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Eventos extremos são mais comuns nos países em desenvolvimento
RIO — Nos últimos 20 anos, cerca de 525 mil pessoas morreram no planeta em 15 mil eventos extremos. As catástrofes resultaram em um prejuízo de US$ 2,97 trilhões. O cálculo foi divulgado ontem pela ONG Germanwatch.
Em seu novo relatório, “Índice global do risco climático”, a instituição avalia dois panoramas: um sobre a média dos estragos provocados pelo aquecimento global nas últimas duas décadas (de 1995 a 2014) e outro dedicado somente aos eventos extremos registrados no ano passado.
Para comparar países tão diversos, o índice criado pela ONG avalia diversos critérios: o número de mortes (total e média a cada cem mil habitantes), o efeito percentual sobre o PIB e o impacto no poder de compra da população.
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Entre 1995 e 2014, os países mais afetados pelas catástrofes climáticas foram Honduras, Mianmar e Haiti. Neste caso, o Brasil aparece em 82º lugar. Se for considerado apenas o ano passado, o ranking é liderado por Sérvia, Afeganistão e Bósnia e Herzegovina. O Brasil sobe para a 21ª posição.
Autor principal do estudo, Sönke Kreft avalia que as grandes precipitações serão o principal problema do planeta nas próximas décadas. O “lado pobre” da Europa, onde se encaixam Sérvia e Bósnia e Herzegovina, estão entre as regiões cada vez mais acometidas pelas mudanças climáticas.
No entanto, mesmo fora do Velho Mundo, o aquecimento global segue um padrão — as vítimas são sempre os mais pobres.
Subsecretário de operações da Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha, Garry Conille reforça o alerta:
Alguns países seguem repetidamente entre os mais atingidos por eventos extremos.
O Paquistão, por exemplo, está entre os dez primeiros do ranking há cinco anos consecutivos. As Filipinas figuraram sete vezes entre as dez nações com maior registro de desastres naturais na última década.
Segundo a Germanwatch, um dos principais méritos do levantamento é retratar o efeito econômico causado por cada desastre natural. A equipe, porém, reconhece algumas limitações.
O estudo se restringe à análise dos efeitos diretos do aquecimento global. Não considera, por exemplo, como ondas de calor podem desencadear problemas de saúde e aumentar o número de óbitos, ou a quantidade de desastres naturais que ocorreriam mesmo sem interferência humana.
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