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quinta-feira, 9 de fevereiro de 2023

IPCA tem alta de 0,53% em janeiro, quarto mês seguido de alta

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Trata-se do quarto mês seguido de alta, segundo o IBGE. No entanto, em relação a dezembro (0,62%), houve desaceleração.
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Por Marta Cavallini e Bruna Miato, g1

Postado em 09 de fevereiro de 2023 às 09h35m

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Alimentos puxam inflação — Foto: Licia Rubinstein/Agência IBGE Notícias
Alimentos puxam inflação — Foto: Licia Rubinstein/Agência IBGE Notícias

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, variou 0,53% em janeiro. Trata-se do quarto mês seguido de alta, segundo o IBGE. No entanto, em relação a dezembro (0,62%), houve desaceleração.

Nos últimos 12 meses, o indicador acumula alta de 5,77%, que também desacelerou em relação ao avanço de 5,79% dos 12 meses imediatamente anteriores. Em janeiro de 2022, a variação havia sido de 0,54%.

O maior impacto no mês veio de Alimentação e bebidas (0,59%), que contribuiu com 0,13 ponto percentual no índice.

Na sequência, veio o grupo Transportes, com alta de 0,55% e impacto de 0,11 ponto percentual. Veja abaixo a variação dos nove grupos pesquisados:

  • Alimentação e bebidas: 0,59%
  • Habitação: 0,33%
  • Artigos de residência: 0,70%
  • Vestuário: -0,27%
  • Transportes: 0,55%
  • Saúde e cuidados pessoais: 0,16%
  • Despesas pessoais: 0,76%
  • Educação: 0,36%
  • Comunicação: 2,09%
Alta da batata inglesa e queda da cebola

No grupo Alimentação e bebidas, houve aumento nos preços da batata inglesa (14,14%), do tomate (3,89%), das frutas (3,69%) e do arroz (3,13%). Já os destaques de queda ficaram com cebola (-22,68%), frango em pedaços (-1,63%) e carnes (-0,47%).

A variação da alimentação no domicílio (0,60%) ficou abaixo da registrada em dezembro (0,71%).

Na alimentação fora do domicílio (0,57%), a maior contribuição veio do lanche (1,04%). A refeição, por sua vez, teve alta de 0,38%, acima do mês anterior (0,19%). Os preços de refrigerantes e água mineral (0,81%) e a cerveja (0,43%) também subiram.

Combustíveis puxam Transportes

Nos Transportes, os combustíveis tiveram alta de 0,68%, puxados pelo aumento nos preços da gasolina (0,83%) e do etanol (0,72%).

Por outro lado, o óleo diesel (-1,40%) e o gás veicular (-0,85%) tiveram queda.

Outros destaques foram emplacamento e licença (1,60%), por causa do IPVA de 2023, e automóvel novo (0,83%). No lado das quedas, os preços dos transportes por aplicativo recuaram 17,03%, após alta de 10,67% em dezembro.

Outro destaque ficou com a alta de 0,91% dos ônibus urbanos, consequência dos reajustes de 6,17% no Rio de Janeiro (4,20%) e de 7,04% em Vitória (4,61%). Também houve reajustes de táxi (3,03%) no Rio de Janeiro (7,74%), onde as tarifas subiram 8,88%, e em Salvador (15,67%), com aumento de 16,74%. O IBGE destaca ainda os reajustes em praças de pedágio (4,29%) de São Paulo (5,08%), Vitória (4,12%) e Curitiba (2,14%).

INPC tem alta de 0,46%

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) teve alta de 0,46% em janeiro, abaixo do registrado no mês anterior (0,69%).

O INPC acumula alta de 5,71% nos últimos 12 meses, abaixo dos 5,93% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em janeiro de 2022, a taxa foi de 0,67%.

Salvador é a capital com maior alta

Das 16 capitais pesquisadas, 14 tiveram alta do IPCA em janeiro. O maior resultado foi em Salvador (1,09%), onde pesaram as altas na energia elétrica (8,07%) e na gasolina (6,34%). Já a menor variação foi em Curitiba (-0,05%), por conta da queda de 3,92% nos preços da gasolina.

  • Salvador 1,09%
  • Vitória 0,92%
  • Fortaleza 0,86%
  • Belo Horizonte 0,82%
  • São Paulo 0,68%
  • Rio Branco 0,67%
  • Aracaju0,63%
  • Campo Grande 0,60%
  • Rio de Janeiro 0,43%
  • Belém 0,41%
  • Brasília 0,33%
  • Goiânia 0,24%
  • Porto Alegre 0,23%
  • Recife 0,03%
  • São Luís -0,01%
  • Curitiba -0,05%
Inflação e os juros no Brasil

A inflação acumulada em 12 meses até janeiro continua acima da meta estabelecida pelo Banco Central em 3,25% neste ano, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, ou seja, entre 1,75% e 4,75%.

A expectativa do próprio BC e de instituições do mercado financeiro nacional, segundo a última edição do Boletim Focus, aponta para o IPCA em 5,78% neste ano.

Em 2022, a inflação encerrou o ano acima do teto da meta. Enquanto a meta estabelecida pelo BC era de 3,5%, com margem de tolerância entre 2% e 5%, a inflação acumulada em 2022 foi de 5,79%. Foi o 4º ano consecutivo em que os preços ficam acima do teto da meta.

Para frear o avanço dos preços, o BC promoveu um ciclo de altas na taxa básica de juros, a Selic, que saiu de 2% ao ano em março de 2021 para 13,75% ao ano em agosto de 2022, o maior percentual dos últimos seis anos. Na semana passada, o Copom escolheu manter, pela quinta vez consecutiva, a Selic no mesmo patamar porque ainda enxerga a força da pressão inflacionária.

Quanto maior é a inflação, menor é o poder de compra das pessoas, principalmente das que recebem salários menores. Isso porque os preços dos produtos aumentam sem que o salário necessariamente acompanhe esse crescimento.

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