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segunda-feira, 23 de setembro de 2024

Pantanal e Amazônia enfrentaram piores incêndios em quase 20 anos, aponta observatório europeu

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Dado considera número de focos de incêndio, extensão das áreas afetadas e emissões de carbono geradas. Copernicus diz que altas temperaturas, seca prolongada e outros fatores contribuíram para o aumento da intensidade do fogo e seus efeitos na qualidade do ar.
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Por Roberto Peixoto, g1

Postado em 23 de setembro de 2024 às 06h00m

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Serviço de Monitoramento da Atmosfera Copernicus (CAMS) revelou que as emissões de incêndios têm se mantido acima da média, quebrando recordes nacionais e regionais, especialmente no Pantanal e na Amazônia.  — Foto: Ueslei Marcelino/Reuters
Serviço de Monitoramento da Atmosfera Copernicus (CAMS) revelou que as emissões de incêndios têm se mantido acima da média, quebrando recordes nacionais e regionais, especialmente no Pantanal e na Amazônia. — Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

O Pantanal e a Amazônia enfrentaram seus piores incêndios em quase 20 anos, com o fogo afetando a qualidade do ar em boa parte da América do Sul, anunciaram cientistas do Observatório Europeu Copernicus nesta segunda-feira (23).

O dado considera o número de focos de incêndio, a extensão das áreas afetadas e as emissões de carbono geradas.

Segundo o Serviço de Monitoramento da Atmosfera do Copernicus (CAMS), as emissões de incêndios na região têm se mantido acima da média.

Em todo o Brasil, as emissões acumuladas em 2024 atingiram 183 megatoneladas de carbono (Mt CO2) até 19 de setembro, seguindo a mesma tendência do ano recorde de 2007. Naquele ano, 65 megatoneladas foram emitidas apenas em setembro.

Estados como Amazonas e Mato Grosso do Sul, onde está localizado o Pantanal, registraram as maiores emissões em 22 anos de monitoramento do observatório, com 28 e 15 megatoneladas de carbono emitidas este ano, respectivamente.

Já na Bolívia, as emissões de carbono resultantes dos incêndios alcançaram o maior valor anual no banco de dados do CAMS, somando 76 megatoneladas até meados de setembro, superando o recorde anterior de 2010.

A dispersão de fumaça na América do Sul entre 1 e 9 de setembro de 2024. — Foto: CAMS

Só em setembro, foram mais de 32 megatoneladas no paí vizinho ao Brasil. Ainda segundo o Copernicus, enquanto os incêndios no Pantanal contribuíram significativamente para o recorde de emissões no Brasil, seu impacto na Bolívia foi moderado, sendo Santa Cruz de La Sierra a principal origem das emissões no país.

"Em 2024, os incêndios na América do Sul têm se mostrado muito acima da média, especialmente na Amazônia e no Pantanal. A fumaça gerada afetou áreas muito além dos locais onde os incêndios ocorreram, chegando a atravessar o Atlântico", diz Mark Parrington, cientista sênior do CAMS.

Para o Copernicus, esses incêndios são considerados fora do comum, mesmo durante o atual período de julho a setembro, quando normalmente ocorrem queimadas.

O observatório europeu cita ainda que altas temperaturas, seca prolongada e outros fatores climáticos contribuíram para o aumento da intensidade do fogo e seus efeitos na qualidade do ar.

"A extensão da fumaça e os efeitos na qualidade do ar indicam a gravidade e a intensidade das chamas. É fundamental manter o monitoramento desses incêndios e suas emissões para entender melhor seu impacto na qualidade do ar e na atmosfera", acrescentou Parrington.

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