De acordo com os bombeiros, região do Pantanal, em Corumbá, já registrou 3.967 focos de incêndio, sendo 49 somente nas últimas 48 horas.
Por Flávio Dias, G1MS — Campo Grande
14/08/2020 18h37 Atualizado há 3 horas
Postado em 14 de agosto de 2020 às 21h40m
Carcaças queimadas de cobras, jacarés, lagartos e de outros répteis já
compõem o cenário devastador no Pantanal de Mato Grosso do Sul, que
sofre com um grande incêndio responsável por destruir uma área 9 vezes
do tamanho da cidade de São Paulo.
De janeiro até agora, Corumbá, já registrou 3.967 focos de incêndio,
sendo 49 somente nas últimas 48 horas. A fumaça da queimada esconde a
paisagem do Pantanal vista da cidade de Corumbá, que também está
encoberta.
Segundo Thainan Bornato, gestora ambiental do Instituto Brasileiro de
Recursos Naturais Renováveis (Ibama), muitos répteis não conseguem fugir
dos incêndios florestais.
Além deles, os tamanduás também tem se
tornado vítimas, já que estes não possuem uma visão boa e também tem
dificuldade para escapar do fogo, aliado com a forte fumaça.
"Fora esses répteis há outras espécies que estão sendo afetadas com o fogo. Muitas aves perderam seus ninhos e por conta desta devastação, árvores frutíferas e outros alimentos de outros animais também acabaram nesse habitat", explicou ao G1.
Segundo a gestora ambiental, ainda existem aves que tem o hábito de
fazer ninho no solo e também procurar alimento neste espaço estão
morrendo por conta das chamas: "Outra espécie que têm sofrido é a
arara-azul. Elas estão perdendo muito por terem os ninhos no opo de
árvores e em palmeiras que foram destruídas e essa triste realidade pode
até afetar a população delas", lamenta.
Ainda de acordo com Thainan, a situação de diversos animais ameaçados
de extinção pode ficar ainda pior. Pois eles utilizavam esses lugares
que antes era o habitat para alimentação, para beber água e uns até para
reprodução.
Segundo o médico veterinário que trabalha com onças pintadas, Diego
Viana, ele explica que não tem como prevê quanto tempo que a
biodiversidade atingida pelo fogo, irá precisar para se recuperar, pois o
impacto do fogo varia de acordo com as espécies.
A fauna é outra preocupação dos especialistas, conforme Thainan, o fogo
tem empobrecido o solo e aí acaba que as espécies exóticas invasoras.
Essas plantas tenha mais facilidade de se estabelecer e aí a há um
aumento de uma única espécie no ambiente impedindo outras espécies da
biodiversidade como árvores e frutos se restabelecerem.
O fogo também preocupa no país vizinho: a Bolívia. Os focos de incêndio
no Canal do Tamengo, em Porto Quijarro, cidade boliviana vizinha a
Corumbá, foram controlados. Mas ainda há risco de atingirem barcaças com
combustíveis que estão no porto.
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