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BRASIL -Taxa deve recuar para uma nova mínima histórica. Copom se reúne nesta quarta-feira; decisão sobre juros sai após as 18h.
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Ao final de dois dias de reunião, na noite desta terça-feira (29), o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), deve reduzir pela nona vez seguida a taxa básica de juros, a Selic, segundo analistas do mercado financeiro.
A aposta é de que a taxa, hoje em 8%, seja reduzida para 7,5% – uma nova mínima histórica. Segundo a pesquisa Focus, conduzida pelo Banco Central com mais de 100 instituições financeiras, a estimativa é de que a taxa chegue ao final do ano em 7,25% – o que pressupõe um 10º corte seguido na Selic.
Pelo sistema de metas de inflação, que vigora no Brasil, o BC tem de calibrar os juros para atingir as metas pré-estabelecidas, tendo por base o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Para 2012, 2013 e 2014, a meta central de inflação é de 4,5%, com um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo.
“A Selic deve cair a 7,50% ao ano nesta reunião. Isso ocorre porque apesar de existirem alguns sinais de recuperação da atividade econômica brasileira, ela ainda está relativamente debilitada”, afirma, em nota, o professor da Escola de Economia da FGV-SP, Rogério Mori. A aposta no corte de 0,5 ponto percentual é a mesma da Associação Nacional dos Executivos de Finanças Administração e Contabilidade (Anefac).
De acordo com relatório do banco Itaú, o Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre deve mostrar crescimento de 0,5% – acima dos 0,2% do trimestre anterior, mas ainda pequeno ante a previsão do Ministério da Fazenda, de crescimento de 3% para o ano, o que reforça a aposta em um novo afrouxamento monetário.
Evolução histórica
O patamar de um dígito para a taxa de juros brasileira ganha mais importância ainda quando se observa o contexto histórico. A série do Banco Central sobre a taxa de juros teve início em 1986, quando a taxa somava 23,5% ao ano.
Entre fevereiro de 1987 e o lançamento do Plano Real, em julho de 1994, o país conviveu com taxas de juros em três dígitos, isto é, acima de 100% ao ano, com exceção de abril e maio de 1990. Antes disso, em fevereiro daquele ano, os juros atingiram 438.769,68% ao ano, de acordo com a autoridade monetária. Em fevereiro de 1990, a inflação somou 82,4%.
Em maio de 2000, dois anos e meio antes do fim de seu segundo mandato, o então presidente Fernando Henrique Cardoso declarou que gostaria de deixar o governo com juros em um dígito – o que não chegou a acontecer. "A ideia é essa, se não tiver nenhuma catástrofe internacional", disse, na ocasião. No ano seguinte, ocorreram a crise do apagão e a da dívida argentina.
Em 2003, no início de seu primeiro governo, Luiz Inácio Lula da Silva chegou a declarar que a taxa de juros em um dígito era um "sonho da equipe econômica". O objetivo foi atingido somente em junho de 2009, no seu segundo mandato, mas vigorou por um período limitado – até meados de 2010. Ela só voltou a cair abaixo de 10% ao ano em março de 2012, já no governo Dilma.
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A aposta é de que a taxa, hoje em 8%, seja reduzida para 7,5% – uma nova mínima histórica. Segundo a pesquisa Focus, conduzida pelo Banco Central com mais de 100 instituições financeiras, a estimativa é de que a taxa chegue ao final do ano em 7,25% – o que pressupõe um 10º corte seguido na Selic.
Pelo sistema de metas de inflação, que vigora no Brasil, o BC tem de calibrar os juros para atingir as metas pré-estabelecidas, tendo por base o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Para 2012, 2013 e 2014, a meta central de inflação é de 4,5%, com um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo.
“A Selic deve cair a 7,50% ao ano nesta reunião. Isso ocorre porque apesar de existirem alguns sinais de recuperação da atividade econômica brasileira, ela ainda está relativamente debilitada”, afirma, em nota, o professor da Escola de Economia da FGV-SP, Rogério Mori. A aposta no corte de 0,5 ponto percentual é a mesma da Associação Nacional dos Executivos de Finanças Administração e Contabilidade (Anefac).
De acordo com relatório do banco Itaú, o Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre deve mostrar crescimento de 0,5% – acima dos 0,2% do trimestre anterior, mas ainda pequeno ante a previsão do Ministério da Fazenda, de crescimento de 3% para o ano, o que reforça a aposta em um novo afrouxamento monetário.
Evolução histórica
O patamar de um dígito para a taxa de juros brasileira ganha mais importância ainda quando se observa o contexto histórico. A série do Banco Central sobre a taxa de juros teve início em 1986, quando a taxa somava 23,5% ao ano.
Entre fevereiro de 1987 e o lançamento do Plano Real, em julho de 1994, o país conviveu com taxas de juros em três dígitos, isto é, acima de 100% ao ano, com exceção de abril e maio de 1990. Antes disso, em fevereiro daquele ano, os juros atingiram 438.769,68% ao ano, de acordo com a autoridade monetária. Em fevereiro de 1990, a inflação somou 82,4%.
Em maio de 2000, dois anos e meio antes do fim de seu segundo mandato, o então presidente Fernando Henrique Cardoso declarou que gostaria de deixar o governo com juros em um dígito – o que não chegou a acontecer. "A ideia é essa, se não tiver nenhuma catástrofe internacional", disse, na ocasião. No ano seguinte, ocorreram a crise do apagão e a da dívida argentina.
Em 2003, no início de seu primeiro governo, Luiz Inácio Lula da Silva chegou a declarar que a taxa de juros em um dígito era um "sonho da equipe econômica". O objetivo foi atingido somente em junho de 2009, no seu segundo mandato, mas vigorou por um período limitado – até meados de 2010. Ela só voltou a cair abaixo de 10% ao ano em março de 2012, já no governo Dilma.
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