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Este foi o maior resultado para um mês de janeiro desde 2016. Índice desacelerou na passagem de dezembro para janeiro pressionado pela energia elétrica, que teve bandeira tarifária reduzida, mas alimentos seguem pressionando a inflação no país. = =---____------- === ---- -----________::_____ _____= =..= = =..= =..= = =____ _____::________ --------- ==== -----------____---= =
Por Daniel Silveira, G1 — Rio de Janeiro
26/01/2021 09h00 Atualizado há 2 horas
Postado em 26 de janeiro de 2021 às 11h00m
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Redução da bandeira tarifária das contas de energia elétrica ajudou a
desacelerar o indicador prévio da inflação na passagem de dezembro para
janeiro, segundo o IBGE — Foto: Marcos Santos / USP Imagens
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que é uma prévia da inflação oficial do país, ficou em 0,78% em janeiro, conforme divulgado nesta terça-feira (26) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Este foi o maior resultado para um mês de janeiro desde 2016, quando o índice ficou em 0,92%.
Em 12 meses, o IPCA-15 acumula alta de 4,30%, acima dos 4,23% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores.
Em dezembro de 2020, o IPCA-15 ficou em 1,06%. A desaceleração do indicador, segundo o IBGE, foi pressionada pela energia elétrica, já que houve redução das contas de luz devido à mudança da bandeira tarifária. Todavia, os preços dos alimentos seguem pressionando a inflação no país.
IPCA-15, prévia da inflação oficial (variação mensal) — Foto: Economia/G1
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE, oito apresentaram alta em janeiro. Apenas comunicação apresentou deflação no mês.
Veja o resultado para cada um dos grupos:
- Alimentação e bebidas: 1,53%
- Habitação: 1,44%
- Artigos de residência: 0,81%
- Vestuário: 0,85%
- Transportes: 0,14%
- Saúde e cuidados pessoais: 0,66%
- Despesas pessoais: 0,40%
- Educação: 0,11%
- Comunicação: -0,01%
Para seis grupos, o índice desacelerou na passagem de dezembro para janeiro. Houve aceleração do indicador apenas para Vestuário, Saúde e cuidados pessoais e Despesas pessoais.
Alimentação segue pressionando a inflação
De acordo com o IBGE, o maior impacto no IPCA-15 de janeiro partiu do grupo de Alimentação e bebidas, embora a alta nos preços deste grupo tenha desacelerado de 2% em dezembro para 1,53% em janeiro.
A desaceleração dos preços da alimentação ocorreu principalmente por conta dos alimentos para consumo no domicílio, que passaram de 2,57% em dezembro para 1,73% em janeiro.
As carnes (1,18%), o arroz (2,00%) e a batata-inglesa (12,34%) apresentaram altas menos intensas na comparação com o mês anterior, quando variaram 5,53%, 4,96% e 17,96%, respectivamente. Já as frutas subiram 5,68%, frente à alta de 3,62% no mês anterior, e contribuíram com o maior impacto (0,06 p.p.) entre os itens pesquisados.
No lado das quedas, o destaque foi o recuo nos preços do tomate (-4,14%).
Já os alimentos para consumo fora do domicílio seguiram movimento inverso e aceleraram de 0,58% em dezembro para 1,02% em janeiro. Enquanto a refeição (0,81%) apresentou variação próxima à do mês anterior (0,86%), o lanche passou de um recuo de 0,11% para alta de 1,45%, "contribuindo decisivamente para o resultado observado em janeiro", enfatizou o IBGE.
Energia elétrica tem o maior impacto individual no mês
Depois de Alimentação e bebidas, o segundo maior impacto no índice do mês partiu do grupo Habitação, que teve alta de 1,44% no mês, levemente abaixo do registrado em dezembro (1,50%).
O principal impacto na alta da Habitação partiu da energia elétrica que, segundo o IBGE, foi o item com o maior impacto individual no mês (0,14 p.p.), ajudando a desacelerar a inflação na passagem de dezembro para janeiro.
A energia elétrica passou de uma alta de 4,08% em dezembro para 3,14% em janeiro. Isso porque passou a vigorar a bandeira tarifária amarela, em que há acréscimo de R$1,34 na conta de luz a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos - em dezembro estava em vigor a bandeira tarifária vermelha patamar 2, cujo acréscimo é de R$ 6,24 para cada 100 kWh consumidos.
Ainda no grupo Habitação, o segundo maior impacto veio do gás de botijão, que teve alta de 2,42%, foi o oitavo mês consecutivo com alta de preços para o produto.
Alta dos transportes desacelera de 1,43% para 0,14%
O IBGE destacou que o grupo de Transportes, que é o segundo de maior peso no IPCA-15, apresentou forte de desaceleração - passou de 1,43% em dezembro para 0,14% em janeiro.
"Isso ocorreu tanto pela queda nos preços das passagens aéreas quanto pela alta menos intensa da gasolina, que passou de 2,19% em dezembro para 0,95%", destacou o IBGE.
As passagens aéreas registraram deflação de 20,49% em janeiro. Segundo o IBGE, essa queda também ajuda a explicar a desaceleração do IPCA-15 na passagem de dezembro para janeiro, somada à redução da energia elétrica.
Alta em todas as regiões
Todas as 11 regiões pesquisadas pelo IBGE registraram alta do IPCA-15 em janeiro, sendo que em apenas quatro delas o resultado tenha ficado abaixo da média nacional. O maior índice foi observado na região metropolitana do Recife, enquanto Brasília teve o menor resultado.
Veja a prévia da inflação para cada uma das regiões pesquisadas pelo IBGE:
- Recife: 1,45%
- Porto Alegre: 1,11%
- Fortaleza: 0,97%
- Belo Horizonte: 0,97%
- Rio de Janeiro: 0,95%
- Goiânia: 0,89%
- Belém: 0,78%
- Brasil: 0,78%
- São Paulo: 0,63%
- Curitiba: 0,62%
- Salvador: 0,38%
- Brasília: 0,33%
Para o cálculo do IPCA-15, o IBGE coletou os preços no período de 12 de dezembro de 2020 a 14 de janeiro de 2021 e os comparou àqueles vigentes de 13 de novembro a 11 de dezembro de 2020.
Perspectivas e meta de inflação
A meta central do governo para a inflação em 2021 é de 3,75%, e o intervalo de tolerância varia de 2,25% a 5,52%. Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia (Selic), que está atualmente em 2% ao ano.
Os analistas das instituições financeiras projetam uma inflação de 3,50% no ano, conforme aponta a última pesquisa Focus do Banco Central.
Em 2020, a inflação fechou em 4,52%, acima do centro da meta do governo, que era de 4%. Foi a maior inflação anual desde 2016.
Metas para a inflação estabelecidas pelo Banco Central — Foto: Aparecido Gonçalves/Arte G1
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