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terça-feira, 31 de julho de 2018

Desemprego recua para 12,4% em junho, mas ainda atinge 13 milhões de pessoas, diz IBGE

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Número de brasileiros que nem trabalham nem procuram emprego atinge 65 milhões é o maior da série histórica. Já o número de trabalhadores com carteira é o menor já registrado.
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Por Darlan Alvarenga e Alba Valéria Mendonça, G1, Sâo Paulo e Rio de Janeiro 

Postado em 31 de julho de 2018 às 15h00m 

 * Série Filosofias e Pensamentos - N. 007 

Taxa de desemprego no Brasil cai de 13,1% para 12,4% no segundo trimestre
Taxa de desemprego no Brasil cai de 13,1% para 12,4% no segundo trimestre

A taxa de desemprego no Brasil caiu para 12,4% no trimestre encerrado em junho, na terceira queda mensal consecutiva, mas ainda atinge 13 milhões de brasileiros, segundo dados divulgados nesta terça-feira (31) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por meio da pesquisa Pnad Contínua.

Os dados mostram, entretanto, que a queda da taxa de desemprego tem sido puxada pela geração de postos informais e pelo grande número de brasileiros fora do mercado de trabalho. Segundo o IBGE, o total de pessoas que nem trabalham nem procuram vagas atingiu 65,6 milhões, o maior já registrado.

Evolução da taxa de desemprego
Índice no trimestre móvel, em %
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Fonte: IBGE

A taxa de desemprego ficou abaixo da registrada no trimestre terminado em maio, quando o índice foi de 12,7%, e também na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior (13%). O número de desempregados também caiu pelo 3º mês consecutivo. No trimestre encerrado em maio eram 13,2 milhões.

Já na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, quando havia 13,5 milhões de desocupados, o número de desempregados caiu 3,9%, ou menos 520 mil pessoas nesta situação. 

Total de pessoas fora da força de trabalho é o maior desde 2012
A população ocupada no país (91,2 milhões) aumentou 0,7% em 3 meses, um adicional de 657 mil pessoas em relação ao trimestre encerrado em março. Em 12 meses, houve aumento de 1,1%, ou mais 1 milhão de pessoas.

Por outro lado, o número de brasileiros fora da força de trabalho (que não trabalham nem procuram) atingiu 65,6 milhões, um aumento de 1,2% em 3 meses ou de 774 mil pessoas. Em 1 ano, houve alta de 1,9%, ou um aumento de 1,2 milhão de pessoas.

Evolução do número de desempregados
Em número de desocupados no trimestre móvel
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Fonte: IBGE

Segundo Cimar Azeredo, coordenado de Trabalho e Rendimento do IBGE, o número de brasileiros que não trabalham nem procuram emprego é o maior da série histórica da pesquisa, iniciada em 2012.

Ou seja, muita gente tem optado por ficar de fora do mercado de trabalho, o que contribui para a queda do índice de desemprego e do número de desempregados. Esse universo de 65,6 milhões de brasileiros inclui idosos, jovens e estudantes que não trabalham e pessoas que deixaram de ter disponibilidade ou que desistiram de procurar emprego.
"A taxa de desemprego está menor, mas isso embute dois problemas: a subutilização ou a precariedade por conta da informalidade do trabalho. E na informalidade estão o comércio ambulante, o transporte por aplicativo, até mesmo na indústria, de confecção, por exemplo, e na construção civil, com pequenas obras. Isso significa que são muitas pessoas sem proteção social, sem contribuir para a Previdência", afirma Azevedo
Desemprego fica em 12,4% em junho e atinge 13 milhões de pessoas, diz IBGE
Desemprego fica em 12,4% em junho e atinge 13 milhões de pessoas, diz IBGE

Carteira assinada em queda
Em 3 meses, o número de empregados sem carteira de trabalho assinada cresceu 2,6% no país (mais 276 mil pessoas) e 3,5% em 12 meses (mais 367 mil pessoas).

Por outro lado, o número de trabalhadores com carteira recuou 0,2% em 3 meses e caiu 1,5% em 1 ano (menos 497 mil pessoas), para um total de 32,8 milhões de brasileiros. Segundo Azeredo, trata-se também do menor número da série histórica. Há 4 anos, eram 36 milhões.

Já o número de trabalhadores por conta própria aumentou 0,5% em 3 meses e 2,5% na comparação anual, um acréscimo de 555 mil pessoas em 12 meses.

O número de trabalhadores domésticos, por sua vez, subiu para 6,23 milhões no trimestre encerrado em junho, uma alta de 0,5% em 3 meses e de 2,1% (mais 127 mil pessoas) em 12 meses.
Segundo o IBGE, 40,6% dos ocupados, ou cerca de 37 milhões, são trabalhadores informais ou estão próximos da informalidade. São empregados sem carteira, doméstico sem carteira, conta própria sem CNPJ, empregador sem CNPJ e empregos doméstico auxiliar.
Desemprego cai a 12,4% em junho. E eu com isso?
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Renda estável
O rendimento médio real do trabalhador foi estimado em R$ 2.198 no trimestre de abril a junho, apresentando segundo o IBGE estabilidade frente ao trimestre anterior (R$ 2.192) e também em relação ao mesmo trimestre do ano anterior (R$ 2.174).

Já a massa de total de rendimentos para o trimestre foi estimada em R$ 195,7 bilhões e ficou estável em ambas as comparações.

Perspectivas
Apesar da sequência de recuos nos últimos meses, a taxa de desemprego ainda tem se mantido acima dos índices registrados nos últimos meses do ano passado.

O mercado de trabalho vem mostrando dificuldade de recuperação diante do crescimento da economia que perde força, sobretudo após a greve dos caminhoneiros no final de maio, que afetou o abastecimento em todo o país.

Pesquisa Focus mais recente do Banco Central, que ouve cerca de uma centena de economistas todas as semanas, mostrou que as expectativas para crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano estavam em 1,50%, metade do que era esperado alguns meses antes.

Com a recuperação mais lenta da economia, as projeções para a taxa de desemprego passaram a ser revisadas para cima. No começo do ano, 5 consultorias ouvidas pelo G1 estimavam uma taxa média até 10%. Agora, a projeção está acima de 12% para a média de 2018.
Brasil deve criar em 2018 menos da metade dos empregos previstos
IBGE 
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