Banco segurou R$ 350 de uma mulher de 83 anos em São Paulo
Agência alegou que cédulas estão danificadas e serão avaliadas.
Agência alegou que cédulas estão danificadas e serão avaliadas.
A aposentada Madalena, que não quis mostrar o rosto, vê a cópia das notas retidas feita pelo banco (Foto: Carolina Iskandarian/ G1)
O G1 teve acesso à cópia em preto e branco que o Bradesco fez das sete cédulas de R$ 50. O papel foi entregue à Clemência, que é correntista da agência. Pode-se ver manchas nas bordas laterais do dinheiro, mas não é possível afirmar que se trata da tinta do dispositivo de segurança dos caixas eletrônicos.
O problema maior na casa de Madalena é que a família ficou sem R$ 350 dos R$ 540 da aposentadoria usada para ajudar com as despesas do mês. “A mocinha do caixa disse que as notas iam ficar confiscadas para verificar a mancha e o Banco Central vai ver se devolve. Vamos ficar sem comprar remédio, sem levar minha mãe ao médico. Precisamos desse dinheiro”, contou Clemência, nesta terça-feira (7).
Ela também recebe cerca de R$ 500 como aposentada e disse que tentou pagar as contas com o dinheiro da mãe em uma agência do Bradesco próxima de onde mora, na Brasilândia, na Zona Norte. A soma dos dois salários é a renda familiar. A idosa lamentou o episódio. "Eu tenho Chagas (doença que afeta o coração), diabetes e pressão alta. Isso nunca tinha acontecido."
Não viu as manchas
Cédulas de R$ 50 têm pequenas manchas nas bordas
(Foto: Carolina Iskandarian/ G1)
(Foto: Carolina Iskandarian/ G1)
“Com essa onda de assaltos, eu não ia ficar contando cédula por cédula. Fiz o saque e pus no bolso”, relatou o cabeleireiro. No dia seguinte, sem os R$ 350, Clemência voltou para casa com mais um documento do Bradesco informando que as cédulas passarão por análise por estar “danificadas”. Em outro trecho, o ofício diz que “caso seja (m) valorizada (s) pelo Bacen (Banco Central), o (s) valor (es) será (ão) restituído (s) ao seu legítimo portador, sem qualquer acréscimo”.
Outro lado
A assessoria de imprensa do Bradesco foi acionada para responder se é comum esse tipo de procedimento e se o prazo de uma possível devolução em até um mês é correto, mesmo que o cliente fique sem o dinheiro durante essa averiguação. Por e-mail, o banco informou apenas que “ todos os procedimentos adotados seguem as normativas do Banco Central”.
Já a Rede Banco24Horas, administrada pela empresa TecBan, também responsável pelo dispositivo que solta a tinta nas notas, não soube explicar por que cédulas manchadas poderiam estar em um terminal de saque se ele não tem indícios de que foi violado. Por isso, disse que o caixa de onde Souza retirou o dinheiro passará por avaliação. A TecBan ressaltou que o sistema de segurança “foi amplamente testado e se mostrou eficaz e muito seguro”.
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