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sexta-feira, 3 de maio de 2019

Produção industrial cai 1,3% em março, pior resultado desde setembro

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Na comparação com março do ano passado, queda foi de 6,1%, segundo o IBGE. Em 12 meses, setor registrou 1º resultado negativo desde agosto de 2017, reforçando a leitura de perda de ritmo e maior fraqueza da economia.
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Por Darlan Alvarenga e Daniel Silveira, G1 — São Paulo e Rio de Janeiro

Postado em 03 de maio de 2019 às 11h00m 

GIPOPE - GARIBA'S Logística for 2012 - 2013

Produção industrial cai 1,3% em março, diz IBGE
Produção industrial cai 1,3% em março, diz IBGE

A produção industrial brasileira registrou em março uma queda de 1,3%, na comparação com fevereiro, eliminando o crescimento de 0,6% observado no mês anterior, segundo divulgou nesta sexta-feira (3) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com mais esse resultado negativo, o setor passou a acumular queda de 2,2% no ano.

Trata-se do pior resultado mensal desde setembro do ano passado, quando houve queda de 2,1% na produção do setor.

Na comparação com março do ano passado, a indústria caiu 6,1%, queda anual mais intensa desde maio de 2018 (-6,3%).

O resultado de março veio pior que o esperado pelo mercado. As expectativas em pesquisa da Reuters eram de quedas de 0,7% na comparação mensal e de 4,6% na base anual.

Produção industrial mensal
Comparação com o mês imediatamente anterior, em %
Created with Highcharts 5.0.90,40,40,80,8-10,9-10,912,312,3-0,2-0,2-0,7-0,7-2,1-2,10,30,3-0,1-0,10,10,1-0,7-0,70,60,6-1,3-1,3mar/18abr/18mai/18jun/18jul/18ago/18set/18out/18nov/18dez/18jan/19fev/19mar/19-15-10-5051015
Fonte: IBGE

No acumulado em 12 meses, o setor passou a ter queda de 0,1% – primeiro resultado negativo desde agosto de 2017 (quando também recuou 0,1%), o que confirma a leitura de perda de ritmo e maior fraqueza da economia brasileira.

Após esboçar uma recuperação no começo do ano passado, o setor voltou a entrar em uma trajetória descendente em julho de 2018 e, desde então, vem mostrando perda de dinamismo.
Sem sinal de recuperação, indústria mantém trajetória de queda, revela IBGE
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Sem sinais de recuperação
Com o resultado de março, o patamar de produção da indústria brasileira ainda segue 17,6% abaixo de seu ponto mais alto, alcançado maio de 2011.
"É como se a gente estivesse em janeiro de 2009, resumiu o gerente da pesquisa, André Macedo, destacando que apesar do elevado nível de ociosidade indústria, a demanda também não tem crescido.
"Dado que a gente observa todos esses indicadores no campo negativo, podemos dizer que estamos longe de pensar em qualquer trajetória de recuperação, que dirá de uma recuperação consistente, avaliou.

Indústria brasileira tem o pior resultado em 6 meses, aponta IBGE
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Queda de 0,7% no 1º trimestre
Na análise trimestral, a produção industrial registrou queda de 0,7%, na comparação com o 4º trimestre de 2018. Já na comparação com os 3 primeiros meses do ano passado, o recuo foi de 2,2%.

Este é o resultado negativo mais intenso desde o 4º trimestre de 2016, quando havia recuado 3,1% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, destacou o gerente da pesquisa.
Desde o 4º de 2017, quando a indústria crescia 5%, o setor vem numa trajetória de redução de ritmo, acrescentou.

Produção industrial em 12 meses
Variação acumulada em 1 ano, em %
Created with Highcharts 5.0.92,82,83,93,9333,23,23,33,33,13,12,62,62,22,21,71,71,11,10,50,50,50,5-0,1-0,1mar/18abr/18mai/18jun/18jul/18ago/18set/18out/18nov/18dez/18jan/19fev/19mar/19-1012345

jan/19
0,5
Fonte: IBGE

Questionado sobre as razões para a piora da produção industrial no país, o gerente da pesquisa apontou para a conjuntura econômica do país, com o mercado de trabalho afetando o consumo das famílias, o que influencia nas decisões de investimento por parte dos empresários. Há outros fatores que também impactam nessa produção, como a redução de exportações importantes, acrescentou.

Secretário de Política Econômica comenta a queda na produção industrial brasileira
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16 dos 26 ramos pesquisados recuam em março
Em relação à queda de 1,3% na comparação com fevereiro, Macedo apontou que, além da conjuntura econômica, houve impacto negativo na indústria de alimentos, atividade com maior impacto no mês, em decorrência de condições climáticas desfavoráveis.

Segundo o IBGE, houve queda em 16 das 26 atividades econômicas pesquisadas, com destaque para produtos alimentícios (-4,9%), veículos automotores, reboques e carrocerias (-3,2%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-2,7%), indústrias extrativas (-1,7%) e outros produtos químicos (-3,3%).

"Esse perfil disseminado de taxas em queda dá exatamente a ideia de redução de ritmo da produção, enfatizou Macedo.
16 dos 26 ramos pesquisados pelo IBGE recuaram em março — Foto: Divulgação
16 dos 26 ramos pesquisados pelo IBGE recuaram em março — Foto: Divulgação

Entre as grandes categorias econômicas, a única alta foi no setor produtor de bens de capital (0,4%), que registrou o segundo avanço mensal consecutivo. O pior desempenho foi do setor de bens intermediários (-1,5%), seguido por bens de consumo duráveis (-1,3%) e bens de consumo semi e não-duráveis (-1,1%).

No ano, as quatro grandes categorias econômicas e 21 dos 26 ramos acumulam queda na produção. Entre as atividades, a que exerce no ano a maior pressão negativa é a das indústrias extrativas, com queda acumulada de 7,5%, por consequência principalmente dos impactos do rompimento da barragem de Brumadinho na operação da Vale.

Já os maiores recuos foram na produção de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-13,0%) e produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-10,6%).
Produção industrial acumula queda de 2,2% no ano, com recuo em 21 dos 26 ramos pesquisados — Foto: DivulgaçãoProdução industrial acumula queda de 2,2% no ano, com recuo em 21 dos 26 ramos pesquisados — Foto: Divulgação

Economia mostra fraqueza nos primeiros meses do ano
Os primeiros meses do ano têm sido marcados por uma perda de força da recuperação econômica em meio a uma frustração de expectativas de empresários e percepção de que a tramitação da reforma da Previdência deverá levar mais tempo do que o inicialmente esperado.
Uma série de indicadores têm mostrado uma perda de ritmo da economia e uma maior fraqueza da atividade econômica e do mercado de trabalho.

Na véspera, pesquisa divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) apontou queda tanto da atividade como do faturamento do setor em março.
As estimativas para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) em 2019 também vem sendo reduzidas e parte dos analistas avalia que, no primeiro trimestre, a economia brasileira deve ter ficado estável ou pode até mesmo ter recuado levemente na comparação com últimos três meses de 2018.

De acordo com a última pesquisa Focus do Banco Central, a expectativa dos economistas para a alta do PIB neste ano foi reduzida de uma expansão de 1,71% para 1,70%. Foi a nona queda consecutiva do indicador.

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