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- Por Gabriela Allegro
/:/*^!^*\:\ No decorrer dos dois últimos meses, o estadao.com.br perguntou para + de 650 fotojornalistas da Magnum, National Geographic, vencedores do World Press Photo e do Pulitzer, de grandes jornais do Brasil e do mundo e do excelente site 500 photographers:
As imagens publicadas têm uma coisa em comum: funcionam como acesso direto para o que há de melhor dentro de cada um sob os mais diversos aspectos: o amor; o laço familiar e o calor da casa; a coragem, o erotismo; os animais e belezas naturais da Terra. Elas contam histórias de altruísmo, amizade, paz e esperança, passeiam pelo onírico, mas também tocam nos rostos sérios da morte e da dor.
Segue uma prévia.
A maioria das fotos selecionadas foram clicadas pelos próprios fotógrafos. Thomas Hurst escolheu enviar uma imagem que fez do encontro entre pai e filho em Ruanda. Separados pelo caos da fuga para o Zaire dois anos antes, ambos acreditavam que o outro havia morrido.
Filhos, esposas e maridos desses profissionais habituados a passar longos períodos fora de casa foram as conexões mais presentes. “Depois de todas as imagens fantásticas que vi, e de passar a maior parte da vida tentando fazer fotos complexas, se eu fosse para outro planeta gostaria de olhar para a imagem do meu filho de 7 anos, Elia, em Yosemite, na Califórnia”, observou Wendy Sue Lamm. “Eu precisaria de algo para lembrar do amor familiar, da beleza da Terra e ter um motivo para voltar para casa.”
Paul Souders levaria a imagem da esposa, Janet, que fez com seu iphone do dia do casamento dos dois no Seychelles. “Tenho usado a câmera para registrar a minha vida durante quatro décadas, os lugares que visitei, os animais que vi, as pessoas que eu conheci, a família que eu amo. Se eu tivesse apenas uma imagem para levar comigo, seria uma fotografia de minha esposa Janet. Olhar para esta fotografia me faz lembrar que tenho um lugar neste mundo, que há alguém que me ama e que eu tenho uma casa esperando por mim independentemente do quão longe eu estou. Essa certeza me permite ir para longe.”
Ícones do fotojornalismo internacional formaram outro grupo de imagens. Eugene Smith (1918- 1978) foi o único profissional que teve duas fotos diferentes selecionadas por alguns de seus colegas: Caminho para o Jardim do Paraíso (1946), escolhida por Walt Stricklin e David Burnett, e a mãe de Minamata, por Ian Berry. Mãe Migrante (1936), de Dorothea Lange, também foi a opção de Ambroise Tézenas e Matt Black.
“Eugene Smith foi inspiração da minha primeira foto”, confessa Walt Stricklin, editor de fotografia do jornal The Birmingham News. “Esta imagem pode tirá-lo da realidade e levá-lo para a fantasia e vice-versa. Eu amo todo o simbolismo: a busca pela verdade, ir da escuridão para a luz, o nascimento de novas ideias, a juventude com a vida pela frente. Ela faz comigo o que todas as imagens boas do gênero deveria fazer: permite que eu coloque o meu próprio simbolismo, e esse simbolismo muda de acordo com o meu humor e minha necessidade. Ter esta foto comigo por 10 anos em Marte me permitiria ter muitas fotos em uma.”
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