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13/08/2012-07h50 -|- Atualizado às 15h55m
DA EFE, EM TÓQUIO
A economia do Japão sofreu forte desaceleração no segundo trimestre de 2012, crescendo 1,4% em comparação ao mesmo período de 2011. O resultado é atribuído à piora do consumo interno e à queda das exportações no meio da crise na zona do euro.
O dado do trimestre abril-junho está abaixo do registrado entre janeiro e março, quando o Produto Interno Bruto (PIB) japonês cresceu 5,5% a ritmo anual, segundo uma revisão em alta publicada hoje que atualiza em oito décimos o número anterior.
Frente ao trimestre precedente, a terceira maior economia mundial se expandiu entre abril e junho 0,3%, detalhou o relatório preliminar do Escritório do Gabinete.
Os resultados do primeiro trimestre ainda trazem os efeitos da crise interna provocada pelo terremoto e tsunami de março de 2011, em que a atividade econômica sofreu forte redução.
No entanto, a desaceleração foi maior do que o esperado pelos analistas, que apontavam para um crescimento de entre 2,2% e 2,5% a ritmo anual e de 0,6% em relação ao trimestre anterior.
Por trás deste arrefecimento estão os efeitos da crise europeia e seu impacto nas exportações, que representam 40% do PIB japonês e que nos últimos meses perderam força perante a queda da demanda externa e a força do iene.
A valorização do iene, considerada uma divisa refúgio, é uma das grandes dores de cabeça das empresas exportadoras japonesas, já que a moeda forte baixa seriamente sua competitividade no exterior.
CRESCIMENTO
O de abril-junho foi o quarto trimestre consecutivo de crescimento do Japão, que apesar do difícil contexto global espera se manter no caminho da "recuperação moderada" nos próximos trimestres, assegurou em entrevista coletiva o secretário de Estado de Política Econômica, Motohisa Furukawa.
No entanto, Furukawa também advertiu que o Governo "deve ficar alerta a novos sinais de deterioração das economias estrangeiras", uma das grandes ameaças para a economia japonesa.
A queda da demanda na Europa e nos EUA abre uma brecha na balança comercial japonesa, que também sofre com o aumento da importação de petróleo e gás por causa da paralisação da maioria das usinas nucleares do país após o acidente em Fukushima, algo que obrigou a aumentar o ritmo das usinas termoelétricas.
Isso se traduziu no maior déficit comercial da história do Japão na primeira metade do ano, com um saldo negativo de 2,91 trilhões de ienes.
FATORES
Além das exportações, no arrefecimento econômico de abril-junho pesou a piora da demanda interna, que aumentou apenas 0,1% a ritmo trimestral e 0,6% a ritmo anual, o pior dado em cinco trimestres.
O consumo interno, que representa 60% do PIB japonês, se viu afetado entre outras coisas por um enfraquecimento da demanda em setores como o automotor por causa, segundo os analistas, de um menor impacto das ajudas fiscais para a compra de veículos menos poluentes.
O gasto público, por sua vez, cresceu 7,2% a ritmo anual graças principalmente à reconstrução das zonas arrasadas pelo terremoto de março de 2011, representando uma contribuição de 0,3% para o total do PIB de abril-junho.
O ritmo de crescimento do Japão no segundo trimestre do ano esteve ligeiramente abaixo do dos EUA, que cresceu entre abril e junho 1,5% a ritmo anual, o que refletiu por sua vez em um arrefecimento com relação aos 2% de janeiro-março.
O PIB da China, segunda maior economia mundial, se expandiu no trimestre passado 7,6%, abaixo dos 8,1% registrados entre janeiro e março.
Para este ano fiscal, que no Japão termina em março de 2013, o Banco do Japão (BOJ, banco central japonês) prevê que a economia cresça 2,2%.
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