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É a primeira vez que a indústria do transporte marítimo fixa objetivos contra mudanças climáticas. Arábia Saudita e Estados Unidos se opuseram ao texto.
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Por G1
É a primeira vez que a indústria do transporte marítimo fixa objetivos com números em termos de luta contra as mudanças climáticas. O setor não estava diretamente afetado pelo Acordo de Paris, assinado em dezembro de 2015 durante a COP21.
O objetivo é que na década de 2030, os navios recém-construídos operem com combustíveis renováveis e até lá os navios, responsáveios por mais de 80% do comércio global, fiquem livres de combustíveis fósseis.
Kitack Lim, Secretário Geral da organização, disse que a adoção da estratégia foi mais uma demonstração bem sucedida do espírito de cooperação da OMI e permitirá que futuros acordos climáticos da organização tenham uma base sólida.
"Encorajo vocês a continuar seu trabalho através da recém-adotada estratégia, que foi pensada como uma plataforma para ações futuras. Estou confiante em contar com sua habilidade de continuar os esforços e desenvolver ações futuras que vão em breve contribuir para reduzir as emissões de GHG dos navios", disse Lim.
A estratégia inicial representa um guia para os Estados-Membros, definindo a visão futura para o transporte marítimo internacional, os níveis de ambição para reduzir as emissões de gases e os princípios orientadores. Inclui medidas adicionais a curto, médio e longo prazo com possíveis cronogramas e seus impactos nos Estados. A estratégia também identifica barreiras e medidas de apoio, incluindo capacitação, cooperação técnica e pesquisa e desenvolvimento.
Apenas dois países se opuseram ao texto: Arábia Saudita e Estados Unidos. Em 2023, a estratégia inicial será revisada pela organização e a estratégia final adotada.
O papel do Brasil
O Brasil é membro do conselho da OMI e assinou o acordo, mas foi um dos países que expressou preocupação com a meta de redução absoluta de 50% de emissões até 2050 em relação a 2008.
Segundo nota divulgada pelo Itamaraty, a estratégia não leva em consideração os custos e o impacto deles em algumas economias: "Ela pode levar a aumentos no custo do frete marítimo, com impactos negativos desproporcionais sobre países em desenvolvimento e geograficamente distantes dos seus mercados, impactos pouco estudados.
Também não há informações suficientes sobre os custos de novas tecnologias necessárias para cumprir com essa meta. Por sugestão do Brasil e outros países em desenvolvimento, a Estratégia Inicial incluiu elementos que auxiliarão a IMO a responder a tais questões".
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