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quarta-feira, 18 de maio de 2011

Contrastes do funcionalismo público no mundo

001\2011
O fotógrafo holandês Jan Banning retratou o ambiente em que trabalham funcionários públicos de oito países no llivro 'Bureaucratics'. Na foto acima, Rodolfo Villca Flores, supervisor-chefe de mercados e serviços sanitários de Betanzos, na Bolívia
002\2011 
Segundo o fotógrafo, os países do projeto foram escolhidos por representarem ideias políticas. Acima, Sushma Prasad, escriturária assistente na sede do governo do estado de Bihar, na Índia. Ela foi contratada depois que seu marido, que trabalhava no mesmo departamento, faleceu
003\2011 
Banning disse que se sentiu atraído pela ideia de fotografar o modo como o estado se apresenta a seus cidadão: "A burocracia é uma vitrine do Estado". A imagem mostra o oficial do policial Rudy Flores, em seu escritório no Texas, Estados Unidos

 004\2011

Harsh Deo Prasad (foto) é o administrador da vila de Tehta, no Estado de Bihar. Seu trabalho é informar os fazendeiros locais sobre o uso de fertilizantes, a irrigação e outros modos de aumentar a produção. Banning diz que a Índia foi escolhida por ser a maior democracia do mundo, pelo tamanho da população
 005\2011
O fotógrafo diz que as imagens da burocracia são um retrato da organização geral de cada país. Na imagem, a russa Marina Nikolayevna Berezina, secretária do diretor do departamento de finanças da província de Tomsk, na Sibéria. Antes de ocupar o cargo, ela foi cantora e diretora de um coral

006\2011

De acordo com Jan Banning, oferecer empregos burocráticos era uma forma de resolver problemas entre o Estado e chefes tribos poderosas no Iêmen. Acima, Nadja Ali Gayt é uma conselheira no centro de educação para mulheres da zona rural do governorado de Sana, dentro do Ministério da Agricultura iemenita
 007\2011
Roger Vacher (foto) é um agente de narcóticos da polícia na região Avergne, na França. O fotógrafo diz que a parte mais difícil de todo o projeto foi conseguir autorização para fotografar os funcionários públicos: 'Ninguém sabia como conseguir as autorizações'


008\2011
Banning conta que sempre se interessou por questões relacionadas ao poder do Estado. Na foto, Cui Weihan (à esq.) administrador da vila de Cui, e Cui Gongli (dir.) secretário do partido comunista na vila, que tem 2.300 pessoas e fica na província de Shandong
009\2011



Na Libéria, Banning observou que muitos dos funcionários ocupavam os cargos na esperança de receber algum dinheiro para sobreviver, após a guerra civil. Acima, o tenente Samuel P.S. Kollie, chefe de uma delegacia de trânsito. Ele não tem carro e, às vezes, vai ao local de um acidente com um táxi pago pela pessoa que o chamou
 010\2011

Além do livro, as imagens percorrem o mundo em exposições. Em de julho a agosto de 2011, estarão em San Juan e depois em Neuquen, na Argentina. Na imagem, Henry Gray comissário em River Gee, na Libéria. Durante a guerra civil, seu escritório foi completamente destruído. Ele não tem orçamento e deve dois anos e salário aos funcionários Leia Mais...



Fotógrafo retrata faces distintas do funcionalismo público no mundo; veja...


DA BBC BRASIL
%%=%% O fotógrafo holandês Jan Banning retratou o ambiente em que trabalham funcionários públicos de oito países no livro Bureaucratics. Durante cinco anos, ele registrou funcionários públicos na China, Estados Unidos, Libéria, Bolívia, França, Índia, Rússia e Iêmen.

Para Banning, as imagens são representativas da organização dos países em que foram feitas e mostram como cada Estado se apresenta a seus cidadãos.
"Estes escritórios são, por um lado, a vitrine do Estado, mas também são o lugar onde o indivíduo comum passa grande parte do seu tempo", disse ele à BBC Brasil.
A ideia do projeto, segundo ele, surgiu ao ser convidado para fotografar ações de descentralização da administração em Moçambique, para um artigo sobre a ajuda para o desenvolvimento do país, que seria publicado em uma revista holandesa.
"No fim das contas, o artigo foi reduzido a uma página e eles decidiram publicar oito páginas de fotografias", contou.
As imagens de Moçambique não entraram no projeto final por serem em preto e branco, mas inspiraram a ideia de fotografar outros funcionários do governo no mundo.

AUTORIZAÇÕES

O fotógrafo diz que os países que fazem parte do projeto foram escolhidos "pelo conteúdo, e não só porque nos dariam fotos pitorescas".
"Os Estados Unidos entraram porque são uma superpotência; a Índia, porque é a maior democracia do mundo; a China, por ser o maior país socialista; a Bolívia, por ser o país com maior percentual de índios na América Latina. Cada um desses países representa uma ideia política maior."
Em dois outros países, no entanto, Banning não conseguiu permissão para fotografar. Ele havia escolhido Cuba e o Vaticano, que acabaram ficando fora do livro.
"Foi difícil conseguir autorização para as fotos em todos os países, foi horrível. Primeiro, porque não sabiam dizer como conseguir as autorizações, já que ninguém fotografa a burocracia", disse.
"O importante era mostrar a burocracia em seu habitat natural. Por isso, era preciso negociar com cada indivíduo e com os diretores de cada departamento, o que significou ter que marcar horários, etc."
Banning contou ainda que as diferenças entre o funcionamento da máquina estatal são perceptíveis entre os países.
"Em alguns deles, como na França, encontrei uma burocracia que, de certo modo, funcionava, mesmo que as pessoas tivessem que esperar bastante. Em outros, como no Iêmen, parecia que eles tinham a estrutura, mas não o conteúdo. Havia mesa e cadeiras, mas as pessoas eram como atores, representando um papel de funcionário."
"É como se todo Estado respeitável precisasse de uma burocracia. Em alguns países ela está fazendo um trabalho. Em outros, só parte das pessoas está fazendo o trabalho, as outras são quase como uma decoração", concluiu.
O novo projeto de Jan Banning também está ligado ao poder do Estado e às relações dele com os cidadãos. Dessa vez, concentrado no sistema Judiciário.
O livro Bureaucratics custa US$ 60s (cerca de R$ 98) e pode ser comprado pelo site da editora americana Nazraeli Press ou pelo site do próprio fotógrafo.
As imagens estão em exibição nos Estados Unidos e na Europa. Entre junho e agosto, estarão em San Juan, na Argentina e, em seguida, na cidade de Nequen, na Patagônia.




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