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Brasil
Entidade estima que o desemprego no país deve aumentar 'ainda mais'.
Incertezas podem seguir até 2018, adverte relatório.
A recessão da economia brasileira deve ficar ainda mais forte este ano, e seguir em 2017, segundo estimativas divulgadas nesta quarta-feira (1º) pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), por conta das incertezas políticas e das contínuas revelações sobre corrupção "que estão minando a confiança dos consumidores e dos negócios".
Depois de uma contração de 3,9% (segundo a entidade – os dados oficiais do IBGE apontam para uma queda de 3,8%) em 2015, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deve recuar 4,3% este ano, e 1,7% em 2017. A estimativa é mais pessimista que a feita pelo mercado financeiro brasileiro: na semana passada, a previsão era de contração de 3,8% este ano.
"Enquanto a economia encolhe, o desemprego deve aumentar ainda mais. A inflação vai voltar gradualmente à meta conforme os efeitos das altas dos preços administrados e da depreciação da moeda se dissipam, e a fraqueza da economia se expande", diz a OCDE em relatório.
'Divisões políticas profundas'
Para a entidade, as divisões política profundas reduziram as chances de reformas políticas no curto prazo e a dívida pública bruta continua a aumentar. Com isso, a instabilidade pode seguir em 2018.
A OCDE aponta que o déficit fiscal (gastos do governo acima da arrecadação) subiram acima de 10% do PIB, e o déficit primário (déficit fiscal, excluindo os gastos com os juros da dívida) superou os 2% do PIB. A estimativa é que o déficit fiscal se manterá em um nível similar em 2016 (10%) antes de uma redução relativa (7,8%) em 2017.
"Melhoras na confiança vão depender da habilidade das autoridades de implementar um ajuste fiscal significante, incluindo passos para garantir a sustentabilidade da previdência, e uma 'nova onda' de reformas estruturais", aponta o relatório. "Uma produtividade mais forte será 'chave' para um crescimento econômico sólido no médio prazo".
Recessão severa
"A economia está em recessão severa", aponta a OCDE. A entidade lembra que quase 2 milhões de postos de trabalho formais foram perdidos nos últimos 12 meses, e que o real se depreciou em quase 20%, apesar de uma pequena recuperação nos últimos meses.
As falências e o endiviamento subiram; a confiança dos investidores e dos consumidores caíram ainda mais com o aprofundamento da incerteza política. "Um procedimento de impeachment está em curso e um governo interino foi formado, mas a incerteza política e a instabilidade devem continuar", diz o texto.
Só as exportações seguem 'sólidas', aponta a OCDE, por conta da taxa de câmbio mais competitiva e de novas oportunidades de exportação.
A perda de confiança das famílias e das empresas deverá se traduzir em novas reduções do consumo: após queda 4% em 2015, espera-se 4,8% em 2016 e 3,5% em 2017. E o caso é ainda mais grave em relação aos investimentos: redução de 14,1% em 2015, 14% em 2016 e 4,5% em 2017.
Mundo
Para todo o mundo, a previsão de crescimento econômico foi mantida em um "decepcionante" 3%, e uma expansão "modesta" de 3,3% em 2017. A OCDE pediu a adoção de medidas urgentes para sair da "armadilha do crescimento frágil".
"O crescimento é fraco nas economias avançadas e desacelerou em muitas economias emergentes que haviam atuado como os motores da economia mundial depois da crise de 2008", disse o secretário-geral da OCDE, Angel Gurría, ao apresentar em Paris o relatório trimestral da organização, segundo a AFP
Gurría pediu aos dirigentes políticos que "adotem urgentemente medidas globais que tornem possível (...) sair desta dinâmica de crescimento decepcionante e imprimir a nossas economias um estímulo que permita preservar o nível de vida de todos".
A média reflete uma desaceleração das economias desenvolvidas e da China, assim como a persistente recessão na Rússia e particularmente no Brasil, que sofre o pior retrocesso de sua economia em quase um século.O crescimento do PIB dos Estados Unidos vai registrar desaceleração a 2,4% em 2015 e 1,8% em 2016, antes de avançar a 2,2% em 2017.
Na zona do euro, o resultado permanecerá estagnado este ano em 1,6% e em 2017 deve crescer apenas um décimo. O Japão passará de um crescimento modesto de 0,6% em 2015 a 0,7% em 2016, mas registrará nova desaceleração a 0,4% em 2017.
A OCDE, organização de 34 democracias com economias abertas, em sua maioria ricas, apela aos poderes públicos a "recorrer mais amplamente a medidas de política fiscal e a dar um novo impulso às reformas estruturais, para sair da armadilha do crescimento frágil".
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Depois de uma contração de 3,9% (segundo a entidade – os dados oficiais do IBGE apontam para uma queda de 3,8%) em 2015, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deve recuar 4,3% este ano, e 1,7% em 2017. A estimativa é mais pessimista que a feita pelo mercado financeiro brasileiro: na semana passada, a previsão era de contração de 3,8% este ano.
ESTIMATIVAS PARA O PIB
Em 2016 e 2017, em %
Fonte: OCDE
'Divisões políticas profundas'
Para a entidade, as divisões política profundas reduziram as chances de reformas políticas no curto prazo e a dívida pública bruta continua a aumentar. Com isso, a instabilidade pode seguir em 2018.
A OCDE aponta que o déficit fiscal (gastos do governo acima da arrecadação) subiram acima de 10% do PIB, e o déficit primário (déficit fiscal, excluindo os gastos com os juros da dívida) superou os 2% do PIB. A estimativa é que o déficit fiscal se manterá em um nível similar em 2016 (10%) antes de uma redução relativa (7,8%) em 2017.
"Melhoras na confiança vão depender da habilidade das autoridades de implementar um ajuste fiscal significante, incluindo passos para garantir a sustentabilidade da previdência, e uma 'nova onda' de reformas estruturais", aponta o relatório. "Uma produtividade mais forte será 'chave' para um crescimento econômico sólido no médio prazo".
Recessão severa
"A economia está em recessão severa", aponta a OCDE. A entidade lembra que quase 2 milhões de postos de trabalho formais foram perdidos nos últimos 12 meses, e que o real se depreciou em quase 20%, apesar de uma pequena recuperação nos últimos meses.
As falências e o endiviamento subiram; a confiança dos investidores e dos consumidores caíram ainda mais com o aprofundamento da incerteza política. "Um procedimento de impeachment está em curso e um governo interino foi formado, mas a incerteza política e a instabilidade devem continuar", diz o texto.
Só as exportações seguem 'sólidas', aponta a OCDE, por conta da taxa de câmbio mais competitiva e de novas oportunidades de exportação.
A perda de confiança das famílias e das empresas deverá se traduzir em novas reduções do consumo: após queda 4% em 2015, espera-se 4,8% em 2016 e 3,5% em 2017. E o caso é ainda mais grave em relação aos investimentos: redução de 14,1% em 2015, 14% em 2016 e 4,5% em 2017.
Mundo
Para todo o mundo, a previsão de crescimento econômico foi mantida em um "decepcionante" 3%, e uma expansão "modesta" de 3,3% em 2017. A OCDE pediu a adoção de medidas urgentes para sair da "armadilha do crescimento frágil".
"O crescimento é fraco nas economias avançadas e desacelerou em muitas economias emergentes que haviam atuado como os motores da economia mundial depois da crise de 2008", disse o secretário-geral da OCDE, Angel Gurría, ao apresentar em Paris o relatório trimestral da organização, segundo a AFP
Gurría pediu aos dirigentes políticos que "adotem urgentemente medidas globais que tornem possível (...) sair desta dinâmica de crescimento decepcionante e imprimir a nossas economias um estímulo que permita preservar o nível de vida de todos".
A média reflete uma desaceleração das economias desenvolvidas e da China, assim como a persistente recessão na Rússia e particularmente no Brasil, que sofre o pior retrocesso de sua economia em quase um século.O crescimento do PIB dos Estados Unidos vai registrar desaceleração a 2,4% em 2015 e 1,8% em 2016, antes de avançar a 2,2% em 2017.
Na zona do euro, o resultado permanecerá estagnado este ano em 1,6% e em 2017 deve crescer apenas um décimo. O Japão passará de um crescimento modesto de 0,6% em 2015 a 0,7% em 2016, mas registrará nova desaceleração a 0,4% em 2017.
A OCDE, organização de 34 democracias com economias abertas, em sua maioria ricas, apela aos poderes públicos a "recorrer mais amplamente a medidas de política fiscal e a dar um novo impulso às reformas estruturais, para sair da armadilha do crescimento frágil".
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