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Dívida pública deve saltar para mais de 80% do PIB em 2017, diz órgão.
Na véspera, FMI piorou previsão de queda da economia para 3,8%.
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O Brasil só voltará a ter um superávit primário (economia que o governo precisa fazer para pagar os juros da dívida pública) a partir de 2020. A previsão é do Fundo Monetário Internacional (FMI), divulgada no relatório “Fiscal Monitor” nesta quarta-feira (13).
O órgão prevê que as contas do setor público no Brasil continuarão a colecionar rombos, ainda que cada vez menores, pelo menos até 2019 (veja o gráfico ao lado).
Este ano, o FMI estima que o país terá um déficit primário de 1,7% do PIB – levemente melhor que o resultado do ano passado.
Em 2015, as contas públicas tiveram o pior déficit primário da história, de R$ 111,24 bilhões, ou 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB). Até então, o pior resultado para um ano fechado havia sido registrado em 2014 (-R$ 32,53 bilhões, ou 0,57% do PIB).
Em 2017, o déficit primário do Brasil deve cair para 1,4%; em 2018, para 1%; e em 2019, para 0,3% do PIB.
Segundo o FMI, esse resultado foi piorado pela queda nas receitas públicas, pela alta dos juros e por uma “faxina” de pendências financeiras do passado feita pelo governo, em meio “ao aprofundamento da recessão e à turbulência política”.
"O Brasil está neste momento sofrendo a mais severa contração econômica em muito tempo, então a situação macoeconômica é muito exigente", disse o diretor do departamento de assuntos fiscais do FMI, Vitor Gaspar, a jornalistas ao comentar a projeção.
"É fato que a coerência entre as políticas monetária, fiscal e estrutural ao longo do tempo é de suma importância para o Brasil."
"O fato de que há uma considerável incerteza associada à situação política faz com que a formação de um conjunto de medidas consistente seja particularmente exigente para o Brasil."
Déficit nominal a 8,5% do PIB
Já o déficit nominal do Brasil (que inclui o pagamento dos juros da dívida pública no balanço fiscal) deve atingir 8,7% PIB em 2016 e 8,5% do PIB em 2017.
Em 2015, esse déficit chegou a 10,3% do PIB, ou R$ 613 bilhões. Foi o pior resultado da história no período de 12 meses. Esse número é acompanhado com atenção pelas agências de classificação de risco na determinação da nota dos países.
Dívida acima de 80% do PIB em 2017
Como efeito do rombo maior, diz o órgão, a dívida pública do país saltou 10.4 pontos percentuais entre 2013 e 2015. Pela projeção do órgão, ela deve avançar para 76,3% do PIB este ano, contra 73,7% em 2015, e 63,3% do PIB em 2014. O órgão também vê um aumento do endividamento das contas públicas em 2017, para 80,5%.
Sexto pior PIB no mundo
A economia brasileira deve ter o sexto pior desempenho do mundo em 2016, segundo um relatório divulgado na véspera pelo FMI). O órgão piorou a projeção de queda do PIB do Brasil para 3,8%, frente à estimativa anterior de contração de 3,5%, feita em janeiro.
O PIB da Venezuela terá a maior contração entre todas as economias do mundo, com queda de 8%, segundo a previsão do Fundo. Em seguida, aparece a República do Sudão do Sul, com PIB negativo de 7,8%. Guiné Equatorial deve ter o terceiro pior resultado, com recuo de 7,2% da economia.
O desempenho do Brasil deve ficar bem abaixo de outros países da região da América Latina e Caribe, que deve ter contração de 0,5% em 2016. O México deve crescer 2,4% em 2016. Países do Oriente Médio, Norte da África, Afeganistão e Paquistão devem crescer, juntos, 3,1%.
Já em comparação à média de outros países emergentes, incluindo China e Rússia, o PIB brasileiro fica bem atrás. A economia desses mercados deve crescer 4,1% este ano, prevê o FMI.
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Contas públicas do Brasil
Projeção do FMI a partir de 2016
Fonte: FMI
Este ano, o FMI estima que o país terá um déficit primário de 1,7% do PIB – levemente melhor que o resultado do ano passado.
Em 2015, as contas públicas tiveram o pior déficit primário da história, de R$ 111,24 bilhões, ou 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB). Até então, o pior resultado para um ano fechado havia sido registrado em 2014 (-R$ 32,53 bilhões, ou 0,57% do PIB).
Em 2017, o déficit primário do Brasil deve cair para 1,4%; em 2018, para 1%; e em 2019, para 0,3% do PIB.
Segundo o FMI, esse resultado foi piorado pela queda nas receitas públicas, pela alta dos juros e por uma “faxina” de pendências financeiras do passado feita pelo governo, em meio “ao aprofundamento da recessão e à turbulência política”.
"O Brasil está neste momento sofrendo a mais severa contração econômica em muito tempo, então a situação macoeconômica é muito exigente", disse o diretor do departamento de assuntos fiscais do FMI, Vitor Gaspar, a jornalistas ao comentar a projeção.
"É fato que a coerência entre as políticas monetária, fiscal e estrutural ao longo do tempo é de suma importância para o Brasil."
"O fato de que há uma considerável incerteza associada à situação política faz com que a formação de um conjunto de medidas consistente seja particularmente exigente para o Brasil."
Déficit nominal a 8,5% do PIB
Já o déficit nominal do Brasil (que inclui o pagamento dos juros da dívida pública no balanço fiscal) deve atingir 8,7% PIB em 2016 e 8,5% do PIB em 2017.
Em 2015, esse déficit chegou a 10,3% do PIB, ou R$ 613 bilhões. Foi o pior resultado da história no período de 12 meses. Esse número é acompanhado com atenção pelas agências de classificação de risco na determinação da nota dos países.
Como efeito do rombo maior, diz o órgão, a dívida pública do país saltou 10.4 pontos percentuais entre 2013 e 2015. Pela projeção do órgão, ela deve avançar para 76,3% do PIB este ano, contra 73,7% em 2015, e 63,3% do PIB em 2014. O órgão também vê um aumento do endividamento das contas públicas em 2017, para 80,5%.
Sexto pior PIB no mundo
A economia brasileira deve ter o sexto pior desempenho do mundo em 2016, segundo um relatório divulgado na véspera pelo FMI). O órgão piorou a projeção de queda do PIB do Brasil para 3,8%, frente à estimativa anterior de contração de 3,5%, feita em janeiro.
O PIB da Venezuela terá a maior contração entre todas as economias do mundo, com queda de 8%, segundo a previsão do Fundo. Em seguida, aparece a República do Sudão do Sul, com PIB negativo de 7,8%. Guiné Equatorial deve ter o terceiro pior resultado, com recuo de 7,2% da economia.
O desempenho do Brasil deve ficar bem abaixo de outros países da região da América Latina e Caribe, que deve ter contração de 0,5% em 2016. O México deve crescer 2,4% em 2016. Países do Oriente Médio, Norte da África, Afeganistão e Paquistão devem crescer, juntos, 3,1%.
Já em comparação à média de outros países emergentes, incluindo China e Rússia, o PIB brasileiro fica bem atrás. A economia desses mercados deve crescer 4,1% este ano, prevê o FMI.
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