03/05/2012-08h00
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VENCESLAU BORLINA FILHO
DO RIO
O volume de vendas de automóveis e veículos comerciais leves em abril caiu para o menor patamar para o mês desde 2009, quando o Brasil sentiu os efeitos da crise financeira detonada nos Estados Unidos no final de 2008.Segundo dados apurados ontem pela Folha, foram 244.851 unidades comercializadas. Isso significa uma redução de 10,3% em relação ao mesmo período do ano passado, com menos 28.072 unidades vendidas -em relação a março deste ano, a queda foi de 13,8%.DO RIO
Em abril de 2009, o total de automóveis e comerciais leves vendidos foi de 224.413. No mesmo mês dos anos seguintes (2010 e 2011), as vendas cresceram 16,7% e 4,2%, respectivamente, na comparação com o período anterior.
Os dados oficiais serão divulgados hoje pela Fenabrave (federação dos distribuidores de veículos).
A queda, entretanto, já era esperada pelo setor. Na primeira quinzena de abril, a redução apurada nas vendas foi de 10%.
As causas para o resultado obtido, segundo o consultor Valdner Papa, são três: a redução nos empréstimos para compra de veículos, as ações sobre o setor financeiro e a cautela do consumidor diante da crise internacional.
Segundo ele, a aprovação das fichas de financiamento caiu para 30%. Antes, o percentual era de 60%.
"O impacto da restrição ao crédito no varejo automotivo é fatal", disse o especialista.
Dados da consultoria LCA apontaram que o volume de concessões de crédito em março deste ano foi o pior desde dezembro de 2009. Ao todo, foram concedidos R$ 352 milhões por dia, em média, em empréstimos.
Segundo a Anef (Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras), de cada dez pedidos de financiamento para a compra de veículos, atualmente cinco são recusados pelos bancos das montadoras por receio de inadimplência.
CAUTELA
De acordo com Papa, a cautela do consumidor só não é maior do que a queda nos empréstimos. "O consumidor está se questionando mais se compra ou não um veículo, mas o desejo prevalece", afirmou o consultor.
Já com relação aos bancos, o especialista afirmou que a redução do crédito também é uma forma de prevenção das instituições diante das medidas do governo para reduzir os juros cobrados nas operações financeiras.
Segundo os dados obtidos pela Folha, a Fiat manteve a liderança em abril como a montadora que mais vende carros no Brasil, seguida pela Volkswagen, GM (General Motors) e Ford. Renault e Nissan vêm em seguida.
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