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Em 12 meses, o IPCA acumula alta de 6,75%, acima do teto da meta do BC.
Alimentos pararam de cair e não ajudaram índice, segundo o instituto.
Inflação em 12 meses
Variação do IPCA, em %
Fonte: IBGE
Depois de uma temporada de quedas, o preço dos alimentos voltou a subir e pressionou a inflação oficial do país, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). De agosto para setembro, o indicador acelerou de 0,25% para 0,57%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em 12 meses, o IPCA acumula alta de 6,75%, acima do teto da meta de inflação do Banco Central, de 6,5%. Segundo o IBGE, é o maior índice acumulado nesse período desde outubro de 2011, quando atingiu 6,97%. No ano, de janeiro a setembro, o IPCA está em 4,61%.
A expectativa do mercado financeiro para o IPCA está em 6,32% neste ano, de acordo com o boletim Focus, divulgado pelo Banco Central. Para 2015, a previsão dos analistas dos bancos para o IPCA ficou estável em 6,30%.
Considerando todos os grupos de despesas cujos preços são analisados pelo IBGE, o dos alimentos teve a maior variação. Após cair por três meses seguidos, ele voltou a subir, registrando alta de 0,78%, influenciados principalmente pelas carnes.
De acordo com a coordenadora do índice de preços do IBGE, Eulina Nunes dos Santos, os preços dos alimentos, que pararam de cair no mês passado, deixaram de contribuir para a queda do indicador.
"Em setembro os alimentos pararam de cair e não contribuíram com a taxa, já que os alimentos são considerados a maior despesa do consumidor. Nesses últimos quatro meses o resultado ficou ao redor ou acima dos 6,5%, repetindo o que aconteceu em 2013 nos meses de fevereiro, março abril e maio", disse Eulina.
Ainda de acordo com ela, além dos alimentos, a Copa do Mundo também vinha influenciando o indicador nos meses anteriores. "Em julho os resultados foram negativos. O preço dos alimentos caiu. Esse mês [julho] concentrou também uma queda das passagens aéreas por conta da demanda baixa nos serviços de passagem de aviação em função da Copa do Mundo. Com isso, a taxa foi para quase 0.
Já em agosto, apesar dos alimentos terem se mantido em queda, houve pressão da energia elétrica e dos hotéis que continuaram subindo. Esses dois meses tiveram reflexo da Copa do Mundo", disse.
Eulina explicou que a refeição fora de casa exerceu grande pressão no aumento dos alimentos: “Rio e São Paulo têm sido muito pressionados pela refeição fora de casa. Principalmente o período de Copa do Mundo propiciou o aumento nesse setor. Além disso, o desemprego está baixo, as pessoas estão comendo fora”.
Segundo a coordenadora, a alta de 3,17% nas carnes sofreu efeitos da seca e do comércio exterior: “os pecuaristas argumentam que os pastos ainda estão secos em função da seca do início do ano. Isso encarece a engorda do gado. Outro fator que também vem sendo atribuído é a questão da importação. O Brasil é o principal exportador de carne. A arroba do boi vem subindo desde o começo do ano”.
Entre os alimentos, também tiveram alta itens importantes como a cebola, que ficou 10,17% mais cara no mês passado – acumulando valorização de 20,72% em 12 meses. Subiram ainda, e pesaram no bolso dos consumidores, os preços da cerveja (3,48%), farinha de mandioca (2,52%) e frutas (2,11%).
Apesar dessas altas, não é possível chamar a alta dos alimentos de generalizada, diz Eulina. “Podemos dizer que grande parte dos alimentos cresceu, mas não podemos dizer que a alta foi generalizada porque houve queda no tomate, a batata inglesa que é muito importante caiu, o feijão carioca que é muito consumido caiu, o óleo, o açúcar e outros itens importantes”.
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Outros grupos
Depois dos alimentos, aparece como segunda maior pressão a alta nos preços dos transportes, de 0,63%, depois de subir quase a metade em agosto. O resultado foi impactado pelo preços das passagens áreas que, depois de uma folga pós-Copa, voltaram a subir (17,85%).
“Os serviços aumentaram influenciados principalmente pelas passagens aéreas. Quando você tem desemprego baixo, os serviços ficam resistentes a qualquer baixa de preços. Muitos consumidores que antes não usavam determinados serviços, passam a usar em função de alguma melhora de renda”, explicou Eulina.
Seguiram a mesma tendência de aumento os grupos de gastos relativos a vestuário (de -0,15% para 0,57%), comunicação (de 0,10% para 0,13%) e despesas pessoais (de 0,09% para 0,39%).
Na contramão da maioria dos grupos estão os de habitação (de 0,94% para 0,77%), artigos de residência (de 0,47% para 0,34%), saúde e cuidados pessoais (de 0,41% para 0,33%) e educação (de 0,43% para 0,18%), cujos preços foram reduzidos de agosto para setembro.
Combustível mais caro em Salvador
Na análise regional, as maiores variações do IPCA partiram de Salvador (0,99%), influenciada pelo aumento de 10,22% da gasolina e de 12,12% do etanol, e de Brasília (0,98%), pressionada pelas passagens aéreas (14,38%).
Em Goiânia, foi registrado oe menor índice, de 0,16%. Ao contrário do que ocorreu em Salvador, o preço dos combustíveis caiu 7,03%.
INPC
Nesta quarta-feira (8), o IBGE também apresentou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que variou 0,49% em setembro, depois de subir 0,18% em agosto. No ano, o indicador acumula alta de 4,62% e, em 12 meses, de 6,59%. Em setembro de 2013 o INPC havia sido 0,27%.
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Em 12 meses, o IPCA acumula alta de 6,75%, acima do teto da meta de inflação do Banco Central, de 6,5%. Segundo o IBGE, é o maior índice acumulado nesse período desde outubro de 2011, quando atingiu 6,97%. No ano, de janeiro a setembro, o IPCA está em 4,61%.
A expectativa do mercado financeiro para o IPCA está em 6,32% neste ano, de acordo com o boletim Focus, divulgado pelo Banco Central. Para 2015, a previsão dos analistas dos bancos para o IPCA ficou estável em 6,30%.
De acordo com a coordenadora do índice de preços do IBGE, Eulina Nunes dos Santos, os preços dos alimentos, que pararam de cair no mês passado, deixaram de contribuir para a queda do indicador.
"Em setembro os alimentos pararam de cair e não contribuíram com a taxa, já que os alimentos são considerados a maior despesa do consumidor. Nesses últimos quatro meses o resultado ficou ao redor ou acima dos 6,5%, repetindo o que aconteceu em 2013 nos meses de fevereiro, março abril e maio", disse Eulina.
Ainda de acordo com ela, além dos alimentos, a Copa do Mundo também vinha influenciando o indicador nos meses anteriores. "Em julho os resultados foram negativos. O preço dos alimentos caiu. Esse mês [julho] concentrou também uma queda das passagens aéreas por conta da demanda baixa nos serviços de passagem de aviação em função da Copa do Mundo. Com isso, a taxa foi para quase 0.
Já em agosto, apesar dos alimentos terem se mantido em queda, houve pressão da energia elétrica e dos hotéis que continuaram subindo. Esses dois meses tiveram reflexo da Copa do Mundo", disse.
Segundo a coordenadora, a alta de 3,17% nas carnes sofreu efeitos da seca e do comércio exterior: “os pecuaristas argumentam que os pastos ainda estão secos em função da seca do início do ano. Isso encarece a engorda do gado. Outro fator que também vem sendo atribuído é a questão da importação. O Brasil é o principal exportador de carne. A arroba do boi vem subindo desde o começo do ano”.
Entre os alimentos, também tiveram alta itens importantes como a cebola, que ficou 10,17% mais cara no mês passado – acumulando valorização de 20,72% em 12 meses. Subiram ainda, e pesaram no bolso dos consumidores, os preços da cerveja (3,48%), farinha de mandioca (2,52%) e frutas (2,11%).
Apesar dessas altas, não é possível chamar a alta dos alimentos de generalizada, diz Eulina. “Podemos dizer que grande parte dos alimentos cresceu, mas não podemos dizer que a alta foi generalizada porque houve queda no tomate, a batata inglesa que é muito importante caiu, o feijão carioca que é muito consumido caiu, o óleo, o açúcar e outros itens importantes”.
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MAIORES NFLUÊNCIAS SOBRE O IPCA DE SETEMBRO | |
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Produto | Alta (%) |
Carne | 3,17 |
Passagem aérea | 17,85 |
Refeição fora de casa | 1,02 |
Energia elétrica | 1,37 |
Empregado doméstico | 0,78 |
Outros grupos
Depois dos alimentos, aparece como segunda maior pressão a alta nos preços dos transportes, de 0,63%, depois de subir quase a metade em agosto. O resultado foi impactado pelo preços das passagens áreas que, depois de uma folga pós-Copa, voltaram a subir (17,85%).
“Os serviços aumentaram influenciados principalmente pelas passagens aéreas. Quando você tem desemprego baixo, os serviços ficam resistentes a qualquer baixa de preços. Muitos consumidores que antes não usavam determinados serviços, passam a usar em função de alguma melhora de renda”, explicou Eulina.
Seguiram a mesma tendência de aumento os grupos de gastos relativos a vestuário (de -0,15% para 0,57%), comunicação (de 0,10% para 0,13%) e despesas pessoais (de 0,09% para 0,39%).
Na contramão da maioria dos grupos estão os de habitação (de 0,94% para 0,77%), artigos de residência (de 0,47% para 0,34%), saúde e cuidados pessoais (de 0,41% para 0,33%) e educação (de 0,43% para 0,18%), cujos preços foram reduzidos de agosto para setembro.
Combustível mais caro em Salvador
Na análise regional, as maiores variações do IPCA partiram de Salvador (0,99%), influenciada pelo aumento de 10,22% da gasolina e de 12,12% do etanol, e de Brasília (0,98%), pressionada pelas passagens aéreas (14,38%).
Em Goiânia, foi registrado oe menor índice, de 0,16%. Ao contrário do que ocorreu em Salvador, o preço dos combustíveis caiu 7,03%.
INPC
Nesta quarta-feira (8), o IBGE também apresentou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que variou 0,49% em setembro, depois de subir 0,18% em agosto. No ano, o indicador acumula alta de 4,62% e, em 12 meses, de 6,59%. Em setembro de 2013 o INPC havia sido 0,27%.
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