Sebastiana teria nascido antes de mulher mais velha pelo Guinness.
G1 visitou asilo de Resende (RJ), no dia do aniversário dela.
G1 visitou asilo de Resende (RJ), no dia do aniversário dela.
Segundo o Cadastro de Pessoas Físicas (CPF), no dia 3 de maio de 1895 nasceu Sebastiana de Lourdes Silva, que nesta terça-feira completou 116 anos.
História viva da construção da cidade de Resende (RJ), ela pode ser a mulher mais velha do mundo - segundo o Guinness, o livro dos recordes, o título hoje pertence à americana Besse Cooper, de 114. Ao G1, a equipe do Guinness informou que até o momento não há em seus registros nenhuma solicitação formal para verificação dos documentos oficiais de Sebastiana.
Nesta terça, o G1 visitou o asilo Nicolino Gulhot, onde Sebastiana vive há 24 anos. Lá, o que se ouve são relatos de uma senhora alegre, lúcida -- e fumante até os 110 anos.
Nesta terça (3) teve bolo para Sebastiana. À sua direita comemoraram a diretora Teresinha e o presidente Joaquim. À esquerda, a outra diretora Maria do Socorro (Foto: Giovana Sanchez/G1)
A alimentação não tem restrições, explica a nutricionista Isabel Souza. "Ela come bem. Adora um café com pão molhado".
A saúde, segundo a médica Marcilene Fonseca, está boa. "Ela é uma pessoa saudável. Um pouco hipertensa, mas nunca teve escaras", diz ela, que credita a longevidade à genética.
E qual seria o segredo de tanta longevidade? "Acho que é a genética", diz.
Já Teresinha diz que um dos motivos é que ela nunca guardou nada para si. "Ela sempre falou tudo o que pensava e achava, por isso ela está vivendo. Se você fizesse qualquer coisa que ela não gostasse ela te devolvia na hora."
CPF de Sebastiana mostra data de nascimento
de 1895 (Foto: Giovana Sanchez/G1)
de 1895 (Foto: Giovana Sanchez/G1)
Casada, mas sem filhos, Sebastiana se separou "porque não gostou do marido". "Largou ele na primeira noite", diz Teresinha, sem contar o resto da história. "Vocês iam cair de costas, não posso dizer."
"Ela sempre fugiu dos padrões", diz a diretora do asilo. "Quando perguntavam a idade dela, ela dizia: 'pra você ter uma ideia da minha idade, eu sou mais velha que a ponte vermelha [de Resende, que tem 106 anos], eu atravessava o Rio Paraíba com meus pais numa pinguela [duas tábuas amarradas numa corda]'".
O asilo de três centenárias
Além de Sebastiana, o asilo Nicolino Gulhot tem mais duas mulheres centenárias - de 100 e 102. Com financiamento baseado em doações e em parcerias com a prefeitura, o casarão funciona pelo trabalho de voluntários e de 26 funcionários que cuidam dos 34 idosos.
São pessoas como Maria do Socorro Oliveira, que formou há 15 anos um grupo de amigas voluntárias. "Mas todas saíram, só eu fiquei. Venho todos os dias, das 10h às 18h."
O presidente do asilo, Joaquim Pereira, conta que às vezes se passa necessidade: "Já tivemos que atrasar salários". A funcionária Renata Elisa de Jesus, há um ano e cinco meses no asilo, diz que mesmo com dificuldades, nunca deixou de trabalhar. "Gosto muito daqui".
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