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quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

ES teve maior recuo na indústria em 2020; setor de veículos de SP puxou queda nacional

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Somente Pernambuco, Rio de Janeiro e Goiás registraram crescimento na comparação com 2019.  
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Por G1 — Rio de Janeiro  
09/02/2021 09h01 Atualizado há 6 horas
Postado em 10 de fevereiro de 2021 às 10h00m


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Indústria automotiva, sobretudo de São Paulo, puxou tombo da indústria nacional em 2020, segundo o IBGE — Foto: Shutterstock
Indústria automotiva, sobretudo de São Paulo, puxou tombo da indústria nacional em 2020, segundo o IBGE — Foto: Shutterstock

A produção industrial brasileira fechou o ano de 2020 com queda em 12 dos 15 locais pesquisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontam os dados divulgados nesta terça-feira (9).

De acordo com o IBGE, dos 12 locais com queda na produção, em sete o recuo foi mais intenso que o total da indústria. A maior queda foi registrada no Espírito Santo, de 13,9% - mais do dobro da registrada no Ceará, que registrou o segundo maior recuo, de 6,1%.

Somente Pernambuco, Rio de Janeiro e Goiás registraram crescimento da indústria na comparação com 2019.

Sete dos 12 locais com queda na produção industrial em 2020 tiveram recuo mais intenso que a média nacional  — Foto: Economia/G1
Sete dos 12 locais com queda na produção industrial em 2020 tiveram recuo mais intenso que a média nacional — Foto: Economia/G1

De acordo com o analista da pesquisa, Bernardo Almeida, o baixo desempenho capixaba é explicado pelos segmentos extrativo e metalúrgico.

"O setor extrativo tem uma boa concentração na indústria capixaba, então qualquer movimento dele impacta o setor como um todo. Esse resultado se deu, principalmente, pela queda na produção de minério de ferro. Temos também o setor metalúrgico, complementar ao extrativo, que também teve baixo desempenho na indústria local, puxado pela produção de produtos siderúrgicos", apontou. 
Setor de veículos de SP puxa queda nacional

Ao apresentar os dados da indústria nacional, o IBGE já havia adiantado que o maior impacto na queda do setor partiu do segmento de veículos automotores. Ao divulgar os dados regionalizados, o instituto enfatizou que foi de São Paulo, o maior parque industrial do país, a principal influência negativa na produção de veículos.

Mesmo vindo de oito meses seguidos de resultados positivos, logo após as paralisações que aconteceram devido às medidas mais restritivas de isolamento social, o setor de veículos paulista fecha o ano no campo negativo. Isso é atribuído à baixa produção de automóveis, autopeças e, também, caminhões, apontou o analista da pesquisa, Bernardo Almeida.

A indústria paulista representa, segundo o IBGE, São Paulo, 34% da produção nacional. Por isso, embora não tenha registrado a maior queda entre os 15 locais pesquisados, ela acaba tendo a maior influência no baixo desempenho do setor como um todo.

O IBGE enfatizou, ainda, que não foi somente a atividade de veículos que teve resultado negativo em São Paulo ao longo de 2020.

O estado também teve queda na produção de máquinas e equipamentos, principalmente na produção de máquinas para trabalhar matéria-prima na fabricação de pasta de celulose, e também retração na produção de rolamentos para equipamentos industriais, destacou Almeida.

O IBGE ressaltou que o segundo local que mais influenciou a queda no acumulado do ano na produção industrial foi o Rio Grande Sul, também por causa da retração no setor de veículos automotores, com queda na produção de automóveis, autopeças e carrocerias para ônibus. Mas o segmento de couro, relevante na indústria gaúcha, também teve baixo desempenho no ano.

Dentro da indústria gaúcha, temos também o setor de produtos de couro, artigos de viagens e calçados, que é bastante atuante dentro da indústria gaúcha e teve queda na produção de calçados femininos de couro e de material sintético, apontou o analista da pesquisa. 
Alimentos puxa alta da indústria pernambucana

Dos três locais que fecharam 2020 com saldo positivo, o grande destaque ficou com Pernambuco. Segundo o IBGE, o bom desempenho foi pressionado, sobretudo, pelas atividades de produtos alimentícios.

Houve aumento na produção de açúcar cristal, açúcar VHP e também de açúcar refinado de cana. Já um setor secundário nesse crescimento é o de produção de bebidas, que teve aumento na produção de cervejas e chopes, refrigerantes e aguardente de cana-de-açúcar, explicou o analista da pesquisa Bernardo Almeida.

Os outros dois locais com resultado positivo no acumulado do ano foram Rio de Janeiro e Goiás. Na indústria fluminense, o destaque foi a indústria extrativa. Já na goiana, o bom desempenho também foi puxado pela indústria alimentícia.

A indústria fluminense acaba fechando o ano com um crescimento bem tímido, sendo impulsionado, principalmente, pelo setor extrativo, devido ao aumento na extração de óleos brutos de petróleo e gás natural. Em segundo plano, temos a indústria farmacêutica, com aumento na produção de medicamentos, apontou o pesquisador.

Entre novembro e dezembro, 11 locais tiveram alta

Na passagem de novembro para dezembro, a indústria nacional avançou 0,9%, sendo o oitavo mês seguido de alta. Nesta base de comparação, 11 dos 15 locais pesquisados registraram alta da produção.

Segundo o IBGE, o resultado positivo disseminado entre as regiões pesquisadas refletiu "em grande medida, a ampliação do movimento de retorno à produção de unidades produtivas, após a adoção de medidas de combate à pandemia de Covid-19".

Maioria das regiões tiveram alta da produção industrial na passagem de novembro para dezembro — Foto: Economia/G1
Maioria das regiões tiveram alta da produção industrial na passagem de novembro para dezembro — Foto: Economia/G1

Espírito Santo e Ceará foram os locais com os melhores resultados na passagem de novembro para dezembro, seguidos por Pará, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso e Paraná.

Já Bahia, Amazonas, Pernambuco e Goiás foram os quatro locais com recuo na produção.

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