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Miro Latansio Tsai identificou 15 corpos celestes que poderiam colidir com a Terra e quer ser engenheiro aeroespacial quando crescer ‘para salvar o mundo’. Ele fala inglês e chinês e aprendeu a ler aos 3 anos.===+===.=.=.= =---____--------- ---------____------------____::_____ _____= =..= = =..= =..= = =____ _____::____-------------______--------- ----------____---.=.=.=.= +====
Por Bárbara Muniz Vieira, g1 SP — São Paulo
Postado em 12 de fevereiro de 2022 às 10h00m
Post.- N.\ 10.205
Miro posa com as medalhas ganhadas pela descoberta de 15 asteroides no
projeto Caça Asteroides 2021 do MCTI promovido em parceria com o IASC e a
NASA — Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação
O paulistano de 5 anos que descobriu 15 asteroides em um projeto da Nasa, a agência espacial americana, mostrou seu entendimento sobre astronomia aos dois anos durante uma visita ao Museu Catavento, na região central da capital paulista.
Miro Latansio Tsai se tornou a pessoa mais jovem do mundo a realizar a descoberta de asteroides em um projeto em parceria com a Nasa que tem por objetivo mapear constantemente o céu em busca de objetos próximos que possam apresentar risco de colisão com a Terra (saiba mais abaixo).
Desde bem pequeno, Miro Latansio Tsai preferia os museus aos parquinhos. Ao chegar ao Museu Catavento, ele foi citando os nomes de todos os planetas do Sistema Solar, de acordo com a mãe, a advogada Carla Latansio, de 40 anos.
“Apesar de ser um bebê de 2 anos, ele ficou alucinado! O passeio preferido dele sempre foi ir a museu. Ele não queria ir para o parquinho, sempre queria ir ao museu (risos). Miro não tinha livro de astronomia nessa época ainda e chegou lá mostrando todos os planetas por nome. Eu acho que ele viu na TV, porque ele vê muitos documentários”, conta a mãe.
Mas esse não foi o primeiro feito de Miro, que aos 5 anos é fluente em inglês e está aprendendo mandarim com o pai, o administrador chinês Jack Tsai, de 45 anos. Carla também conta que Miro começou a ler durante a pandemia, aos 3 anos. Com um ano e meio falava frases completas, como “Eu quero ir embora”, e deu os primeiros passos aos 9 meses, de acordo com a mãe.
“Ele não é desenvolvido só na parte da fala, mas em toda a parte cognitiva. Ele tem um raciocínio muito avançado para a idade. Miro sempre teve interesse muito grande por ciência e tecnologia, sempre foi curioso e queria entender como as coisas aconteciam.”
Miro aparece em uma publicação do Instagram oficial da Nasa, a agência espacial americana — Foto: Reprodução/Instagram
A fase dos "porquês" de Miro começou aos 2 anos. Antes de se interessar pelo espaço, Miro já escolhia livros como “Atlas do Corpo Humano” e “Atlas Geográfico”, segundo Carla.
"Ele fazia perguntas como ‘por que o sol é quente e a lua não?’ Perguntava tudo, ficava horas analisando um formigueiro, um sapinho, sempre foi muito investigativo. Na livraria eu mostrava livros infantis e ele não queria, ia direto nos atlas. Ele decorou como funciona o sistema digestivo e dava uma aula para a gente, os pais.”
Miro posa com os certificados internacionais que já recebeu aos 5 anos — Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação
Parceria com a Nasa
O projeto em que Miro identificou 15 asteroides é o Caça-Asteroides 2021, realizado pelo International Astronomical Search Collaboration (IASC – Programa de Colaboração de Pesquisa Astronômica Internacional, em tradução livre), em parceria com a Nasa e o Panoramic Survey Telescope and Rapid Response System (Pan-STARRS).
O objetivo é mapear constantemente o céu em busca de objetos próximos que possam apresentar risco de colisão com a Terra.
No Brasil, o projeto acontece por intermédio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI).
Os relatórios são revisados e validados pelo IASC e então submetidos ao Minor Planet Center (MPC) em Harvard. O MPC é reconhecido pela International Astromonical Union, em Paris, como o repositório oficial mundial de dados sobre asteroides.
Miro tem asteroides provisórios e preliminares. Os preliminares são a confirmação de que o que ele identificou é mesmo um asteroide, porém a autoria da descoberta só se dá oficialmente quando termina o processo de análise.
Miro posa com a imagem de uma galáxia em sua casa, na Zona Sul da capital paulista — Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação
Assim, apesar de ele ter realmente visto um asteroide novo, ele ainda não teve a autoria confirmada. Os preliminares são prováveis asteroides que já passaram pelo crivo de Harvard e do IASC e foram cadastrados no site internacional de observações MPC.
Com o tempo, se essas detecções forem confirmadas por observações adicionais feitas por grandes pesquisas do céu (por exemplo, Pan-STARRS, Catalina Sky Survey), elas podem se tornar descobertas que são numeradas pela União Astronômica Internacional.
Esse processo, desde a primeira detecção até o status de descoberta, leva de 6 a 8 anos. Uma vez numerados, os descobridores podem propor nomes à IAU.
No vídeo abaixo, Miro ensina a localizar asteroides:
Brasileiro de 5 anos é o mais jovem do mundo a descobrir asteroide
Clubinho do Miro
Além do Caça-Asteroides, Miro participa de vários outros projetos em parceria com a Nasa ou diretamente com a agência espacial americana, como é o caso do “Globe”, que faz monitoramento do clima planetário. O menino já foi inclusive homenageado nas redes sociais da agência (veja foto acima).
Agora que já conquistou o feito de identificar os asteroides, Miro está ensinando os interessados a aprender a fazer o mesmo. Carla criou o “Clubinho do Miro”, onde divulga vídeos do filho dando aulas sobre o assunto. “Ele adora ensinar”, conta Carla.
E como nem o céu é o limite para o pequeno Miro, ele também já sabe o que quer ser quando crescer. Além de piloto de monster truck, um tipo de caminhonete gigante, feita para competições, Miro quer, nas palavras do próprio, “salvar o planeta para defender as pessoas”. Identificar asteroides que podem colidir com a Terra foi o primeiro passo do menino de 5 anos que em todo aniversário pede que o tema seja Superman.
Miro na exposição oficial da NASA em shopping de São Paulo, a primeira
fora dos Estados Unidos. Trouxeram as roupas originais do Neil Armstrong
suja com poeira da lua, e o painel original todo de Houston do programa
Apollo 11 que chegou a lua. — Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação
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