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A cada segundo, o sistema financeiro nacional aprova 15 financiamentos com valor acima de R$ 1 mil para clientes novos ou antigos
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02 de setembro de 2012 | 21h 59 -- atualizado em 03 de setembro de 2012 às 09h40
Fernando Nakagawa, de O Estado de S. Paulo
BRASÍLIA - Quase um em cada três brasileiros já tem algum empréstimo de pelo menos R$ 1 mil em bancos, financeiras ou no cartão de crédito. Inédito, o dado do Banco Central revela que 60,9 milhões de pessoas atualmente têm operações de crédito ativas em instituições financeiras no País. A quantidade não oscilou muito nos últimos meses e deve seguir perto desse patamar até o fim do ano, prevê o Banco Central. Mesmo assim, o volume de operações tende a crescer porque os atuais clientes devem tomar novos financiamentos.
Os números mostram que o universo de brasileiros que usam crédito não é desprezível. Se fosse um país, o grupo de quase 61 milhões de pessoas seria a 23.ª nação mais populosa do mundo, à frente da África do Sul e da Espanha. O time dos que tomam empréstimo já é maior até que as torcidas do Flamengo e do Corinthians, juntas - uma vez que o clube carioca tem 29,2 milhões de torcedores e os corintianos somam 25,1 milhões, segundo a Pluri Pesquisas Esportivas.
O retrato detalhado do universo de pessoas que usam o crédito no Brasil é o primeiro resultado da ampliação do chamado Sistema de Informações de Crédito (SCR). Desde janeiro, esse banco de dados é alimentado pelos bancos que são obrigados a detalhar operações individuais ou conjuntas que somem mais de R$ 1 mil. Antes, só empréstimos acima de R$ 5 mil eram declarados. Com isso, o BC passou a ter dados para acompanhar com lupa 99% de todas as transações de crédito no Brasil. Antes, os detalhes alcançavam 88%.
Divisão. Dentre os brasileiros que têm empréstimos ativos, 31,2 milhões estão com dívidas que de mais de R$ 5 mil. O restante - 29,7 milhões de pessoas - deve entre R$ 1 mil e R$ 5 mil. Nesses valores, estão todas as operações oferecidas por bancos, financeiras e cartões, tais como financiamento imobiliário e de veículos, cheque especial, empréstimo consignado, crédito pessoal e uso do parcelamento rotativo do cartão.
Também são incluídos na pesquisa os clientes que usam o cartão de crédito para compras que somam mais de R$ 1 mil ao mês e pagam toda a fatura à vista. Ou seja, não usam o rotativo. Vale observar que o número do BC não faz distinção entre os que pagam em dia ou estão inadimplentes. Todos são contabilizados porque devem algo aos bancos.
Segundos. O conjunto de pessoas que usa crédito tem crescido pouco nos últimos meses. Em abril, eram 60,86 milhões de brasileiros. Ou seja, em dois meses, 40 mil pessoas que não deviam aos bancos passaram a usar o dinheiro oferecido pelas instituições financeiras.
O banco de dados do BC mostra, ainda, que no segundo trimestre de 2012 houve 39,6 milhões de empréstimos às pessoas físicas por mês. Isso quer dizer que o sistema financeiro nacional aprova, a cada segundo, 15 financiamentos acima de R$ 1 mil para clientes novos ou antigos.
No Banco Central, prevalece a análise de que, por enquanto, o universo de clientes com dívidas não deve crescer muito. Até o fim do ano, pelo menos, deve continuar em torno de 60,9 milhões. O volume de empréstimos, porém, deve ter crescimento moderado nos próximos meses, resultado da queda do juro, oferta maior dos bancos e condições do mercado de trabalho. Só que isso não deve acontecer com a entrada de novos clientes. Para o BC, os atuais devedores é que deverão pegar mais empréstimos. Para o médio e longo prazos, porém, o BC confia no aumento do universo de brasileiros com dívida. A retomada do crescimento da economia, a formalização do mercado de trabalho e o acesso de mais famílias aos serviços financeiros devem aumentar o time dos que usam crédito no País.
Rodrigo Del Claro, diretor da Crivo TransUnion, consultoria de análise de crédito que presta serviço à maioria dos bancos, também prevê que o número de CPFs com dívida deve crescer. Mas ele acredita que o novo sistema de informações do BC pode gerar um impacto positivo nas novas tomadas de crédito. "São informações importantes para o Banco Central, mas também serão de muita valia para o cliente. Se ele for um bom pagador, estará no sistema. Bancos terão esse dado e o consumidor pode conseguir juros menores", diz.
Conhecer melhor quem deve é importante porque o BC consegue controlar com mais precisão o mercado de crédito, diz o analista especializado em crédito da LCA Consultores, Wermeson França. "Com o tempo, saber o histórico de cada cliente fará o sistema financeiro mais seguro e confiável."
O retrato detalhado do universo de pessoas que usam o crédito no Brasil é o primeiro resultado da ampliação do chamado Sistema de Informações de Crédito (SCR). Desde janeiro, esse banco de dados é alimentado pelos bancos que são obrigados a detalhar operações individuais ou conjuntas que somem mais de R$ 1 mil. Antes, só empréstimos acima de R$ 5 mil eram declarados. Com isso, o BC passou a ter dados para acompanhar com lupa 99% de todas as transações de crédito no Brasil. Antes, os detalhes alcançavam 88%.
Divisão. Dentre os brasileiros que têm empréstimos ativos, 31,2 milhões estão com dívidas que de mais de R$ 5 mil. O restante - 29,7 milhões de pessoas - deve entre R$ 1 mil e R$ 5 mil. Nesses valores, estão todas as operações oferecidas por bancos, financeiras e cartões, tais como financiamento imobiliário e de veículos, cheque especial, empréstimo consignado, crédito pessoal e uso do parcelamento rotativo do cartão.
Também são incluídos na pesquisa os clientes que usam o cartão de crédito para compras que somam mais de R$ 1 mil ao mês e pagam toda a fatura à vista. Ou seja, não usam o rotativo. Vale observar que o número do BC não faz distinção entre os que pagam em dia ou estão inadimplentes. Todos são contabilizados porque devem algo aos bancos.
Segundos. O conjunto de pessoas que usa crédito tem crescido pouco nos últimos meses. Em abril, eram 60,86 milhões de brasileiros. Ou seja, em dois meses, 40 mil pessoas que não deviam aos bancos passaram a usar o dinheiro oferecido pelas instituições financeiras.
O banco de dados do BC mostra, ainda, que no segundo trimestre de 2012 houve 39,6 milhões de empréstimos às pessoas físicas por mês. Isso quer dizer que o sistema financeiro nacional aprova, a cada segundo, 15 financiamentos acima de R$ 1 mil para clientes novos ou antigos.
No Banco Central, prevalece a análise de que, por enquanto, o universo de clientes com dívidas não deve crescer muito. Até o fim do ano, pelo menos, deve continuar em torno de 60,9 milhões. O volume de empréstimos, porém, deve ter crescimento moderado nos próximos meses, resultado da queda do juro, oferta maior dos bancos e condições do mercado de trabalho. Só que isso não deve acontecer com a entrada de novos clientes. Para o BC, os atuais devedores é que deverão pegar mais empréstimos. Para o médio e longo prazos, porém, o BC confia no aumento do universo de brasileiros com dívida. A retomada do crescimento da economia, a formalização do mercado de trabalho e o acesso de mais famílias aos serviços financeiros devem aumentar o time dos que usam crédito no País.
Rodrigo Del Claro, diretor da Crivo TransUnion, consultoria de análise de crédito que presta serviço à maioria dos bancos, também prevê que o número de CPFs com dívida deve crescer. Mas ele acredita que o novo sistema de informações do BC pode gerar um impacto positivo nas novas tomadas de crédito. "São informações importantes para o Banco Central, mas também serão de muita valia para o cliente. Se ele for um bom pagador, estará no sistema. Bancos terão esse dado e o consumidor pode conseguir juros menores", diz.
Conhecer melhor quem deve é importante porque o BC consegue controlar com mais precisão o mercado de crédito, diz o analista especializado em crédito da LCA Consultores, Wermeson França. "Com o tempo, saber o histórico de cada cliente fará o sistema financeiro mais seguro e confiável."
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