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sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Diamantes achados em MT confirmam teoria geológica

Informação.

CIÊNCIA & TECNOLOGIA.



Crosta oceânica penetra a Terra até o manto inferior.
Pesquisa foi publicada pela revista 'Science'.





Tadeu Meniconi Do G1, em São Paulo

*#/=.=\#* Diamantes achados na região da cidade de Juína (MT) comprovam que a crosta oceânica entra na Terra – como é chamada a crosta terrestre sob os oceanos, onde ela é mais fina – até o manto inferior. A confirmação veio da análise química desses diamantes e foi publicada nesta quinta-feira (15) num artigo da revista “Science”.

Já havia uma teoria bem aceita de que esse fenômeno ocorria, baseada na tomografia sísmica, uma análise combinada de movimentos da Terra, que permite o mapeamento do interior do planeta. Porém, faltava uma prova mais concreta.


“É a primeira vez que a gente tem uma evidência mineral de que a crosta oceânica penetra o manto inferior”, disse ao G1 Débora Passos de Araújo, professora do Instituto de Geociências da Universidade de Brasília (UnB), uma das autoras do estudo.


Para que um diamante seja formado, é preciso a temperatura seja alta. Por isso eles são formados no interior da Terra. No manto superior, a uma profundidade de entre 150 e 200 km, a temperatura varia entre 1.000 e 1.200 graus Celsius. No manto inferior, com profundidades superiores a 660 km, ela ultrapassa os 2.000 graus Celsius.

Um dos diamantes profundos de Juína (MT) (Foto: AAAS / Science)
Um dos diamantes profundos de Juína (MT) (Foto: AAAS / Science)

Diamantes profundos, como são chamados os que vêm do manto inferior, já eram conhecidos. Em Juína mesmo, há registros desde 1991. As pedras analisadas no atual estudo, no entanto, são as primeiras desse tipo a apresentar composição química típica da crosta oceânica.


A geóloga disse ainda que a descoberta deve proporcionar avanços nos estudos da formação dos minerais. “Se nós fizermos análises químicas desses minerais inclusos nos diamantes, podemos conhecer melhor as características do manto inferior”, afirmou a cientista.


Nick Wigginton, que faz parte da equipe de editores da Science, destacou que a descoberta mostra a amplitude do ciclo de carbono, que é essencial à vida. “Resultados como esse oferecem uma perspectiva mais ampla da Terra como um sistema dinâmico e integrado”, concluiu.
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