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quinta-feira, 16 de abril de 2020

50 dias do novo coronavírus: compare a situação do Brasil com China, Itália, EUA e outros países no mesmo período da epidemia

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Confirmação do primeiro caso da doença Covid-19 no Brasil completa 50 dias nesta quinta-feira (16). 
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Por Fabio Manzano, G1  

 Postado em 16 de abril de 2020 às 12h15m  

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A confirmação do primeiro caso do novo coronavírus (Sars-CoV-2) no Brasil completa 50 dias nesta quinta-feira (16). Desde o registro inicial, o país chegou a mais de 28 mil infectados e ultrapassou os 1.736 mortos, de acordo com o Ministério da Saúde.

A primeira morte por Covid-19 no Brasil aconteceu em 17 de março, em São Paulo. Nas quatro semanas seguintes, todos os estados do país já haviam registrado mortes.

Assim como o Brasil, outros países viram o número de casos e mortes aumentar nos primeiros 50 dias do surto e tomaram medidas para conter o avanço, em maior ou menor grau:
  • Com medidas duras, a China conseguiu estabilizar o surgimento de novos casos depois de 50 dias.
  • Com quarentena menos rígida no início da epidemia, a Itália viu o seu número de mortos ultrapassar o da China.
  • A Alemanha demorou mais tempo que a Itália para colocar em práticas medidas de distanciamento social, mas a boa preparação do seu sistema de saúde ajudou a garantir uma letalidade mais baixa.
  • Com grande densidade populacional, a Coreia do Sul conseguiu fazer um bom controle dos casos nos 50 primeiros dias, mas a doença continua avançando.
  • Os EUA demoraram a implementar ações de isolamento e, quando foi feita uma testagem em massa, o país apareceu como o novo epicentro da doença no mundo.
  • Quando a Espanha se tornou um dos países mais afetados pela Covid-19, o governo espanhol decidiu decretar emergência e tornar o isolamento obrigatório.
Avanço do coronavírus nos países
PaísInfectados após 50 diasMortos após 50 diasInfectados até 15/04Mortos até 15/04
China75.1012.23983.7513.474
EUA1.28136636.35028.326
Itália47.0214.032165.15521.645
Espanha25.3741.375177.64418.708
Brasil28.3201.73628.3201.736
França3.66179133.47017.167
Alemanha1.9083134.7533.804
Japão639158.100146
Coreia do Sul8.2367510.591225
Veja abaixo as curvas de casos e mortes nos países com as taxas calculadas por 100 mil habitantes. Essas taxas mostram o efeito do vírus em países menos populosos, como Alemanha (83 milhões), Itália (60,3 milhões de habitantes), Coreia do Sul (51 milhões) e Espanha (47 milhões), em comparação com China (1,4 bilhão) e EUA (329,5 milhões) e Brasil (210 milhões).
Gráfico mostra a taxa de mortes nos 50 primeiros dias de epidemia em cada um dos países — Foto: G1
Gráfico mostra a taxa de mortes nos 50 primeiros dias de epidemia em cada um dos países — Foto: G1


Gráfico mostra a curva de contágios nos 50 primeiros dias de epidemia em cada um dos países — Foto: G1
Gráfico mostra a curva de contágios nos 50 primeiros dias de epidemia em cada um dos países — Foto: G1

Os números de confirmações de casos de coronavírus e de mortes por Covid-19 foram compilados pela Universidade Johns Hopkins. O primeiro registro feito na plataforma da instituição de ensino foi em 22 de janeiro, quase um mês após o primeiro alerta da OMS para uma pneumonia desconhecida em Wuhan, na China.

Pesquisadores que acompanham o surto de coronavírus pelo mundo (leia mais abaixo) fazem a ressalva de que o índice de casos confirmados nos países depende da política de testes adotada em cada um deles – e também da quantidade de equipamentos à disposição. Além disso, os especialistas reforçam que cada país tem um cenário específico de combate à pandemia e que medidas de contenção têm que levar em conta as especificidades locais.

Veja, abaixo, os marcos dos 50 dias de Covid-19 em cada país:

Brasil
Casos de coronavírus no Brasil — Foto: G1
Casos de coronavírus no Brasil — Foto: G1

China
Casos de coronavírus na China  — Foto: G1
Casos de coronavírus na China — Foto: G1

Itália
Casos de coronavírus na Itália — Foto: G1
Casos de coronavírus na Itália — Foto: G1

  • 31 de janeiro: país registra os dois primeiros casos; no mesmo dia, o governo suspende os voos com origem e destino da China.
  • 21 de fevereiro: Itália confirma sua 1ª morte por Covid-19; país totaliza 17 casos da doença
  • 22 de fevereiro: governo declara toque de recolher somente na Lombardia, região que fica ao norte do país e é a mais afetada pelo surto; medida afeta 11 cidades e população em torno de 50 mil pessoas.
  • 24 de fevereiro: primeiro-ministro Giuseppe Conte suspende decreto do governador da região de Marche que previa fechamento de escolas e proibia aglomerações; o premiê italiano argumentou que esse tipo de ação descentralizada "contribuía para gerar o caos". Na mesma época, o governador da Lombardia decreta o fechamento de bares e restaurantes, medida também anulada pelo governo central de Roma.
  • 29 de fevereiro: Itália completa 1 mês dos primeiros registros do novo coronavírus e tem 1.128 casos e 29 mortes, segundo a Universidade Johns Hopkins e a OMS. A taxa de letalidade é de cerca de 2%.
  • 8 de março: Itália decidiu isolar toda a região da Lombardia, afetando cerca de 16 milhões de pessoas. No dia seguinte, o isolamento foi estendido para todos os 60 milhões de habitantes do país.
  • 19 de março: o número de mortos na Itália ultrapassa o da China.
  • 20 de março: Quando completou 50 dias desde o primeiro caso identificado da doença, a Itália já contabilizava 47.021 casos e 4.032 mortes, no dia seguinte, em 21 de março, os italianos tiveram o pico de mortes em apenas um dia, com 793 registros.
  • 22 de março: O prefeito de Milão, Giuseppe Sala, admitiu ter errado ao apoiar a campanha “Milão não para”, que pedia que a cidade não paralisasse suas atividades no início da pandemia de coronavírus na Itália.
Espanha
Casos de coronavírus na Espanha — Foto: G1
Casos de coronavírus na Espanha — Foto: G1

  • 1 de fevereiro: a Espanha registrou seu primeiro caso de coronavírus. O paciente era um turista que visitava o arquipélago das Canárias, território espanhol no atlântico.
  • 27 de fevereiro: é registrado o primeiro caso em Madri.
  • 1 de março: 30 dias após a confirmação do primeiro paciente com Covid-19 em território espanhol, o país registrava apenas 84 casos e nenhuma morte.
  • 13 de março: a comunidade autônoma da Catalunha decreta isolamento total da região para conter o avanço da doença.
  • 14 de março: A Espanha decretou estado de emergência e torna o isolamento obrigatório. O país registrava 5.753 infectados e 136 mortos.
  • 21 de março: Com 50 dias desde o primeiro contato com o novo coronavírus, o país ibérico disparou com 25.374 casos confirmados de Covid-19 e ao menos 1.375 mortes.
  • 25 de março: a Espanha se tornou o segundo país com maior número de mortes por coronavírus, atrás apenas da Itália.
Alemanha
Casos de coronavírus na Alemanha — Foto: G1
Casos de coronavírus na Alemanha — Foto: G1

  • 27 de janeiro: a Alemanha registrou seu primeiro caso de um paciente com infecção pelo novo coronavírus, na Baviera. Autoridades de saúde reconheceram que o caso também foi o primeiro de transmissão interna, já que o paciente não tinha histórico de viagem para o exterior.
  • 25 de fevereiro: ao completar 1 mês desde o primeiro registro de coronavírus no país, a Alemanha ainda acumula 17 confirmados e nenhuma morte.
  • 16 de março: o país completa 50 dias desde o primeiro caso e registra 7.272 casos confirmados de coronavírus e 17 mortes.
  • 22 de março, o governo de Berlim decreta que encontros em público com mais de duas pessoas no país estavam proibidos.O registrava ainda 94 mortes.
Estados Unidos

Casos de coronavírus nos EUA — Foto: G1
Casos de coronavírus nos EUA — Foto: G1

Coreia do Sul
Casos de coronavírus na Coreia do Sil — Foto: G1Casos de coronavírus na Coreia do Sil — Foto: G1

  • 20 de janeiro: registra o primeiro caso do novo coronavírus. Ainda no início do surto: governo sul-coreano começa a rastrear os possíveis focos de transmissão no país, com monitoramento de casos suspeitos; também estabelece quarentena para todas as pessoas que chegam de Wuhan, na China
  • Outras medidas aplicadas: testes em massa da população; isolamento de infectados; rastreamento de suspeitos por imagens de videovigilância, cartão de crédito ou celular; envio de SMS à população da área perto de onde é confirmado um caso; incentivo a home office; limpeza e desinfecção de algumas das principais estações de metrô
  • 3 de fevereiro: mais de 300 escolas na Coreia do Sul adiam o retorno às aulas (apenas das áreas com casos confirmados de Covid-19)
  • 19 de fevereiro: autoridades identifica que o número de casos de Covid-19 explodiu porque uma pessoa infectada participou de um evento religioso. A cidade de Daegu entra em quarentena, afetando 2,5 milhões de pessoas
  • 20 de fevereiro: a Coreia do Sul completa 1 mês do primeiro registro do novo coronavírus e tem 104 casos confirmados de Covid-19 e uma morte, segundo a Universidade Johns Hopkins e a OMS. A taxa de mortalidade é de 0,9%
  • 11 de março: o país chega aos 50 dias desde o primeiro caso da doença com 7.755 casos confirmados de coronavírus e ao menos 60 mortes.
Diferentes reações
A professora da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP), Deisy Ventura, disse ao G1 que os países têm diferentes formas de lidar com a doença. Segundo ela, apenas o isolamento social não representa a melhor forma de combater a pandemia de novo coronavírus.

"Um país como a Espanha fazer um retorno gradual, por exemplo, é um teste. Essas decisões têm que ser feitas com base exclusivamente em evidências científicas", reforçou a especialista. "Se for o caso de sair, talvez sair aos poucos e com a possibilidade de voltar a qualquer momento, em contato constante com o sistema de saúde."

Ventura defendeu que, além das medidas de distanciamento social, é importante que haja políticas públicas de manutenção de renda e garantias de direitos sociais. Ela alertou também para casos como Suécia e Japão que teriam abandonado "cedo demais" ou nem chegaram a tomar medidas de isolamento e que agora voltaram atrás ao aplicar medidas mais expressivas de bloqueios.

A especialista em saúde internacional falou também que um bom exemplo é Portugal, que criou alternativas para garantir o distanciamento social, como a abertura de catracas no transporte público. Na última semana, o país também anunciou que imigrantes passariam a ter o direito de ser atendidos no sistema público de saúde.

Preparar-se para o pior
Para o ex-diretor do Instituto Adolfo Lutz e epidemiologista da Faculdade de Saúde Pública da USP, Eliseu Waldman, é difícil criar projeções para o Brasil a partir de dados de outros países. Segundo ele, cada governo se posicionou de forma diferente no início da pandemia.

"Na minha opinião, não devemos fazer previsões do que vai acontecer no Brasil com base nos outros países. A gente tem que se preparar para o pior cenário para região", explicou Waldman.

Ele reforçou que a pandemia acontece de diferentes formas em todo o mundo e as reações são variadas. Inicialmente, os especialistas acreditavam que o cenário chinês seria o pior possível, mas a Itália e os EUA ultrapassaram as cifras do país asiático.
"Não se esperava inicialmente que a pandemia alcançasse os resultados nas dimensões que tem alcançado nos EUA, que é um país muito rico e com um sistema de vigilância muito bom, ainda que o sistema de saúde não seja universal", disse o epidemiologista.
Ele destacou também que a governança foi decisiva para que países apresentassem respostas rápidas para o vírus como a Alemanha e Portugal, que, segundo o pesquisador, conseguiram conter rapidamente o avanço da pandemia.

CORONAVÍRUS


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