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No Brasil, espécie é exclusividade de um gatil em Valinhos, no interior de São Paulo. Animal doméstico requer cuidados especiais com alimentação e comportamento cheio de energia, segundo criadora.<<<===+===.=.=.= =---____-------- ----------____---------____::____ ____= =..= = =..= =..= = =____ ____::____-----------_ ___---------- ----------____---.=.=.=.= +====>>>
Por Marcelo Gaudio*, g1 Campinas e Região
Postado em 08 de setembro de 2023 às 06h20m
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Anna Júlia segurando um filhote de Savannah de primeira geração — Foto: Geisa Narcisa
Quem não conhece o gato Savannah pode até duvidar que o animal seja mesmo domesticável. A pelugem repleta de pintas, o corpo esguio e o porte imponente são bem diferentes em comparação aos felinos que costumamos criar em casa.
A verdade é que esse gatão, híbrido do cruzamento entre os gatos domésticos e o serval – felino selvagem natural das planícies africanas – tem conquistado o coração de muitos gateiros. No entanto, ter um pet exótico como esse custa caro.
Único no Brasil a comercializar a raça, um gatil de Valinhos (SP), no interior de São Paulo, vende filhotes por até R$ 120 mil. Ao g1, a proprietária contou curiosidades sobre a raça e explicou por que ela é considerada uma das mais caras do mundo.
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Nessa matéria você vai conferir:
O Savannah é uma raça híbrida criada nos Estados Unidos em 1986. De acordo com Anna Júlia Dannala, proprietária do gatil, o primeiro nasceu por acidente. Na época, um Serval, encontrado como animal de estimação por alguns criadores, cruzou com uma gata siamesa. O primeiro híbrido foi uma fêmea que ganhou o nome de Savannah.
E não é difícil perceber a semelhança com o ancestral selvagem. Pelo contrário: o Savannah é um gato bem maior do que o comum e se destaca pelas pernas muito longas. Um exemplar de primeira geração, filho direto do cruzamento, pode chegar a 70 cm de altura. Um neto ou bisneto, no entanto, tende a ser menor, mas ligeiramente maior do que um gato comum.
“Comprido e com corpo bem alongado, delgado. É um gato mais magro. Ele tem uma estrutura muito bonita mesmo na geração mais distante”, descreve a criadora.
“A partir daí algumas pessoas se interessaram e quiseram desenvolver a raça, que começou a ganhar popularidade no fim dos anos 1990 e 2000 nos Estados Unidos. No Brasil demorou mais e foi aparecer de forma mais recorrente apenas nos últimos anos”, conclui.
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Anna Júlia Dannala segurando um filhote de Savannah de terceira geração — Foto: Geisa Narcisa
A Reserva LuckyStone foi criada por Anna Júlia e sua avó Geisa Narcisa, em 2010, como um tipo de hobby. Na época, a jovem tinha a intenção de ajudar a avó a se distrair dos problemas de saúde que enfrentava.
As duas passaram por várias raças de gatos domésticos, mas nenhuma com muito sucesso, até apostarem no Savannah em 2013. Desde então vários amantes de gatos entraram em contato com a reserva e algumas personalidades já adquiriram os seus.
“[O Savannah] Léo, até hoje, é o nosso principal pareador. Ele foi o nosso maior sonho. A gente conseguiu ele dos Estados Unidos e, a partir dele, a gente focou e falou: 'a gente quer criar esta raça'”, lembra Anna Júlia Dannala.
Embora venda os Savannah, a reserva também desenvolve trabalhos em parceria com ONGs, por meio de doações ou mesmo tratando gatos de rua, além de incentivar a adoção.
“Nós somos muito a favor da adoção. É legal que quem tenha condições compre, mas [também] adote. Todos os gatos, de todos os tipos, precisam de lar. As raças são uma paixão a mais para os loucos por gatos”, fala.
Por que eles são tão caros? 🙀
Vários fatores impactam no valor do Savannah. O primeiro é a dificuldade de criar novos exemplares. Dannala explica que, por se tratar de uma raça híbrida entre um felino selvagem e um doméstico, as características vão diminuindo a cada nova geração. Isto é: quanto mais cruza, menos ele se parece com o serval.
“O filho de um Serval a gente chama de F1, o F significa Fundação, ou Geração 1, e isso representa a distância que esse gato está do Serval. F1 são os filhos; F2 é um neto; F3 é um bisneto e assim por diante”, explica. “Então, quanto mais perto do Serval, mais parecido em suas características físicas e temperamento”.
Para definir a geração, quem manda é sempre o exemplar mais puro. No entanto, o cruzamento é bastante complexo, uma vez que apenas a fêmea é fértil nas gerações iniciais. Além disso, o pareamento não acontece sempre, pois, tanto o macho, quanto a fêmea, podem não aceitar o parceiro.
“Ou tenta matar às vezes, pois acaba vendo como presa [...] Além disso, nascem poucos filhotes, muitos morrem de forma prematura”, afirma Anna.
Savannah de quarta geração — Foto: Geisa Narcisa
Quanto custa um Savannah? 💰
Considerando todos esses fatores, um Savannah de primeira geração pode ficar entre R$ 80 mil e R$ 120 mil, enquanto um de quinta fica na faixa de R$ 5 mil a R$ 10 mil. Valores que, segundo Anna Júlia, se mantém tanto no Brasil, quanto no exterior.
Alimentação carnívora 🥩
A distância entre gerações acarreta em alguns cuidados especiais, como na alimentação. Os Savannah de primeira geração só podem comer carne. As outras fundações podem ser tratadas com ração especial, além de um pouco de carne como complemento.
Gatão cheio de energia ⚡
O comportamento do bicho também requer atenção dos tutores. Mais próximos dos gatos selvagens, eles são animais com muita energia. Logo, quem cria um Savannah precisa sempre reservar um tempo para passear com eles.
“É tipo cachorro. Eles gostam de brincar, de buscar objetos. São muito companheiros. São inteligentes demais. Então, o cuidado mais especial que tem que ter com a raça é com alimentação e esse cuidado com a energia dele”.
“Eles precisam passear e ter coisas para brincar correr um espaço razoável para eles poderem gastar essa energia é o ideal”, completa Anna.
Gato Savannah — Foto: Geisa Narcisa
* Sob supervisão de Yasmin Castro.
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