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segunda-feira, 7 de maio de 2012

Cientistas concluem que quantidade metano emitida pelos répteis foi maior que a atual


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Gases de dinossauros fizeram ‘aquecimento global’ jurássico


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Se pesquisadores em aquecimento global põem culpa nas criações de gado por parte do aumento de emissão de gases do efeito estufa, pior ocorreu com os dinossauros. Cientistas britânicos chegaram à conclusão, de acordo com artigo publicado na revista “Current Biology”, de que a população do saurópode, família de répteis herbívoros existente há 150 milhões de anos, lançava na atmosfera 520 milhões de toneladas de gases todos os anos. Tanta atividade intestinal, explicaram os pesquisadores, teve papel chave no aquecimento que nosso planeta passou na era mesozoica, no fim do período jurássico. Por meio de um cálculo feito a partir da quantidade de gases liberados por vacas, os pesquisadores estimaram o quanto era solto pelos répteis gigantes.


Esta alteração climática do passado não está relacionada com mudanças enfrentadas hoje no planeta, mas servem para ilustrar como alterações nas concentrações dos chamados gases-estufa têm efeito direto sobre o clima.


Para surpresa dos cientistas, a emissão atual de gás metano — um dos responsáveis pelo efeito estufa na Terra — é de 500 milhões de toneladas por ano, portanto menos que na era dos dinossauros, e nesta conta do presente está incluído tudo o que é liberado pelo animais selvagens e os usados por humanos na agroindústria. Como os saurópodes não foram os únicos responsáveis por liberar metano naquele passado remoto, é provável que o saldo anual no mesozoico fosse ainda maior. Os saurópodes foram animais de até 20 toneladas, conhecidos pela cabeça pequena em comparação com o tronco o pescoço.


O gás metano contribui para o efeito estufa porque absorve parte da radiação infravermelha emitida pelo sol e a mantém “presa” na atmosfera. Sem esse efeito, a vida na Terra não ocorreria da forma como conhecemos, mas seu excesso contribui para o aumento da temperatura na superfície terrestre. Segundo o estudo, na era mesozoica, a temperatura média do planeta era 10 graus centígrados superior ao que temos hoje.


Para o pesquisador David Wilkingson, da Universidade John Moore, de Liverpool, que liderou o estudo, a importância maior da pesquisa, no entanto, não está na quantidade de flatulência que espécies como o herbívoro brontossauro emitia, mas nos micro-organismos que se criavam no intestino desses animais. 


Segundo Wilkingson, a ecologia dos micróbios tem seu papel no funcionamento do planeta. O estudo explica que o metano que era liberado pelos dinossauros, assim como por animais ruminantes do hoje, como os bois, vem da digestão de bactérias habitantes do tudo digestivo desses animais. Sem esses micróbios, essas espécies não conseguiriam digerir vegetais.
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