto a da Venezuela sem ter sofrido uma guerra
ou um desastre natural ou ambos."
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