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Novo motor 1.6 e transmissão automática são os destaques do lançamento.Design sul-coreano quebra tradicionalismo, mas o interior não inova.
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Chevrolet lança Sonic nas versões hatch e sedã
(Foto: Divulgação)
Sem alardes sobre a renovação de toda a linha de produtos, a General Motors adotou o ano de 2012 para ser um dos mais importantes da sua história no Brasil pela quantidade de lançamentos. O Sonic é o terceiro modelo neste ano, chega depois da picape S-10 e do hatch Cruze Sport6. Até o fim do ano, a montadora trará mais três modelos totalmente novos e prepara “três surpresas” para o Salão de São Paulo, em outubro, segundo o vice-presidente da montadora no Brasil, Marcos Munhoz. “Mas não serão para venda imediata.”(Foto: Divulgação)
“Vamos trabalhar lançamento por lançamento”, afirma Munhoz sobre a preocupação de renovar juntamente com os modelos a imagem da marca. Nesse contexto, o Sonic, lançado oficialmente nesta terça-feira (29), traz um conjunto de inovações, que vai do design ao motor, para “cobrir” o espaço entre o Agile e o Cruze Sport6 ou o Cobalt e o Cruze. Em outras palavras, quer agradar “jovens” gregos e troianos.
O modelo vem nas versões hatch e sedã e custa a partir de R$ 46.200 e R$ 49.100, respectivamente (pacote LT). As versões intermediárias, que são com o pacote LTZ e câmbio mecânico custam R$ 48.700 (hatch) e R$ 53.600 (sedã). Já as versões LTZ com câmbio automático saem por R$ 51.500 (hatch) e R$ 56.100 (sedã). Os preços estão com o novo IPI.
O G1 avaliou as duas versões do carro durante o lançamento do modelo em um percurso do Rio de Janeiro a Búzios (RJ). Em trechos urbanos, estradas e até em uma pequena via de pedregulhos, foi possível entender o Sonic e a “nova GM”. Afinal, o carro é vendido em cerca de 100 países e deve atingir neste ano a marca de 500 mil unidades vendidas no mundo, graças ao mercado norte-americano, que "abraçou" o segmento de compactos somente agora.
A versão básica do Sonic sai da linha de montagem com ar-condicionado, airbags dianteiros, direção hidráulica, freios ABS com EBD, trio elétrico, rodas de liga leve aro 15 e desembaçador do vidro traseiro. A topo LTZ tem ainda sensor de estacionamento, faróis de neblina, apliques cromados, rodas de liga leve de 16 polegadas e controle do rádio no volante.
Design sul-coreano
Todo o projeto do Sonic foi desenvolvido na Coreia do Sul, com o “pitaco” de todos os centros de desenvolvimento da montadora no mundo, o que inclui o Brasil — aliás, as unidades vendidas no mercado brasileiro são fabricadas naquele país. A estratégia resultou em um design inovador para os padrões GM, que deixou de lado tanto conceitos de linhas norte-americanas quanto europeias.
Painel em azul é característico do design
sul-coreano (Foto: Divulgação)
Quem está habituado aos traços típicos de um GM vai notar a quebra de padrões. Mas polêmicas são sempre bem-vindas neste setor. A exemplo do que aconteceu com o Ford Ka, quando foi lançado no Brasil, o Sonic vai chamar a atenção por onde passar. Aliás, a traseira do hatch lembra muito a do novo Ka. Vincos em abundância e faróis e lanternas bem chamativos definem o design do modelo.Tudo para abrir frente contra o acertado New Fiesta, o já superado Honda Fit e o conservador Honda City.sul-coreano (Foto: Divulgação)
Em contrapartida, o acabamento interno do Sonic não tem nada que surpreenda. As saídas de ar contam com dois desenhos, mas sem harmonia entre elas, console central é simples e o painel é... azul, como em todo carro sul-coreano. Pela cor, tudo bem, isso já não é inovador, mas não se trata de um ponto fraco. O que o torna questionável é o seu formato.
Sonic hatch e sedã estreiam design inovador no Brasil (Foto: Divulgação)
A GM quis deixar o painel de instrumentos mais “prático” com informações simples e diretas para o condutor. Mas ele ficou pequeno demais e, por ser mais baixo, o motorista tem de desviar o olhar por mais tempo para conseguir ler as indicações do conta-giros e do velocímetro digital.Outro ponto fraco do interior do carro é o material utilizado. Com muitas peças em plásticos e encaixes frágeis, durante o teste notou-se que é possível desprender com facilidade o forro do teto pela parte traseira ou “afundar” a junção na coluna A. Tudo bem que ninguém vai ficar apertando o carro, mas isso compromete o isolamento acústico — o barulho da rodagem é nitidamente percebido, embora o motor seja silencioso.
Um aspecto também comprometido pelo design é o vidro traseiro que avança sobre a cabeça dos ocupantes. Uma película protetora escurecida é fundamental para não esquentar demais a cabeça dos passageiros, apesar de o vidro ter uma pintura específica para reduzir a entrada da luz direta.
Interior do Sonic é o ponto fraco do carro (Foto: Divulgação)
Conjunto motor e câmbio 'premium'Motor e câmbio (seja transmissão mecânica de cinco marchas ou automática de seis velocidades) é o conjunto “premium” do carro. Projetado na Alemanha, o powertrain dá ao Sonic, junto com a posição de dirigir ergonomicamente favorável, o statuis de "carro gostoso de se dirigir". Seja hatch ou sedã.
Sonic vem equipado com novo motor Ecotec 1.6
(Foto: Divulgação)
O motor é novo. É o Econotec 1.6 16V CVVT bicombustível. Exatamente ele, o coração do carro, que fará toda a diferença diante de seus concorrentes. Com quatro ocupantes adultos no carro (capacidade máxima) durante a avaliação do G1, o propulsor mostrou que seus 120 cv de potência e 16,3 mkgf de torque dão conta das arrancadas e retomadas, com muita agilidade.(Foto: Divulgação)
Ele conta com a moderna tecnologia de dois comandos de válvulas continuamente variáveis (CVVT) e coletor de admissão variável (VIM). Isso permite desenvolvimento máximo do motor tanto em baixa quanto em alta rotação. Como a queima de combustível fica mais eficiente, o desempenho é elevado e o consumo de combustível é menor.
A transmissão manual tem encaixes precisos e boa empunhadura, o que deixa as trocas bem confortáveis e sem solavancos. Com o mesmo conforto, a versão automática ganha em destaque por ter seis marchas que reagem com precisão ao pé no acelerador, o que deixa a condução linear. O motorista pode também fazer as trocas manualmente, por meio de um botão ao lado esquerdo da alavanca.
Para completar o conjunto, direção hidráulica e suspensão deixam o carro firme, sem passar irregularidades do solo aos passageiros, e garantem curvas estáveis.
Conclusão
O Sonic é um carro polêmico por inovar com um design não muito comum aos conceitos da General Motors, mas mostra claramente o novo caminho que a montadora quer traçar com todos os lançamentos: a diversidade. Embora seja um projeto sul-coreano, sob o capô do carro ronca um motor GM, com desempenho que remete à época áurea da "antiga GM", quando fez fama com carros como Kadett, Opala, Monza e Ômega. Mesmo que o cativante Ford New Fiesta seja um opositor de peso, o Sonic com sua transmissão automática ajuda a fortalecer a categoria de denominação exagerada “compacto premium”.
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