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sábado, 6 de junho de 2020

Em 3.547 municípios do Brasil, pelo menos 1/4 dos habitantes recebeu o Auxílio Emergencial

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Levantamento considera a base de dados de pagamentos do auxílio emergencial criado durante a pandemia e a mais recente estimativa populacional do IBGE por município. Mais de 53 milhões de brasileiros receberam a primeira parcela.
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Por Gabriela Caesar, G1     
06/06/2020 14h12  Atualizado há uma hora  
Postado em 06 de junho de 2020 às 15h25m  

      Post.N.\9.322  
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Um levantamento feito pelo G1 revela que pelo menos 1/4 dos habitantes de 3.547 dos 5.570 municípios do Brasil recebeu o Auxílio Emergencial criado durante a pandemia do novo coronavírus. A primeira parcela do benefício de R$ 600 (ou R$ 1.200 para mães solteiras) foi paga a 48.720.875 pessoas em abril e 5.198.765 em maio deste ano.

Os dados são resultado de um cruzamento da base de dados de pagamentos do auxílio emergencial, disponível no Portal da Transparência desde quinta-feira (4), e a mais recente estimativa populacional do IBGE por município (de 2019).
(Abaixo, no mapa, clique no zoom ou passe o mouse para saber mais detalhes)
A metade desses municípios com taxas mais altas de beneficiários está localizada no Nordeste (1.780 de 3.547). Ainda nessa região, em sete estados pelo menos 1/3 dos habitantes recebeu o benefício: Piauí (35%), Bahia (34%), Maranhão (34%), Ceará (34%), Paraíba (33%), Sergipe (33%) e Pernambuco (33%).

Já os estados com os menores índices de beneficiários por habitantes são Santa Catarina (16%), Rio Grande do Sul (18%), São Paulo (21%) e Paraná (21%). O Distrito Federal também teve um percentual menor: 19%.

Percentual de habitantes que receberam o auxílio
UFHabitantesBenefíciosPercentual
PI3.273.2271.161.19735%
BA14.873.0645.063.67934%
MA7.075.1812.384.72434%
CE9.132.0783.060.25034%
PB4.018.1271.342.40733%
SE2.298.696758.44433%
PA8.602.8652.836.78933%
PE9.557.0713.136.03333%
AL3.337.3571.065.91432%
RN3.506.8531.102.65831%
AP845.731264.36431%
AC881.935274.54531%
AM4.144.5971.268.42031%
RR605.761183.97430%
TO1.572.866449.54929%
RO1.777.225470.75426%
RJ17.264.9434.304.74725%
MT3.484.466867.63925%
ES4.018.650989.63225%
GO7.018.3541.724.62025%
MS2.778.986658.27624%
MG21.168.7914.954.62923%
PR11.433.9572.421.28021%
SP45.919.0499.419.12821%
DF3.015.268563.19219%
RS11.377.2392.024.85318%
SC7.164.7881.167.67016%
Entre os municípios, o maior percentual de beneficiários foi registrado em Severiano Melo (RN). Há 2.658 benefícios na cidade que tem estimativa de 2.440 habitantes (o número do IBGE é uma estimativa e, por isso, pode haver diferença). As pessoas receberam, em média, R$ 718.

Já em segundo lugar o município com mais beneficiários é Maetinga (BA), onde 2.929 dos 3.161 habitantes receberam o auxílio emergencial. O valor médio do benefício foi de R$ 593.

Em seguida, Campos Verdes (GO) teve o terceiro maior índice: 1.897 dos 2.141 habitantes conseguiram o auxílio emergencial. O benefício foi, em média, de R$ 648.

A base de dados do Portal da Transparência não informa o município nem a unidade federativa quanto a 273 beneficiários do auxílio emergencial.

Veja os 10 municípios com as taxas mais altas:
Percentual de habitantes que receberam o auxílio
MunicípioHabitantesBenefíciosPercentual
Severiano Melo (RN)2.4402.658109%
Maetinga (BA)3.1612.92993%
Campos Verdes (GO)21411.89789%
Amapá (AP)9.1097.93587%
Lajedo do Tabocal (BA)3.7833.29487%
Japurá (AM)2.7552.08276%
Jacareacanga (PA)8.2395.67569%
Junco do Maranhão (MA)3.4322.32168%
Altamira do Paraná (PR)1.9421.22263%
Assis Brasil (AC)7.4174.56562%
A cientista política Marta Arretche, professora do Departamento de Ciência Política da USP e diretora do Centro de Estudos da Metrópole (CEM), afirma que o auxílio emergencial é muito importante durante a pandemia, quando o isolamento social é necessário para evitar a disseminação do novo coronavírus. Para ela, porém, faltava um "ajuste muito mais fino no desenho do programa" ao considerar, por exemplo, também as condições de cada família, como o número de filhos.
"Para muitas pessoas, que tinham renda superior a R$ 600 e ficaram sem renda, esse auxílio é insuficiente, porque ele é 60% do salário mínimo [R$ 1.045 em 2020]. É um valor bem pequeno. De qualquer maneira, seria pior sem ele. É um auxílio necessário e deveria ser mantido enquanto nós tivermos os efeitos econômicos da pandemia em andamento", diz.
A cientista política destaca ainda que essa é uma oportunidade de repensar a estratégia brasileira de transferência de renda. "Temos benefícios pulverizados que poderiam ser repensados em uma estratégia única. Há um debate de uma renda básica, mas, passada a emergência da pandemia, que não sabemos quanto tempo vai durar, seria necessário repensar a estratégia de transferência de renda [Bolsa Família, abono salarial, seguro-desemprego]."

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