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quinta-feira, 24 de julho de 2014

Alimentação reduz projeção de inflação para os próximos 12 meses, diz FGV

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Agência Brasil
Hoje às 11h02 - Atualizada hoje às 11h03
Postado às 15h25m

A média das projeções de inflação feitas pelo consumidor brasileiro em julho para os próximos 12 meses foi 7,2%, sinalizando uma queda de 0,2 ponto percentual em relação aos 7,4% projetados em junho.  

É o que mostra o Indicador de Expectativas de Inflação da Fundação Getulio Vargas (FGV), divulgado hoje (24).

Segundo os técnicos da FGV o resultado significa o retorno ao nível de maio passado. Quando observado em médias móveis trimestrais o indicador recuou de 7,4% para 7,3% entre junho e julho – uma queda de 0,1 ponto percentual e a primeira queda desde agosto de 2013.

Para o economista Angelo Polydoro, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV), a queda do indicador reflete “a redução observada nos itens do grupo alimentação”. Segundo ele  é esperada “uma continuidade da expectativa de inflação em patamares elevados no curto prazo”. 

Segundo técnicos do Ibre, as variações ocorridas nos últimos três meses foram influenciadas pelas mudanças nas previsões dos consumidores de classes de renda mais baixas, cuja renda familiar mensal é inferior a R$ 4.800. No mesmo período, os consumidores com maior poder aquisitivo mantiveram estáveis suas expectativas para a inflação. 

O grupo alimentação e habitação na avaliação dos consumidores ouvidos pelo Ibre deve registrar crescimento em sua taxa de variação, com a expectativa passando de 0,44% para 0,48%, puxado pelo aumento da tarifa de energia elétrica residencial, de 0,69% para 1,33%.

Já o grupo despesas diversas manteve a taxa de variação registrada na última apuração: 0,30%. As principais influências partiram dos grupos clínica veterinária, que puxa as projeções de 0,70% para 1,02%; e tarifa postal de 6,15% para 4,48%.

As duas maiores médias de projeções de inflação para os próximos 12 meses ocorreram nos meses de abril, quando a taxa ficou em 7,5%; e em junho (7,4%). Em julho, a maior projeção da inflação para os próximos 12 meses foi verificada na faixa de renda até R$ 2,1 mil: 7,6%; seguido dos salários entre R$ 2,1 e R$ 4,8 mil: 7,3%. 

A menor ficou com a faixa de renda dos consumidores acima de R$ 9,6 mil: 7%. Para os consumidores com rendas de R$ 4,8 mil e R$ 9,6 mil as projeções apontam para uma inflação média para os próximos 12 meses de 7,1%.



BC prevê que inflação deve ceder no futuro, caso Selic se mantenha estável

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Agência Brasil
Hoje às 09h39 - Atualizada hoje às 09h40
Postado às 15h25m

A inflação ainda deve manter-se resistente nos próximos trimestres, mas tende a convergir para a meta no futuro, se a taxa básica de juros, a Selic, não for reduzida. Esse é o cenário previsto pelo do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC). 

A avaliação foi divulgada hoje (24) na ata da última reunião do comitê, que decidiu manter a taxa básica de juros, a Selic, em 11% ao ano, no último dia 16.

“O comitê antecipa cenário que contempla inflação resistente nos próximos trimestres, mas, que, mantidas as condições monetárias – isto é, levando em conta estratégia que não contempla redução do instrumento de política monetária [taxa Selic] – tende a entrar em trajetória de convergência para a meta nos trimestres finais do horizonte de projeção”.

Cabe ao BC manter a inflação dentro da meta estabelecida pelo Conselho Monetária Nacional. Essa meta tem como centro 4,5% e limite superior em 6,5%. No mês passado, o BC divulgou em seu Relatório de Inflação que espera que a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), fique em 6,4%, este ano; em 5,7%, em 2015, e em 5,1%, em 12 meses acumulados no final do segundo trimestre de 2016.

Na avaliação do Copom, as pressões inflacionárias tendem a arrefecer ou, até mesmo, se esgotarem. O Copom cita como exemplos de pressões inflacionárias o aumento de preços domésticos, em alinhamento com os internacionais, e a alta dos preços administrados para acompanhar os livres. 

Para o comitê, os ganhos salariais incompatíveis com o aumento da produtividade também são um fator de pressão sobre a inflação.
Por conta dessas pressões, o colegiado diz que a inflação ainda mostrou resistência nos últimos 12 meses e para combatê-las, o Copom lembra que a taxa Selic foi elevada por nove vezes seguidas, até a reunião de abril. Em maio e julho, o Copom optou por manter a Selic em 11% ao ano.

Para o comitê, o efeito dessas elevações na inflação, “em parte, ainda estão por se materializar”. “Além disso, é plausível afirmar que, na presença de níveis de confiança relativamente modestos, os efeitos das ações de política monetária [decisões sobre a Selic] sobre a inflação tendem a ser potencializados”, acrescentou.

Na ata, o Copom também destaca “o deslocamento do hiato do produto para o campo desinflacionário”. Isso quer dizer que a economia está crescendo abaixo do seu potencial, o que contribui para reduzir pressões inflacionárias.

Quando o Copom aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida e isso gera reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. 

Já quando o Copom reduz os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, mas a medida alivia o controle sobre a inflação. Ao manter a Selic, o comitê indica que elevações anteriores foram suficientes para controlar a inflação.

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