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- País ficará atrás apenas dos Estados Unidos e do Canadá, segundo estudo da britânica BP
- Volume subirá de 2 milhões de barris por dia para 5,3 milhões
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Isso significará dobrar a produção atual de petróleo que é de quase 2 milhões de barris por dia. No total, o país estará produzindo 5,3 milhões de barris em 2030. Estas são algumas das conclusões do estudo “Outlook 2030”, elaborado pela petroleira BP sobre o mercado mundial de energia e que o GLOBO publica com exclusividade no Brasil.
Nos EUA, o incremento da produção será de 4,5 milhões por dia, efeito da produção de gás natural e petróleo não convencional — os chamados shale gas e tight oil, extraídos de rochas. No Canadá, serão mais 2,9 milhões de barris a partir das areias betuminosas.
Segundo o estudo, mais da metade do aumento da oferta de petróleo no mundo virão assim de países que não são membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), o que pode mudar radicalmente o mapa geopolítico do petróleo. Os países integrantes da Opep irão aumentar a produção em 7,6 milhões de barris por dia, e os demais, em 8,5 milhões.
— Isto irá colocar pressão sobre os países produtores da Opep. Nós acreditamos que, em resposta, eles irão cortar a produção ao longo da década e a capacidade ociosa poderá superar 6 milhões de barris por dia em 2015, o maior índice desde a década de 1980 — disse Christof Rühl, economista-chefe do grupo BP e responsável pelo estudo.
Emergentes lideram consumo
Segundo o estudo, o Brasil se tornará também um importante exportador de líquidos (de petróleo e etanol), com um total de 1,2 milhão de barris diários. O país estará produzindo 5,3 milhões de barris por dia em 2030, dos quais 4,1 milhões de petróleo e 1,2 milhão de biocombustíveis. E a estimativa da BP pode ser considerada conservadora, já que a Petrobras prevê produzir 4,2 milhões de barris de petróleo em 2020.
Pelo lado da demanda por energia no mundo, o estudo mostra que o consumo mundial de energia crescerá 36% até 2030, a uma taxa média de 1,6% ao ano. E algo como 93% desse crescimento virão de países em desenvolvimento, não membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). China e a Índia serão os principais responsáveis por isso. Em 2030, o consumo de energia dos países em desenvolvimento deve ser 61% maior do que em 2011, enquanto que o consumo nos desenvolvidos crescerá apenas 6%.
Segundo Rühl, é natural que países em desenvolvimento consumam mais energia, já que passam de uma economia agrícola para uma industrial.
— O consumo energético reflete o desenvolvimento econômico. A maioria das sociedades fora da OCDE está se industrializando e se urbanizando muito rapidamente. E como as pessoas e a produção passam de uma agricultura de baixa energia para uma indústria que requer muita energia, a intensidade energética cresce — disse Rühl.
O economista lembrou também que outro motivo para o maior consumo de energia nos países em desenvolvimento são os combustíveis subsidiados.
EUA podem desbancar Arábia Saudita
Segundo o estudo, o petróleo apresentará, o crescimento mais lento de demanda entre os principais combustíveis, com média de apenas 0,8% ao ano. Mesmo assim terá participação relevante na matriz energética, de 28% em 2030, contra 33% em 2011.
A demanda total de líquidos (petróleo e biocombustíveis) será de cerca de 104 milhões de barris por dia em 2030, 16 milhões de barris por dia a mais que o ano-base de 2011. E algo como 15% do aumento — 2,3 milhões de barris por dia — virão de biocombustíveis.
— Isso é interessante: seria a primeira vez na história que o mundo deixaria de ter um combustível dominante. Primeiro foi a madeira, em seguida, o carvão, e então a era do petróleo. Agora, na era da globalização, à medida que os combustíveis se tornam mais versáteis e negociáveis, suas participações irão convergir — destacou Rühl.
Os EUA vão ultrapassar, este ano, a Arábia Saudita como maior produtor mundial de líquidos (petróleo e etanol). O país se tornará quase autossuficiente — vai virar exportador de gás natural. As importações de petróleo dos EUA deverão recuar 70% até 2030.
Segundo o economista, as fontes não convencionais, principalmente a tight oil e shale gas, terão papel central para garantir a oferta de energia no futuro. E essas fontes estão em todos os lugares, não apenas na América do Norte.
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