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Internacional Preço baixo dos televisores, no entanto, melhora desempenho das vendas de bens
O Ministério dos Esportes calculava que 600 mil turistas estrangeiros viriam ao Brasil para a Copa do Mundo, além de três milhões de turistas nacionais, movimentando R$ 25 bilhões na economia. Com o início do campeonato, já é possível projetar o impacto no comércio de bens, serviços e Turismo.
O contribuição do Mundial no consumo dos brasileiros é um dos estudos que a CNC produziu sobre o tema. Ele mostra que o comércio não deve sentir um impacto significativo, mas que a alta na venda de televisores deve livrar a atividade de um desempenho pior neste ano.
Os maiores beneficiados devem ser os bares e restaurantes. O Turismo, como a maioria das reservas nos hotéis foi feita com antecedência, por exemplo, não deve registrar tanta diferença no período, mas ganhou um grande número de novos postos de trabalho.
A confederação calcula que o Mundial de Futebol eleve em R$ 863 milhões a receita das lojas especializadas na comercialização de artigos de uso pessoal e doméstico no segundo trimestre de 2014 - o segmento responde por 6% do faturamento anual do varejo brasileiro.
Com o encarecimento de serviços de manutenção e barateamento de novos aparelhos, os televisores devem estimular as vendas, que devem ser maiores que as das Copas de 2006 e de 2010, diz a CNC. Elas poderiam, inclusive, ter resultados melhores, não fosse o encarecimento do crédito.
Considerando-se os níveis médios atuais de taxa de juros (42,0% ao ano) e o prazo de quitação por pessoas físicas (47,1 meses), a prestação de um empréstimo para a compra de um televisor, por exemplo, está 8,7% mais caro que no mesmo período do ano passado.
Descontada a inflação, o encarecimento real (+2,3% ante abril de 2013) vem aumentando desde o último trimestre do ano passado.
Fábio Bentes, economista da CNC, em conversa com o JB por telefone, ressalta que o impacto no comércio, em geral, não é tão significativo, mas que a compra de televisores, com um estímulo do barateamento do produto, beneficia o comércio.
Nos últimos 12 meses, lembra, os televisores têm ficado 4,5% mais baratos. Em relação à Copa do Mundo de 2010, eles ficaram 44% mais baratos, segundo dados do IPCA. Além disso, explica Bentes, o serviço de manutenção ficou 5,4% mais caro, funcionando também como um estímulo à troca de televisores.
"Em termos de movimentação no comércio, ainda não dá para confirmar o impacto desse aumento na venda de televisores. Mas o segmento que mais cresceu em abril em relação ao ano passado foi justamente o de eletroeletrônicos, o que é a primeira confirmação desse impacto nas vendas com a Copa.
Se comparar com o mês anterior, o único que cresceu foi justamente esse segmento. A ajuda da Copa para o comércio deve se confirmar nos próximos meses. Num ano fraco, o comércio pode ser salvo pelos eletroeletrônicos", comentou Bentes.
Em relação ao Turismo, Bentes explica que, como a pesquisa que mede o faturamento na área é muito nova, faz-se uma estimativa da mão de obra com dados da movimentação de passageiros nos aeroportos. "Esse é um setor que depende muito de mão de obra. Então podemos facilmente associar o aumento da mão de obra a um aumento do faturamento.
Só a Copa será responsável por 35% dos novos postos criados em 2014."
De acordo com estimativa da Embratur, a Copa deve gerar um fluxo de 3,6 milhões de turistas, número equivalente à metade do total de visitantes do ano inteiro.
A CNC estima que, para atender a esse aumento, atividades como serviços de hospedagem, de alimentação, de transporte, agências de viagens e serviços culturais e recreativos deverão ampliar em 47,9 mil a oferta de vagas entre abril e junho.
O segmento de serviços de alimentação, como bares e restaurantes, deve responder pela maior parte da geração do emprego no turismo, com 16,1 mil vagas, equivalente a 33,5%. Em seguida, devem vir os serviços de transporte de passageiros, com previsão de abertura de 14,0 mil empregos, 29,2% do total. Hotéis, pousadas e similares devem ofertar 12,3 mil vagas, 25,7%. Juntos, esses três segmentos deverão responder por 88,4% do total de vagas a serem criadas.
Rio e São Paulo, salienta Bentes, devem responder por mais de 52% das vagas no Turismo, não só por serem palco da abertura e encerramento da Copa, mais por serem as principais portas de abertura do país, com atrativos para a permanência dos turistas para além do evento.
"Se não tivesse a Copa, seria um ano bastante complicado para o Turismo."
A CNC também realizou um estudo sobre a intenção de consumo das famílias brasileiras em relação à Copa. Os resultados gerais revelam que as famílias de renda mais alta estão predominantemente mais predispostas a gastar em bens e serviços do que as demais, na maioria dos itens pesquisados.
No corte regional, o Norte lidera as intenções de gastos em catorze dos vinte itens pesquisados, já que a renda dos trabalhadores formais tem evoluído mais do que a média nacional. Já o corte que confronta as cidades-sede e as demais, apresenta distribuições mais equilibradas nas intenções de gastos, com destaque para as cidades que não vão receber jogos.
Entre os que dispostos a viajar durante o Mundial, a hospedagem em casas de familiares será a principal opção de alojamento, especialmente entre os consumidores com renda familiar de até dez salários mínimos.
A pesquisa também revelou que os brasileiros estão mais dispostos a gastar com alimentação, principalmente dentro do lar - por ser mais barato, do que com televisores.
No entanto, como explica Bentes, como o preço dos televisores é mais significativo para a economia, eles ganham uma presença maior. Entre os consumidores, continua Bentes, 13,3% estão dispostos a comprar televisores, o que reforça a tendência do consumo.
Impactos positivos e negativos do evento no país
A realização da Copa do Mundo apresenta tanto aspectos positivos quanto negativos para a economia brasileira, explica Marcel Grillo Balassiano, economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV. Ele lembra, contudo, que, na Copa das Confederações, o setor de turismo foi beneficiado com a movimentação de R$ 740 milhões.
"Logo, para a Copa do Mundo a expectativa é bem mais alta ainda." A previsão, explica o economista do Ibre, é que a Copa do Mundo deverá agregar, até 2019, R$ 183,2 bilhões ao PIB, um aumento de 0,4% ao ano.
"Segundo outro estudo também divulgado pelo Governo Federal, realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) e Ministério do Turismo, a Copa das Confederações gerou um movimento de R$ 20,7 bilhões, sendo R$ 11 bilhões referentes a gastos de turistas, do Comitê Organizador Local (COL) e de investimentos privados e públicos e outros R$ 9,7 bilhões como renda acrescentada ao PIB brasileiro.
A expectativa é de que a Copa do Mundo gere três vezes este valor, podendo chegar a R$ 30 bilhões."
Sobre os aspectos positivos, Balassiano destaca que, como muitos turistas circulam pelo país, o evento acaba movimentando a economia, principalmente o setor de serviços, como hotéis, restaurantes, transportes e pontos turísticos. Ao mesmo tempo, o evento gerou empregos com a construção e reforma dos estádios, movimentando a o setor de construção civil.
Por outro lado, continua, o evento pode afetar a inflação em segmentos específicos. "A inflação que já está alta (6,4% em 12 meses em maio), em grande parte pela inflação de serviços (8,7% em 12 meses em maio), pode ter um aumento maior ainda em função da Copa do Mundo, já que com o evento esportivo, setores como restaurantes, hotéis, transportes, entre outros itens que fazem parte dos serviços podem ter aumento de preços."
Também pode determinar a imagem do país no exterior, de acordo com o desempenho brasileiro na recepção da Copa. "Caso o evento seja um sucesso, tudo funcione bem, a imagem do país pode ser positiva. Agora, se os aeroportos tiverem falhas, a internet não funcionar, os estádios apresentarem problemas, a imagem do país pode ficar arranhada", comenta Balassiano.
A curto prazo, de acordo com Balassiano, pode afetar negativamente a produção da indústria neste mês, devido à redução da jornada de trabalho por causa dos jogos.
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Os maiores beneficiados devem ser os bares e restaurantes. O Turismo, como a maioria das reservas nos hotéis foi feita com antecedência, por exemplo, não deve registrar tanta diferença no período, mas ganhou um grande número de novos postos de trabalho.
A confederação calcula que o Mundial de Futebol eleve em R$ 863 milhões a receita das lojas especializadas na comercialização de artigos de uso pessoal e doméstico no segundo trimestre de 2014 - o segmento responde por 6% do faturamento anual do varejo brasileiro.
Com o encarecimento de serviços de manutenção e barateamento de novos aparelhos, os televisores devem estimular as vendas, que devem ser maiores que as das Copas de 2006 e de 2010, diz a CNC. Elas poderiam, inclusive, ter resultados melhores, não fosse o encarecimento do crédito.
Considerando-se os níveis médios atuais de taxa de juros (42,0% ao ano) e o prazo de quitação por pessoas físicas (47,1 meses), a prestação de um empréstimo para a compra de um televisor, por exemplo, está 8,7% mais caro que no mesmo período do ano passado.
Descontada a inflação, o encarecimento real (+2,3% ante abril de 2013) vem aumentando desde o último trimestre do ano passado.
Fábio Bentes, economista da CNC, em conversa com o JB por telefone, ressalta que o impacto no comércio, em geral, não é tão significativo, mas que a compra de televisores, com um estímulo do barateamento do produto, beneficia o comércio.
Nos últimos 12 meses, lembra, os televisores têm ficado 4,5% mais baratos. Em relação à Copa do Mundo de 2010, eles ficaram 44% mais baratos, segundo dados do IPCA. Além disso, explica Bentes, o serviço de manutenção ficou 5,4% mais caro, funcionando também como um estímulo à troca de televisores.
"Em termos de movimentação no comércio, ainda não dá para confirmar o impacto desse aumento na venda de televisores. Mas o segmento que mais cresceu em abril em relação ao ano passado foi justamente o de eletroeletrônicos, o que é a primeira confirmação desse impacto nas vendas com a Copa.
Se comparar com o mês anterior, o único que cresceu foi justamente esse segmento. A ajuda da Copa para o comércio deve se confirmar nos próximos meses. Num ano fraco, o comércio pode ser salvo pelos eletroeletrônicos", comentou Bentes.
Em relação ao Turismo, Bentes explica que, como a pesquisa que mede o faturamento na área é muito nova, faz-se uma estimativa da mão de obra com dados da movimentação de passageiros nos aeroportos. "Esse é um setor que depende muito de mão de obra. Então podemos facilmente associar o aumento da mão de obra a um aumento do faturamento.
Só a Copa será responsável por 35% dos novos postos criados em 2014."
De acordo com estimativa da Embratur, a Copa deve gerar um fluxo de 3,6 milhões de turistas, número equivalente à metade do total de visitantes do ano inteiro.
A CNC estima que, para atender a esse aumento, atividades como serviços de hospedagem, de alimentação, de transporte, agências de viagens e serviços culturais e recreativos deverão ampliar em 47,9 mil a oferta de vagas entre abril e junho.
O segmento de serviços de alimentação, como bares e restaurantes, deve responder pela maior parte da geração do emprego no turismo, com 16,1 mil vagas, equivalente a 33,5%. Em seguida, devem vir os serviços de transporte de passageiros, com previsão de abertura de 14,0 mil empregos, 29,2% do total. Hotéis, pousadas e similares devem ofertar 12,3 mil vagas, 25,7%. Juntos, esses três segmentos deverão responder por 88,4% do total de vagas a serem criadas.
Rio e São Paulo, salienta Bentes, devem responder por mais de 52% das vagas no Turismo, não só por serem palco da abertura e encerramento da Copa, mais por serem as principais portas de abertura do país, com atrativos para a permanência dos turistas para além do evento.
"Se não tivesse a Copa, seria um ano bastante complicado para o Turismo."
A CNC também realizou um estudo sobre a intenção de consumo das famílias brasileiras em relação à Copa. Os resultados gerais revelam que as famílias de renda mais alta estão predominantemente mais predispostas a gastar em bens e serviços do que as demais, na maioria dos itens pesquisados.
No corte regional, o Norte lidera as intenções de gastos em catorze dos vinte itens pesquisados, já que a renda dos trabalhadores formais tem evoluído mais do que a média nacional. Já o corte que confronta as cidades-sede e as demais, apresenta distribuições mais equilibradas nas intenções de gastos, com destaque para as cidades que não vão receber jogos.
Entre os que dispostos a viajar durante o Mundial, a hospedagem em casas de familiares será a principal opção de alojamento, especialmente entre os consumidores com renda familiar de até dez salários mínimos.
A pesquisa também revelou que os brasileiros estão mais dispostos a gastar com alimentação, principalmente dentro do lar - por ser mais barato, do que com televisores.
No entanto, como explica Bentes, como o preço dos televisores é mais significativo para a economia, eles ganham uma presença maior. Entre os consumidores, continua Bentes, 13,3% estão dispostos a comprar televisores, o que reforça a tendência do consumo.
Impactos positivos e negativos do evento no país
A realização da Copa do Mundo apresenta tanto aspectos positivos quanto negativos para a economia brasileira, explica Marcel Grillo Balassiano, economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV. Ele lembra, contudo, que, na Copa das Confederações, o setor de turismo foi beneficiado com a movimentação de R$ 740 milhões.
"Logo, para a Copa do Mundo a expectativa é bem mais alta ainda." A previsão, explica o economista do Ibre, é que a Copa do Mundo deverá agregar, até 2019, R$ 183,2 bilhões ao PIB, um aumento de 0,4% ao ano.
"Segundo outro estudo também divulgado pelo Governo Federal, realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) e Ministério do Turismo, a Copa das Confederações gerou um movimento de R$ 20,7 bilhões, sendo R$ 11 bilhões referentes a gastos de turistas, do Comitê Organizador Local (COL) e de investimentos privados e públicos e outros R$ 9,7 bilhões como renda acrescentada ao PIB brasileiro.
A expectativa é de que a Copa do Mundo gere três vezes este valor, podendo chegar a R$ 30 bilhões."
Sobre os aspectos positivos, Balassiano destaca que, como muitos turistas circulam pelo país, o evento acaba movimentando a economia, principalmente o setor de serviços, como hotéis, restaurantes, transportes e pontos turísticos. Ao mesmo tempo, o evento gerou empregos com a construção e reforma dos estádios, movimentando a o setor de construção civil.
Por outro lado, continua, o evento pode afetar a inflação em segmentos específicos. "A inflação que já está alta (6,4% em 12 meses em maio), em grande parte pela inflação de serviços (8,7% em 12 meses em maio), pode ter um aumento maior ainda em função da Copa do Mundo, já que com o evento esportivo, setores como restaurantes, hotéis, transportes, entre outros itens que fazem parte dos serviços podem ter aumento de preços."
Também pode determinar a imagem do país no exterior, de acordo com o desempenho brasileiro na recepção da Copa. "Caso o evento seja um sucesso, tudo funcione bem, a imagem do país pode ser positiva. Agora, se os aeroportos tiverem falhas, a internet não funcionar, os estádios apresentarem problemas, a imagem do país pode ficar arranhada", comenta Balassiano.
A curto prazo, de acordo com Balassiano, pode afetar negativamente a produção da indústria neste mês, devido à redução da jornada de trabalho por causa dos jogos.
Rua Décio Monte Alegre, 20
Bairro Santa Cruz -Valente - Bahia - Brasil.
Funcionamento:
das 05:00 às 00:30
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