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Setor segue perdendo dinamismo, mas avançou 0,3% no 1º trimestre, na comparação com os 3 últimos meses de 2021, interrompendo uma sequência de 4 quedas trimestrais seguidas.===+===.=.=.= =---____--------- ---------____------------____::_____ _____= =..= = =..= =..= = =____ _____::____-------------______--------- ----------____---.=.=.=.= +====
Por Darlan Alvarenga, g1
Postado em 03 de maio de 2022 às 10h00m
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Mesmo com a segunda alta mensal seguida, o setor não conseguiu eliminar as perdas de janeiro (-2%) e permanece 2,1% abaixo do patamar de antes do início da pandemia, de fevereiro de 2020.
"O resultado ainda está longe de refletir uma reversão de todos aqueles saldos negativos dos últimos meses", afirma André Macedo, gerente da pesquisa, destacando que fatores complicadores na oferta global e na demanda doméstica continuam dificultam uma retomada da indústria.
"No acumulado do ano, frente ao mesmo indicador de 2021, a indústria recuou 4,5%. O acumulado nos últimos doze meses chegou a 1,8% em março e vem reduzindo sua intensidade de crescimento desde agosto de 2021 (7,2%)", destacou o IBGE.
As expectativas em pesquisa da Reuters com economistas eram de crescimento de 0,2% na variação mensal e de perda de 3% na base anual.
1ª alta trimestral desde o final de 2020
Apesar da desaceleração da indústria nos últimos meses, o setor registrou crescimento de 0,3% o 1º trimestre, na comparação com os 3 últimos meses de 2021, interrompendo uma sequência de 4 quedas trimestrais seguidas. A última alta frente aos 3 meses imediatamente anteriores tinha sido registrada no 4º trimestre de 2020 (4,5%).
Já na comparação frente ao 1º trimestre do ano passado a indústria recuou 4,5%, com todas as grandes categorias no campo negativo.
Ao final de março, a indústria ainda operava 18,5% abaixo do nível recorde, registrado em maio de 2011.
Na passagem de fevereiro para março, houve altas em três das quatro grandes categorias econômicas e em 14 dos 26 ramos pesquisados.
A atividade com mais influência positiva no mês de março foi a de veículos automotores, reboques e carrocerias, com crescimento de 6,9%. O segmento marcou o segundo mês de expansão, mas ainda assim, não eliminou as perdas de janeiro e segue 13,2% abaixo do patamar pré-pandemia.
Outros destaques de alta foram observados na produção de outros produtos químicos (7,8%), bebidas (6,4%) e máquinas e equipamentos (4,9%).
Na outra ponta, as retrações com maior impacto no índice foram na produção de produtos alimentícios (-1,7%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-2,1%) e produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-8,4%).
Entre as grandes categorias econômicas, bens de capital (8,0%) e bens de consumo duráveis (2,5%) assinalaram as taxas positivas mais acentuadas em março. O segmento de bens intermediários (0,6%) também mostrou crescimento, mas abaixo do verificado no mês anterior (1,8%). Por outro lado, bens de consumo semi e não-duráveis teve queda de 3,3%, interrompendo 3 meses consecutivos de avanço na produção.
Na lanterna da indústria, estão os segmentos de bens de consumo duráveis, que inclui veículos, eletrodomésticos, móveis, com nível de atividade ainda dois dígitos abaixo do patamar pré-pandemia.
Distância do patamar pré-pandemia nas grandes categorias:
- Bens de capital: 16,1% acima do patamar pré-pandemia
- Bens intermediários: 1,9% acima do patamar pré-pandemia
- Bens de consumo duráveis: 23,1% abaixo do patamar pré-pandemia
- Bens de consumo semiduráveis e não duráveis: 8,5% abaixo do patamar pré-pandemia
A indústria brasileira continua sendo impactada pela alta dos preços das matérias-primas, falta de insumos e restrições de oferta. A piora do cenário externo, devido a guerra na Ucrânia, tem atrapalhado as perspectivas para o ano, em razão das preocupações com a desaceleração da economia e maior inflação global.
“Além disso, a inflação vem diminuindo a renda disponível e os juros sobem e encarecem o crédito. Também o mercado do trabalho, que apresenta alguma melhora, ainda mostra índices como uma massa de rendimentos que não avança”, destacou Macedo.
A alta dos juros e inflação persistente têm tirado o poder de compra e de consumo das famílias. A quantidade de endividados e a proporção de famílias com dívidas ou contas em atraso bateram recorde novo recorde em abril, de acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Em nota, a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) alertou para a perda de fôlego da indústria. "A indústria de transformação, que é sensível ao aumento dos juros através do canal de crédito, é impactada expressivamente, adiando uma vez mais seu plano de voo. Ademais, a inflação elevada aumenta também a preocupação dos empresários com a queda no consumo", afirmou.
O mercado financeiro elevou de 7,65% para 7,89% a estimativa para a inflação neste ano, segundo o último boletim Focus do Banco Central. Para o PIB (Produto Interno Bruto), a projeção é de alta de 0,70%.
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