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Centros urbanos abrigarão 6,3 bilhões de pessoas, contra 3,5 bilhões atuais
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|z$-=-$z| LONDRES - Em apenas duas décadas, as cidades irão ocupar uma área adicional de 1,5 milhão de quilômetros quadrados -- o equivalente aos territórios de França, Alemanha e Espanha combinados --, segundo estudo divulgado nesta terça-feira, no segundo dia da conferência “Planet Under Pressure“, em Londres.
Números das Nações Unidas mostram que a população mundial deve chegar a 9 bilhões de habitantes até 2050 (o número atual é de 7 bilhões) e que a maior parte dessas pessoas deve se concentrar nos centros urbanos. Além disso, segundo a ONU, migrações do campo para as cidades devem representar um número adicional de 1 bilhão de pessoas. Com isso, os centros urbanos abrigarão, até 2050, 6,3 bilhões de pessoas contra os 3,5 bilhões atuais. O desafio, de acordo com os cientistas, é como fazer desses centro áreas sustentáveis.
Os atuais padrões de ocupação das cidades, segundo Michail Fragkias, especialista da Universidade Estadual do Arizona, gera graves problemas ambientais, colocando a Humanidade em risco. Ele lembra que, há um século, existiam menos de 20 cidades em todo o mundo com mais de um milhão de habitantes. Hoje, elas são 450. E, embora cubram apenas 5% da superfície da Terra, elas são as maiores consumidoras de seus recursos naturais.
-- A forma como as cidades cresceram desde a II Guerra Mundial não é sustentável nem socialmente, nem ambientalmente -- afirmou Karen Seto, da Universidade de Yale, especialista em crescimento populacional. -- O custo ambiental de a expansão das cidades continuar dessa forma é muito alto.
Em todo o mundo, disse a especialista, as pessoas adotaram o modelo ocidental de arquitetura e urbanização, que demanda um uso alto de recursos naturais e, muitas vezes, não é sequer adaptado aos climas locais.
-- Os subúrbios norte-americanos se tornaram globais e desenvolvimento urbano dependente do automóvel é, cada vez mais, a norma.
Ela admite, no entanto, que não há como evitar a urbanização do planeta, mas que é preciso fazer isso de uma forma sustentável.
Qual a melhor forma de urbanizar foi um dos tópicos debatidos na conferência nesta terça, no dia dedicado a buscar soluções para os problemas ambientais a serem encaminhadas para a Rio+20, em junho.
Diretor do Projeto Carbono Global, Shobhakar Dhakal, afirmou que reformar as cidades que já existem e planejar melhor sua expansão são as melhores saídas.
-- A reengenharia das cidades é urgente para a sustentabilidade global -- afirmou. -- Quanto a novas áreas, elas têm a vantagem de já termos conhecimento, pensamento sustentável, e tecnologia para lidar melhor com questões fundamentais como transporte e resíduos.
A questão climática também é fundamental, segundo os cientistas.
Atualmente, 70% das emissões mundiais de CO2 estão relacionadas às necessidades das áreas urbanas. Em 1990 as emissões de CO2 das cidades eram estimadas em 15 bilhões de toneladas métricas, número que saltou para 25 em 2010. Estima-se que, se nada for feito, a cifra chegará a 36,5 em 2030.
De acordo com especialistas, as novas áreas urbanas deveriam levar em conta, por exemplo, adotar medidas para reduzir o tráfego de automóveis e os congestionamentos -- que causam desperdício de combustível, poluição e emissões extra de CO2.
-- Nosso foco deve ser no sentido de melhorar a qualidade da urbanização, desde o espaço urbano propriamente dito, passando por infraestrutura, forma e funcionamento, estilo de vida, energia e eficiência -- afirmou Dhakal.
Professor de ciências ambientais da Universidade da Califórnia, Roberto Sánchez Rodriguez concorda com o colega:
-- Temos uma oportunidade única de planejar a iminente explosão da urbanização para reduzir a pressão nos ecossistemas, melhorar a qualidade de vida de bilhões de pessoas e evitar a ocorrência de grande problemas e desastres ambientais.
Diretora-executiva do Programa Geosfera-Biosfera, Sybil Seitzinger, lembrou ainda que é preciso olhar além das cidades.
-- Para um planeta verdadeiramente sustentável, as cidades devem ser pensadas além das cidades -- afirmou. -- Tudo que entra nas cidades vindo de fora; alimentos, água, energia, produtos em geral, de ser sustentável. Precisamos repensar o fluxo de recursos para as cidades.
Números das Nações Unidas mostram que a população mundial deve chegar a 9 bilhões de habitantes até 2050 (o número atual é de 7 bilhões) e que a maior parte dessas pessoas deve se concentrar nos centros urbanos. Além disso, segundo a ONU, migrações do campo para as cidades devem representar um número adicional de 1 bilhão de pessoas. Com isso, os centros urbanos abrigarão, até 2050, 6,3 bilhões de pessoas contra os 3,5 bilhões atuais. O desafio, de acordo com os cientistas, é como fazer desses centro áreas sustentáveis.
Os atuais padrões de ocupação das cidades, segundo Michail Fragkias, especialista da Universidade Estadual do Arizona, gera graves problemas ambientais, colocando a Humanidade em risco. Ele lembra que, há um século, existiam menos de 20 cidades em todo o mundo com mais de um milhão de habitantes. Hoje, elas são 450. E, embora cubram apenas 5% da superfície da Terra, elas são as maiores consumidoras de seus recursos naturais.
-- A forma como as cidades cresceram desde a II Guerra Mundial não é sustentável nem socialmente, nem ambientalmente -- afirmou Karen Seto, da Universidade de Yale, especialista em crescimento populacional. -- O custo ambiental de a expansão das cidades continuar dessa forma é muito alto.
Em todo o mundo, disse a especialista, as pessoas adotaram o modelo ocidental de arquitetura e urbanização, que demanda um uso alto de recursos naturais e, muitas vezes, não é sequer adaptado aos climas locais.
-- Os subúrbios norte-americanos se tornaram globais e desenvolvimento urbano dependente do automóvel é, cada vez mais, a norma.
Ela admite, no entanto, que não há como evitar a urbanização do planeta, mas que é preciso fazer isso de uma forma sustentável.
Qual a melhor forma de urbanizar foi um dos tópicos debatidos na conferência nesta terça, no dia dedicado a buscar soluções para os problemas ambientais a serem encaminhadas para a Rio+20, em junho.
Diretor do Projeto Carbono Global, Shobhakar Dhakal, afirmou que reformar as cidades que já existem e planejar melhor sua expansão são as melhores saídas.
-- A reengenharia das cidades é urgente para a sustentabilidade global -- afirmou. -- Quanto a novas áreas, elas têm a vantagem de já termos conhecimento, pensamento sustentável, e tecnologia para lidar melhor com questões fundamentais como transporte e resíduos.
A questão climática também é fundamental, segundo os cientistas.
Atualmente, 70% das emissões mundiais de CO2 estão relacionadas às necessidades das áreas urbanas. Em 1990 as emissões de CO2 das cidades eram estimadas em 15 bilhões de toneladas métricas, número que saltou para 25 em 2010. Estima-se que, se nada for feito, a cifra chegará a 36,5 em 2030.
De acordo com especialistas, as novas áreas urbanas deveriam levar em conta, por exemplo, adotar medidas para reduzir o tráfego de automóveis e os congestionamentos -- que causam desperdício de combustível, poluição e emissões extra de CO2.
-- Nosso foco deve ser no sentido de melhorar a qualidade da urbanização, desde o espaço urbano propriamente dito, passando por infraestrutura, forma e funcionamento, estilo de vida, energia e eficiência -- afirmou Dhakal.
Professor de ciências ambientais da Universidade da Califórnia, Roberto Sánchez Rodriguez concorda com o colega:
-- Temos uma oportunidade única de planejar a iminente explosão da urbanização para reduzir a pressão nos ecossistemas, melhorar a qualidade de vida de bilhões de pessoas e evitar a ocorrência de grande problemas e desastres ambientais.
Diretora-executiva do Programa Geosfera-Biosfera, Sybil Seitzinger, lembrou ainda que é preciso olhar além das cidades.
-- Para um planeta verdadeiramente sustentável, as cidades devem ser pensadas além das cidades -- afirmou. -- Tudo que entra nas cidades vindo de fora; alimentos, água, energia, produtos em geral, de ser sustentável. Precisamos repensar o fluxo de recursos para as cidades.
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