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Polícia francesa disse que pelo menos 12 pessoas morreram.
Alvo foi sede de revista satírica que já foi atacada por muçulmanos.
Homens armados são vistos saindo de um carro e apontando armas a um carro da polícia perto do escritório da revista satírica Charlie Hebdo, em Paris (Foto: Anne Gelbard/AFP)
Entre os mortos estão dois policiais e 10 funcionários da revista. Segundo o jornal "The Guardian", cinco mortos foram identificados.
São eles: o editor e cartunista Stéphane Charbonnier, conhecido como Charb, o cartunista Wolinski, o economista e vice-editor Bernard Maris e os cartunistas Jean Cabu e Bernard Verlhac, conhecido como Tignous. A agência Reuters, citando a polícia, diz que outras 10 pessoas ficaram feridas, cinco em estado grave.
Segundo fontes policiais, os autores do ataque gritaram "Vingamos o Profeta!", em referência a Maomé, alvo de uma charge publicada há alguns anos pela revista, o que provocou revolta no mundo muçulmano.
O procurador da República, François Molins, precisou os detalhes dos acontecimentos em coletiva de imprensa. Segundo disse, dois indivíduos entraram na sede da revista e perguntaram a dois funcionários da manutenção onde era a entrada.
Em seguida, atiraram em um dos funcionários e renderam o outro no segundo andar do prédio, onde acontecia a reunião de pauta dos funcionários da publicação. Lá, atiraram e mataram 10 pessoas, sendo 8 jornalistas, um convidado e um policial encarregado da segurança.
Molins confirmou a informação de fontes policiais de que os autores do ataque afirmaram "vingar o profeta" durante o atentado. Segundo ele, os suspeitos fugiram de carro em direção ao norte de Paris, bateram em outro veículo e então abandonam o carro em que estavam. Depois, renderam um motorista e fugiram em outro carro.
Ele acrescentou que oito das vítimas eram jornalistas e que quatro dos 11 feridos estão em estado grave, segundo dados fornecidos pela polícia.
O número de suspeitos envolvidos no crime ainda é incerto e não foi confirmado pela polícia. Eles ainda são procurados e são perigosos, segundo as autoridades.
O Ministro do Interior da França, Bernard Cazeneuve, disse que três suspeitos são procurados.
Mais cedo, Rocco Contento, porta-voz do sindicato dos policiais local, disse a jornalistas que três suspeitos fugiram em um carro dirigido por um quarto homem, segundo informações do jornal "The Guardian".
'Ataque terrorista'
O presidente francês, François Hollande, acrescentou que "40 foram salvas". Ele classificou o caso como um "ataque terrorista", e disse que a França está em estado de choque. Os autores do ataque são procurados pela polícia.
Hollande reconheceu que o governo sabia que a França "estava ameaçada, como outros países do mundo", e afirmou que "foram desbaratados vários atentados terroristas nas últimas semanas".
Uma reunião emergêncial do gabinete da presidência foi convocada para as 14h locais (11h de Brasília). Após o ataque, a França elevou para o nível máximo o nível do alerta terrorista em Paris.
“Cerca de meia hora atrás dois homens usando capuz escuro entraram no prédio com duas armas”, disse a testemunha Benoit Bringer à rádio France Info. “Alguns minutos depois nós ouvimos os barulhos dos disparos”. Ele acrescentou que os homens foram vistos deixando o prédio.
Pessoas se abraçam em frente à sede da revista satírica 'Charlie Hebdo', após ataque terrorista em Paris (Foto: Remy de la Mauviniere/AP)
"Ouvi disparos, vi pessoas encapuzadas que fugiram em um carro. Eram pelo menos cinco", declarou à AFP Michel Goldenberg, que tem um escritório vizinho na rua Nicolas Apert, onde fica a sede da revista.
A sede da revista foi alvo de um ataque a bomba em novembro de 2011 após colocar uma imagem satírica do profeta Maomé em sua capa.
Coincidência ou não, a Charlie Hebdo fez a divulgação em sua edição desta quarta-feira do novo romance do controvertido escritor Michel Houellebecq, um dos mais famosos autores franceses no exterior. A obra de ficção política fala de uma França islamizada em 2022, depois da eleição de um presidente da República muçulmano.
"As previsões do mago Houellebecq: em 2015, perco meus dentes... Em 2022, faço o Ramadã!", ironiza a publicação junto a uma charge de Houellebecq.
A revista de humor tem sido ameaçada desde que publicou charges do profeta Maomé em 2006.
Em novembro de 2011, a sede da publicação foi destruída por um ataque criminoso, já definido como atentado pelo governo na época.
Em 2013, um homem de 24 anos foi condenado à prisão com sursis por ter pedido na internet que o diretor da revista fosse decapitado por causa da publicação das caricaturas do profeta muçulmano.
Policiais e bombeiros trabalham no local do ataque ao jornal francês Charlie Hebdo, em Paris (Foto: AFP)
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