Pena de morte
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ESTADOS UNIDOS - TEXAS
Supremo Tribunal rejeitou último recurso de suspensão de execução.
Davis foi condenado à morte pelo assassinato de um policial em 1989.
Troy Davis, em foto divulgada pelas
autoridades (Foto: AP)
autoridades (Foto: AP)
Davis foi condenado à morte por injeção letal pelo assassinato, em 1989, de um policial branco.
Pouco antes, o Supremo Tribunal dos Estados Unidos rejeitou, também nesta quarta, o último recurso para suspender a execução da pena de morte de Davis.
A sentença havia sido foi adiada para permitir que o Supremo Tribunal avaliasse o recurso protocolado pelos advogados de Davis a 90 minutos do prazo final.
A Corte Superior do Condado da Geórgia, no sudeste dos EUA, também havia rejeitado no mesmo dia o recurso apresentado pelo condenado à morte Troy Davis.
O juiz Thomas Wilson "rejeitou" os recursos apresentados na manhã desta quarta, e "agora vamos apelar à Suprema Corte", disse o advogado Brian Kemmer pouco antes de anunciar que o recurso havia sido protocolado na Suprema Corte. Estava programada para as 19h locais (20h em Brasília) a injeção letal em Troy Davis, condenado à morte em 1991 pelo assassinato de um policial.
Mulher chora no chão comemorando após saber do adiamento da execução de Davis nesta quarta (21), em frente ao presídio de Jackson (Foto: Tami Chappell/Reuters)
Após saber da decisão do Comitê de Indultos da Geórgia, que negou seu pedido de clemência, Davis solicitou na terça-feira (20) para ser submetido a um detector de mentiras, o que também foi negado.
Barack Obama
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, se recusou a intervir para impedir a execução de Troy Davis, informou seu porta-voz Jay Carney, destacando que o caso diz respeito ao estado da Geórgia e não ao poder federal.
"Obama tem trabalhado para garantir eficiência e justiça no sistema judiciário, especialmente nos casos de pena capital, mas não é apropriado que o presidente dos Estados Unidos se envolva em casos específicos como este, que são da justiça estadual", destacou Jay Carney.
À espera da sentença
No corredor da morte há 20 anos pelo assassinato do policial branco Mark MacPhail, Davis foi condenado à pena capital após um processo repleto de vícios judiciais que apresentaram dúvidas sólidas sobre a inocência do culpado.
Manifestantes contrários à pena de morte
comemoram do lado de fora da Casa Branca, onde
protestavam contra a execução de Davis (Foto: AFP)
comemoram do lado de fora da Casa Branca, onde
protestavam contra a execução de Davis (Foto: AFP)
Contradições
A arma do crime pelo qual Davis é acusado nunca foi encontrada, e não foi registrada digital alguma nem traço de DNA no local do assassinato.
Desde que foi sentenciado, em 1991, sete das nove testemunhas civis se retrataram de suas declarações, alegando coerção ou intimidação por parte da polícia na obtenção dos testemunhos.
Até mesmo um membro do júri presente ao julgamento disse nos últimos anos que não estava certo de ter tomando a decisão correta, quando se soube que as testemunhas se haviam se contradito.
Família do policial
Mas a família da vítima, o policial Mark MacPhail, insiste na culpa de Davis. "Nós somos as verdadeiras vítimas aqui", declarou na segunda-feira a viúva de MacPhail, Joan, em frente à sede do comitê de indultos em Atlanta, onde disse que ela e seus dois filhos assistirão à execução.
A filha do policial, Madison, de 24 anos, acrescentou, entre lágrimas: "Roubaram meu futuro. Coisas como o meu casamento. Em três anos terei três anos a mais do que o meu pai (quando ele morreu)".
Pouco depois do anúncio da decisão do comitê de indultos, várias organizações contrárias à pena de morte, que transformaram o caso de Davis em uma bandeira de sua luta contra esta punição, convocaram uma vigília em Atlanta para a noite desta terça-feira.
"Nós somos Troy Davis" e "Justiça liberta Troy Davis" diziam alguns cartazes que dezenas de pessoas exibiam na segunda-feira, quando o comitê de indultos da Geórgia, em Atlanta, ouviu pela última vez os advogados do condenado e os parentes da vítima.
Stephen Marsh, advogado de Davis, declarou à imprensa que acreditava ter "apresentado dúvidas substanciais neste caso".
"Em vista do nível de dúvida que existe, consideramos que uma execução é simplesmente inapropriada", afirmou.
Em 2008, o mesmo comitê havia negado clemência a Davis, mas desta vez há três integrantes novos.
Pena de morte
A Geórgia é um dos três estados do país onde o governador não tem autoridade para decidir pelo perdão ou comutar a pena de morte, procedimentos que são decididos pelo comitê de indultos. Desde 1976, este estado executou 51 pessoas e perdoou 7. A última vez foi em 2008, quando a pena de morte contra Samuel David Crowe foi comutada pela de prisão perpétua.
Execução no Texas
Lawrence Brewer, um americano de 44 anos membro do grupo racista Ku Klux Klan, também foi executado nesta quarta-feira (21), no Texas, pelo assassinato do negro James Byrd, anunciaram as autoridades penitenciárias estaduais.
A morte de Brewer foi confirmada às 18h21 local (20h21 Brasília), dois minutos após a aplicação da injeção letal na prisão de Huntsville.
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